o baralho tem quatro
rei de ouros, rei de copas
rei de espada, rei de paus.
Corre que sou esperto
corre que te pego
veja que te encho
a cara de barro.
Federico Garcia Lorca
-Querida, quais são seus planos pra este ano?
– Ai, eu quero casar de vestido longo, comprar uma mansão cheia de mordomias e ter duas crianças.
– Este teu plano está muito Hollywood meu bem. Assim você esta me enquadrando em um plano americano – da cintura pra cima- assim fico imóvel, sem poder andar. E depois ainda vai querer da um plano destaque, ou o que os americanos chamam de close na minha mão com a aliança, a famosa algema de ouro.
– Você não me ama é isto? Já deve estar com outra…
– Não entra neste plano de contra-plongee, me olhando de baixo… Você não é inferior, estamos no mesmo plano… E não esqueça que o amor tem que expandir pra comunidades mais vastas, já dizia Toni Negre e entrar em um plano panorâmico, ou quem sabe em um plano geral, para que possa se ver o que está por traz e ampliar nossa visão da nossa vida.
– Você tem razão, meu amor. Agora vamos expandir nosso amor em outros planos.
O plano nos espaços em projeção
A idéia de plano que concebemos pode passar por uma concepção comum, ou se expandir para algo mais amplo.
Em uma diferenciação filosófica a noção imobilizadora do plano pertence ao espaço estriado e a linha de corte em um plano ao espaço liso.
“O espaço liso e o espaço estriado, — o espaço nômade e o espaço sedentário, — o espaço onde se desenvolve a máquina de guerra e o espaço instituído pelo aparelho de Estado, — não são da mesma natureza.” (Deleuze & Guattari, Mil Platos v.5)
Em outras palavras o espaço liso permite que se crie novas concepções e conceitos, já o espaço estriado por sua formação estática não consegue que se crie novas imagens e idéias.
Passando isto para o plano…. Um plano de um filme (pode ser um Hollywoodiano, ou qualquer filme), é feito para que as imagens constituídas nele não eleve o espectador (neste caso é passivo, só espera…) a novas idéias e novas visões de sua existência. Já um plano de um cinema, é todo estudado e construído em um espaço liso, para que se crie uma modificação de nossa percepção a partir desta nova imagem, de uma heterogenia e que este plano permita que se deslize com facilidade para novos espaços. Ou seja, um realizador de cinema ao compor os planos está preocupado com a nossa inteligência, e visa que possamos usar este plano que possamos transpor para uma zona de criação e reformulação. Por isso “o espaço homogêneo não é em absoluto um espaço liso, ao contrário, é a forma do espaço estriado.” (ibid)
“Nada es absolutamente bueno, todo depende del uso y de la prudencia, que son sistemáticos.
Intentamos decir, en Mil Mesetas, que lo bueno no es nunca suficiente (por ejemplo, no basta un espacio liso para vencer las estrías y lãs coacciones, no basta un cuerpo sin órganos para hacer frente lãs organizaciones). En ocasiones se nos ha reprochado el empleo em términos complicados para aparentar distinción. Este reproche no es únicamente malintencionado, es simplemente estúpido. A veces um concepto necesita de una palabra nueva que lo distingue, a veces se sirve de una palabra corriente a la que confiere un sentido peculiar.” (Deleuze, Conversações)
Temos feito neste bloguinho a divulgação e exposição de cineclubes de todo Brasil. Muitos porém talvez ainda não entendam a razão desta disposição. Pois bem…Sabemos que a grande parte da chamada “industria cultural” no Brasil tem um grande amor não pela composição da arte, mas somente pelo amor do capital: o vil metal. Entretanto independente de capital ou do apoio do Estado, os projetos culturais tem que ser amante da arte… Tem que ser esquizo. E isto nenhum cinema comercial é, pois não cria um espaço de produção… Os cineclubes por sua vez trabalham com a produção desejante, onde está aberto não a um grande rebanho, mas aqueles que querem desconfiar de uma falseação da arte, e educar os olhos. Por isso o desejo de exibir cinemas que quase nunca se veria em “um cinema” do jeito que a massa o concebe. Os filmes exibidos nas salas de projeções nos shoppings da vida e na maioria das outras visam apenas encher a barriga do entretenimento, ou seja é um filme barrigal, gastronomico, só engorda mas não nutre. Já o cinema como devir é desconstrutivo; é um cinema para a razão… Barriga não faz falta se temos um cortex… Um corte…
Hoje trazemos o Cineclube Consciência de Jundiaí/SP que nasceu de uma experiência comunitária de criação dos novos saberes e dizeres através do cursinho pré-vestibular comunitário chamado Cursinho Consciência. A idéia do cursinho ser ampliado a um cineclube veio a partir do esforço de alguns professores como Adriano Santos e estudantes do cursinho. A partir de então o cineclube só cresceu e sempre trabalhava com o vetor cinematográfico, ampliando a projeção com debates. A experiência com o cinema foi fundamental aos estudantes e professores e se expandiu para novas produções inclusive do curta-metragem Sobreviva, resultado da “Oficina Básica de Criação Audiovisual” promovida pelo cineclube e que teve seu lançamento no dia 30 de agosto de 2008.
Este cinema ficou em segundo lugar em dois festivais, ganhando o prêmio de melhor atriz no Festival Cine Favela de Heliópolis-SP. Em março de 2009 se comemorou o 2º aniversario, e atualmente o cineclube está localizados na sede do Sindicato dos Bancários. Com mais de 150 cinemas já exibidos o cineclube permanece em continua construção.
Abaixo a programação deste fim de semana
29/08- Exibição e discussão do filme escolhido pelos participantes: “O pagador de promessas”
30/08- Circuito Exibidor de Vídeo Popular: Programa IX – Consciência Ambiental e Música.
Exibição de documentários e mostra musical de Marcos Lobão e banda. Documentários: “Saindo da Lixeira ” de Filipe Freitas, “O Canto de Acauã” da Brigada de Audiovisual da Via Campesina, “Mestre da Gaita” de Rodrigo Santos Sousa e “1º Encontro de Djs” do JC Negro JC, Montanha Anderson.
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26/08/2009 – 18h43
Bob Dylan lança em outubro CD com músicas natalinas
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da Efe, em Los Angeles O cantor Bob Dylan lançará em outubro seu primeiro álbum de Natal com o título “Christmas in the Heart” e destinará a renda para fins beneficentes, informou nesta quarta-feira (26) a revista “Billboard”. O disco, segundo de Dylan este ano, depois do lançamento, em abril, de “Together Through Life”, incluirá temas tradicionais como “I’ll be Home for Christmas”, “O Little Town of Bethlehem”, “Here Comes Santa Claus”, “Must be Santa”, “Winter Wonderland” e “Little Drummer Boy”.
A lista completa, porém, ainda não vazou. Este trabalho chegará ao mercado americano em 13 de outubro e Dylan, 68, destinará a renda à organização Feeding America para propiciar mais de 4 milhões de refeições a pessoas necessitadas durante a época natalina. Dylan também se associará com outras entidades beneficentes internacionais para investir o lucro do disco em projetos no Reino Unido e em países em desenvolvimento. “É uma tragédia que mais de 35 milhões de pessoas neste país (EUA) -12 milhões delas crianças- frequentemente tenham que ir para a cama com fome e acordar toda manhã sem saber de onde virá sua próxima refeição”, assegurou o artista em comunicado. Dylan fará uma turnê de duas semanas pela costa oeste dos EUA que começará em 5 de outubro com um show em Seattle.
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Querem acabar
Com a nossa dignidade
Pois direito pro povo não há.
Clamam os estudantes
Clama o povo inteiro
E justiça pela nossa causa não há.
Os políticos traiçoeiros
Que não respeitam ninguém
Vivem mandando em milhões
Quando o pobre nada tem
Ganha um salário de fome
Que não dá para viver bem
Falta casa e comida
Dignidade de vida
Nem por sonhos todos tem
Falta água, falta luz
E aquele que dirige a cidade
Nos quer ver pregados na cruz
– Sr. Prefeito, onde está
Nosso direito?
Se és representante do povo
Como deixas os empresários
Esvaziarem nossos bolsos?
Prometeste e não cumpriste
Isso não é legal
Ver gente de fora
Mandar na nossa cidade
É covardia lesar o povo ordeiro
Que trabalha honestamente
Para ganhar o seu dinheiro.
Maria da Glória, poeta,
dos encontros alegres do saber comunitário.
Quinha: Mãe Guili!, ensina como se prepara o “acarajé”?
Mãe Guili: Oyá, eparrei! Oyá, eparrei! Oyá-Iansã! Vamos preparar sim, um dos regalos da cozinha baiana, em oferenda para nossa Deusa Guerreira,divindade guerreira dos ventos e das tempestades!
Quinha: Oyá, eparrei! Oyá, eparrei! Oyá-Iansã! Que também cumpre função de encaminhar os espíritos desencarnados ao Orun (céu). Na sua cozinha de chão batido, diz o que é preciso para preparar o “acarajé”.
Mãe Guili: Primeiro é preciso ralar o feijão fradinho à pedra (coloca o feijão e começa a triturá-lo). Como tempero, leva cebola e sal. Em seguida a massa e aquecida em frigideira de barro na qual se derrama um bocado de azeite-de-cheiro.
Quinha: Mãe Guili, com esse quitute baiano de origem africana se come com molho?
Mãe Guili: É claro, Quinha! Como outros quitutes africamos, o molho é preparado com pimenta-malagueta seca, cebola e camarão, tudo moído na pedra e frigido em azeite-de-dendê.
Quinha: Oyá, eparrei! Oyá, eparrei! Oyá-Iansã! Depois que o molho do acarajé estiver pronto, vamos servir em oferenda a Oyá-Iansã! Então vamos com ela, nos deliciar desse quitute!
É sempre no passado aquele orgasmo,
É sempre no presente aquele duplo,
É sempre no futuro aquele pânico.
.
É sempre no meu peito aquela garra.
É sempre no meu tédio aquele aceno.
É sempre no meu sono aquela guerra.
.
É sempre no meu trato o amplo distrato.
Sempre na minha firma a antiga fúria.
Sempre no mesmo engano outro retrato.
.
É sempre nos meus pulos o limite.
É sempre nos meus lábios a estampilha.
É sempre no meu não aquele trauma.
.
Sempre no meu amor a noite rompe.
Sempre dentro de mim meu inimigo.
E sempre no meu sempre a mesma ausência.
Carlos Drummond de Andrade
A música brasileira sempre nos ofereceu grande cantoras que tinham em sua voz um potência tamanha … Clara Nunes, Nubia Laffayete, Elizete Cardoso, Beth Carvalho, Elza Soares, Aracy de Almeida … apenas para frisar algumas.
E quando a cantora é bahiana… Muitos indagam o que a bahiana tem? A maioria das cantoras bahianas (principalmente contemporâneas) tem uma boa voz, porém pouco se aproveita das construção linguistica que sai de suas belas bocas. Mas será que as palavras que saem da doce boca morena pela voz de Diana são palavras que afirmam a vida, ou pura falseação para se vender mais?
Muitos em 1978, quando Diana lançava seu disco Diana Pequeno, acharam que era a segunda opção. Ainda mais por sua “música principal” ser “uma tradução ” de um grande sucesso americano “Blowing in the Wind” de um cantor americano Bob Dylan. Porem este purismo e segregação espacial (tudo que é de tal lugar não presta) não tem como ser considerados, se levarmos uma analise racional. Uma cultura é formada e deformada por pessoas. A letra de Bob Dylan não se comparava as traduções tolas da jovem guarda de música dos Beatles por exemplo. É uma corte na carne de vocês.
Blowing in the wind como o nome diz não é de nenhum lugar e nem de ninguém… Mas de todos que querem ser soprados pelo vento… por um vento desterritorializante… Um hurricane- furação. E ainda mais uma música de Dylan, um poeta engajado, que cantou pela libertação da vida, dos negros, dos presos e dos povos.
Por isso a arte de Diana se expandiu. Com varias composições suas e de seu amante (aquele que amo…)Décio Marques, Diana ainda é uma mulher linda, com seus 50 e tantos ballões de anos. Ela continua solta soprando o vento. As vezes aparece pelo nordeste fazendo uns shows lindos. Abaixo a música Blowing in the wind… que é muito mais que uma tradução de Bob Dylan…É vida….
Clique no nome da música para baixar o disco.
BLOWING IN THE WIND- DIANA PEQUENO
Quantos caminhos
Um homem deve andar
Pra que seja aceito como um homem
Quantos mares
Uma gaivota irá cruzar
Pra poder descansar na areia
Quanto tempo
As balas de canhões explodirão
Antes de serem proibidas
The answer my friend
is blowing in the wind
The answer is blowing in the wind
Quantas vezes
Deve um homem olhar pra cima
Para poder ver o céu
Quantos ouvidos
Um homem deve ter
Para ouvir os lamentos do povo
Quantas mortes
Ainda serão necessárias
Para que se saiba que já se matou demais
The answer my friend
Is blowing in the wind
The answer is blowing the wind
Quanto tempo
Pode uma montanha existir
Antes que o mar a desfaça
Quantos anos
Pode um povo viver
Sem conhecer a liberdade
Quanto tempo
Um homem deve virar a cabeça
Fingindo não ver o que está vendo
The answer my friend
Is blowing in the wind
The answer is blowing in the wind