Archive for Novembro, 2013

MOSTRA DE CINEMA E DIREITOS HUMANOS COMEÇA EM MANAUS TRAZENDO O CINEMA PARA QUEM NÃO O TEM DIREITO

Novembro 30, 2013

IMG_5180A Mostra de Cinema e Direitos Humanos na América do Sul chega em sua 8a edição como referência no debate dos direitos humanos através das imagens em movimento. Neste ano com o projeto “Inventar com diferença” a mostra chega a 600 pontos fora das grandes capitais sendo exibida até o dia 20 de dezembro em cineclubes, associação comunitárias, pontos de culturas etc.

Desta forma a cada ano que passa a Mostra traz novas imagens humanitárias produzidas por realizadores engajados no fim da exploração e qualquer forma de dominação de seres humanos.

Neste ano a Mostra trouxe produções de diversos países sulamericanos além de uma mostra indígena e uma homenagem ao documentarista Vladimir Carvalho que tem produções ímpares como O país de São Saruê, Barra 68 ou Conterrâneos Velhos de Guerra.

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Em Manaus, onde tirando o kinemasófico afinado não existe uma programação cinematográfica que chegue aos bairros e as pessoas relegadas pelo governo, a Mostra de Cinema e Direitos Humanos é o único espaço institucional para brotar a inteligência. Tudo sem o falso glamour da projeção de filme e festiva de filmes para uma classe mediana ignara feitos em Manaus pelas secretarias.

Desta forma em Manaus sempre a programação programada nunca adentra os bairros, ficando segregada em grande maioria a parte central da cidade. Mesmo a Mostra ocorrendo no centro da cidade, há a possibilidade como falamos da sociedade civil ampliar esta limitação geopolítica imposta sempre pelos secretários e governantes.

IMG_5167Da mesma forma que ocorreu no ano passado, estudantes de uma escola na proximidades foram “liberados” para assistir a mostra. Embora a presença de todos seja muito importante, há de se convir que eles são utilizados pela secretaria como forma de mostrar que em Manaus “tem jovens interessados”.

Porém ao contrário de cidades como Belém, São Luiz, Aracaju, Cuiabá, Rio de Janeiro etc, não existe um interesse das secretarias de cultura/educação em que os estudantes possam ir ao menos uma vez por mês (sem nenhum custo) a qualquer atividade cultural.

Desta forma os jovens, crianças e adultos em Manaus são distanciados da arte, que grande parte das vezes não chega aos bairros. Bom seria que os jovens tivessem acesso constantemente a estas experiências.

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Nesta última quinta (28) a abertura do evento contou com a projeção do tocante curta “A onda traz, o vento leva” de Gabriel Mascaro e da animação “História de Amor e Fúria” de Luiz Bolognesi.

A organização da mostra deste ano ficou por conta da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH) e da Universidade Federal Fluminense (UFF). Esteve presente na ocasião a representante da SDH, Ana Lúcia que conversou com nosso bloguinho sobre esta nova edição da Mostra e a importância dos cinemas trazidos.

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Nesta 8a mostra como nas 7 anteriores, há uma compreensão holística dos Direitos humanos. Sabemos que sempre vai ter um pouco mais de uma temática direcionada em determinada mostra, como neste ano na mostra indígena, mas não há um direcionamento. Temos também bons produtos com todas temáticas, o que contribui com a seleção independente. A 8a Mostra estárá em 26 capitais, no Distrito Federal e em centenas de outros espaços fora dos grandes centros, podendo uma cidade estar com mais do que três lugares de exibição. Isto é uma construção que só é possível quando a gente percebe que o Brasil não é só das instituições governamentais, mas que a gente precisa buscar parceira com a sociedade organizada, com quem pensa a cultura e tem interesse em trabalhar o humano de forma de ampliar o conhecimento, de sinergia, de aumentar a capacidade de entender o outro humano.

Os cinemas da Mostra criam a possibilidade de propiciar outros debates como de inclusão, de integração, de valorização das pessoas, da ética, da diversidade, da compreensão, da tolerância. Levam a refletir de forma integrada em que some, que seja uma sinergia das mais diversas variantes que se tem da cultura e também por que o Brasil é esta diversidade. Não podemos permitir um Brasil raivoso, sectário, de discriminação, conservador. Até por que o Brasil é um pais para todos, onde as pessoas se respeitem, se amem sem ódio e é o que temos tentado construir.”

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Ana Lúcia ainda destacou a importância da mostra deste ano contar com um novo parceiro, a UFF, e da preocupação da secretaria e do governo federal com a educação como uma forma geral de ampliar o desenvolvimento social.

A mostra conta hoje como parceira a Universidade Federal Fluminense, que tem também um departamento de produção cultural inegável, mas continua havendo o apoio do Ministério da Cultura. Pelo que temos percebido esta nova parceria será exitosa.

A Secretaria de Direitos Humanos tem feito o exercício ou condução da política de direitos humanos pela ministra Maria do Rosário, que é professora, que foi sindicalista do sindicato dos Educadores do Rio Grande do Sul, vereadora, deputada estadual, deputada federal. A atuação dela foi sempre relacionada a educação e a gente sabe que não há outro caminho no Brasil que não seja o de incentivar de forma mais ampla a educação. Não é simplesmente dar instrução, mas a educação como sendo a base que pode de fato gerar diferença e confirmar a liderança do Brasil. Por isto o presidente Lula apostou em carreira da docência superior, concurso público, em ampliar as universidades,as escolas técnicas, profissionalizantes e expandir em toda territorialidade do Brasil.”

Em Manaus a Mostra continua hoje e na próxima semana de quinta à sábado no Teatro da Instalação no Centro da Cidade. No próximo ano esperamos auxiliar nesta ampliação humana e cultural que o Cinema e Direitos Humanos propicia a todos.

Cooperifa-SP Lança Campanha Natal com Livros

Novembro 28, 2013

CONVOCAÇÃO GERAL A TODOS OS EDUCADORES DA REGIÃO! 

Venham ajudar a distribuir. Tragam seus alunos. É nós por nós…

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Helber Ladislau lança livro na Cooperifa

Novembro 28, 2013

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Ontem (27) o poiético Helber Ladislao lançou seu primeiro livro na Cooperifa. Abaixo deixamos o prefácio escrito pelo também poiético e considerado de todas quebradas do Brasil, Sérgio Vaz.

PREFÁCIO, por Poeta Sérgio Vaz

Helber não é um poeta, ele é a poesia. Esses poemas que estão aqui impressos já estavam impressos em nossos ouvidos, em nossas almas, desde quando ele começou a cravar sua poesia em nossos ouvidos.

“Estamos em pleno mar…” é isso que a gente sente quando lê os seus escritos, que estamos em plenos mar navegando e não fugindo das Galés.

Quando li ou ouvi “Antônio” pela primeira vez era como se eu também tivesse saído do trampo também e quando “Antônio” toma o tiro” sangrei também. A Poesia do Helber é física também, impossível ler sem se machucar, sem sorrir junto, sem se emocionar.

Quando escreve:

“Quero ver negros quilombolas
junto com tribos indígenas,
quero um pajé presidente,
sem coronéis em Brasília…”

Ele não está brincando, não está sendo poeta, está sendo ele mesmo. Esse “sujeito negro” guerreiro de poesia em punho que Castro Alves ficaria contente em conhecê-lo. Ironicamente falando, ninguém conduziu o poema “Navio negreiro” tão bem quanto ele.

Falando em navios, ninguém singra como ele em nossos corações.

Abrir esse livro é como içar velas num mar revolto de palavras” hoje voa sem destino aprendeu a bater asas” assim como a poesia deve ser, sem ilhas, sem náufragos, livre como pássaros.

Como um Anjo negro.

Feira do Livro de Brasília deve receber 10 mil visitantes por dia

Novembro 28, 2013

da Agência Brasil

Brasília – “Leitura ferve a alma, queima a ignorância”, é o que diz a poesia Cordel do Livro e da Leitura, de Gustavo Dourado, um dos expositores da 31ª Feira do Livro de Brasília. A partir deste final de semana até o dia 1º de dezembro, 62 expositores e mais de 40 autores estarão a disposição do público em estrutura montada ao lado da Biblioteca Nacional de Brasília, no centro da cidade, que recebeu o nome Cidade da Leitura.  Para esta edição são esperadas 10 mil pessoas por dia. Além de lançamentos e palestras estão previstos saraus, teatros e contações de história. Todas as atividades são gratuitas e a programação pode ser conferida no site da feira.

A edição deste ano trata-se de uma retomada, pois a última edição ocorreu em 2011. Em 2012, a feira deu espaço para a 1ª Bienal do Livro. Em 2013, a feira recebe mais aportes do governo do Distrito Federal (GDF) e tem o projeto revisto. Ao todo, segundo a organização, serão R$ 1,6 milhão, sendo R$ 1,4 milhão do GDF e os demais R$ 200 mil da Câmara do Livro. A maior parte dos recursos será voltado para a visita e aquisição de livros por escolas públicas do DF (R$ 900 mil).

O tema deste ano é Leitura, um Direito Fundamental e o foco é nos autores e artistas do DF. Dourado é um deles e participa desde a primeira edição da feira. Ele é professor, escritor e poeta, além de presidente da Academia Taguatinguense de Letras, reconhecida este ano como patrimônio cultural, material e imaterial do DF. “O retorno [da feira] traz também um novo movimento de escritores”, diz. “Em tempos de valorização da literatura internacional, somos a resistência da cultura brasileira e da literatura infantojuvenil”.

Também parte da Academia Taguatinguense de Letras, o jornalista e escritor Heron Luiz dos Santos vê a feira como uma oportunidade de divulgar o trabalho e fazer contatos. Ele é autor de dois livros: Pássaro Ferido – Contos e Poesias e Mário Eugênio – O Gogó das Sete, cujo relançamento ocorre na feira. A leitura o acompanha desde os 9 anos, com Monteiro Lobato. Os autores que o influenciaram “são tantos que seria injusto nomeá-los”. Ele conta que foi na academia que ganhou projeção com a escrita e que deve à feira grandes amizades na literatura.

No domingo (24), mesmo com a tarde chuvosa, as peças de teatro e as contações de história estavam com as cadeiras todas ocupadas. Os stands também contavam com adultos, jovens e crianças em busca de livros. Edenice José dos Santos escolheu o que vai levar: Cinquenta Tons de Cinza, da escritora britânica E.L. James. Ela é tia avó de Thallyta, de 9 anos e Rayssa, de 15. Tahllyta não lembra do último livro que leu, mas garantiu que sairá da feira com algo para ler nas férias. Já Rayssa tem que ser afastada da literatura para se concentrar nos estudos. “Se deixar, ela fica lendo e não estuda”, diz Edenice. Nas férias, Rayssa tira o atraso e lê, em um mês, seis ou sete livros.

À noite, a atração será a palestra do médico Alexandre Feldman, autor do livro Enxaqueca, Só Tem Quem Quer, com mais de 20 mil cópias vendidas. No livro, ele ensina o que deve ser feito para controlar as crises e não se tornar refém de medicamentos. As principais orientações envolvem mudanças na alimentação e no sono. O autor também vai dar dicas de como escrever um livro médico. Ele adianta que o principal segredo é não guardar informações do leitor. “Muitos autores do campo médico ficam com medo de ensinar tudo e perder os pacientes. Esse medo prejudica a qualidade da obra”, diz.

Também entre as atrações da feira está o Espaço do Autor, onde tanto autores convidados quanto outros escritores podem apresentar as próprias obras. “Temos algumas atrações marcadas, mas uma grade com muitas janelas, para que os autores participem”, diz o coordenador da Cidade da Leitura, Thelmo Ribeiro, da Câmara do Livro.

Recine 2013 começa hoje e mostra o Rio nas telas do cinema

Novembro 27, 2013

da Agência Brasil

Rio de Janeiro – O primeiro registro cinematográfico de que se tem notícia no Brasil teve a paisagem carioca como cenário. Foram imagens da Baía de Guanabara, captadas em 19 de junho de 1898 pelo italiano Afonso Segreto, um dos precursores do cinema no Brasil, juntamente com seu irmão Paschoal, responsável pela abertura da primeira sala de exibição do país. Desde então, a cidade do Rio de Janeiro, em suas mais diversas facetas, tem estado presente em obras do cinema brasileiro e internacional dos mais diversos gêneros.

Um resumo desta marcante presença poderá ser visto de hoje (25) até a próxima sexta-feira (29) na 12ª edição do Festival Internacional de Cinema de Arquivo (Recine 2013), evento feito anualmente pelo Arquivo Nacional e pela produtora Rio de Cinema, com o patrocínio do Ministério da Cultura e dos Correios. Na própria sede do arquivo e na Cinemateca do Museu de Arte Moderna (MAM) serão exibidos nestes cinco dias, com entrada franca, mais de 70 filmes e promovidos debates e oficinas, sempre tendo como foco a importância da Cidade Maravilhosa no cinema.

“O momento de grande transformação urbana que a cidade vive hoje teve influência na nossa escolha do Rio como tema do festival”, diz Mauro Domingues, curador do 12º Recine. “Mas não foi apenas isto. O Rio de Janeiro é sem dúvida a mais cinematográfica das cidades brasileiras e só por este fato merecia a homenagem”.

Em suas 11 edições anteriores, o Recine já teve como tema as presenças no cinema da televisão (2005), do rádio (2009), da música brasileira (2010) e da Itália (2011). No ano passado, o evento elegeu como temática a comédia, o mais popular dos gêneros do cinema.

A principal atração da noite de abertura, às 19h desta segunda-feira, é o filme Rio de Memórias, documentário feito em 1987 por José Inácio Parente. “O filme conta a evolução da fotografia no Brasil tendo o Rio como cenário e já recebeu mais de 200 prêmios”, diz Domingues. “Ao longo da história, os fotógrafos documentaram os costumes, os tipos humanos e as várias fases da arquitetura da cidade”.

Outra atração da sessão de abertura é um filme doméstico de dez minutos de duração. Produzido em 1931 por um cinegrafista amador e doado anos mais tarde à TV Brasil, o filme apresenta aspectos do Méier, tradicional bairro da zona norte carioca. “O nosso objetivo foi o de abranger o cenário mais amplo do Rio e o cinema caseiro não poderia ficar de fora”, explicou Domingues.

Ao longo da programação, o público poderá conferir imagens raras como as que mostram a então capital federal nos anos 1940, no documentário Cidade do Rio de Janeiro (1949), de Humberto Mauro; uma breve história de um gênero musical carioca em Maxixe, a Dança Perdida (1979), de Alex Viany, e a trajetória do arquiteto e urbanista Afonso Eduardo Reidy, em Reidy, a Construção da Utopia (2009),  de Ana Maria Magalhães.

Outros destaques são os resgates de Copacabana Mon Amour (1970), filme de Rogério Sganzerla, representante da fase tropicalista e que será exibido em versão restaurada; de Ladrões de Cinema (1977), de Fernando Coni Campos, e  de Ganga Bruta (1933), de Humberto Mauro. Este último, considerado um marco do cinema brasileiro, será exibido em sessão especial na quinta-feira (28), às 20h, na Cinemateca do MAM, com homenagem especial ao trabalho de restauração do acervo da Cinédia, grande produtora de filmes dos anos 1930 e 1940.

Haverá também uma homenagem especial ao ator e diretor Hugo Carvana, com a exibição de dois de seus filmes: Vai Trabalhar, Vagabundo (1973) e o recente Casa da Mãe Joana 2 (2013).

Importantes filmes do cinema internacional que tiveram o Rio de Janeiro como cenário também estão na programação. Entre eles, Interlúdio (1946), de Alfred Hitchcock; Orfeu Negro (1959), de Marcel Camus, e O Homem do Rio (1964), de Philippe de Broca.

Na sessão de encerramento, às 20h de sexta-feira (29), será exibido, em pré-estreia, o documentário A Arte do Renascimento: uma Cinebiografia de Silvio Tendler, de Noilton Nunes. Atualmente se recuperando de uma grave doença que o deixou tetraplégico, Tendler é um dos mais importantes documentaristas brasileiros. “É o que mais utilizou em seus filmes material de arquivo”, diz o curador Mauro Domingues, que também coordena o setor de processamento e preservação do acervo do Arquivo Nacional.

A programação completa do festival pode ser consultada no site www.recine.com.br . O Arquivo Nacional fica na Praça da República, 173, no Centro do Rio e a Cinemateca do MAM no Parque do Flamengo.

DEVIR-CRIANÇA DA CONSCIÊNCIA NEGRA

Novembro 26, 2013

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Em seu processual de produção coletiva de enunciados agenciadores de novas formas sentir, ver, ouvir e pensar a Associação Filosofia Itinerante (Afin) tem se movimentado em encadeamentos heterogênicos de conteúdos e expressões que pretendem uma nova forma de existir. Uma produção de novos saberes e novos dizeres. Sendo assim, a Afin – que se encontra em contínuo movimento produtivo com dizeres e saberes de múltiplos territórios -, aproveitou a sua sessão dominical de cinema para criança – que já se encontra em seu quinto ano, Kinemasófico, no Bairro Novo Aleixo, Zona Leste – o território mais pobre e abandonado pelos governos -, apara realização do Devir-Criança Consciência Negra.

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Durante a noite de domingo, dia 24, as crianças foram, como sempre, as produtoras da festa. Foram exibidos alguns curtas com o tema negritude, o ser ontológico do negro, que permeou as comemorações da Consciência Negra durante a semana que passou. Embora seja um tema contínuo para novas formas de existir. As crianças no fim de cada exibição comentavam o conteúdo e manifestavam suas ideias. Depois das exibições dos curtas, as crianças passaram a usar recursos artísticos pessoais para expressarem suas relações com o tema, como a capoeira, a música, a poesia, a dança, as brincadeiras coletivas mostrando a subjugação dos negros pela força imperiosa dos brancos. Como foi a teatralização da fuga de alguns negros de uma fazenda. Nessa teatralização serviu de música incidental o trecho musical “Trabalha, trabalha negro. Trabalha, trabalha negro. O negro está cansado de tanto trabalhar…”

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O que chamou muito a atenção foi o depoimento de crianças que afirmaram sofrer discriminação cotidianamente. Essas crianças afirmaram que são discriminadas nas ruas onde moram, na escola, e nos locais onde têm que ir algumas vezes, como nos comércios. Explicado para elas que a discriminação racial é crime, e que uma pessoa discriminada pode processar o discriminador, a criança Kailane, disse que ela ia processar todo dia muitas pessoas. Elas ficaram também contentes em saber que existe um ministério de Política para Igualdade Racial, criada no governo Lula. Foi fácil para elas entenderem a importância desse ministério, porque elas fazem parte do programa de transferência de renda o Bolsa Família. Compreendendo o objetivo do Bolsa Família, como política que visa diminuir a desigualdade social, o ministério de Política para Igualdade Racial, também tem esse objetivo. Elas apresentaram um saber por similitude.  

Durante as brincadeiras elas foram homenageadas com troféu Valeu, Zumbi!, criado por elas mesmas sob a coordenação do afinado filósofo, artista plástico e escritor, Marcos Nei. No fim, antes do fim, como manda a verdade biológica, elas encararam o mata-broca africano da cocada, passando pelo aluá, o vatapá, entre outras iguarias da culinária negra.

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Foi uma festa na potência libertária de Zumbi, Ganga Zumba e outros. Uma festa tão profundamente negra que no meio das comemorações, baixou a comunidade negritude em forma celestial: faltou energia elétrica e a noite se mostrou em sua negritude total. Depois de dessa revelação-negra-natural, a energia se fez presente. Logicamente mais energizada. 

Valeu, Zumbi!

Photo graphein: Stanko Abadžic

Novembro 25, 2013

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Os segredos naturas na potênciamúsica de Dércio Marques

Novembro 24, 2013

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Kinemasófico: 7 curtas

Novembro 23, 2013

Na festa dominical do Kinemasófico as crianças afinadas produziram mais um encontro kinemasófico onde além de todas as brincadeiras, sorteios, houveram 7 curtas que geraram muita alegria, começando com

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PÕRANDAALUNE


Põrandaalune (Mati Kütt, 1997)

Titulo Original: Põrandaalune

Ano: 1997 (Prêmios noLeipzig DOK Festival e Ottawa International Animation Festival )

Diretor: Mati Kütt

País: Estonia
Duração :11 minutos

Sinopse (Resumo da História do Filme) : Uma bailarina dança em diversos espaços e pontos de vistas presentes na realidade.

DESTINO


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Titulo Original: Destiny

Ano: 2012

Diretor: Fabien Weibel

Personagens: relógios, pessoa.

País: França

Duração : 05 minutos

Sinopse (Resumo da História do Filme) : Um rapaz acorda a cada dia tentando mudar a forma como o tempo ocorreu no dia anterior. Conseguirá ele alterar o destino?

CAMINHO FEITO

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Titulo Original: Chemin Faisant

Ano: 2012 (Melhor Curta Festival de Locarno e concorrente em Annecy)

Diretor: Georges Schwizgebel

Personagens: Formas, cores, pessoas

País: Suiça
Duração :8 minutos

Sinopse (Resumo da História do Filme) : A natureza e o homem se entremeiam em diversas formas de produção.

O MUNDO DE FANTÁSTICO MORALES


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Título Original: The Fantastic World of Fantástico Morales

Ano: 2010

Diretor: Jossie Malis

Personagens: Psycolor, homens

País: Estados Unidos
Duração : 02 minutos

Sinopse (Resumo da História do Filme) : Fantastico Morales embarca em uma viagem metafisica e surreal.

MERGULHE E DANCE


Título Original: Dive and dance

Ano: 2010

Diretor: Raphael Tillie

Personagens: Avião e Piloto

País: França

Duração : 1 minutos

Sinopse (Resumo da História do Filme) : Um avião e seu piloto dançam no ar em um mergulho alucinante.

LE GRAND SOMMEILle grand sommeil


Título Original: Le grand Sommeil

Ano: 2010

Diretor: Stéphane Aubier

Personagens: Cowboy, cavalo, indio, carteiro

País: França

Duração : 05 minutos

Sinopse (Resumo da História do Filme) : Uma turma composta por um Cowboy, cavalo, indio se metem em diversas confusões ao serem levados por um grande sono.

NA ZUBOK

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Título Original:  Multipotam-3 Na zubok

Ano: 2006

Diretor: Artem Lukichev

Personagens: Bichos e mundo estranhos mas cotidianos

País: Russia

Duração : 03 minutos

Sinopse (Resumo da História do Filme) : Somos levados a perceber que aqueles bichos mais estranhos são mais comuns e presentes do que imaginamos.

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O Kinemasófico é um vetor cinematográfico que a Afin realiza para crianças e jovens todos os domingos à boca da noite, contando com um curso artístico (teatro, cinema…), sempre com a apresentação ao final da atividade de um cinema. Mais informações, clique aqui.

A AFIN COM SEU “PROGRAMA BRECHT EDUCADOR”, EM SUA PRODUÇÃO DE DESEJOS AFETIVOS E COGNITIVOS, ESTEVE NO IFAM COM SEU TEATRO MAQUÍNICO COM A PEÇA A EXCEÇÃO E A REGRA DE BRECHT

Novembro 21, 2013

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A Associação Filosofia Itinerante (Afin) vem produzindo já há alguns meses passados nas escolas, centros comunitários, igrejas, universidades e outros palcos inquietos de Manaus – a triste não-cidade -, o seu Programa Brecht Educador. O programa, em seu movimento deviriano, tenta criar junto com os participantes uma cartografia de desejos que possa auxiliar na descodificação da semiótica dominante que oprime o desejo como potência criadora para que a alegria de agir se torne o princípio humano de comunalidade.

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O Programa Brecht Educador, tem como partículas impulsionadoras as peças de teatro, os poemas, os artigos e a músicas do teatrólogo, poeta, músico, articulistas, ativista Bertolt Brecht. Sua práxis junto ao público é manifestada em entrelaçamentos de saberes e dizeres já constituídos pelo sistema dominante posto sob a crítica dos enunciados brechtianos. Por exemplo, o poema Soube Que Vocês Nada Querem Aprender. O poema é desdobrado e revela os vários agenciamentos de dominação em que o público – principalmente estudantil e operário – encontra os signos codificadores da dominação e a imobilidade dos sujeitos-sujeitados.

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Como potência de ‘deseducação’, os signos brechetianos aparecem como crítica à prática alienada na escola e na sociedade interpretada por seus agentes como diretores, pedagogos, professores que preocupados apenas com seus salários – o que é necessário, nisso eles tem razão – se afastam do entendimento de que uma aula é um ato político, como dizem os filósofos Deleuze e Guattari. E que o amparo dessa alienação fortalece a violência de ser a escola e seus corpos hierarquizados, um marcador de poder. Aí, a importância do Programa Brecht Educador que auxiliado, em parte, pelos dizeres das teorias e práticas dos filósofos da Escola de Frankfurt, como Marcuse, Adorno, Habermas, Horkheimer, revela a força dominante do currículo oculto praticado nas escolas passivas. O programa trata também da força imperiosa das chamadas teletecnologias que dominam vários territórios onde se imobilizam muitos educandos. Mostra como os sentidos e a cognição desses sujeitos-sujeitados, são violentados com a impossibilidade da experiência direta sobre a objetividade. Surgindo em seu lugar uma subjetividade fragmentada, sempre em estado de desaparecimento, onde o virtual-teletecnológico surge como real. A virtualidade fantasmagórica.

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Assim, com esses códigos estético/político/educacional constituídos, o Teatro Maquínico da AFIN se apresentou na quarta-feira, dia 19, no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas (Ifam), no Bairro do Zumbi, Zona Leste, o território mais populoso e mais pobre de Manaus, com a peça A Exceção e a Regra. Apesar de um toró de causar inveja a Noé, os estudantes se fizeram presentes de forma participativa como pede uma encenação brechtiana.

Tendo a peça como vetor-enunciativo-estético, depois da apresentação os estudantes passaram a produzir entendimentos sobre o que poderia ser inferido do texto. Daí foi possível experimentar enunciados sobre a exploração do patrão sobre o trabalhador, a mais-valia ou mais valor – dependendo do tradutor -, a necessidade da sindicalização do trabalhador, a política nacional e internacional do petróleo, a força do poder econômico sobre o Poder Judiciário, a condição da mulher-mãe desamparada por uma lei que deveria ampará-la, a terceirização, e como não poderia ficar de fora, a atitude do ministro Joaquim Barbosa, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) na decisão de como determinou a prisão dos condenados.

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Analisando um dos versos da pega, “estranhe o que não for estranho”, o estudante Gilmar disse que infelizmente para a maioria da sociedade tudo que acontece para ela é normal, até mesmo a violência. Já as estudantes Silva e Fernanda, do Curso de Paisagismo, afirmaram que fica óbvio, na peça, a força do Poder Econômico sobre as decisões do Poder Judiciário, porque o juiz absolve o comerciante explorador e assassino do carregador. Outra estudante do Curso de Ecologia observou que a ambição pelo petróleo como fonte de lucro mostrada na peça, é muito presente nos tempos atuais. Para estudante Elton, o que mais lhe chamou atenção foi a modernidade da peça. Escrita em 1925, ela apresenta a questão da sindicalização e a necessidade do trabalhador ser sindicalizado para poder lutar contra as imposições patronais. Pelo corpo docente, além do professor de Educação Artística, Aurélio, responsável pelo acontecimento estético/educacional/político, considerar o texto, a encenação e a interpretação dos atores com cunho profissional, embora todos sejam amadores – percebeu-se uma massageada de ego nos chamados artistas da Afin -, o professor Dênis aproveitou situações do tema sindicalização para analisar os malefícios da terceirização. E mostrou, como exemplo, os trabalhadores de serviços gerias terceirizados no próprio IFAM. E comparou suas situações com as situações dos professores concursados.

Em síntese, a composição estética/educacional/política do Programa Brecht Educador, foi possível em razão da disposição dos estudantes e dos organizadores, e educadores da instituição.

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