A arte em graffiti: Banksy

A arte cavernosa de Banksy

A arte cavernosa de Banksy

“Se você quer que alguém seja ignorado, então construa uma estátua de tamanho real deles e enfie no meio da cidade/   / If you want someone to be ignored, then build a life-size bronze statue of them and stick it in the middle of town.”

A arte é um processo de distanciamento da realidade para que possa ser constituido uma analise em pormenor dos elementos do que é presente como real. Portanto quando se faz arte não se está preso aos signos do real, pois estes são ultrapassados.

O graffiti (da palavra italiana graffito que é rabisco) e pichação como expressão artistica N(d)as ruas, uma composição com os corpos passantes, uma modificação da paisagem urbana e criadora de outras percepções. Por isso mesmo o graffiti pode ser considerado uma das artes mais viscerais e envolventes, pois se faz com a “voz rouca das ruas”. A idéia de graffitar por aí é antiga mas os graffitis modernos foram engendrado pelas ruas, principalmente na Philadelphia e posteriormente em Nova Yorke nos anos 70 e 80 junto com o movimento hip-hop, sendo assim um de seus elementos. Artistas sempre engajados escreviam mensagens ou pichavam rabiscos e imagens nos muros. Artistas como os pioneiros Cornbread, Cool Earl, Topcat 126, Demetrius e outros como Lady Pink,    Samo – Same old shit (a mesma merda) encorporado por Jean-Michel Basquiat, Fab 5 Freddy, Keith Haring, etc.

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“Quando você vai a uma galeria de arte você simplesmente é um turista olhando para um armário de trofeus de alguns poucos milhonários/  /  When you go to an art gallery you are simply a tourist looking at the trophy cabinet of a few millionaires.”

A arte de Banksy já começou a rolar nos anos 90 e como quase todos os graffitis em stencil tem uma análise socio-politica da realidade. Banksy tem um trabalho que já envolve outra forma de militancia, uma militancia dos movimentos sociais contra a alienação capitalista e socialista (em grandes casos). A arte anonima de Banksy que começou em Londres começou a ser espalhada pelo mundo todo: África, Palestina, Estados Unidos, Europa, Japão, etc. Mas quem é ele? Por que ele está anonimo? Se enganas…. Um artista com esta produção nunca estará anonimo. Há sempre uma produção… Mas não importa a identidade se a propria identidade é uma forma constituida de referencial, de muleta, de certeza ? A arte é intempestiva, produzida pelo engajamento artistico no vazio, onde nada existe e tudo pode existir.

Mas o que Banksy picha? Ele expõe as mazelas produzidas pela ganância, o autoritarismo, a violência opressora, o emburguesamento insensivel, a guerra, e outros afetos tristes produzidos pelo homem. Só que todos estes são desconstruidos pela força criativa da alegria e do humor. Porém como toda arte, o capitalismo tenta captura-la e torna-la uma mercadoria, sendo que ela é bem cotada no mercado de consumo. Tanto que astros de filmes americanos já compraram obras de Banksy como Angelina Jolie por exemplo. Porém sua arte não é comercial. Ao contrario, é mal vista, já que vários dos seus trabalhos foram grande parte removidos a pedido das autoridades locais. Criar novas percepções em locais onde quer se impor uma voz unívoca… é um trabalho perigoso.

“As vezes eu me sinto tão enojado do estado do mundo que eu nem posso terminar minha segunda torta de maça/ / Sometimes I feel so sick at the state of the world I can’t even finish my second apple pie.”

Referencias sobre Banksy e o grafite

– Video: “The Hollow Earth” – Radiohead por Banksy

The punking of Paris Hilton– Dirigido e distribuido por Banksy via ubu

New York Beat Movie/ Downtown 81 – Cinema sobre o engendramento das artes em NY (Com Basquiat/ Freddy 5/ Debbie Harry )

26 Graffiti Movies

Wild Style

Inscrições– de Frederico Neto

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4 Respostas to “A arte em graffiti: Banksy”

  1. A arte em grafitti: Bansky « Maria de Lurdes Fonseca Says:

    […] 8, 2009 às 5:51 pm · Arquivada em Arte, Sociologia, Vários/ Divulgação Adorei este post… é arte “meeting” street art “meeting” intervenção social. […]

  2. Notas de aldeotas « Says:

    […] já tem clipe dirigido pelo artista multimídia Raymond Salvatore Harmon e com imagens do grafiteiro Banksy, aquele que já escrevemos no blog. O clipe pode ser visto aqui… – Na capital paulista, continuando […]

  3. Mateus V. de Moraes Says:

    Olá!
    Gostei bastante desta postagem.
    Sou design e estou desenvolvendo um projeto que tem ligação com seu blog “a anticultura como fator desencadeador da loucura”.
    Estou relacionando o tema com a arte e vida de Basquiat.

    Entra em contato para troca de informações!

    Abrassss.
    Mateus

  4. esquizofia Says:

    Valeu caro Mateus.
    Dependendo do tipo de loucura que você se trata é do interesse esquizo (como quebra, fenda). Não se trata apenas de um interesse de definir o normal e o patologico como quer fazer a psiquiatria e a psicologia para controlar o sujeito a serviço do estado. O que importa para o esquizo é uma loucura produtiva que escape das formas já constituidas e demonstre que não é necessário amarras e personalidades. Isto Basquiat tinha.
    Entraremos em contato

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