A filósofa Simone de Beauvoir embora tenha sido o amor necessário de Jean Paul Sartre, segundo afirmação dele, não ficou presa a sua sombra já que o baixinho conseguiu ser o maior filósofo do século XX com influentes enunciados no pensamento atual.
Simone de Beauvoir é conhecida pela maioria das pessoas ligadas a filosofia ou não, por sua obra o Segundo Sexo editado em dois volumes que trata da condição biológica da mulher e de da condição ontológica. A mulher como um ser histórico.
Entretanto, além de escrever outras obras de valor literário inconteste como Os Mandarins, Todos Os Homens São Mortais, Quando o Espiritual Domina, A Convidada, Diário de Uma Moça Bem Comportada, entre artigos, roteiros, críticas teatrais, obras bibliográficas sobre suas atuações junto a Sartre, como A Força das Coisas, ela foi verdadeiramente uma mulher radicalmente engajada. Radical no sentido de ser a raiz, como diz Marx.
Foi a mais coerente e atuante militante do feminismo. Enquanto estava junto com Sartre viajando pelo mundo em contato com lideranças políticas, como ocorreu em Cuba, no pós-revolução, com Fidel Castro e Che, ela defendia a importância mulher para as transformações sociais. Não se nasce mulher, se faz mulher. Mulher e homem é uma questão cultural e como a cultura é patriarcal a mulher é oprimida. E muita delas conformadas e dependentes como as mulheres burguesas, pensou Simone.
Simone de Beauvoir que nasceu em 1908, três anos depois de Sartre, e se compôs substância caosmótica em 1986, teve parte de seus percursos documentados por Dominique Gros no ano de 2008, na obra cinematográfica, Simone de Beauvoir – Uma Mulher Atual.
Nesses tempos em que as mulheres se encontram em movimentação intensiva para produzir seus direitos, apesar dos misóginos, nada como assistir esse documentário da única filósofa verdadeiramente singular em relação ao movimento feminista. Existiram e existem outras mulheres, mas, dada a realidade histórica em que viveu, Simone Beauvoir toma essa condição. Embora a história seja um devir e cada ser atue nesse devir histórico.