Archive for the ‘Literatura’ Category

FILÓSOFO MARCOS JOSÉ PUBLICA SEU NOVO LIVRO: SOB A ORDEM DA ZONA ESCURA

Novembro 27, 2019

PRODUÇÃO AFINSOPHIA.ORG

O novo livro do filósofo amazonense Marcos José, Sob A Ordem da Zona Escura pode ser considerado como um devir que corta o corpus atual da obscuridade-perversa que tenta imobilizar o Brasil em seu movimento-original. Partindo do entendimento dos conceitos do filósofo Leibniz sobre Zona Escura e Zona Clara, ele traça a cartografia da ordem nazifascista com sua impossibilidade de vivenciar o mundo como uma práxis e poiesis originária da percepção clara e distinta que mostra o filósofo Spinoza.  

Encadeando conceitos dos filósofos Leibniz, Spinoza, Marx, Nietzsche, Marx, Sartre, Elias Canetti, Deleuze, Guattari, Freud, além dos antipsiquiatras David Cooper e Ronald Laing, entre outros, o livro Sob A Ordem da Zona Escura mostra os estados aberrantes das criaturas da Zona Escura atrofiadas em sua estruturas sensorial, intelectiva e ética que impedem de experimentar o devir-social da homologia e da homonoia que fundamentam o corpus-democracia. As verdadeiras criaturas-corrompidas, como expressa o filósofo Nietzsche.

Como o conceito aberração remete ao sujeito que caminha, perambula, para fora, se entende clara e distintamente que ele faz sua caminhada fora do território-pulsante da democracia. Logo, trata-se de criaturas-horrorosas que não são traspassadas pelas partículas-democráticas que compõem as condições-políticas de viver, viver bem, com outros. Que resulta da composição das potências-singulares de todas as mulheres e homens como Bem Comum. Ou, estatuto político-social dos que vivem no território-ativo-democrático.

Estes sujeitos-sujeitados, em suas aberrações, impossibilitados de afetar, com suas tristezas, as pessoas-alegres que habitam a Zona Clara, estão condenados a perambular, impulsionados por suas atrofias, até enquanto não se façam transformadores de si mesmos, já que ninguém da Zona Clara pode lhes afetar com suas potência-alegres para que eles possam sair de suas condições escura, cinza e obscura. Isto, em função de não existe qualquer noção-comum entre as duas Zonas que possam levar estas criaturas, a composição de novas forma de sentir, ver, ouvir e pensar em outras dimensões. Elas são elas nelas mesmas. Em suas atrofiadas-condições. Em entendimento simples, não há noção-comum entre a democracia e a tirania. 

E o que é bem visível nessas criaturas da Zona Escura, é o desconhecimento de seus aguilhões. O que para o filósofo-historiador Elias Canetti, trata-se de uma ordem que um indivíduo recebe e ele não sabe quem foi o autor e em que momento foi atingido por ela. O que o torna sujeito-passivo da execução, já que a ordem se forma com um conteúdo. Como não são dotados de percepção clara e distinta, eles jamais desconfiam que são meros executores desta ordem sedimenta por partículas aberradoras da a-história. 

Escravizado pela força-dominante da ordem-aguilhão, essas horrendas-criaturas, não podem sequer cogitar a vida social em igualdade, em alteridade, em solidariedade com os outros. São solipsistas. Insuportáveis em-si. Nada entra, nada sai. Por isso, são facilmente identificáveis. Embora habitantes da Zona Escura, carregam revelante visibilidade. Suas condutas se expressam pela inveja, ódio, vingança, castigo, medo, covardia. Nos territórios do sexo, étnico, gênero, pedagógico são homofóbicos, racistas, misógino, pedófilo (o que odeia criança), xenófobos… Signos cultuados por todos nazifascistas

Sob A Ordem da Zona Escura, não delimita território único para estas criaturas-horrendas. Elas perambulam por todos os quadrantes sociais entulhando-os. Encontram-se em todas instituições e fora das instituições. 

 

Marcos José é filósofo, teatrólogo, teórico da psiquiatria-materialista, membro da Associação Filosofia Itinerante (AFIN), entre outros livros, escreveu Um Jogo Filosofante e Tagarelando em Nietzsche. 

 

Livro: Sob A Ordem da Zona Escura.

Autor: Marcos José.

Páginas: 133.

Preço: R$ 30

Publicação: Editora Garcia Edizioni

ESTUDANTES DO CURSO DE LETRAS DA UEA PROMOVEM FESTA ESTÉTICA-POLÍTICA: SARRADA LITERÁRIA DO BODOZAL

Setembro 16, 2017

Estudantes inquietos e engajados do Curso de Letras da Escola Norma Superior (ENS) da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), promoveram na noite de ontem uma das mais sensíveis e epistemológicas expressões estética-política que há anos não se vivenciava nos territórios dos saberes e dizeres escolares de Manaus.

Uma heterogeneidade de produções artísticas-cognitivas se deslocaram no interior da escola que contou com as frequências de pessoas de várias idades e procedências. Uma enebriante festa. Diria o deus da alegria, Dionísio. Embora fosse Apolo, o deus da poesia, o ser estimulador da Sarrada Literária, entretanto, foi Dionísio quem prevaleceu com seu espírito lúdico-criativo-transgressor.

Uma mostra foi a apresentação do grupo de rap, hip-hop, composto por quatro jovens, As Minas, que encantaram a platéia com músicas cujos temas tratavam dos direitos-revolucionários e singulares das mulheres. No mesmo seguimento inquieto, houve a apresentação do grupo de teatro da Associação Filosofia Itinerante, Teatro Maquínico, com sua nova peça “Pois é, Seu Zé, Tudo é Política, Né?”. Jogo de capoeira, banda de rock, exposição de pinturas, charges, como a do artista plástico Ismael, fanzines, artesanatos, projeção de cinema, guloseimas, bebidas, entre outras ideias e objetos movimentaram a grande Sarrada do Bodozal cuja potência virtual foi atualizada pelas criativas e criativos discípulas/discípulos de Dionísio e Apolo Raquel, Jéssica, Ismael, Adriano, Matheus, entre outros festeiros sarradores.

Fiquem com as imagens criadas pela foto-poiética, Jéssica.

BLOGS AFINSOPHIA E ESQUIZOFIA ENTREVISTAM BELCHIOR JÁ QUE “SEMPRE É DIA DE IRONIA NO MEU CORAÇÃO”

Maio 2, 2017

Os Blogs Afinsophia e Esquizofia, da Associação Filosofia Itinerante (AFIN), publicam a entrevista, alegria como aumento de potência de agir, com o Rapaz Latino-Americano Belchior.

BREVE APRESENTAÇÃO

Antônio Carlos Gomes Belchior Fonteneles Fernandes – cearense da simpática cidade de Sobral -, gostaríamos de fazer um acordo com você nessa entrevista trans-histórica, na névoa inassinalável, ou hecceidade. O acordo é o seguinte: como nós vamos recorrer as nossas faculdades memorativas, além de informações extraídas de nossa arqueologia do saber-Belchior, é possível que venhamos cometer alguns equívocos em relação a fatos aqui apresentados por nós atribuídos a personagens em relação a você. Se por acaso você perceber que algumas enunciações nossas são lendas ou mitos, queira nos corrigir. Certo?

Belchior você é da geração que “por força desse destino um tango argentino” pegava “bem melhor” que “uns blues”. A ditadura civil-militar que dominou o Brasil entre os anos de 1964 e 1985. Você, como muitos brasileiros, por força da ditadura, não teve adolescência, e se quer pode vivenciar as fragrâncias de maio de 68. Enquanto a França, e grande parte da Europa explodia, produzindo linhas de cortes, fissuras através das potências dos trabalhadores e estudantes. Ao contrário, em 68, o Brasil era submetido à força do AI5, implantado pelos militares da repressão-nacional. Foi o ano que começou para valer as perseguições, prisões, sequestros, torturas e mortes.

Todavia, arigó Belchior, você já havia sido traspassado pelas enunciações políticas, estéticas, filosóficas, antropológicas, históricas, psiquiátricas, etc., e podia com clareza entender as notas desterritorializadas de Sartre, Marcuse, Foucault, Deleuze, Guattari, Simone Beauvoir, entre outros que se movimentavam em latitudes e longitudes capazes de lhe afetar spinozianamente: aumentar sua potência de agir. Já havia sido afetado pela potência da comunalidade em forma de erudição. Erudição que levou certa vez Caetano chamar de cultura inútil. Sem falar que você já havia encontrado Marx, Cristo, aliás, o Homem de Nazaré foi quem primeiro lhe encontrou, daí sua vida de noviço, depois rebelde (Gargalhadas), quem sabe a influência a posteriori para criar o projeto de tradução do latim A Divina Comédia, de Dante Alighieri.

Musicólogo roqueiro, corpo que lhe moveu com “os pés cansados e feridos de andar léguas tiranas, a ponto de lhe deixar “com lágrimas nos olhos de ler o Pessoa, e ver o verde da cana”, compôs com as baladas de Bob Dylan, composição que levou o compositor do Maracatu Atômico, George Mautner, a afirmar que entre o original e a cópia preferia o original. Declaração que confirmava que sua entrada no mercado musical brasileiro já estava incomodando. Claro, você como sobralense nunca negou que ouvira muito as baladas de Dylan. E, aliás, quem daquela época, não ouviu? Quem, preocupado com a Napalm lançada pelos Estados Unidos no Vietnã, não ouviu Dylan? E não só Dylan, como também Neil Young, entre outros cantores e compositores de opunham a ferocidade genocida do império. Você sempre foi um homem engajado. Mas um cara que não fazia gênero de rebelde sendo um puta burguês, como seu conterrâneo Fagner. Poucas sabem, mas você participou, convidado pela talentosíssima atriz de teatro Lélia Abramo, no lançamento do primeiro manifesto do Partido dos Trabalhadores, em 1981. O que confirma que suas baladas são politizadas não por dependência de Dylan. Como invejavam seus detratores. E para piorar – para eles, é claro -, você foi parceiro do companheiro Lula na luta pela redemocratização do Brasil. ão do Brasil.

Mesmo só com a adolescência biológica, já havia traçado o compromisso, com Bertolt Brecht, de não deixar seu “charuto apagar-se por causa da amargura”, mostrado na canção Não Leve Flores. Daí que sua obra, apesar de manter alguns elementos regionais, melhor dizendo, nordestinos, foi na “Selva das Cidades”, empurrado pelo teatrólogo da Exceção e a Regrar, que você fez movimentar sua arte como forma de afetar o corpus da urbe atomizada. Como você mesmo diz: “se não for para balançar o coreto, não adiante fazer arte”.

E balança. Belchior, você instituiu no país a música urbana inspirada e alocada no concreto das cidades como corpo da poesia concreta. Você verseja concretamente. A poesia concreta é seu território de práxis e poieses. “Vamos andar, pelas ruas de São Paulo, por entre os carros de São Paulo, meu amor vamos andar e passear. Vamos sair pela rua da consolação, dormir no parque em plena quarta-feira. Sonhar com o domingo em nosso coração. Meu amor, meu amor, meu: a eletricidade dessa cidade me dá vontade de gritar que apaixonado eu sou. Nesse cimento, o meu pensamento e meu sentimento espera o momento de fugir no disco voador. Meu amor, meu amor”, nada de sentimentalidade compassiva, do tipo Roberto Carlos, nesse Passeio do seu primeiro LP, Mote Glose, pela gravadora Chantecler, com a regência do talentoso músico pernambucano Marcus Vinícius, do PCBão, um disco profundamente experimental, onde salta livre a poesia concreta.

Dizem que você canta a liberdade, claro que é uma afirmação abstrata, já que a liberdade não se canta se vive, mas nos diga: nessa tão concreta e cruel realidade produzida pelo capitalismo paranoico com sua dogmática opressora, você é um “passarinho urbano”, ou um “Robô Goliardo” (Gargalhada geral)?

A ENTREVISTA

AFINSOPHIA E ESQUIZOFIA – Começando pelo meio. O que é melhor? Viver, sonhar ou um canto?

Belchior (Sorrindo cúmplice) – “Viver é melhor que sonhar. Eu sei que o amor é uma coisa boa, mas sei também que qualquer canto é menor que a vida de qualquer pessoa”.

AE – Nesse momento em o Brasil encontra-se sob o cutelo de um perverso golpe contra a democracia, você tem alguma paixão?

B – “Você me pergunta pela minha paixão, digo que estou encantado com uma nova invenção, eu vou ficar nessa cidade, não vou voltar pro sertão, pois vejo vir vindo no vento cheiro da nova estação”.

AE – Verdade? Maravilha! Belchior, você é uma cara que viveu as décadas de 60, 70, não teve adolescência no sentido ontologicamente-social, por força da ditadura, mesmo assim conseguiu construir uma das mais inquietantes estéticas do Brasil, todavia, muitas pessoas não conhecem essa obra. E entre essas pessoas têm os nazifascistas. Se por um acaso algumas dessas pessoas, como uma variável-política, perguntasse de você, por onde você andava nesse tempo, o que você responderia?

B (Pensativo) – “Amigo, eu me desesperava!”.

AE – Você tem estilo. Não estilo no conceito burguês, mas como diz o filósofo Deleuze, você cria em sua singularidade como ninguém poderia criar de forma igual. Por isso você faz corte no estado de coisa petrificado. Você libera potências. Como você responderia se alguém pedisse para você compor de outra forma?

B – “Não me peça que eu lhe face uma canção como se deve correta, branca, suave, muito limpa, muito leve, sons palavras são navalhas, e eu não posso falar como convém sem querer ferir ninguém”.

AE (Vibrando) – Cacete! Esse cara é foda, moçada. Ainda nessa linha. Não precisa nem dizer, mas você tem Nietsche e Spinoza na veia: você é exaltação da “vida que ativa o pensamento e o pensamento que afirma a vida”. Até quando se encontra “mais angustiado que um goleiro na hora do gol”. A onda é essa: se um pessimista, um compassivo, uma baixa potência de agir, lhe dissesse que queria lhe ajudar, o que você diria para ele?

B (Gargalhando) – “Saia do meu caminho! Eu prefiro andar sozinho! Deixem que eu decida a minha vida. Não preciso que me digam de que lado nasce o sol, porque bate lá meu coração”.

AE (Explodindo de emoção) – Coisa de louco, moçada! “Você pode até dizer que eu estou por fora e que até estou inventando”, mas para o nosso entendimento, há uma confissão aí nesse “não preciso que me digam de que lado nasce o sol, porque bate lá meu coração”. O sol nasce no Leste, até Galileu já sabia. E o Leste europeu tem Marx, mano. Não precisa responder.

B (Interferindo) – “É claro que eu quero o clarão da lua! É claro que eu quero o branco no preto! Preciso, precisamos da verdade nua e crua, mas não vou remendar vosso soneto. Batuco um canto concreto pra balançar o coreto…”.

AE (Tentando uns movimentos afros) – Grande saída, hein cara? Ok, baby! Diz uma coisa cara. Já viu que há muita gente pessimista diante do desgoverno golpista acreditando que ele será eterno. O que você diz para essa gente?

B – “Você não sente nem vê, mas eu não posso deixar de dizer meu amigo, que uma nova mudança, em breve vai acontecer”.

AE (Palmas) – É o devir-povo! Dando uma deslocada. O que você quer agora?

B (Sorrindo) – “Quero uma balada nova, falando de broto, de coisas assim: de money, de lua de ti e de mim, um cara tão sentimental…”.

AE – Você estudou medicina até o quarto ano, lógico que deve ter entrado em contato com algumas noções freudianas. Freud diz que é muito difícil uma geração se libertar da anterior. Há sempre fantasmas. Vendo o mundo como se encontra, qual a sua maior dor?

B – “Minha dor é perceber que, apesar de termos feito tudo, tudo, o que fizemos, ainda somos os mesmos e vivemos como nossos pais”.

AE – Bel, aproveitando essa questão de continuar o mesmo, tem também aquela questão dos que pousaram como revolucionários, e hoje são tremendos reaças, inclusive muitos operando como golpistas, como é o caso do senador do PSDB, Aloysio Nunes que foi motorista do Marighella. Você poderia descrever para nossos seguidores quem são esses simuladores e nos dizer quem são eles?

B (Dando uma boa baforada no cachimbo) – “Os filhos de Bob Dylan, clientes da Coca-Cola: os que fugimos da escola, voltamos todos pra casa. Um queria mandar brasa; outro ser pedra que rola… Daí o money entra em cena e arrasa e adeus caras bons de bola”.

AE – Esse cara vai na ferida dos caras, mas não confundir com “a ferida viva do meu coração”, não é? O quê? Ainda tem mais? Então, manda brasa.

B (Continuando) – “Donde estás los estudiantes? Os rapazes latino-americanos? Os aventureiros, os anarquistas, os artistas, os sem-destino, os rebeldes experimentadores, os benditos malditos – os renegados – os sonhadores? Esperávamos os alquimistas…  E lá vem os arrivistas, consumistas, mercadores. Minas, homens não há mais? Entre o céu e a terra não há mais que sex, drugs and rock ‘n’roll? Por que o adeus às armas? Não perguntes por quem os sinos sobram… Eles dobram por ti! O último a sair apague a luz azul do aeroporto. E ainda que mal pergunte: a saída será mesmo o aeroporto?”.

AE (Vibrando) – Loucura, moçada! O quê? Ainda tem mais? Manda brasa, arigó!

B – “Onde anda o tipo afoito que em 1-9-6-8 queria tomar o poder? Hoje, rei da vaselina, correu de carrão pra China, só toma mesmo aspirina e já não quer nem saber”.

AE –Loucura, loucura, loucura! Ainda agora você disse que “uma nova mudança vai acontecer”. Qual a forma para essa mudança?

B – “A única forma que pode ser nova é nenhuma regra ter; é nunca fazer nada que o mestre mandar. Sempre desobedecer. Nunca reverenciar”.

AE – A noite tem para você um signo profundo?

B – “Anoite fria me ensinou a amar mais o meu dia. E, pela dor eu descobri o poder da alegria e a certeza de que tenho coisas novas pra dizer”.

AE – Você é nordestino, e como você sabe, há hoje no Brasil uma consciência nazifascista que discrimina violentamente o povo do Nordeste. Como você concebe esse comportamento genocida contra o Nordeste?

 B (Sorrindo) – “Nordeste é uma ficção! Nordeste nunca houve! Não! Eu não sou do lugar dos esquecidos! Não sou da nação dos condenados! Não sou do sertão dos ofendidos! Você sabe bem: conheço o meu lugar”.

AE – E o medo de avião?

B (Balançando a cabeça sorrindo) – “Agora ficou fácil. Todo mundo compreende aquele toque Beatles: – “I WANNA HOLD YOUR HAND!”.

AE – E aquela namorada e aquele teu melhor amigo?

B – “Minha namorada voltou para o norte, ficou quase louca e arranjou um emprego muito bom, meu melhor amigo foi atropelado voltando pra casa. Caso comum de trânsito”.

AE – Os filósofos Epicuro, Spinoza, Nietzsche dizem quase o mesmo sobre falar sobre a morte. É claro que ninguém pode falar sobre a morte, porque é a última experiência e a única que não se pode contar nada sobre ela. Eles dizem que falar sobre a morte enquanto se está vivo é imundo. Mas vamos conceder uma cortesia sobre esse tema. Como você cogita sua morte?

B (Sorrindo) – “Talvez eu morra jovem: alguma curva do caminho, algum punhal de amor traído completará o meu destino”.

AE – Belchior você é uma cara corajoso. Sua obra e sua existência comprovam sua coragem. Mas nos responda: você tem Medo?

B – “Eu tenho medo. E medo anda por fora, medo anda por dentro do meu coração. Eu tenho medo em que chegue a hora em que eu precise entrar no avião. Eu tenho medo de abrir a porta que dá pro sertão da minha solidão. Apertar o botão: cidade morta. Placa torta indicando a contramão”.

AE – O que você pode nos dizer sobre a sorte na vida?

B – “Coisa muito complicada o amigo tem ou não tem. Quem não tem sucesso ou grana tem que ter sorte bastante para escapar salvo e são das balas de quem lhe quer bem”.

AE – Temer, o golpista-mor junto com sua escória, vem desmontando as leis democráticas do país. Porém, ele tem, com ajuda da mídia capitalista também golpista, feito pronunciamentos como se tudo estivesse às mil maravilhas. Como você concebe o presente e estes pronunciamentos?

B – Olho de frente a cara do presente e sei que vou ouvir a mesma história porca. Não há motivo para festa: ora esta! Eu não sei rir à toa!”.

AE – Você como pintor e desenhista pode nos apresentar um quadro da família-nuclear-burguesa-patriarcal?

B – “No centro da sala, diante da mesa no fundo do prato, comida e tristeza, a gente se olha se toca e se cala e se desentende no instante em que fala. Medo, medo, medo, medo. Cada um guarda mais o seu segredo a sua mão fechada, a sua boca aberta, o seu peito deserto, a sua mão parada, lacrada e selada e molhada de medo. Pai na cabeceira…”.

AE – Essa família lhe concedeu um prêmio no começo de 70, certo? Contam que na noite que você recebeu o prêmio os canas deram uma chegada em você, certo (Belchior sorrir)? Se alguém tentasse lhe obrigar a parar de cantar, o que você diria?

B – “E eu vos direi, no entanto”: enquanto houver espaço, corpo, tempo e algum modo de dizer Não! Eu canto”.

AE – O que você diz sobre a vida?

B (Com ar apaixonado) – “Eu escolhi a vida como minha namorada com quem vou brincar de amor a noite inteira. Vida, eu quero me queimar no teu fogo sincero. Espero que a aurora chegue logo. Vida, eu não aceito não a tua paz, porque meu coração é delinquente e juvenil, suicida, sensível demais. Vida, minha adolescente companheira, a vertigem, o abismo me atrai: é esta minha brincadeira”.

AE – Observando sua temporalidade ontológica como você concebe sua existência?

B (Pensativo) – “Até parece que foi ontem minha mocidade, meu diploma de sofrer de outra universidade, minha fala nordestina, quero esquecer o francês. E vou viver as novas que também são boas o amor/humor das praças cheias de pessoas, agora eu quero tudo, tudo outra vez”.   

AE (Afetados de alegria) – Chegado a esse platô, você gostaria de desejar algo às pessoas?

B (Muito contente) – “Quero desejar, antes do fim, pra mim e os meus amigos, muito amor e tudo mais: que fiquem sempre jovens e tenham as mãos limpas e aprendam o delírio com coisas reais”.

AE – Belchior, nós trouxemos alguns instrumentos, você aceitaria terminar a entrevista cantando uma de suas músicas que tocam diretamente ao momento atual do golpe que estanca o Brasil. Como somos seus fãs de carteirinhas, nós até poderíamos fazer o backing vocal. Mote e Glosa? Vamos nessa! Aí, moçada, acessante do Afinsophia e Esquizofia, um abração e beijos. Logo, logo estaremos novamente com Belchior “balançando o coreto”. Não é. Belchior (Ele balança a cabeça gargalhando)?

“é o novo é o novo é o novo é o novo é o novo é o novo

é o novo é o novo é o novo é o novo é o novo é o novo

é o novo é o novo é o novo é o novo é o novo é o novo

é o novo é o novo é o novo é o novo é o novo é o novo

passarim no ninho

(tudo envelheceu)

cobra no buraco

(palavra morreu)

você que é muito vivo

me diga qual é o novo

me diga qual é o novo

me diga qual é o novo

                            novo

                            novo

                            novo

me diga qual é o novo

me diga qual é

me diga qual é o novo

me diga qual é

me diga qual é o novo

me diga qual é”.

Obs: Embora Belchior tenha musicalizado várias letras de outros companheiros seus,  como por exemplo, Jorge Melo, Fausto Nilo, Francisco Casaverde, Gracco, até com o reacionário coxinha Fagner, entretanto, a maioria das letras aqui expostas são de sua autoria.

TRÊS POEMAS DE MATHEUS BARBOSA

Abril 16, 2017

Publicamos abaixo três criações poéticas de Matheus Barbosa, estudante do segundo ano do ensino Médio da Escola Estadual Engenheiro Artur Soares Amorim.

Lá e cá

“Lá e cá lá e cá,
passam sem parar,
pessoas formigas,
sem deixar pensamentos voar.

Lá e cá lá e cá,
utopia destruída,
pessoas corroídas,
trabalham sem parar.

Sociedade cega,
civilização dominada,
florestas por dinheiro,
E o amor? Não existe mais nada.

Direção infinita,
inimigo a vista,
acorda marinheiro,
trabalhar, trabalhar,
ganhar dinheiro. “

Humor-colia

“Em poemas,
escrevo minha dor,
a dor que o mundo oferece.

Obrigado mundo,
por oferecer essa dor,
que em meus poemas escreves.”

Pátrialogia

“Se for pra morrer queimado,
que queimem meu coração,
pois de coração quente,
as pessoas precisam.

Se for pra morrer baleado,
baleias minha mente,
Para que se exploda de criatividade.

Não morro por vaidade,
não morro por agonia,
morro por minha pátria,
que irá melhorar um dia.”

A ESCRAVIDÃO PERSISTE NO BRASIL. NESTA TERÇA RODRIGO MAIA QUER COLOCAR EM VOTAÇÃO A DEFORMA DA CLT QUE ACABA COM TODOS OS DIREITOS DOS TRABALHADORES

Março 20, 2017

É de interesse do capital internacional e nacional brasileiro que o trabalho escravo continue no nosso país. Isso será mantido se aprovada a deforma da CLT na Câmara dos Deputados, nesta terça-feira, dia 21. Para propor linhas de corte, publicamos a paródia da estudante Maryana Emilly Alvarenga Costa. Tendo o Romantismo como movimento filosófico, artístico e literário, Maryana compõe 4 estrofes com a Terceira Geração Romântica Condoreira,  viajando no  Navio Negreiro de Castro Alves, canto V, mais uma invocação contra tanta violência e crueldade em tempo difíceis por que passa o Brasil. Leiamos:

Senhor Deus! Será que não ouves

O silêncio gritante dos escravos?

Será que não podes por um fim

Em seus fardos pesados?

A ausência de alegria, amor e sorriso,

É pior do que a desejada morte

Presos em correntes dia e noite,

Parece que roubaram deles a sorte.

Deus dos acorrentados! onde estais

Que não ouves os choros abafados?

A cor negra de raça, de força e garra

Agora sofrem com mãos e corações aprisionados.

A cor da nação, terra e povo

Não deixe Senhor que morram de desgosto.

Não os deixem viver na prisão e escuridão

Deus dos acorrentados, os livrem da escravidão.

CANÇÃO MANAUARA

Março 19, 2017

Em tempos de “escândalo” da carne podre, carne fraca,  publicamos a paródia do afinado Kalyan Iauacanã da Silva Oliveira a buscar no Romantismo de Gonçalves Dias que tematizava a saudade de sua pátria quando lá em Portugal vivia a pensar no Brasil.

Imagem relacionada

Minha terra tem farinha,

Que não se encontra em qualquer lugar,

Tem a branca e a baguda,

Que fazem nossos dentes rachar.

Nossa mata tem o macaco,

Nosso céu tem urubu,

No lago tem a canoa,

E no rio tem o pacu.

Em pensar que o bodó é bom,

O jaraqui é muito mais,

Em pensar naquela farinha,

Desse jeito emagrecer jamais.

Minha terra tem muitas lendas,

Que tais nos fazem acreditar,

Em cismar com medo à noite,

Mais sombrias elas irão ficar,

Minha terra tem muitas lendas,

Onde no futuro irei participar,

retirando o golpista Temer

para meu Brasil melhorar.

Não permita Deus que eu morra,

Sem que eu pare de jantar,

Sem que eu cisme com nossas lendas,

Que não se encontram em todo lugar,

Sem que eu ainda coma a farinha,

Onde no final um açaí irei degustar.

 

 

 

 

BOB DYLAN GANHA NOBEL DE LITERATURA

Outubro 13, 2016

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O cantor, compositor, articulista e pintor Bob Dylan foi escolhido para abiscoitar o Prêmio Nobel de Literatura, ano 2016. Nascido em 1941, em Minnesota, com o nome bastimal Robert Allen Zimmerman, é imigrante de judeus-russos e começou a compor com dez anos de idade.

     Como roqueiro, Bob Dylan tem como tema de suas principais baladas questões, politicas, sociais como oposição às guerras imperialistas impostas pelas grandes nações aos povos subdesenvolvidos, racismo, defesa dos direitos das mulheres, de todas as minorias. Com essas questões sempre foi observado pelos órgãos de repressão dos Estados Unidos e de outros países opressores, como ocorreu com John Lennon.

    Cantar a liberdade é sua vocação como artista. Há porém, há um certo signo de contradição para quem sempre se postou como sujeito produtor de sinais libertários como ele. O Prêmio Nobel tem um ranço claro de propósito glamorizante reacionário, mesmo que escolha personagens, muitos deles com consciência progressista. Tem o efeito de amaciar desavisados que ocultam suas vaidades. Muitas escolhas suas foram claramente comprometidas com o status quo da dominação. Exemplo, escolha de Obama.

       Quem entendeu muito bem a sutileza do Nobel foi o filósofo Sartre que rejeitou sua indicação. Dois princípios tocaram-lhe para não aceitar. Sua condição de filósofo. Já que filósofo não precisa de reconhecimento, visto seu engajamento existencial como homem que produz seu projeto ontológico muito além do bem e do mal daqueles que procuram reconhecimento por seus reconhecimentos. Como faz o Nobel. Outro, como ele afirmou, porque ao receber o prêmio estaria traindo os que lutam pela liberdade. Receber toda a grana que lhe daria condição de não se preocupa por muito tempo com o capital para sobreviver as auguras da existência, não seduzia. Principalmente, por seu o filósofo engajado contra a mi´séria dos povos. Miséria produzidas por muitos que amparam o Nobel. 

      Claro, Bob Dylan, como Obama, não é Sartre e muito menos filósofo, mas é uma cara talentoso para o que se propôs. Inclusive à vaidade de aceitar a premiação como reconhecimento de sua obra.

        Faz parte.

A BOITEMPO EDITORIAL LANÇA PARAO PÚBLICO INFATIL O SELO BOITATÁ: POLÍTICA PARA CRIANÇAS

Janeiro 16, 2016

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Editora Boitempo é uma enunciação que pronunciada em qualquer lugar do Brasil  leva o ouvinte-leitor a lembrar de Marx. Ou outros cientistas políticos que desdobram o pensamento marxista. O que significa que ela é uma editora que conhece o princípio essencial do conceito política.

A Editora Boitempo, assim pode ser considerada a editora comercial do país que trabalha unicamente com um discurso: o discurso político. Ela, diferente de outras editoras, não tem interesse de representar o mercado geral da indústria editorial de consumo. Como se diz: a indústria de variedades que só objetiva o lucro.

Um exemplo de seu engajamento são as obras de Marx publicadas com farta documentação e impecável tradução. Foi à primeira tradução que se preocupou com o conceito básico da relação patrão-empregado: mais-valia. Todas as outras traduções sempre apresentaram no Brasil, a exploração do trabalhador pelo patrão através de seu salário, com o nome mais-valia. A Boitempo apresenta a tradução como mais-valor. Essa uma pequena demonstração de seu valor-editorial.

Agora, seguindo sua essencialidade política, a editora lança ao público infantil o selo Boitatá que inicia as publicações com os títulos A Democracia Pode Ser Assim e a Ditadura é Assim que tem o objetivo de mostrar e ensinar às crianças as noções de política e ciências sociais que tem como editora responsável, Thaisa Burani.

“A criança vê na TV, na Internet, que vai ter impeachment, que fizeram manifestações, elas querem saber o que é, o que corrupção, e os professores não têm material de apoio para trabalhar em sala de aula.

São livros paradidáticos que trazem conceitos importantes para a criança entender sobre questões sociais, políticas.

A democracia é como um recreio. A gente pode brincar de tudo, só que como toda brincadeira e todo jogo, tem regras”, mostra a editora.

Se você mora em São Paulo e tem intensão de participar do lançamento, anote o endereço e o horário da festa infantil. Livraria da Vila. Rua Fradique Coutinho. Número: 915. Bairro: Pinheiros. Horário: 16 horas.

Vá lá! A artista Kyara Teles vai contar histórias, apresentar músicas e realizar atrações infantis.

Vai lá encontrar o Boitatá que virou a Boitatá que no final tudo é Tatá.

PROJETO ABRAÇO CULTURAL USA DANÇA, CULINÁRIA E LITRATURA PARA ENSINAR FRANCÊS A REFUGIADOS E BRASILEIROS

Janeiro 13, 2016

É simples. Como simples é leve e criativo. Simples é livre de fardos imobilizadores. Professores em situação de refugiados no Brasil de procedência africana latino-americana e árabe, através do Projeto Abraço Cultural, estão dede junho do ano passado proferindo cursos de francês, espanhol, árabe e inglês. De julho até hoje, mais de 290 alunos, 50 voluntários e 28 professores concretizaram o projeto.

Entretanto, o ensino desses idiomas não segue a norma tradicional da pedagogia gramatical. No lugar dos elementos gramaticais servem de corpos pedagógicos linguísticos a dança, a culinária, literatura e história. Ou seja, a experiência concreta da cultura desses povos. Cabendo uma aula de 15 em 15 dias sobre o país de procedência do professor. Um achado que depois de terminados os cursos todos festejarão no dia 13 na festa Aquele Abraço Cultural cujo conteúdo serão constituídos pelos corpos culturais desses povos.

O Projeto Cultural que é produzido pelo Instituto de Reintegração do Refugiado já divulgou que as inscrições estão abetas para os que pretendem participar dos cursos que vão do dia 11ª 5 de fevereiro. As aulas serão ministradas nas segundas, quartas e quintas-feiras em um total de 36 horas.

“É um curso de idioma em que os refugiados são professores de alunos brasileiros. O objetivo é também remunerar e emponderar os refugiados com uma nova forma de trabalho, que é a maior dificuldade deles quando chegam aqui. Queremos valorizar os talentos que eles têm e mostrar isso para as pessoas que têm interesse”, expôs Daniel Assunção, criador do projeto.

“Já tivemos aulas de dança, de gastronomia, literatura e história. O clima é leve e superinteressante.

O projeto trabalha a inserção de pessoas vulneráveis na nossa cultura e sabemos que a língua interfere muito na adaptação deles. Ao mesmo tempo eu tenho oportunidade de aprender um idioma e conhecer uma cultura que me interessam há anos”, observou a tradutora Debora Sales.

Para o professor que ensina língua e cultura árabe Ehab Alhennawi, o projeto permite que os estudantes conheçam sua cultura além do que é noticiado sobre a guerra.

“No projeto, eu ensino junto a cultura e a língua árabe. As pessoas no Brasil conhecem pouco sobre nós. Em geral, só sabem que estamos passando por uma guerra, mas não sabem nada de antes dela. As aulas são o lugar perfeito para eu mostrar tudo o que temos de legal. Ao mesmo tempo, meus alunos me ensinam muito sobre cultura brasileira e assim me ajudam na adaptação”, afirmou o professor.

Já os refugiados que querem aprender o português podem recorrer a Associação de Assistência de Refugiados no Brasil Oasis Solidário localizada no bairro Pari, região central de São Paulo. Na associação o refugiado terá aulas todos os dias além de receber doações e ser auxiliado a tirar documentos.

Veja o vídeo explicativo sobre o projeto e tome sua posição.

VOCÊ QUER ACORDAR? ENTÃO BEIJE “A BELA E A ADORMECIDA”

Janeiro 4, 2016

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Para a psicanálise os contos de fada não podem ser entendidos como se apresentam como realidade. É que nos mostra, principalmente, o psicanalista Bruno Bettelheim em sua obra Psicanálise dos Contos de Fada. Para ele, assim como para Freud, os elementos afetivos e seus entrelaçamentos psíquicos apresentados nesses contos devem ser interpretados e analisados em sua natureza simbólica.

Há uma gama de componentes orais, anais, edipianos, narcísicos, castradores, homossexuais, masturbatórios, invejas, ódios, angustias, medos, desesperos, entre outros que envolvem as crianças quando elas se defrontam com esses contos. É todo um entrelaçamento de projeções que a criança vivência. “Papai, o Lobo não pode morrer! O Lobo sou eu”, disse a criança ao ouvir pela enésima vez o conto contado pelo pai.

A bruxa não é a maldade personificada como se mostra na aparência. Assim, como Branca de Neve não é tão boazinha, como também não são os anõezinhos. A Gata não é tão Borralheira. O compositor e cantor Dércio Marques, mostra em uma de suas criações, a inversão dos papéis dos contos. “Era uma vez, um Lobo Bonzinho que era maltratado pelos cordeirinhos. Havia também a Bruxa formosa, o Príncipe mal e o pirata honrado…”  Dércio muda a intenção dos contos.

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É nesse sentido que o autor inglês Neil Gaiman criou a sua A Bela e a Adormecida que mostra a rainha acordando a princesa com um beijo. Não vamos discutir o caráter regressão-oral que a psicanálise mostra no beijo do Príncipe na Adormecida. Vamos observar esse beijo da Princesa na Rainha que inverte a concepção freudiana da oralidade-gênero. A potência-política desse beijo que desperta a Princesa. Ainda mais, que a Rainha vai casar com um Príncipe.

“Você não precisa de príncipe para salvá-la. Eu não tenho muita paciência para histórias em que mulheres são salvas por homens”, afirmou Neil Gaiman.

Se você que despertar, compre o livro ou peça emprestado. Para comprar disponha de R$ 49,50. A editora e a Rocco. Páginas? Só 70 e com belas ilustrações da artista Chris Riddell.