Archive for the ‘Literatura Popular’ Category

ESTUDANTES DO CURSO DE LETRAS DA UEA PROMOVEM FESTA ESTÉTICA-POLÍTICA: SARRADA LITERÁRIA DO BODOZAL

Setembro 16, 2017

Estudantes inquietos e engajados do Curso de Letras da Escola Norma Superior (ENS) da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), promoveram na noite de ontem uma das mais sensíveis e epistemológicas expressões estética-política que há anos não se vivenciava nos territórios dos saberes e dizeres escolares de Manaus.

Uma heterogeneidade de produções artísticas-cognitivas se deslocaram no interior da escola que contou com as frequências de pessoas de várias idades e procedências. Uma enebriante festa. Diria o deus da alegria, Dionísio. Embora fosse Apolo, o deus da poesia, o ser estimulador da Sarrada Literária, entretanto, foi Dionísio quem prevaleceu com seu espírito lúdico-criativo-transgressor.

Uma mostra foi a apresentação do grupo de rap, hip-hop, composto por quatro jovens, As Minas, que encantaram a platéia com músicas cujos temas tratavam dos direitos-revolucionários e singulares das mulheres. No mesmo seguimento inquieto, houve a apresentação do grupo de teatro da Associação Filosofia Itinerante, Teatro Maquínico, com sua nova peça “Pois é, Seu Zé, Tudo é Política, Né?”. Jogo de capoeira, banda de rock, exposição de pinturas, charges, como a do artista plástico Ismael, fanzines, artesanatos, projeção de cinema, guloseimas, bebidas, entre outras ideias e objetos movimentaram a grande Sarrada do Bodozal cuja potência virtual foi atualizada pelas criativas e criativos discípulas/discípulos de Dionísio e Apolo Raquel, Jéssica, Ismael, Adriano, Matheus, entre outros festeiros sarradores.

Fiquem com as imagens criadas pela foto-poiética, Jéssica.

A BOITEMPO EDITORIAL LANÇA PARAO PÚBLICO INFATIL O SELO BOITATÁ: POLÍTICA PARA CRIANÇAS

Janeiro 16, 2016

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Editora Boitempo é uma enunciação que pronunciada em qualquer lugar do Brasil  leva o ouvinte-leitor a lembrar de Marx. Ou outros cientistas políticos que desdobram o pensamento marxista. O que significa que ela é uma editora que conhece o princípio essencial do conceito política.

A Editora Boitempo, assim pode ser considerada a editora comercial do país que trabalha unicamente com um discurso: o discurso político. Ela, diferente de outras editoras, não tem interesse de representar o mercado geral da indústria editorial de consumo. Como se diz: a indústria de variedades que só objetiva o lucro.

Um exemplo de seu engajamento são as obras de Marx publicadas com farta documentação e impecável tradução. Foi à primeira tradução que se preocupou com o conceito básico da relação patrão-empregado: mais-valia. Todas as outras traduções sempre apresentaram no Brasil, a exploração do trabalhador pelo patrão através de seu salário, com o nome mais-valia. A Boitempo apresenta a tradução como mais-valor. Essa uma pequena demonstração de seu valor-editorial.

Agora, seguindo sua essencialidade política, a editora lança ao público infantil o selo Boitatá que inicia as publicações com os títulos A Democracia Pode Ser Assim e a Ditadura é Assim que tem o objetivo de mostrar e ensinar às crianças as noções de política e ciências sociais que tem como editora responsável, Thaisa Burani.

“A criança vê na TV, na Internet, que vai ter impeachment, que fizeram manifestações, elas querem saber o que é, o que corrupção, e os professores não têm material de apoio para trabalhar em sala de aula.

São livros paradidáticos que trazem conceitos importantes para a criança entender sobre questões sociais, políticas.

A democracia é como um recreio. A gente pode brincar de tudo, só que como toda brincadeira e todo jogo, tem regras”, mostra a editora.

Se você mora em São Paulo e tem intensão de participar do lançamento, anote o endereço e o horário da festa infantil. Livraria da Vila. Rua Fradique Coutinho. Número: 915. Bairro: Pinheiros. Horário: 16 horas.

Vá lá! A artista Kyara Teles vai contar histórias, apresentar músicas e realizar atrações infantis.

Vai lá encontrar o Boitatá que virou a Boitatá que no final tudo é Tatá.

FUNDAÇÃO BIBLIOTECA NACIONAL E A ACADEMIA CARIOCA DE LETRAS ELEGEM 45 AUTORES SELETOS DO RIO

Julho 7, 2015

biblioteca_nacionalAinda em comemoração a passagem dos 450 anos do estado do Rio de Janeiro, a Fundação Biblioteca Nacional e a Academia Carioca de Letras, elegeram, através de votação, entre 130 autores, 45 autores como expressões da realidade literário do Rio.

Os autores selecionados, assim como os que não foram selecionados, são aqueles que escreveram sobre o Rio, refletiram sobre o Rio e conseguiram assimilar e apresentar a alma carioca em suas obras.

Uma comissão mista composta por 80 membros passou um mês estudando as obras dos inscritos para poder eleger os 45 autores. A comissão foi formada por personagens ligadas à literatura, a Academia Carioca de Letras e os presidentes da Academia Brasileira de Letras, União Brasileira de Escritores, Academia Luso-Brasileira de Letras, Instituto Histórico Geográfico Brasileiro e Pen Clube.

Machado-008O escritor mais votado foi Machado de Assis com 53 votos, seguido por Lima Barreto com 39 votos, João do Rio, com 33 votos, Nelson Rodrigues, com 25 votos, Rubem Braga, também com 25 votos, Joaquim Manuel de Mcedo, com 24 votos, Carlos Drummond de Andrade, também com 24 votos, Vinícius de Moraes, também com 24 votos, entre os outros que tiveram votação inferior.

“Não há nenhuma outra que chegue à intimidade com os costumes e a mentalidade da época, maior que o próprio Machado, mas toda a lista dos 45 é muito boa.

 Um dos maiores propósitos dentro das comemorações dos 450 anos do Rio é justamente resgatar e revisitar essa memória carioca e especialmente dessas pessoas que tanto contribuíram para nossa identidade”, observou Geraldo Holanda Cavalcanti, presidente da Academia Brasileira de Letras.

ESCRITOR YANOMAMI, KOPENAWA, QUE SE ENCONTRA AMEAÇADO DE MORTE, FALA NA FLIP JUNTO COM A FOTÓGRAFA CLÁUDIA ANDUJAR

Agosto 2, 2014

O xamã indígena Davi Kopenawa, pajé e presidente da Hutukara Associação Yanomami, participa de mesa que a Flip dedicada aos índios e à Amazônia (Fernando Frazão/Agência Brasil)

O escritor indígena yanomami, Davi Kopenawa, autor do livro A Queda do Céu, em parceria com o antropólogo francês Bruce Albert, que contas histórias do povo yanomami, esteve na Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) e narrou temas sobre a origem e a existência de seu povo. Junto com ele, a fotógrafa Cláudia Andujar, que realizou na década de 70 um trabalho sobre saúde preventiva junto a esse povo também esteve presente apresentando seus documentos fotográficos. e sua existência junto aos yanomami.

 Ameaçado de morte pelas forças ambiciosas e opressivas que perambulam pelas terras indígenas, Kopenawa, falou sobre a violência contra seu povo e o descaso das autoridades com o que vem ocorrendo contra a comunidade indígena. São constantes as invasões de suas terras praticadas por agricultores e garimpeiros.

“É importante que vocês nos ajudem a nos defender, a preservar a natureza, as águas. Agora é a hora de vocês cobrarem o erro do governo brasileiro, para não fazer mais, pois vocês são muitos e nós indígenas somos poucos.

O povo yanomami tem uma história muito rica e esse livro mostra que sabemos contar nossa história” disse Kopenawa.A fotógrafa suíça Claudia Andujar participa de mesa que a Flip dedicada aos índios e à Amazônia (Fernando Frazão/Agência Brasil)

Por sua vez, a fotógrafa Cláudia Andujar, que foi a responsável pela divulgação internacional do povo yanomami, falou de seu trabalho na defesa da saúde dos índios quando na ditadura civil-militar a abertura de uma estrada causou uma terrível epidemia na terra indígena. O resultado desse trabalho foi à criação do livro Marcados. Depois de mais de 40 anos ela ainda continua ligada ao povo yanomami. Segundo seu relato, depois de perder sua família que fora morta pelos nazistas, ela encontrou sua identidade no Brasil, entre os índios.

 “Tinha 13 anos quando vi a entrada dos nazistas e a morte de todos os meus parentes, na Transilvânia, com exceção da minha mãe, que não era judia. Isso deixou um trauma muito grande na minha vida. Todas as pessoas de que gostava morreram em dois meses, então desde cedo busquei uma identidade.

Fui fazer uma matéria a trabalho na Amazônia e foi meu primeiro contato com os yanomami. Abandonei tudo e fui viver entre os índios e me encontrei lá, me senti em casa. Aprendi que tudo é vivo. E entre os yanomami não existe isso que querer dominar o outro”, narrou Cláudia.

Mafalda, a criança cinquentenária

Fevereiro 10, 2014

mafalda_quinoUma das tirinha mais sacal produzida na América Latina (somada ao trabalho de Maitena, Henfil, Glauco, Adão, Maurício de Souza, Laerte entre muitos outros) está completando seus 50 anos de criação do novo. Trata-se não somente, mas principalmente de uma infinidade de saques que o microcosmos da tirinha de Quino traz.

Como esboçou o filosofo italiano Umberto Eco “Mafalda não é apenas um novo personagem nas histórias em quadrinhos (…) se para defini-la usamos o adjetivo ‘contestadora’ foi para seguirmos a qualquer preço a moda do anticonformismo: Mafalda é realmente uma heroina ‘enraivecida’ que recusa o mundo tal como ele é (…) Na verdade Mafalda tem ideias confusas [mas] de uma coisa ela tem certeza: não está satisfeita (…) Já que nossos filhos vão se tornar- por escolha nossa- outras tantas Mafaldas, será prudente tratarmos Mafalda com o respeito que merece um personagem real.”

Criada em 1964 e publicada pela primeira mês de setembro pelo cartunista argentino Joaquim Salvador Lavada, mais conhecido pelo Quino, Mafalda questionava o mundo e sua estrutura que se desmancha no ar. Enquanto no Brasil o coro comia no Brasil com o golpe militar. Mafalda logo se tornou célebre e ganhou o mundo quando em 1968 já tinha sido traduzida para o italiano, tendo sido traduzida em dezenas de paises quando chegou no Brasil em 81.

Hoje, mesmo com o chamada “fim da produção” da tirinha, Mafalda continua produzindo novos questionamentos e nos fazendo desconfiar de tudo que está pronto, constituido e estabelecido. A criança que faz 50 anos continuará produzindo para sempre jovem e será a menina dos olhos livres das novas gerações.

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HENFIL EM 70 ARTES FESTA/NOS

Fevereiro 5, 2014

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O artista Henfil, Henrique Souza Filho, já parou sua produção artística há certo tempo mas sua existência continua presente entre nós. Não em corpo, mas em força pulsante. É por isto que os 70 anos do menino Henrique continua sendo celebrados pela força e sabor bem brasil que ele traz até hoje em uma atualidade genial.

É por isto que hoje (5), o Instituto Henfil e a ONG Henfil Educação e Sustentabilidade produzem uma festa de 70 anos do cartunista no Museu da República/Ibram, no Rio de Janeiro, a partir com 19 horas, com entrada gratuita. No evento serão lançados os novos números da Coleção Fradim, com o selo comemorativo 25 Anos sem Henfil – “Morro, mas meu desenho fica”. A série de 31 revistas lançadas por Henfil estarão todas relançadas até o fim do mês.

E para lembrarmos os 70 anos produtivos de Henfil deixamos um pouco de seu trabalho mais, muito mais recente com Fradim, Grauna, Ubaldo O paranóico, os sapinhos Ivan, urubu, Cabôco Mamadô e muitos outros .

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12 ANOS DO SARAU DA COOPERIFA: ARTE PERI(FÉ)RICA EM FESTA

Janeiro 17, 2014

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Helber Ladislau lança livro na Cooperifa

Novembro 28, 2013

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Ontem (27) o poiético Helber Ladislao lançou seu primeiro livro na Cooperifa. Abaixo deixamos o prefácio escrito pelo também poiético e considerado de todas quebradas do Brasil, Sérgio Vaz.

PREFÁCIO, por Poeta Sérgio Vaz

Helber não é um poeta, ele é a poesia. Esses poemas que estão aqui impressos já estavam impressos em nossos ouvidos, em nossas almas, desde quando ele começou a cravar sua poesia em nossos ouvidos.

“Estamos em pleno mar…” é isso que a gente sente quando lê os seus escritos, que estamos em plenos mar navegando e não fugindo das Galés.

Quando li ou ouvi “Antônio” pela primeira vez era como se eu também tivesse saído do trampo também e quando “Antônio” toma o tiro” sangrei também. A Poesia do Helber é física também, impossível ler sem se machucar, sem sorrir junto, sem se emocionar.

Quando escreve:

“Quero ver negros quilombolas
junto com tribos indígenas,
quero um pajé presidente,
sem coronéis em Brasília…”

Ele não está brincando, não está sendo poeta, está sendo ele mesmo. Esse “sujeito negro” guerreiro de poesia em punho que Castro Alves ficaria contente em conhecê-lo. Ironicamente falando, ninguém conduziu o poema “Navio negreiro” tão bem quanto ele.

Falando em navios, ninguém singra como ele em nossos corações.

Abrir esse livro é como içar velas num mar revolto de palavras” hoje voa sem destino aprendeu a bater asas” assim como a poesia deve ser, sem ilhas, sem náufragos, livre como pássaros.

Como um Anjo negro.

Mostra Cooperifa apresenta produção artística da periferia de São Paulo

Outubro 22, 2013

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A cultura e a arte está e vem de todos os cantos. A produção artística libertária sai e sempre está presente nas periferias. É por isto que até o próximo domingo (27) está rolando a sexta edição da Mostra Cultural da Cooperifa que oxigeniza as paradas periférica em espaços públicos, como praças, escolas e o Centro Educacional Unificado (CEU).

Diversas linguagens entremeiam as comunidades da zona sul paulistana trazendo dança, música, teatro e cinema. Na música as atrações envolvem gente como o paraibano “respeitem seus cabelos, brancos” Chico César, Edi Rock, e o rapper Mano Brown.

Organizada por um dos criadores do Sarau da Cooperifa (da própria instituição) e gestor cultural das periferias, o poeta Sérgio Vaz, no evento  “A ideia é trazer o artista para a periferia, apresentá-lo e apresentar a periferia para os artistas. A gente faz essa troca(…)”Após 12 anos de trabalho, percebemos mudanças radicais na comunidade e isso cria um ambiente de efervescência cultural. O Cinema na Laje, a gente faz às segundas, a cada 15 dias, sempre com um documentário e também convidando atores, diretores para um bate-papo sobre o filme. A pipoca é grátis”, explica Vaz.

Hoje às 14 horas o Balé Capão Cidadão, do Capão Redondo, se apresenta no CEU Casa Blanca. O sarau da Cooperifa, que sempre ocorre no Bar do Zé Batidão no Jardim Guarujá, no dia 23 deve reunir pelo menos o dobro do público de todas as quartas-feiras, segundo estimativa da organização nesta celebração de 12 anos de atividade: “São cerca de 500 a 800 pessoas nesse dia. Chamamos de Sarau Monstro. Vêm as pessoas da comunidade, mas também de vários coletivos da cidade e até do Brasil”. Os microfones estarão abertos para todo o público recitar versos próprios, de poetas conhecidos ou cantores famosos.

Na quinta (24) a partir das 19 horas vai rolar o som do engajado Fino do Rap e Tati Botelho enqunato na sexta (25) às 20 horas o coletivo negro traz o teatro em “Movimento Número 1: O Silêncio de Depois…”. No domingo além das atrações musicais rola o Grupo de capoeira Angola Irmãos Guerreiros.

A programação completa pode ser conferida na página oficial da mostra no Facebook MostraCulturalDaCooperifa.

Literatura da periferia começa a chamar a atenção do mercado, diz sindicato de editoras

Setembro 10, 2013

da Agência Brasil

O Brasil está assistindo, nos últimos anos, a um movimento cultural vindo da periferia, englobando literatura, música, entre outras manifestações. “Em todas as manifestações artísticas há uma efervescência cultural, novos interesses e talentos aparecendo”, disse hoje (9) à Agência Brasil a presidenta do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel), Sônia Jardim.

Sônia ressaltou, porém, a importância de se ter um padrão de qualidade no que se refere à literatura marginal, ou de periferia, “como em toda manifestação cultural”, para que ela saia desse nicho e possa atingir o mercado como um todo. Segundo Sônia, as editoras estão atentas à voz da periferia. “Se essa voz é restrita só aos seus vizinhos ou se ela pode atingir outro público”.

Não há preconceito das editoras em relação à literatura marginal, afiançou.   “Ela está crescendo e a gente tem visto um ou outro talento despontando. Acho que pode vir a ser uma nova linha”. Sônia Jardim observou que estão surgindo também autores vindos do interior, saindo um pouco do eixo Rio de Janeiro/São Paulo, bem como de outras regiões do país, o que é muito positivo.

Um dos escritores que falam da periferia paulista, Sérgio Vaz, disse hoje (9) à Agência Brasil que esse é um movimento que tende a crescer. “Porque não é um movimento de escritores. É um movimento para formar leitores, aquilo que as pessoas esqueceram de fazer: fomentar a literatura entre as pessoas. E essa literatura dialoga diretamente com as pessoas da periferia, nas praças, nos bares, nas escolas. Está trazendo mais gente, cada vez mais”.

A aceitação e a abrangência da literatura de periferia ocorrem, segundo Sérgio Vaz, devido não só à identificação com o leitor, mas porque os escritores vivem o dia a dia da comunidade. “É um cara que é possível você encontrar na feira, no campo batendo uma pelada”, disse. “Ele é um cara da comunidade, que representa a comunidade. Assim como o Vinicius [de Moraes, poeta e diplomata] cantava ‘dia de luz, festa de sol’ [início da música O Barquinho, que é de autoria de Roberto Menescal e Ronaldo Bôscoli e não de Vinicius de Moraes], porque era a realidade que ele vivia. A gente está escrevendo a nossa realidade”.

Com cinco livros editados de forma independente e vendidos de porta em porta, Sérgio Vaz integra agora o rol de escritores da Global Editora, onde já publicou dois livros e está prestes a lançar o terceiro, ainda este ano. “Depois de 25 anos de carreira, que completo este ano, acho que demorou até demais”, brincou. Ele aconselha os jovens da periferia a perseguirem o sonho de se tornar escritores. Mas, acima de tudo, que estudem. “Eu demorei tanto porque não estudei. Não sou exemplo para ninguém”.

Embora reitere que sempre se deve acreditar no sonho e lutar por ele, é a escola a prioridade dos autores da periferia. “Eu acho hoje que o melhor lugar para se passar a infância e a adolescência ainda é a escola. Ainda que os governos não nos queiram educar, a educação é uma coisa a ser respeitada e ser seguida. Porque acho que eu escrevo a palavra da rua, mas eu adoraria conhecer a norma culta. A língua portuguesa é uma coisa maravilhosa. É mágica. Tem sabores e saberes. Todos nós temos o direito e o dever de aprender a norma culta e a dialetar do jeito que a gente quer”.