A 123 quilômetros de São Luiz, Santa Joana, faz parte dos mais de 500 quilombolas nas terras do estado do Maranhão que lutam pela defesa e manutenção da cultura africana cujo processo de vivacidade é transmitido de geração a geração.
Pois bem, no fim da semana passada, o quilombo Santa Joana, foi palco de uma inusitada cerimônia estética-afro. A exibição do desenho animado colombiano Guilhermina e Candelário que é exibido na EV Brasil. A televisão pública que tem a melhor rede de programa por seguir os princípios democráticos socias da comunicação: serviço público e disciplina cívica. O que não se encontra em qualquer TV Globo, aberta ou fechada.
Foi uma festa das crianças, principalmente, e os adultos que se regozijaram com os personagens negros e suas aventuras solidárias. Os personagens são dois irmãos negros que contracenam com o avô Justino
“Estamos mostrando para o Brasil e para o mundo que estamos aqui. Que existimos”, observou o líder da comunidade, o babalorixá, João Batista, que protesta contra inexistência de negros nas telas das TVs brasileiras.
Já o responsável pelo Projeto Mandigueiros do Amanhã, que comporta aprimeira orquestra quilombola composta por 300 crianças e adolescentes, Mestre Bamba, afirmou que os desenhos apresentam os aspectos éticos e sociais que a cultura afro passa de geração a geração.
“Guilhermina e Candelário retrata o povo negro e seus valores morais e éticos. O desenho faz que a gente se veja na televisão”, disse Mestre Bamba.
A criança Renilson Gomes, de 11 anos, viu nos desenhos relações com suas próprias vivências.
“É como eu e minha irmã: eles discutem, mas depois ficam bem. Eles são bonitos”, disse Renilson.
O adulto que tiver envolvido com a educação de crianças e pretender que elas tenham outro olhar sobre o mundo, pode levá-las a assistir os desenhos na TV Brasil de segunda a sexta-feira no programa Hora da Criança que vai ao ar em dois horários das 8 horas às 12 horas e 12h30 às 17 horas.
A produção da animação sai dos talentos criativos da Señal Colombia e da Fosfenos Média.