Archive for Abril, 2015

TERMINA HOJE AS INSCRIÇÕES PARA A EXIBIÇÃO DE CURTAS NO 19° FESTIVAL BRASILEIRO DE CINEMA UNIVERSITÁRIO

Abril 30, 2015

fbcu3O fotograma é o seguinte. Entre os dias 10 e 16 agosto, em Niterói, estará sendo realizado o 19° Festival Brasileiro de Cinema Universitário destinado exclusivamente a exibição de filmes de curta-metragem produzidos por estudantes de universidades brasileiras. É um projeto que concretiza a circulação da obra cinematográfica: produção nas escolas de cine e exibição diante do púbico. Além do publico interessado, as sessões contam com alunos de cinema e professores.

O fotograma de produção do festival se movimenta com essas imagens. O filme a ser exibido tem que conter 30 minutos de duração. O filme deve concorrer a oito categorias: construção narrativa, contribuição artística, contribuição técnica, expressão cultural, expressão poética, pesquisa de linguagem, retrato da realidade nacional e voto do público. Focou?

O fotograma histórico. O festival durante sua adolescência de 19 anos – maioridade -, já exibiu mais 85 mil curtas-metragens e foi revelador de ricos talentos entre eles, Felipe Bragança, roteirista do filme Praia do Futuro, e Laís Bodanzky, diretora do filme psiquicamente-político, Bicho de Sete Cabeças. Laís e filha do revolucionário Jorge Bodanzky, autor do inesquecível Iracema – Uma Transamazônica.  

Fotograma de um dos coordenadores do festival, Guilherme Tristão.

“A curadoria do projeto formada por professores, profissionais da área e estudantes dos períodos finais da faculdade, avalia a qualidade do projeto, a melhor linha poética em cada categoria.

Procuramos expor a qualidade da composição regional. É claro que o eixo Rio-São Paulo é predominante, existe mais material dessa área, mas tentamos garantir que o Brasil todo seja retratado através de filmes de qualidade”, observou Tristão.

Fotograma final. Um roteiro será selecionado para ser filmado como curta-metragem para ser exibido na próxima edição do festival.

ABUJAMRA E SUAS PROVOCAÇÕES

Abril 29, 2015

1cd4581a-5c0d-489a-83eb-f8512738253eAntônio Abujamra é dramaturgo, ator, diretor e apresentador de programa crítico na televisão pública e tem 82 anos. Durante 14 anos, na TV Cultura, vem realizando Provocações. Ontem, dia 28, resolveu realizar mais uma de suas provocações. Dessa vez provocação consigo mesmo.

0Abu, para os íntimos, em sua provocação pessoal encadeou afetos intensos com a família, seus dois filhos e os dois netos fãs particulares, que não gostaram nada da provocação. Não porque a provocação será ritualizada no Teatro Sérgio Cardoso, em São Paulo, mas sim por ser uma provocação que não merece aplausos. Entretanto, merece reconhecimentos dos familiares, amigos e fãs também engajados como é Abu. Na família, o exemplo fica por conta de seu filho músico André Abujamra que também se fez artista provocante.

2w63qiy2e1oan4bw9yqvb1atrO programa Provocações expressa o humor desconstrutor do anódino humor burguês, no momento, claramente expressado pelos coxinhas, a ralé burguesia-ignara, indigente politico. Abu que é um estudioso do método do Teatro Dialético de Brecht, posteriormente tornou-se mestre em usá-lo como forma estética incomodadora. Foi com Brecht que ele experimentou o Teatro Oficina, o Grupo Decisão, o Teatro Livre, entre outras encenações.

abujamraAbu, esse esquizo também não aceita a provocação, visto que, além de nossas referências como personas engajadas, também nos identificamos pelo devir-teatro e, principalmente, o teatro de Brecht o qual fazemos experiências.

Mas tá. Aceitemos a provocação. Recorramos ao filósofo Kant. Se tu escapas da estética do Belo, porém não escapas da estética do Sublime. Essa provocação kantiana tu não esperavas, hein? Quem sabe, talvez até esperasse. Provocador como tu és.

VIVA O VINIL COMPACTO! CARLINHOS BARROSO

Abril 28, 2015

P1010128Estamos em maio de 1984 no Estúdio Transamérica. Carlinhos Barroso vai gravar sua primeira bolacha-crioula. Na verdade uma bolachinha-crioula. Poucas pessoas sabem, envolvidas com a realidade da gravação do Vinil independente, ou melhor, o famoso LP, que alguns músicos também gravaram de forma independente, compactos. Visto não terem grana suficiente para bancar a bolacha-crioula. É o caso do Carlinhos Barroso. 

P1010129Carlinhos Barroso é amazonense, mas no princípio da adolescência, por razões politicas envolvendo seu pai, advogado, que participava em Manaus do governo do PTB, com o golpe ele teve que se deslocar para o Rio de Janeiro com a família. No Rio Carlinhos Barroso passou a estudar engenharia ao mesmo tempo em que se dedicava a música.

P1010131Exatamente 20 anos após o golpe, ele voltou a Manaus para lançar sua bolachinha-crioula e realizar várias apresentações. Mas foi uma apresentação especial que lhe deu um grande toque político. O grupo de políticos envolvidos com as Diretas Já, encontrava-se em Manaus para um comício. E foi nesse comício, que ocorreu na Praça do Congresso, no centro de Manaus, que Carlinhos Barroso cantou para os manifestantes. E com o direito de entregar ao Tancredo Neves um bilhete em que pedia que ele colocasse em pauta uma política para as artes no Brasil. O que na verdade só veio ocorrer nos governos populares de Lula.

P1010133 P1010134Com essa bolachinha-crioula vinilesquizofílicos ficam apresentados dois momentos no contexto da produção musical. Um, a obra musical em si. Dois, a demonstração de que a gravação independente não se resumiu só a nossa querida, maravilhosa, encantadora, alegre e festeira bolacha-crioula. Mas, que ela também teve uma filhinha: a bolachinha crioula.

50 ANOS DA REDE GLOBO: TUDO A VER CONTRA A DEMOCRACIA

Abril 27, 2015

protesto-50-anos-globo-sp-1Conforme ficou combinado ontem, dia 26, parte da sociedade brasileira esclarecida, ocupou as ruas para mostrar que jamais a Rede Globo teve importância para o Brasil. Essa parte esclarecida sabe que o conglomerado Globo sempre foi um elemento teratogênico da comunicação no país com o único objetivo de criar monstros com seus tentáculos disseminados pelo território nacional para aumentar seu fator pecuniário. Para essa parte, a Rede Globo é a cristalização dos sentidos e cognição dos que para ela  oferecem essas faculdades.   

Assim, ontem, dia 26, não sereia possível faltar lembranças dos atos perniciosos que a Rede Globo patrocinou em favor da ditadura civil-militar que submeteu a sociedade brasileira à opressão entre os anos de 1964 e 1985, sua criação com o capital norte-americano, a conspiração contra a eleição de Brizola como governador do Rio de Janeiro, as manipulações de notícias importantes para democracia através de seu desnecessário Jornal Nacional, as trapaças contra Lula frente a Collor, sua grade de programação elaborada com o fito de criar uma consciência pró-cultura norte-americana, as tentativas de golpes contra os governos populares, criado por Lula e agora continuado por Dilma.  

protesto-50-anos-globo-bh-1protesto-50-anos-globo-bh-2protesto-50-anos-globo-bh-3protesto-50-anos-globo-df-1Em São Paulo milhares de pessoas se uniram para mostrar que a moral contra a corrupção pregada pela Rede Globo não passa de simulação para mostrar o que ela não é. Como a simulação e fingir o que não se é, os manifestantes apresentaram faixas e dizeres mostrando o que a Rede Globo: a representação maior da comunicação brasileira corrompida. Uma afirmação real que desfaz o descaramento da Rede Globo que na comemoração de seus 50 anos fantasiou e delirou uma programação totalmente fora da realidade que é a entidade. Não podia ser diferente, a Rede Globo tem que falar bem de si mesma. Ela jamais iria mostrar que conspira contra a democracia desde JK a Dilma. Em seu sintoma paranoide ela é o modelo da democracia.

protesto-50-anos-globo-df-2protesto-50-anos-globo-df-3protesto-50-anos-globo-df-4Com essa demonstração coletiva contra a tirania das comunicações perpetrada pela Rede Globo, o governo federal deve se comprometer com a democratização da comunicação e partir para luta pela regularização da Lei dos Meios. Um fato é real, respaldo da sociedade civil ele tem.

Veja algumas imagens das manifestações contra o delírio-narcísico da Rede Globo.

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GLOBO, 50 ANOS DE ASSALTO ÀS MENTES DOS SUJEITOS-SUJEITADOS COMO CONSPIRAÇÃO CONTRA A DEMOCRACIA

Abril 26, 2015

skid-globoHoje, dia 26, várias manifestações serão realizadas em todo o Brasil como formas de protestos contra a TV Globo, por sua atuação alienadora e desrespeitosa contra os sentidos e os intelectos dos telespectadores. Embora se saiba que os telespectadores que ligam seus aparelhos no sinal da TV Globo fazem porque a escolhem. Por isso, são responsáveis por suas auto-alienações. O controle remoto é seu instrumento de ação televisiva. Não usam porque lhes satisfaz o tele-masoquismo. Logo, estão comemorando, também, os 50 anos de assalto às mentes como conspiração contra a democracia, já que são sujeitos-sujeitados.

Como se entende, facilmente, a grade de programação da emissora da família mais rica do Brasil, é um atentado contra a comunicação como serviço público e disciplina cívica. A TV Globo é eminentemente uma emissora reacionária porta-voz das direitas que trabalha com imagens e textos selecionados para propagar seus interesses e atacar os governos populares como o implantado por Lula e continuado por Dilma. Não é de surpreender ninguém, visto que sua ideologia é a perseguição ferrenha do capital como lucro máximo.

Suas posições em defesa de personagens patéticos como Fernando Henrique, Aécio Cunha, Eduardo Cunha, Geraldo Alckmin, e outros da mesma estirpe que ocupam cargos de direção em outras instituições, é resultado das benesses que recebeu durante os governos de direita. A TV Globo, ou, melhor dizendo, a família Marinho, sempre perseguiu e se abraçou com essa ideologia de mercado que lhe sustenta. Foi assim quando de sua criação, sua defesa da ditadura civil-militar para aumentar seus interesses, foi assim contra Brizola, na campanha em favor de Collor contra Lula, foi assim com José Sarney e Itamar Franco, quando teve aumentado seus lucros, como, também, nos desgovernos de Fernando Henrique. E agora a perseguição paranoica contra os governos populares.

Para você conferir a ganância e a falta de escrúpulo da TV Globo de forma mais detalhada nós lhe apresentamos o documentário de Simon Hartog, com a participação da Televisão Pública, BBC de Londres, de 1993, Muito Além do Cidadão Kane, criado a partir das obras de Romero Machado, A Fundação Roberto Marinho, e Daniel Herz, A História Secreta da Rede Globo.

Veja, ouça, analise e tome sua posição! Se é que ainda não tomou!

REVOLUÇÃO SEXUAL EM CUBA, DOCUMENTÁRIO DO CINEGRAFISTA JOAN ALPERT

Abril 25, 2015

248e3ec7-5989-469e-b4f4-49f3dc7070edEm 47 minutos, o documentário longa-metragem Revolução Sexual em Cuba, do cinegrafista norte-americano Jon Alpert, mostra a luta da comunidade LGBT contra a discriminação, o preconceito e a opressão. A promoção é da competência da programação Cine Direitos Humanos.

O Projeto Cine Direitos Humanos foi iniciado no ano de 2013 e tem como objetivo precípuo exibir produções cujas temáticas mostrem a realidade das minorias, suas formas de enfrentar as adversidades e suas lutas pelos direitos que lhes são negados. Os filmes que são exibidos no projeto são tanto nacionais como estrangeiros. Basta apresentar essa temática. O projeto é uma realização da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania de São Paulo, apoiada pelo Grupo Espaço de Cinema.

O documentário, Revolução Sexual em Cuba, conta com a participação da filha do presidente de Cuba, Raúl Castro, e sobrinha do comandante Fidel Castro, Mariela Castro que é a principal militante da causa LGBT no país.

O documentário, Revolução Sexual em Cuba foi filmado em espanhol com legenda em inglês. Após a exibição haverá um debate sobre o tema e o documentário  com o diretor Jon Alpert, o secretário municipal de Direitos Humanos Eduardo Suplicy e o secretário-adjunto, Rogério Sottili.

 

UM SONHO INTENSO, DOCUMENTÁRIO DE JOSÉ MARIANI SOBRE O DESENVOLVIMENTO SOCIOECONÔMICO DO BRASIL EM 1930

Abril 24, 2015

8fe88ee2-452f-4be9-adb3-e489a80d3341O cinegrafista-documentarista José Mariani, desenvolveu uma técnica dentro da estética cinematografia das mais importantes para que lança na concepção pedagógica do documentário. Ele constituiu o entrelaçamento entre a pesquisa sobre os temas que deseja filmar e a análise dos depoimentos dos personagens apresentadas coesas às imagens de filmes relacionados com esses depoimentos. Assim, ele fez com o seu longa O Longo Amanhecer – Cinebiografia de Celso Furtado.

Agora, com o documentário Um Sonho Intenso, José Mariani deixa deslizar sobre o écran a técnica reveladora. Assim, o publico terá, de forma comercial, a oportunidade de assistir esse seu novo documentário que já fora exibido antes em centros culturais e universidades. O documentário narra o desenvolvimento socioeconômico do Brasil na década de 1930.

Para compor sua obra, José Mariani entrevistou algumas personalidades e autoridades do pensamento econômico do pai como Conceição Tavares, João Manuel Cardoso de Mello, Celso Amorim, Luiz Gonzaga Belluzzo, Lena Lavinas, o historiador José Murilo de Carvalho e os sociólogos Adalberto Cardoso e Francisco de Oliveira. O cinegrafista-documentarista faz a análise de Getúlio Vargas deixando de lado sua personagem de ditador para focar no homem que contribuiu para o desenvolvimento do Brasil.

“Este documentário, de certa forma, é um desdobramento daquele sobre Celso Furtado. Só que desta vez o protagonista é o processo, uma visão de história que inclui a história social, cultural, econômica, uma forma de ver a economia de modo orgânico”, disse José Mariani.

 Veja e ouça o trailer.

VIVA O VINIL! GERALDO FILME

Abril 23, 2015

P1010115Estamos no ano de 1980, no Estúdio Eldorado para confirmar essa relíquia, joia raríssima do cancioneiro brasileiro, bolacha-crioula Geraldo Filme. Podes crer vinilesquizofílico, essa é preciosidade tanto no sentido histórico como no sentido musical. São poucos, como vocês, que podem transar essa pérola-rara que tem valor superior ao rubi.

Quer ter saber sobre Geraldo Filme? Então vamos dá uma chegada em Barra Funda e conversa com Plinio Marcos. Mas, antes do saber Geraldo Filme, vamos ao saber Plínio Marcos. Plínio Marcos é daqueles caras, muito difícil de encontrar em São Paulo de hoje em função de sua autêntica vivência suburbana que lhe servia como estética criadora. É teatrólogo da urbe com suas violências instituídas pelas forças do capitalismo. Artista engajado cujos temas sempre tiveram as cores da sociedade da abundância que marginaliza e pune sadicamente os despossuídos. Escreveu peças que transpirava essa ambiência desigual como o clássico Navalha na Carne, Dois Perdidos Numa Noite Suja, Homens de Papel, Quando as Máquinas Param, Abajur Lilás, etc. Também é articulista, compositor, e jogador de tarô. Algumas dessas peças, como Navalha na Carne, foram transformadas em cinema.P1010117

Foi o grande sintetizado filosófico da condição absurda imposta ao povo em um aforismo cruel.

“Nas quebradas do mundaréu. Lá onde o vento faz a curva, o sol se esconde e chuva encosta o lixo”.

Agora, posto esse saber, vamos acompanhar Plínio Marcos que acompanha Geraldo Filme.

P1010120 P1010122 P1010121 O SAMBISTA GERALDÃO DA BARRA FUNDA

 O POETA DO POVO BRASILEIRO

“Quando o crioulo elegante, que saía com seu violino nos cordões carnavalescos de São Paulo, parou de tocar seu instrumento, Dona A8gusta não teve tempo para curtir sua mágoa. Foi obrigada a enxugar as lágrimas no avental e dar duro na cozinha de uma pensão para não interromper o sonho que lhe embalava a vida: fazer seu garoto: o Geraldinho, um doutor. Mas, na batalha do dia a dia, o filho de Dona Augusta tinha que dar uma mão.

Enquanto não chegava o tempo da faculdade, ele ia entregando as marmitas lá pelos lados da Barra Funda. Era andar pela Praça Marechal, pela Alameda Glete, pelos Campos Elísios, pelo Largo da Banana, com as marmitas, e escutar samba. Samba pesado, batuque vindo dos terreiros do café no interior do estado. E o Geraldinho, que naquele tempo era conhecido pelo apelido de Negrinho das Marmitas, foi ficando ligado no samba.

Lá no Largo da Banana, as corriolas se juntavam para esperar o caminhão para descarregar. Enquanto não vinha o caminhão, jogavam ‘tiririca’. E o Negrinho das Marmitas foi chegando na roda dos bambas. Foi ficando taludo, apanhou, aprendeu a bater. Fez o nome, Geraldão da Barra Funda. Ficou espaçoso. Já ia para o Bexiga nos bailinhos de porão, onde crioulo de mais de metro e setenta tinha que dançar dobrado em cima da dama pra não bater a cabeça nas vigas do teto. Quando o pagode esquentava, a poeira subia e só se sabia que tinha gente lá dentro pelo ronco da cuíca e pelos gemidos do cavaquinho.

E no Bexiga, o Geraldão foi ganhando divisa, direito de dizer seu samba na Rua Direita, no Largo São Bento e na Sé.. Na Praça da Sé, no pé do velho relógio. Ponto de tira teima dos sambistas do passado. Aí, o sonho da faculdade já era. Mas, o Geraldão da Barra Funda, o Geraldo Filme, se fazia um poeta maior, cantor da sua cidade.

Ele, mais do que ninguém foi preservando nos seus sambas a memória desta cidade que crescia e cresce desordenadamente e que vai sendo descaracterizado a todo momento com a justificativa do progresso. Ele, Geraldão, que conhece São Paulo como a palma da sua mão e que ama São Paulo, tem feito o que pode para registrar o espírito da cidade Ele é um cronista da gente e da cidade que ama. Canta nos seus sambas o Largo da Banana, a Sé, o Bexiga. Chora a morte dos bairros e dos bambas como Pato N’Água. Sua obra é muito importante, não só no aspecto do samba puro da apulicéia. A obra de Geraldo Filme é uma referência para todos os que quiserem saber da história da cidade de São Paulo. Como artista popular, o Geraldo da Barra Funda, tem batalhado para abrir espaços para ele e seus companheiros.

Porém (e sempre tem um porém), só agora, já coroa (52 anos), ele, por feliz iniciativa da Eldorado, tem a chance de mostrar um LP todinho seu (e aproveita para meter um de gente que vem chegando agora, Oswaldo Arouche, Walter Pinto). Que Deus nos ajude para que esses sambas lindos cheguem ao nosso povão. Que os disque-jóqueis, sempre tão envolvidos com a música estrangeira, deem passagem para esse sambista maior: Geraldo Filme, o Geraldão da Barra Funda, legítimo poeta do povo brasileiro”

Plínio Marcos

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ARTE DO BRASIL DO SÉCULO 20

Abril 22, 2015

candido_portinariAté o dia 28 de junho o público terá oportunidade de vivenciara no Museu de Arte de São Paulo (Masp), a Exposição Arte do Brasil do Século 20. Todavia, não se trata só de uma exposição. Na verdade, é uma vivência pedagógica que envolve o público como sujeito de reflexão das obras de artes e de suas ambiências. A atmosfera onde elas foram criadas encadeadas nos elementos incorporais e corporais que predominavam na época.

A exposição é a síntese de várias exposições que se mostram no decorrer da apresentação. Por exemplo, a primeira exposição que vai até o dia 6 de junho, exibe obras de artistas brasileiros e estrangeiros até o ano de 1900. Além das obras são também exibidas correspondência, folhetos, calendários e fotografias referentes aos artistas e suas épocas.

anita_malfattiflavio_de_carvalhoAs obras mais antigas da exposição são 5 pinturas do holandês Frans Post que mostram a paisagem natural do Brasil no século XVII. Um tom de seu trabalho era que respondia como forma de documentário da expedição holandesa no país. Depois que ocorreu a experiência da missão francesa, em 1816, e o ensino da arte a pintura das paisagens deixou o cunho documental.

Já a segunda exposição será composta pelas obras dos artistas brasileiros Anita Malfatti, Flávio de Carvalho, Di Cavalcante, Vicente do Rego Monteiro, Cândido Portinari e Lasar Segall. As obras seguem uma ordenação cronológica e os agrupamentos dos artistas. Também se encontram na exposição artistas como Maria Auxiliadora, Hélio Mello, José Antônio da Silva, Rafael Borges de Oliveira e Agostinho Batista de Freitas cujas obras trazem uma crítica às paisagens e às culturas marginalizadas pela burguesia.

MOLEQUE GONZAGUINHA – 70 ANOS

Abril 21, 2015

gonzaguinha“Começaria tudo outra vez se possível fosse, meu amor. A chama no meu peito ainda queima saiba, nada foi…”. Pois é, seu Zé. Há um nome no cancioneiro popular do brasileiro que continuamente lembra rebeldia, coragem e ternura. Juiz Gonzaga do Nascimento Junior! Ou, simplesmente, ! Ou, ainda, Moleque Gonzaguinha, como se referia a uma de suas canções inquietantes.

Gonzaguinha é um artista-compositor-cantor que não se furtou, apesar de todas as ameaças, perseguições e censuras, em viver seu tempo tenebroso e levar seus enunciados poéticos-realistas ao público para concretas reflexões sobre o Brasil obscurecido pelas forças malignas da ditadura. Para tornar real sua arte, não precisou se divorciar da ternura e da alegria de viver. Daí que suas canções tocam outras formas de sensibilidades que escapam da força obstruente dos sentidos e cognição.

Gonzaguinha, sempre tratou o tema da falta de liberdade no Brasil da ditadura de 1964 e 1985, sem jamais ser um artista lamentoso e entediante. Todas suas canções transpiram alegria de viver. Sem falar das canções em que movimento o amor e o respeito pela mulher. Mas uma parcela da inútil e indigente “crítica” musical do sul maravilha o tomava como um artista que só cantava a dor e a revolta. Tinha que ser assim para essa “crítica”. Ela só se envolvia com o rei da depressão, Roberto Carlos. Além de quê, essa “crítica”, em plena a ditadura, iria mostrar um Gonzaguinha real? Lógico que não. Ela jamais iria conclamar, “memória de um tempo em que lutar por seu direito é um defeito que mata. São tantas lutas inglórias…”

Pois então, moçada, hoje, dia 21(lembra daquele cara apelidado de Tiradentes? Pois é, seu Zé!), no Vale do Anhangabaú, a partir das 15 horas, será realizado o show livre Moleque Gonzaguinha – 70 anos. A parada vai ser a seguinte, moçada, vários artistas como Ivan Lins, Elza Soares, Elba Ramalho vão cantar obras do rebelde artista com novos arranjos e versões. Já imaginou, moçada, ouvir Começaria tudo Outra Vez, Eu Apenas Queria Que Você Soubesse, O Que É, O que é?, Comportamento Geral, Palavras, Com as Pernas no Mundo, Grito de Alerta, Sangrando, entre outras implicantes, implicadoras obras?

E mais, moçada, os cantores e cantoras vão ser acompanhadas pela banda as Chicas que é formada pelas talentosas e engajadas musicistas Amora Pêra, filha de Gonzaguinha com Sandra Pêra, Paula Leal e Isadora Medalla. O músico francês Nicolas Krassik fará improvisações de algumas musicas do Moleque Gonzaguinha. E o DJ, Formiga, antes do show vai comandar as picapes. Os filhos do artista Daniel Gonzaga, diretor do show, e Fernanda Gonzaga também se apresentam na festa.

“A ideia é ‘narrar’ a vida de Gonzaguinha com um olhar íntimo e familiar. O alcance de sua poesia e a dureza de seus versos sublinham a regularidade seu trabalho. Refletem, acima de tudo, um momento vivido pelo Brasil, politica e musicalmente. Através de suas canções passadas, podemos, claramente, identificar o que o Gonzaguinha de 70 anos estaria produzindo: música de qualidade destinada a tocar e modificar a vida da gente” afirmou Daniel Gonzaga.

No dia 22 de setembro, Gonzaguinha fará 70 anos. Serão 70 anos que enunciarão uma existência ontologicamente comprometida. Subiu literalmente no palanque da vida brasileira. Colocou sua existência envolvida pela redemocratização do país. A democracia que hoje o Brasil vive, tem sua intransigente participação. Essa mesma democracia que as direitas nazifascistas aliadas a partidos reacionários como PSDB, PPS, DEM, SOLIDARIEDADE, PSB, etc, querem destruir para beneficiar o capital estrangeiro que conspirou contra o povo brasileiro para que fosse implantada a ditadura civil-militar que tomou conta do país.

Pois é, seu Zé! Hoje é dia de Gonzaguinha! Quer dizer: para quem pode ir! Se você um dos pode e gosta, vá!