Archive for Outubro, 2010

Histórias das músicas brasileiras

Outubro 31, 2010

NAS ELEIÇÕES

Êi Sertão, sertão das futricas
Sertão dos políticos enganador, ein deputado
A gente chega neles assim nos comícios: Dia 3 todo mundo lá. Todo mundo lá, ninguém sabe em quem votou hihihi. Sabedoria a ler. Não voto neste homem não que ele é rico.
– Vai votar em quem Pedro?
– No coroné.
– E pra deputado?
– No coroné.
– E pra senador?
– No coroné.
– Pra deputado?
– Coroné.
– Pra presidente da república?
– No coroné.

Luiz Gonzaga no show Volta pra curtir

Notas, nabos e votos

Outubro 30, 2010

  • Godard, vamos jantar ? Não posso compactuar com esta gala-homegagem. Não faço consessões.O cineasta francês Jean-Luc Godard decidiu não vai participar do jantar de gala da acadêmia de Hollywood, onde iria receber um Oscar honorário pela conjunto de  sua obra. Godard agradeceu o convite e cumprimentou os outros homenageados. Mesmo assim o prêmio será entregue em seu nome e entregue para ele na Suiça. Godard está mais interessado no Socialisme. Passe a salad, please…

  • “Amai o próximo, mas se fores manter relações sexuais, usai camisinha”. Este lema foi assumido por um grupo de  paróquias católicas da cidade de Lucerna, na Suíça. Esta atitude inteligente leva a discussão que as doenças como o HIV e a gravidez são um problema social e que a igreja deveria trabalhar com o que é real e não se prender a um mundo inexistente do sexo sem riscos. O grupo contrário a política do Vaticano distribuirá aos jovens 3.000 preservativos, pois tem certeza que desta forma estarão realmente se previnindo.Jesus sempre pensou em amar o próximo com respeito e bem-estar. E que outras paróquias pelo mundo sigam esta iniciativa e quebre a irracionalidade da igreja, Amém.

 

  • Quanto vale 5 centavos na Inglaterra ? John Lennon. Agora as novas moedas de 5 centavos da edição especial inglesa vão ter cunhada a face de John, como parte da coleção dos “Grandes Britânicos” John teve 92% da escolha batendo Jane Austin e Walter Raleigh. Porém as moedas não estarão em circulação e vão poder ser compradas em uma empresa inglesa por 45 libras… Imagine… Estes gananciosos inventam cada coisa.

  • Ontem a biblioteca nacional no Rio de Janeiro comemorou 200 anos de existência.Uma das 10 maiores bibliotecas do mundo segundo a Unesco, recebe 7.500 novas obras por mês já tendo mais de 9 milhões de exemplares. O atual presidente, o escritor Muniz Sodré conta que o prédio está lotado. Mas vem criando o gerenciamento do projeto de incentivo a leitura já tendo construido quase 2.000 bibliotecas em 3 anos. Que os anos e seu acervo possa crescer sem comprometer.

 

  • O expressionismo alemão foi um movimento que tomou conta do cinema e criou uma nova estética no início do século. Um destes clássicos alemães, o cinema O Golem , versão de 1920, ganhou uma trilha sonora especial de Francis Black, vocalista da banda Pixies e pode ser assistido pela net.

  • A mostra de cinema de São Paula continua um arraso. Além do cinema e fotografias está trazendo também um ciclo debates na Livraria Cultura. Hoje (30) será a vez do cineasta reacionário Fernando Meirelles, na segunda (1) o exibidor Adhemar de Oliveira, seguido de Heitor Dalia (2) e Carlos Magalhães da Cinemateca (3).

 

  • Está Rolando ainda pela internet um minidocumentário sobre o cartunista Laerte com participação de Angeli, Allan Sieber e André Dahmer e sob direção de André Gajardoni e outra moçada. Assita o vídeo via You Tube.

 

  • Hoje vai rolar as 16 horas no Cinema Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM) um diálogo com o tema “Trajetos Civilizatórios- A cultura e identidade em Movimento”. A entrada será franca e o debate será franco.

 

 

  • Para que este final de semana eleitoral seja um deleite e o eleitor possa retirar deste processo democrático a alegria da inteligência do voto, o pessoal  da Mangueira comandado por Tantinho soltaram a voz e criaram um Partido alto da Bolinha de papel.Os videos podem ser conferidos no you tube (1 e 2) ou pode ser baixado a música diretamente. No elenco Nelson Sargento, Wilson Moreira, Monarco, Cláudio Jorge, Paulão das 7 cordas entre outros.

 

  • No Centro Cultural Dragão do Mar em Fortaleza vai rolar esta quarta-feira uma apresentação do Coral da Universiade do Ceará com entrada a 14 tocos as 20 horas no Teatro Dragão do Mar. No mesmo horário vai rolar o Brasil Instrumental coma Orquestra Armorial do Cariri com o custo de 2 reás… Bolsos e gostos.

 

UM CURSO DESEJANTE PARA VAN GOGH

Outubro 29, 2010

Antuérpia, 26 de novembro de 1885

Paisagem de inverno(1876), MUNTHE

Paisagem de inverno, Antuérpia, Koninklijk Museum Voor Schone Kunsten

Van Gogh escreve à Theo contando sobre as impressões do Museu Moderno e a presença de maravilhosas obras de pintores locais.:

“Vi também o Museu de Pinturas antigas e o museu moderno.(…) Museu Moderno: O grande Mols segue o estilo de Mesdag com traços caracteristicos de Vollon (Vollon o conhecia bem), Braekeleer, não os ruins: um albergue brabantino, curiosamente belo, belas paisagens de C. de Cock , Lamotinière,Coosemans,Asselbergs, Rossels, Baron, Munthe


Ludwig Munthe foi um pintor e paisagista norueguês de influência impressionista que rejeitou as estruturas complicadas e cores brilhantes, utilizando com frequencia tons cinzas. Seus efeitos foram baseados em uma escolha cuidadosa de harmonia de cores e não na escala de sombra e brilho. Além das conhecidas paisagens de inverno, ele retratou as pessoas engajadas em suas tarefas domêsticas durante as estações.

Ludwig Munthe nasceu na em Aaroey in Sogndal na Noruega em 11 de março de 1841 e foi treinado pela visão de Franz Wilhelm Schiertz na cidade de Bergen entre 1859 e 1860. Ele se mudou para Düsseldorf em 1861, onde estudou durante um curto tempo com pintores locais antes de ficar lá permanentemente. Durante sua estadia na cidade alemã ele teve aulas na acadêmia da cidade e depois foi nomeado e reconhecido como professor. Ele também viajou pela Holanda, atraido pela paisagem e impressionado pela arte primitiva daquele país e depois partiu pela França e Itália. Por volta de 1870 ele desenvolveu seu próprio e distinto estilo,uma forma de realismo que ele continuou a usar nos 25 anos que se seguiram. Este estilo se assemelha um pouco com o de Charles-François Daubigny ou dos  hungaros Michael Munkacsy e Laszlo Paal.

Seu trabalho era popular entre os críticos de artes e colecionadores em toda Europa e durante seus últimos anos ele tendeu a repetição. Munthe se especializou em paisagens de outono e inverno e também em praias. Ele preferia pintar paisagens de invernos como esta há tarde ou a noite, fazendo o céu o principal foco de seu palete predominantemente cinza e ocre. Ele morreu em Düsseldorf no dia 30 de Março de 1896. Embora poucas informações existam sobre sua vida amorosa, é conhecido que ele teve um filha filha chamada Morgenstjerne Gal Munthe.

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Às sextas e terças, esta coluna traz obras digitalizadas de outros pintores que influenciaram o pintor monoauricular Van Gogh e obras suas, mas tão somente as que forem citadas nas Cartas a Théo, acompanhadas da data da carta que cita a obra, bem como as citações sobre ela e uma pequena biografia de seu autor. Para outros olhares neste curso, clique aqui.

Maerten de Vos foi um pintor flamenco ativo e mais influente de sua cidade natal nos últimos 25 anos do século XVI, a Antuérpia. Em 1522 ele foi a Itália e estudou em Roma, Florença e em Veneza, onde estudou com Tintoretto. Em 1558 ele voltou a Antuérpia, onde depois da morte de Frans Floris em 1570 ele se tornou o expoente na pintura de estilo italiano em sua cidade. Os altares que são a grande parte de sua produção são tipicamente maneiristas em suas torções, elegancia fina. O pintor teve um atelier largo e bem sucedido. Durante a década de 1550 ele passou a maior parte do tempo viajando pela Itália. Por volta de 1558 ele voltou á Antuérpia, onde ele se tornou um mestre na Associação de São Lucas. Maerten de Vos, que se destinguiu no gênero de retratos, foi também bastante conhecido por pinturas religiosas, e produziu inclusive seis pinturas com episódios da vida de São paulo para a sala de jantar de Gillis Hooftmans. Fundou a fraternidade dos Romanistas da Antuérpia e foi o melhor pupilo e sucessor de Frans Floris. Seus trabalhos são precursores claros do Barroco do século XVII. O trabalho que Van Gogh comenta ‘São Lucas pintando a Virgem Maria’ é uma produção tardia de Vos, que faleceu no ano seguinte. Sua rica e variada gama de cores pode ser atribuida aos 6 anos que ele passou na Itália. Percebe-se que suas pinturas são claras, balanceads e com frequência simétricas em composição, e apesar de sua preferência por espaços rasos, ele teve sycesso na criação de um forte sentido de drama e plasticidade. Por outro lado embora fosse Luterano por um longo tempo, De Vos foi também uma figura da Contra Reforma. A melhor evidência disso é encontrada na escala monumental de seus trabalhos e sua estricta aderênciacom a percepção iconográfica estabelecida do Concílio de Trento.

Dentro e fora

Outubro 28, 2010

Lygia Clark - O dentro e o fora - 1963

Sempre, na tua visão de Natureza
De uma coisa acima de tudo toma nota:
Nada está dentro, nada está fora
O que está no interior está também no exterior;
Portanto sem tardar agarra,
Este sagrado mistério abertamente revelado

Müsset im Naturbetrachten
Immer eins wie alles achten
Nichts ist drinnen, nichts ist draussen;
Denn was innen, das ist aussen.
So ergreifet ohne Säumnis
Heilig öffenlich Geheimnis

Goethe, Epirrhma, 1820

Favelará: Urbaniza-se? Remove-se?

Outubro 27, 2010

São 200, são 300
as favelas cariocas?
O tempo gasto em conta-las
é tempo de outras surgirem.
800 mil favelados
ou já passa de um milhão?
Enquanto se contam, ama-se
em barraco e a céu aberto,
novos seres se encomendam
ou nascem à revelia.
Os que mudam, os que somem,
os que são mortos a tiro
são logo substituidos.
Onde haja terreno vago
onde ainda não se ergueu
um caixotão de cimento
esguio ( mas se vai erguer)
surgem trapos e panelas,
surge fumaça de lenha
em jantar improvisado.

Urbaniza-se? Remove-se?
Extingue-se a pau e fogo?
Que fazer com tanta gente
brotando do chão, formigas
de formigueiro infinito?
Ensinar-lhes paciência,
conformidade, renúncia?
Cadastrá-los e fichá-los
para fins eleitorais?
Prometer-lhes a sonhada,
mirífica, rósea fortuna
distribuição (oh!) de renda?
Deixar tudo como está
para ver como é que fica?
Em seminários, simpósios,
comissões, congressos, cúpulas
de alta prosopopéia
elaborar a perfeita
e divina solucão?

Um som de samba interrompe
tão sérias indagações,
e a cada favela extinta
ou em um bairro transformada,
com direito a pagamento
de COMLURB, ISS, Renda,
outra aparece, larvar,
rastejante, insinuante,
de gente que qual gente: amante,
esperante, lancinante,
O mandamento da vida
explode em riso e ferida.

Carlos Drummond de Andrade “Crônica das Favelas Nacionais”, Jornal do Brasil, 6-10-79

Photo graphein: Kitra Cahana

Outubro 27, 2010

Kinemasófico: Bibi, a bruxinha

Outubro 27, 2010

Nem mesmo a forte chuva que aconteceu na cidade atrapalhou a apresentação do Kinemasófico que com sua alegria trouxe mais um cinema produtor de novas imagens, só que desta vez um cinema cheio de feitiços que trabalha com uma das crenças ancestrais presente em todas culturas da humanidade: as bruxas. Ini mimi kinema sem medo, mostre no blog seu enredo. Prajá…

BIBI, A BRUXINHA

CLIQUE PARA AMPLIAR

Titulo Original: Bibi Blocksberg

Diretor: Hermine Huntgeburth

Atores: Sidonie von Krosigk (Bibi), Katja Riemann (Barbara), Ulrich Noethen( Bernhard)

País: Alemanha

Ano: 2002

Duração :95 minutos

Sinopse (Resumo da História do Filme) : Bibi é de uma família diferente. Sua mãe é uma bruxa e seu pai trabalha em uma empresa. Bibi é uma aprendiz de feiticeira que salvou duas crianças de um incêndio e ficou conhecida no mundo das bruxas. Por isso ela vai se tornar uma bruxa de verdade aos 12 anos, ganhando uma bola de cristal e fazendo com que sua vida mude trazendo responsabilidades e confusões. Este fato causará inveja a bruxa Rabia que quer impedir a qualquer custo Bibi de ser uma boa e sucedida bruxa. Consiguirá Bibi se tornar uma boa bruxa?

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O Kinemasófico é um vetor cinematográfico que a Afin realiza todos os domingos à boca da noite, contando com um curso artístico (teatro, cinema…), sempre com a apresentação ao final da atividade de um cinema. Mais informações, clique aqui.

Music for One Apartment and Six Drumm

UM CURSO DESEJANTE PARA VAN GOGH

Outubro 26, 2010

Antuérpia, 26 de novembro de 1885

A floresta de Fointainebleau, noite de outono(1882), BARON


A floresta de Fointainebleau, noite de outono
, Antuérpia, Koninklijk Museum Voor Schone Kunsten

Van Gogh escreve à Theo contando sobre as impressões do Museu Moderno e a presença de maravilhosas obras de pintores locais.:

“Vi também o Museu de Pinturas antigas e o museu moderno.(…) Museu Moderno: O grande Mols segue o estilo de Mesdag com traços caracteristicos de Vollon (Vollon o conhecia bem), Braekeleer, não os ruins: um albergue brabantino, curiosamente belo, belas paisagens de C. de Cock , Lamotinière,Coosemans,Asselbergs, Rossels, Baron

Théodore Baron foi um pintor de paisagens que trabalhou sob os princípios do Realismo, reduzindo a natureza a sua necessidade intrínsica. Ele estudou na Acadêmia de Bruxelas com de la Charlerie, Louis Dubois e de Van der Hecht. Ele realizou suas paisagens em Ardennes, no mar do Norte, de Meuse et na campina e de telhas bastante realistas. Ligado com o grupo de Tervueren, mas decidiu por engajar em outra escola. Ele foi nomeado reitor da Academia de Namur e foi um dos membros fundadores da’Société libre des Beaux-Arts de Namur’ que buscava a liberdade.

Theodore  foi pupilo de François Joseph Navez na Academia Real de Belas Artes e de Hippolyte de la Charlerie no Atelier Livre Saint-Luc em Bruxxelas. Até 1822 ele morava em um quarteirão artístico em Bruxelas, povoado com artistas como Louis Artan e Louis Dubois que mostrou grande admiração pelo realismo, além de Gustave Courbet. Na primerira metade de 1860, Theodore Baron já estava ativo em vilas próximas como Hoeilaart, Oudergem e Tervuren, pintando paisagens no estilo realista.Entre 1865 e 1868 Théodore Baron trabalhou na vila de Kalmthout próxima da Antuérpia, onde um grupo de pintores realistas como Florent Crabeels, Adrien-Joseph Heymans, Isidore Meyers e Jacques Rosseels eram ativos. Embora eles trabalhassem individualmente seus objetivos comuns eram libertar a paisagem da tradição acadêmica pela estimulação da observação direta.

Ele é um dos pintores principais do movimento realista belga e criou de sua maneira para um típico impressionismo belga. Baron libertou as paisagens da tradições acadêmicas, tendo uma visão clara e um dom didático que faz dele um dos principais pintores de paisagens belgas do sec. XIX. Foi o autor Camille Lemonnier que o fez descobrir o vale do rio Meuse, e com seu estudo e dedicação à região ele é considerado o pintor do Meuse. Durante toda sua vida Baron continuou a voltar a província de Namur a a região de Ardennes.

A forte personalidade artística de Baron e o grande conhecimento técnico mostraram a ele a estrutura com disciplina e insight com princípios sólidos Na primeira metade do século XVIII ele se voltou a outras regiões belgas. Entre 1868  e 1880 ele estava na vila de  Anseremme  one passou o verão na compania dos pricipais escultores pintores, esbocistas e autores como Felicien Rops e Octave Maus. Em 1875 passou um tempo em Fointainebleau e nos anos 1880 trabalhou em Domburg. Antes de 1882 ele também trabalhou e exibiu na Itália, Holanda e alemanha onde trabalhou na Torre Eiffel e nos bancos do rio Moezel.

Em 1882 se tornou professor na Academia de Nanur (onde depois de uma década se tornou diretor) e foi morar na vila de Saint-Servais.

Um pintor austero, produtor de paisagens melancólicas, ramos secos das arvores do outono, rochas escuras e neve, foi um protagonista ardente do modo cinza (mode gris). Seu pupilo Jacques Rousseels. A este grupo (mode gris) pertencem  também Adrien Joseph Heymans que se hospedaram na vila de Braaschaert proximo da Antuérpia, onde uma colônia de artista se uniu por muito tempo.

Sua visão ampla da simples realidade da natureza, o levou para uma preferência pelos locais isolados e uma paleta neutra. Sua obra beira uma quieta atmosfera em sua preferência pelas tonalidades prata e a escolha do sujeito. Sua visão naturalista mostra força e seriedade. A luz sempre forma uma parte integral do tema e nunca envolve o objeto. Suas paisagens são quase monocromáticas em tonalidade com um equilíbrio perfeto entre planos diferentes. Para o artista o tema em si era menos importante do que reprodução da atmosfera.

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Às sextas e terças, esta coluna traz obras digitalizadas de outros pintores que influenciaram o pintor monoauricular Van Gogh e obras suas, mas tão somente as que forem citadas nas Cartas a Théo, acompanhadas da data da carta que cita a obra, bem como as citações sobre ela e uma pequena biografia de seu autor. Para outros olhares neste curso, clique aqui.

Maerten de Vos foi um pintor flamenco ativo e mais influente de sua cidade natal nos últimos 25 anos do século XVI, a Antuérpia. Em 1522 ele foi a Itália e estudou em Roma, Florença e em Veneza, onde estudou com Tintoretto. Em 1558 ele voltou a Antuérpia, onde depois da morte de Frans Floris em 1570 ele se tornou o expoente na pintura de estilo italiano em sua cidade. Os altares que são a grande parte de sua produção são tipicamente maneiristas em suas torções, elegancia fina. O pintor teve um atelier largo e bem sucedido. Durante a década de 1550 ele passou a maior parte do tempo viajando pela Itália. Por volta de 1558 ele voltou á Antuérpia, onde ele se tornou um mestre na Associação de São Lucas. Maerten de Vos, que se destinguiu no gênero de retratos, foi também bastante conhecido por pinturas religiosas, e produziu inclusive seis pinturas com episódios da vida de São paulo para a sala de jantar de Gillis Hooftmans. Fundou a fraternidade dos Romanistas da Antuérpia e foi o melhor pupilo e sucessor de Frans Floris. Seus trabalhos são precursores claros do Barroco do século XVII. O trabalho que Van Gogh comenta ‘São Lucas pintando a Virgem Maria’ é uma produção tardia de Vos, que faleceu no ano seguinte. Sua rica e variada gama de cores pode ser atribuida aos 6 anos que ele passou na Itália. Percebe-se que suas pinturas são claras, balanceads e com frequência simétricas em composição, e apesar de sua preferência por espaços rasos, ele teve sycesso na criação de um forte sentido de drama e plasticidade. Por outro lado embora fosse Luterano por um longo tempo, De Vos foi também uma figura da Contra Reforma. A melhor evidência disso é encontrada na escala monumental de seus trabalhos e sua estricta aderênciacom a percepção iconográfica estabelecida do Concílio de Trento.

Cri-ações: Melvin Edwards

Outubro 25, 2010

Forjo no fogo das artes

a cri-ação de seres moventes

Martelo, bigorna, tenazes,

forja, trefila, alicate,

O som cortante das vidas

que vibram em dissonâncias.


 

A mão dura que martela

faz da leve e violenta arte

um real  que se ren-ova

no olhar de todas partes

para que na imagem compartilhar

faça do novo a usualidade.

Joseph Beuys_”Como Explicar Desenhos a uma Lebre Morta” (1965) – o artista vaga pela galeria com o rosto recoberto de mel e ouro, carregando no colo uma lebre morta com quem ele fala.

Histórias das músicas brasileiras

Outubro 24, 2010

Gonzaguinha é mais do que o filho de Luiz Gonzaga e Odaléia Guedes. Foi mais que um simples cantor romântico. Foi o criador do Movimento Artístico Universitário com Aldir Blanc. Com letras engajadas em um projeto de transformação artístico-social do Brasil teve várias letras censuradas, mas sempre deu um jeito. Era um moleque que com sua alegria, calma e esperança. Gonzaguinha soube amar seu povo e sua terra com um senso político que poucos possuem.

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“E ai, vai o trem
no sobe serra, desce serra nesta terra
Vai carregado de esperança amor,verdades e outros ades
Tantos males pra onde vai?
Quem quer saber

O trem é uma música de 1969, uma música muito difícil, complexa, já ousa alguma coisa… uma ironia que é uma das minhas marcas, uma das minhas maneiras. Eu sou uma pessoa realmente irônica, eu sou um gozador, um grande gozador. E a gente fala nestes ades todos nas felicidades, etc que vão por aí e fala nisso pra quem quer saber disso. Já naquele tempo em 69, um período bastante difícil da nossa vida… 68,69 era bravo e eu venci o festival universitário e ninguém entendia nada. As pessoas queriam uma música popular, que todo mundo entendia. E minha música venceu já eleita pelos compositores e eu fiquei olhando aquele pessoal vaiando. E tinha um cara no meio da platéia que eu nunca vou me esquecer a vida toda, ele no meio da platéia pulava, gritava, ele levantava o braço. Eu fiquei olhando pra ele, me fixei nele no meio daquela vaia e pensava aquele cara tá parecendo um gorila, gente que loucura. A gente vive este tempo assim e ele é o próprio gorila, pulando bestificado, ele está louco. E Luizinho Eça, grande maestro que me ensinou muita coisa, do lado assim: Canta! Canta! e eu falei Luizinho calma estou olhando o cara, você ja viu ele parece um gorila, gente olha só. No meio do festival eu fazendo estas coisas. Eu sempre fui meio assim calmo.

(Comportamento Geral) é a marca daquele LP de 73 ‘Comportamento Geral’, ela começou e acabou, exatamente como no show que eu fiz na Cruzada, la no Rio de Janeiro,  um show que era pra ser da temporada de um mês e acredito que não tenha levado nem 5 dias. O nome do espetáculo era últimos dias e os últimos dias nunca foram tão poucos dias. Eu geralmente ia pra fazer meu espetáculo, encontrava um aviso da censura federal e ia ver o show do Chico Buarque de Hollanda com o MPB-4, eu adorava o Chico Buarque de Hollanda, então aproveitava e ia ver o chico… Aqueles dias eram… acho que a coerência das coisas. A gente acreditava numas coisas que as pessoas não acreditavam evidentemente e a gente batalhava por aquilo que a gente acreditava e lutava por aquilo e evidentemente a gente tinha uma série de problemas. Eles não queriam mas a gente fazia, fazia como faria hoje se preciso fosse meu amor…Com certeza e na verdade eu continuo fazendo por que a gente continua na verdade lutando no dia a dia por uma qualidade melhor de vida, um relacionamento mehor entre as pessoas para acabar com estes desequilíbrios sociais. A gente que uma cultura, ou seja continuamos batalhando por tudo isto, vamos continuar até a hora que nós conseguirmos. Quanto a relação de censura é uma coisa que a gente não vai entender jamais os critérios que passa pela cabeça de uma pessoa que assume esta postura. Eu só lembro coisas engraçadas como ir a censura discutir sobre uma letra e um censor de repente no meio da nossa discussão gritar pro outro: Ei fulano de tal, esta palavra aqui não pode não, né… Eu dizia responde não, não precisa responder.- Mas como não precisa…. Não, não responde não pode deixar que eu mesmo veto. Aí eu peguei o lápis e vetei a letra da música. Deixa que eu me veto, tá tudo tranquilo. Eu na verdade tenho muitos títulos vetados… as maiorias das minhas músicas vetadas foram gravadas por que muleque do morro de São Carlos, a gente consegue o que quer de uma maneira ou de outra com muita calma, com muita paciência.”


Gonzaguinha em uma foto clássica que se tornou capa do LP ao vivo “Cavaleiro Solitário”.


Uma foto com a junto ao pai e as companheiras. Conifira a versão preto e branco também


Luiz Airão junto com MPB=4, Fagner e Gonzaguinha. Foto repleta de talentos

Gonzaguinha com António José

Foto com Clara Nunes e Adoniran Barbosa feita no histórico encontro dos 70 anos do sambista organizado por Fernando Faro com participação de MPB-4, Djavan, Elis Regina e Carlinhos Vergueiros. A idéia era sair um LP, mas sairam registros