CAMILLE LEMONNIER
Van Gogh continua se recuperando. Neste tempo ele lembra dos amigos e tem as leituras como sua fiel companheira:
“Acho Signac bem calmo e dizem que ele é tão violento; ele me deu a impressão de ser alguém que tem firmeza e equilíbrio, eis tudo. Raramente ou nunca eu tive com um impressionista uma conversa de ambas as partes tão sem desacordos ou choques aborrecidos. Assim é que ele foi ver Jules Dupré e o reverencia. Sem dúvida você contribuiu para que ele viesse a melhorar um pouco meu moral, obrigado por isto. Aproveitei a minha saída para comprar um livro: “Os da Gleba”, de Camille Lemonnier. Já devorei dois capítulos- é de uma nobreza, de uma profundidade! Aguarde, eu o enviarei. É a primeira vez depois de muitos meses que eu pego um livro na mão. Isto me diz muito e me cura consideravelmente.”
Nascido em 24 de Março de 1844 na cidade de Ixiles, filho do advogado da Corte de apelo, Louis-François, e de Marie Panneels, que morreu jovem, deixando os filhos ao cuidado da avó. Desde criança já toma gosto pela leitura, e cria seu próprio almanaque.
Em 1861 ele faz um preparativo para a faculdade de direito de Bruxelas, na qual nunca conseguiu terminar, o que fez ele se tornar um funcionário público.
Ele escreveu críticas literária no Salão de Arte de Bruxelas. Ele participou de um círculo de intelectuais, pintores e artistas franceses sendo amigo de Victor Hugo, Émile Zola, Félicien Rops, Alphonse Daudet, Os irmãos Goncourt, Gustave Flaubert, Guy de Maupassant entre outros.Apesar de sua afinidade com o naturalismo ele foi o mentor de grupo de jovens belgas.
Em 1871 ele se casa com Julie-Flore Brichot com quem teve dois filhos. Ele passa a trabalhar nos anos seguintes como crítico da revista L’Art Universel, onde passa também a publicar alguns de seus contos.
Ele escreveu sua primeira novela em 1881, “Um macho” sofreu influência do naturalismo de Émile Zola, o livro virou um escândalo na Bélgica, mas um sucesso em Paris. Assim como seus outros trabalhos é uma obra de grande violência, descrevendo os personagens em seus extintos e paixões, além dos conflitos trabalho e capital abordados em outras novelas, além de mostrar a pobreza rural e urbana.
Ainda em 1881 ele se separa de sua mulher, casando novamente dois anos depois como Valentine Collart, a sobrinha de Constantin Meunier. Em 1888 ele publica um estudo sobre Courbet, Stevens, Rops chamado “Os pintores da vida” ganhando o prêmio quinquenal de Literatura (Prix quinquennal de littérature pour La Belgique). Ele foi condenado a pagar direito de propriedade por ter um conto sido considerado plágio.
Em 1889 aparecem os contos intitulados Ceux de la glèbe que seguirá uma série de obras de contos e romances como um ensaio sobre seu sogro Meunier (1904), ensaio sobre Alfred Stevens e a escola belga de pintura (1906), L’Hallali, (1907), Édénie (1912) entre outros.
Ele morreu em 13 de Junho de 1913 em Bruxelas.
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