Archive for Maio, 2012

Autora alemã lança monografia sobre cineasta Nanni Moretti

Maio 31, 2012
Cineasta, intelectual e ativista italiano Nanni Moretti

Acaba de ser lançada primeiro estudo em idioma alemão sobre o presidente do júri do Festival de Cannes deste ano. Livro de Charlotte Lorber apresenta cineasta italiano Nanni Moretti entre crítica social e poesia.

Nanni Moretti foi o senhor do júri em Cannes, neste maio de 2012. Ele presidiu um seleto grêmio de atores, cineastas e figurinistas, encarregado de decidir em Cannes sobre a Palma de Ouro. O próprio diretor italiano já mereceu a mais importante distinção do mundo do cinema em 2001, por seu filme O quarto do filho.

Antes, em 1994, Moretti já recebera o prêmio de melhor direção do festival francês por Caro diário. A premiação lhe proporcionou o salto decisivo na carreira, pelo menos no tocante à atenção internacional.

Mesmo antes de Cannes, o cineasta já era uma grandeza reconhecida em seu país: Caro diário foi seu sétimo longa-metragem. Moretti estreara em 1976 com Io sono un autarchico (Sou autárquico).

Mais de três décadas de atividade

Hoje, além de ser um dos diretores mais famosos da Itália, ele é considerado uma das cabeças pensantes do cinema nacional e ativista dos direitos civis durante a era Berlusconi. Sua produção mais recente, Habemus Papam, mostra o veterano francês Michel Piccoli como cardeal e papa eleito, em fuga diante da responsabilidade.

Ainda assim, como aponta Charlotte Lorber na introdução de sua monografia, nos países germanófonos “ainda é preciso recorrer a teses de mestrado e doutorado, assim como a ensaios isolados, quando se quer saber mais sobre um dos mais importantes cineastas das últimas três décadas”.

Sua própria publicação Die Filme des Nanni Moretti – Erfahrung und Inszenierung von Räumlichkeit und Zeitlichkeit (Os filmes de Nanni Moretti – Experiência e encenação do senso de espaço e tempo), lançada na Alemanha pela Editora Schüren, originou-se de uma dissertação universitária.

Relações no espaço e tempo

Através de uma “perspectiva interpretativa específica”, a autora pretende haver escapado do “perigo de uma investigação excessivamente especializada, que necessariamente ignora características elementares do cinema de Moretti”. Ainda assim o ensaio em questão permanece um trabalho científico, com todas as vantagens e desvantagens.

 

Cineasta, intelectual e ativista italiano Nanni Moretti
Cineasta, intelectual e ativista italiano Nanni Moretti

A mencionada “perspectiva interpretativa” – baseada nos conceitos “espaço”, “tempo” e “movimento” – é aplicada de forma bastante esquemática aos filmes do diretor. Para tal, Charlotte Lorber se apoia na tese de um teórico italiano de cinema.

“É possível ler a relação entre o sujeito e o mundo a partir do posicionamento das figuras dentro das relações de espaço e tempo cinematograficamente construídas, e portanto pode-se também ler o estado atual de uma sociedade.” Um ponto de vista válido, e que pode ser aplicado com vantagem, ao abordar as obras de Moretti.

Análise detalhada

Contudo, uma abordagem “sensorial-emotiva” também é possível. “Como o espaço-tempo se expressa, em especial, na forma de movimento, o motivo da viagem é de significado essencial para os filmes de Moretti”, prossegue a autora. Em todos os seus filmes, as viagens representam um determinado papel: “mudanças de local, travessia de fronteiras, viagens, no sentido mais amplo, em busca da felicidade, que podem acarretar mudanças mentais e ganho de conhecimentos, mas que também podem ser simplesmente uma fuga da realidade”.

Em quase 400 páginas densamente redigidas, a autora analisa detalhadamente filme após filme, colocando em primeiro plano o significado do espaço e do tempo. Ela descreve a reação da crítica local, apresenta as discussões que os filmes de Moretti desencadearam na Itália.

Aprende-se muito sobre os motivos temáticos, sobre as raízes do diretor dentro da sociedade italiana, sobre leitmotive como este: “No nível temporal, chama em especial a atenção o conflito ‘infantilidade versus maturidade adulta’, no qual estão envolvidos tanto o protagonista quanto a sociedade italiana, como um todo”.

 

Cena de "Caro diário"Cena de “Caro diário”

Ícone cinematográfico contemporâneo

A publicação de Charlotte Lorber preenche, de fato, uma lacuna no panorama editorial alemão. Pela primeira vez é possível estudar no país esse importante cineasta europeu. Porém, antes de tudo, o interessado deveria assistir os seus filmes. Tarefa nada fácil, no tocante à sua obra de juventude, devido à falta de oferta em DVD.

A imagem do diretor e protagonista de Caro diário, balançando-se para lá e para cá sobre sua Vespa, já se consagrou como ícone do moderno cinema de autor europeu. Um pouco mais dessa “magia” teria feito bem ao livro em questão.

Autor: Jochen Kürten / Augusto Valente
Revisão: Carlos Albuquerque

*Deutsche Welle Brasil (31.05.2012)

Devir/dançar

Maio 31, 2012

O Devir/Dançar de hoje mostra um pouco da vida e da obra de uma das mais importantes dançarinas de balé clássico em toda sua história. Hoje é lembrada como uma das mais talentosas e memoráveis bailarinas. Trata-se de Anna Pavlova, uma das pioneiras do ballet russo e talvez a primeira estrela mundial do ballet. Com sua leveza e maestria conquistou platéias e difundiu o balé em seu estágio mais alto até então.

Anna Pavlova ou Pavlowa (Анна Анатольевна Павлова em russo), foi em sua época e é talvez hoje a mais famosa dançarina do mundo. Ela teve uma longa carreira, com turnês mundiais, criando novas platéias para o balé em todos os lugares. Seu talento marcou a história e influênciou Sarah Bernhardt e Isadora Duncan, duas de suas admiradoras.

Anna Pavlova nasceu no dia 31 de janeiro de 1881, em São Petersburgo, Russia, filha de Lyubov Feodorovna, uma lavadeira, e de pai cujo a identidade não é conhecida. Quando Anna era bem pequena sua mãe casou com o soldado de reserva Matvey Pavlov, que morreu logo depois de Anna fazer dois anos. Ela e sua mãe viveram uma vida muito pobre, e passavam os verões na casa da avó. De acordo com Pavlova, ela queria ser dançarina a partir dos oito anos, quando assistiu uma apresentação de  “A bela adormeçida” no Teatro Maryinsky. Dois anos depois ela foi aceita como estudante na Escola Imperial de Balé de São Petesburgo. Esta escola para dançarinos clássicos oferecia a seus estudantes proteção material vitalícia; o czar Alexander III foi o principal apoiador e em retorno a escola exigia completa dedicação física.

Embora a jovem Pavlova era considerada frágil e não exatamente bela, ela era contudo muito flexível (capaz de dobrar e torcer com facilidade e graça). Seus talentos impressionaram o mestre do balé Marius Petipa, que se tornou o professor favorito. Anna também aprendeu com outros famosos professores da Maryinsky e coreografos como Christian Johanssen, Pavel Gerdt, e Enrico Cecchetti, que lhe deram uma base na tradição clássica. Sua estreia na companhia foi em setembro de 1899.A competição com outras dançarinas era intensa, mas Anna Pavlova logo atraiu atenção com a qualidade expressiva e poética de suas atuações. Em 1906 torna-se a primeira bailarina do balé russo.

A primeira de suas muitas viagens (é estimado que ela viajou mais de 400.000 milhas e foi vista por milhões) foi à Moscou, em 1907. No ano seguinte estreou em Paris, no Théâtre du Châtelet, com o Ballets Russes de Serguei Diaghilev. Em Fevereiro de 1910 com o masculo dançarino Mikhail Mordkin fez sua primeira aparição na America, no Metropolitan Opera House. Como a maioria do público nunca tinha visto balé clássico antes, os críticos não sabiam como descrever o que Pavlova fez no palco, e ficaram maravilhados.

Anna Pavlova com Enrico Cecchetti, o famoso criador do método de balé Cecchetti

Embora estas primeiras turnês eram realizadas com o consenso do czar a última viagem da bailarina à Rússia foi no verão de 1914. Ela estava viajando pela Alemanha e indo para Londres, quando a Alemanha declarou guerra a sua pátria em agosto daquele ano, e a proteção de Pavlova e obrigações ao czar e seu Maryinsky Theatre tinham chegado ao fim. Neste ponto e até sua morte, Pavlova continuou a fazer turnês exaustivas, sempre com sua própria companhia cujos membros vieram de diferentes paises e não eram sempre tão talentosos como ela.

Ele retornou para América do Norte várias vezes e foi para América do sul em 1917, visitando Bahia e Salvador em 1919. Uma nova turnê pelos Estados Unidos foi feita em 1921, e posteriormente sua companhia viajou para Japão, china, Índia, Burma, e Egito em 1923. Africa do Sul, Austrália e Nova Zelânde receberam sua visita em 1926 e os anos seguintes foram dedicados a uma turnê européia.

Embora as apresentações de Pavlova mudaram e foram influenciadas pelas culturas extrangeiras e novos métodos de dança, ela permaneceu de certa forma uma bailarina conservadora, apresentando com sua companhia clássicos como Giselle e A bela adormecida. Ela também criou seus próprios espetáculos populares como O Bacanal, um dueto com seu então
amigo-estudante Mikhail Fokine, e seu sinistramente belo O Cisne.

A habilidade de aceitar seu papel como portavoz de sua arte, geralmente com bom humor e sempre com devoção e pose, trouxe vasta audiência para si e eventualmente para o balé. Ela sempre quis apresentar em diferentes lugares, do mais famosos teatros da Europa até salas de concerto de Londres ou até mesmo o gigante hipódromo de Nova York.

Pavlova morou em Ivy House em London, onde tinha uma larga coleção de pássaros e animais, inclusive cisnes de estimação. Seu companheiro, produtor e talvez esposo (Pavlova deu diferentes relatos da exata natureza de suas relações) foi Victor D’andré, um amigo nativo de São Petesburgo.

Pavlova morreu de pneumoniaem Haia, na Holanda em 23 de Janeiro de 1931. Ela dançou constantemente até sua morte; suas últimas palavras foram para pedir que seu traje de Cisne estivesse preparado, e finalmente, “Faça aquele último compasso suavemente”.

Photo graphein: Lester Lee

Maio 31, 2012

Kinemasófico: Loup- uma amizade para sempre

Maio 30, 2012

Neste kinemasófico dominical a festa foi composta no alegre encontro entre as crianças do Novo Aleixo e também com o cinema. Desta vez o encontro trouxe as belas imagens de

LOUP- UMA AMIZADE PARA SEMPRE



Título Original: Loup

Ano: 2009 (Vencedor do Prêmio Terra do Tokyo International Film Festival)

Diretor: Nicolas Vanier

País: França

Duração : 105 minutos

Sinopse (Resumo da História do Filme) : Um povo nômade vive há milênios em uma região bastante fria e deserta das montanhas.  Como tradição sua atividade é a criação das renas, e todos os anos, o escolhido pela aldeia leva as renas às montanhas para elas se alimentarem . Sendo as renas a única sobrevivência para este povo, o jovem escolhido Sergeï tomará todos os cuidados com as renas, principalmente com os lobos que delas se alimentam. Porém ao encontrar uma família de uma loba e vários lobinhos, Sergeï acaba se tornando um amigo dos lobos, e vê eles rapidamente crescer. Como Ele consiguirá ter como amigo os lobos, um grande predador das renas,  ameaçando assim a sobrevivência de seu povo ?

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O Kinemasófico é um vetor cinematográfico que a Afin realiza todos os domingos à boca da noite, contando com um curso artístico (teatro, cinema…), sempre com a apresentação ao final da atividade de um cinema. Mais informações, clique aqui.

Tréplicas, réplicas…

Maio 30, 2012

Réplica: Sob o domínio do Medo (Straw Dogs- Diretor: Sam Peckingpah

Tréplica: Sob o domínio do medo (Straw Dogs- Diretor: Rod Lurie)

UM CURSO DESEJANTE PARA VAN GOGH

Maio 29, 2012
Cuesmes, 24 de setembro de 1880

O Moinho de Montréal  (c. 1865), VIOLLET-LE-DUC


Montréal in Mauléon-Licharre  , Pyrénées-Atlantiques, França


Van Gogh chega na cidade belga de Cuesmes e continua a carta falando das referências:

” É por essa razão que é grande (James Tissot), é imenso, é infinito; r ponha ao lado Viollet-le-duc e verás pedras, enquanto outro, ou seja, Méryon, é Espírito. Méryon teria um tal poder de amar, que agora, como Sydney Cartone de Dickens, ele amaria as próprias pedras de certos lugares.”

Eugene Emmanuel Viollet-Le-Duc foi um arquiteto e escritor sobre arquiologia francês. Seu trabalho foi importantissimo para restaurar com excelência a arquitetura milenar da França, além de construir novos prédios que se tornaram históricos no país. Isto pois tinha um entendimento próprio e criou um Teoria da Restauração, que devia respeitar sempre a forma original e entender o espírito do arquiteto criador.

Nascido em Paris em 21 de Janeiro de 1814,filho de um alto funcionário da Restauração e posteriomente da Monarchie de Juillet. Mesmo sendo autodidata, ele foi pupilo de Achille Leclere, e em 1836-37 passou um ano estudando a arquitetura greco-romana na Itália, nas cidades de Sicília e Roa, e se familiariza com conservação arquitetônica. Seus desenhos e aquarelas medalhas na Exposição Universal em 1834, 1838 e 1855, sendo que a última foi o primeiro lugar.

Seu principal interesse, entretanto, era no período da arte gótica, e como o Sir Gilbert Scott na Inglaterra, ele foi empregado para restaurar algumas das principais construções medievais na França, sendo seus primeiros trabalhos a Abadia de Vezelay, várias igrejas em Poissy, St. Michel em Carcassonne, a Igreja  Semur em Cote-d’or, e várias cidades góticas de Saint-Antonin e Narbonne, todas feitas entre 1840 e 1850. Entre 1845 e 1856 ele se ocupou da restauração da lendária igraja Notre Dame de Paris em conjunção com Lassus, e também da abadia de St.Denis.

Em 1849 ele começou a restauração das fortificações de Carcassone e a Catedral Amiens; e nos anos seguites restaurou a Catedral Laon, o Castelo de Pierrefonds, e muitas outras construções importantes.Em 1863 é se torna membro da Academia Real de Belas Artes da Bélgica e também se torna professor de História da Arte e Estética da Escola de Belas Artes de Vaillant, ficando apenas um ano no cargo. Ele ainda foi nomeado oficial em 1858 e comendador em 1869 da Legião da Honra Francesa.

Ele foi amigo íntimo de Napoleão III e durante o estado de sítio de Paris (1871) deu uma valiosa ajuda como engenheiro para importunar o exército. Ele teve muitos escritórios tanto políticos quanto artísticos, e foi durante quatro anos inspetor geral de construções antigas da França. Seu último trabalho foi o esquema geral 1; além disso ele publicou em 1867-69 um ótimo trabalho mostrano suas decorações coloridas não muito sucedidas aplicadas nas Capelas de Notre Dame para a exibição de prédios de Paris em 1878. Ele morreu no dia 17 de setembro de 1879 em Lausanne.

Como um desenhista Viollet-le-Duc ocupou somente um lugar secundário, mas como escritor de arquitetura medieval e artes relacionadas ele tem o mais alto nível. Seus dois grandes dicionários de arquitetura são trabalhos padrões em sua áres, e são os mais belos ilustrados com desenhos hábeis feitos a mão pelo arquiteto. Viollet-le-Duc foi um homem brilhante das habilidades mais variadas, dotado de um poder de trabalho que raramente é igualado. Ele foi artista, homem da ciência, um erudito arqueólogo e um acadêmico. O mapa no seu “O Massivo de Mont Blanc”, mostrando o contorno da rocha e a geleira do Mont Blanc, é um modelo de tipo, que combina grande beleza artística com a precisão do mais habilidoso engenheiro. Sua decoração forte e poética permitiu a ele reconstruir a vida e construções da idade média da maneira mais vívida possível.

Seus principais trabalhos literários são: Dicionário de arquitetura Francesa do Século XI ao XVI (1868); Dicionário da mobília françesa (1875); A arquitetura militar na Idade Média (1854); Manutenção da arquitetura (1872); Cidades e ruinas americanas (1863); Memória sobre a defesa de Paris (1871); Habitações modernas (1877);História da habitação humana (1875) A Arte russa (1877); entre dezenas de outros.

 

Eugene Emmanuel Viollet-Le-Duc em fotografia de Felix Nadar

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Às sextas e terças, esta coluna traz obras digitalizadas de outros pintores que influenciaram o pintor monoauricular Van Gogh e obras suas, mas tão somente as que forem citadas nas Cartas a Théo, acompanhadas da data da carta que cita a obra, bem como as citações sobre ela e uma pequena biografia de seu autor. Para outros olhares neste curso, clique aqui.

Montréal in Mauléon-Licharre (Pyrénées-Atlantiques, France

O que eu mais desejo

Maio 29, 2012

Mais uma história do aclamado diretor Hirokazu Kore-Eda

Dona Maria do Camboatá…

Maio 28, 2012

 

Chega na venda
E manda botá.

Ôi i oi i
Você tem cachaça aí
Ôi i oi i
Você tem cachaça aí
Ôi i oi i
Você tem mas não qué dá
Ôi i oi i
Ferro grande é o meu facão
Ôi i oi i
Dente de onça é morão

Ôi i oi i
Aranha caranguejeira
Ôi i oi i
É bicho cavalo do cão
Ôi i oi i
Você tem cachaça aí
Ôi i oi i
Você tem mas não qué dá.

 

DONA MARIA DO CAMBOATÁ
Domínio Público

 

Photo graphein: Lewis Hine

Maio 28, 2012

A delicadeza do amor

Maio 27, 2012

Nos cinemas com mamão e açucar.