Archive for the ‘Produção’ Category
O TESTAMENTO DE JUDAS ANO 2014
Abril 19, 2014ÚLTIMA PARTE DA ENTREVISTA HISTÓRICA COM O ETERNO-REBELDE-INOVADOR TEATRÓLOGO JOSÉ CELSO
Abril 2, 2014Chegamos à última – sem a final – da entrevista histórica com o eterno-rebelde-inovador do teatro brasileiro José Celso Martinez Correa, realizada por Tite de Lemos para a Revista Civilização Brasileira para o segundo número do caderno especial Realidade do Teatro Brasileiro.
Nas antes publicadas José Celso expos os recalques da burguesia paulista que com seu reacionarismo impede a clareza e a concretização de uma cultura original brasileira. Zé Celso também tratou da condição do teatro do ano de 1968, época da histórica entrevista, assim como do pensamento de Brecht, a importância nacional do cinema Terra Em Transe do premiado cinegrafista Glauber Rocha, a inovação em suas montagens, O Rei da Vela, Oswald de Andrade e a revolução de sua arte antropofágica. Agora, chegamos nesse 1° de abril, dia da mentira, na última parte da entrevista histórica que revela a mentira imposta pela concepção de uma estética burguesa.
A ENTREVISTA – “A GUINADA DE JOSÉ CELSO”
JOSÉ CELSO – Isso não pode ser julgado, como foi pelo crítico Décio de Almeida Prado, como uma questão de equilíbrio: primeiro ato, circo, segundo: revista, terceiro: ópera. Ora, porque não “cinema”, porque não “TV”, porque não “ballet”? Se o terceiro ato foi concebido em termos de ópera (aliás, foi a primeira intuição de “misennscène” da obra: o terceiro ato ficou de pé em três dias de ensaio tal o entrosamento do conteúdo e forma que obteve) é por razões que a crítica deveria interpretar. Não por um equilíbrio idiota. Esse negócio de equilíbrio é absurdo no espírito de um espetáculo como este. Porque disso nós começamos a conceituar no programa, mas não é função nossa, mas sim, do crítico ler o sentido desta forma. Mas como crítico é insensível à política, por exemplo (não deve ter esses problemas!), o terceiro ato desaparece da crítica, não existe. Mas o que se vai fazer? Realmente o espetáculo como Onde Canta o Sabiá de Grisolli, muitos de Abujamra e de outros diretores são tentativas de estabelecer entre nós um tipo de arte – a arte da direção, a do “texto” da direção. Dirigir não é como no tempo do TBC, manter o equilíbrio dos atos, iluminar direitinho, fazer o ator falar impostado, dar ritmo aqui e ali, meter uns cenários bem pesados de compensado e pronto. Há já mais de um século de arte supercriadora de direção que hoje é a única forma de produzir um teatro como arte. Recriação que é criação. Aliás, muita gente sabe disso. Isso já foi feito e somente ainda não foi mais desenvolvido por falta de uma crítica que se constituísse em interprete, em exegese desse tipo de teatro. Nós temos que criar entre novos realizadores, enfim, entre a mentalidade nova de teatro, atores, cenógrafos, diretores, um órgão de imprensa que permita que nós falemos de nossa experiência. Dirão: basta inovar que as coisas espontaneamente serão tidas como novas. Mentira a ideologia do novo, da demonstração de que algo de novo, por mínimo que seja, aparece em um espetáculo é um fator importantíssimo.
O Sr. Décio de Almeida Prado, por exemplo, é mestre em retirar as cargas explosivas de todas as inovações. Tudo que se faz de novo neste país em teatro ele elogia e incorpora dentro de uma tradição calma do “já feito”. E a coisa que poderia ter um aspecto novo, recebe um golpe de esterilização e entra na rotina de um processo mole e anêmico do teatro brasileiro. O Rei da Vela é o novo numa série de coisas. Mas não há a ideologia de um novo setor que hoje faz a crítica. Portanto, a crítica que deveria ser a consciência de uma classe teatral é a consciência de um teatro morto, ou melhor, uma consciência morta.
O grande aspecto novo quem percebe é que está criando arte neste país. Assim o pessoal do Cinema Novo, da música brasileira, vê e revê o Rei da Vela, incorpora sua experiência em suas realizações, em seus projetos. Eu ouço as músicas, vejo e revejo filmes e vou descobrindo que alguma coisa nova está nascendo no país. E se até no teatro isto chega, é bom sinal.
Resumindo, o que há de mais novo no Rei da Vela é um estilo de direção que fala través das maquiagens, dos mínimos acessórios, das interpretações, do fato de serem atores jovens que fazem papeis de personagens maduros, etc. Tudo isso é uma opção nova. Se tudo isso for julgado a partir de categorias do teatro quadrado tradicional, não funciona. Neste caso, nossa bomba, Quatro num Quarto funciona bem mais. Para mim foi uma grande descoberta. Pela primeira vez eu falei com inteira liberdade. Estou presente no espetáculo conforme me encontrei com Oswald. Assim como cada ator o cenógrafo. Todos nós fazemos O Rei da Vela. Transformamos a peça num comentário nosso, ultrapessoal, inclusive, sobre o todo da realidade brasileira. Cada um de nós assina o espetáculo. Quem se abre e quer descobrir tudo que nós queremos comunicar, vai encontrar uma abertura imensa de nossa parte. Há toda simbologia fálica e não fálica da peça para ser lida e interpretada pelo espectador. Há toda a colocação do problema do ator da nova geração perante uma tradição de teatro de chanchada, interrompida abruptamente pela aridez cafonamente aristocratizante do TBC. Há milhões de coisas. Para mim, inclusive, o problema é grande. Como me atirei de cabeça, acabei descobrindo coisas que nunca cheguei a imaginar. E que me comprometeram.
TITE DE LEMOS – Quais as reações do público no espetáculo?
JOSÉ CELSO – O público reage ao espetáculo até não reagindo. Temos essões silenciosas, trágicas. O público parece não entender nada. Ou então se revolta. Ou está apático ou não acha nada, sei lá. A plateia muitas vezes lotada, sai sem nenhuma reação. Outras vezes, entretanto, o espetáculo recebe adesão total e histérica da plateia, que se manifesta a favor. Às levantam-se da sala e retiram-se, em protesto. Alguns saem silenciosos. Outros se manifestam em voz alta. Um espectador teve um ataque quase histérico e chegou a chamar Oswald no peito, para leva-lo ao DOPS. Chegaram mesmo a fazer um poema, afirmando que nós deturpamos o sentido da peça. Nele se pedia que Oswald lavasse “com sangue” nosso pecado de tê-lo deturpado. Enfim, é uma relação de luta. Luta entre atores e público. Metade deste, praticamente não adere. Ou detesta. Ou não entende. A peça agride intelectualmente, formalmente, sexualmente, politicamente. Isto é, chama muitas vezes o espectador de burro, recalcado e reacionário. E a nós mesmo também. Ora ela não pode ter a adesão de público que não está disposto a se transformar, a ser agredido. Ela não vai com as boas consciências, com as boas almas. Mas em compensação ela tem a adesão de um grande setor da plateia que se comunica coma violência do espetáculo. Tem servido para mim e para o Oficina como ponto de contato com tudo que vem surgindo de criativo e novo no Brasil. Antes de O Rei da Vela, nós vivíamos isolados. Depois da encenação nós fizemos grandes amigos e um bom número de inimigos também. Mas como compensou! As novas relações todas que o grupo fez e faz através da peça, com gente que está criando em todos os setores da arte, abriu o comércio que sempre faltou ao teatro e outros setores da cultura. O Rei da Vela deu-nos a consciência de pertencermos a uma geração. Pela primeira vez eu sinto isso.
Há uma geração que vai começar a intercambiar, a começar a criar. Fui violentamente influenciado por Terra Em Transe. Hoje fico satisfeito em saber que Arnaldo Jabor, Cacá Diegues, Leo Hirschman, Gustavo Dahl e tantos outros receberam o que eu quis comunicar com o espetáculo. Fico satisfeito de Caetano Velloso ter escrito que agora compõe “depois” de ter visto a peça. Que Nelson Leirner acha a coisa para o teatro tão importante como o neodadaísmo na pintura. Enfim, eu não deveria citar nomes, pois tanta gente falou e ainda fala na comunicação da peça, mas serve para ilustrar. Eu sinto que a obra se comunica violentamente, mesmo quando a plateia permanece silenciosa. Ela está agindo mentalmente. Ou para se achar, o fim da burrice ou para destilar veneno (que destila pelo telefone ou então no que escreve no questionário que nós mantemos permanentemente no teatro). Ou então para se comunicar conosco. Os 50% que se comunicam com a peça, valem. E par falar a verdade são muito importantes os outros 50% que a detestam.
O interessante é justamente que ela divide o público. Sempre. O público estudantil, inclusive. O que é igualmente muito positivo. Queira-se ou não, um público dividido política e socialmente. Ela também divide o público intelectual. Une as plateias que paga sete cruzeiros novos aos sábados, unânimes em não entender nada ou em reagir violentamente contra. Mas une um público novo, sintoma de mentalidade nova, que se forma neste país. E mais positivamente une o público mais popular. Fizemos, como experiência, uma sessão par o público do bairro; a reação foi a mais genial possível. Reação de riso livre, do deboche de toda problemática de que eles realmente somente podem rir pra valer.
Mas a maior reação, em todo caso, foi minha mesmo. E dos que fizeram o espetáculo. Esta entrevista eu nunca daria a propósito de outra peça. O Brasil de hoje, ou o Oswald, ou nós, não sei, tem uma coisa estranha. Atribuo tudo, um pouco espiritamente, ao espírito de Oswald mesmo. Depois de O Rei da Vela tenho vontade imensa de debater, de espinafrar. O espetáculo tem defeitos aos milhares. Mas não é isso que impede sua comunicação. O caso está na esfera dos valores. Hoje já adivinhamos de antemão as pessoas que aceitam ou não a peça. As reações começam a passar a ser previsíveis.
O espetáculo é um diálogo terrível com o público. A comunicação negativa da peça, entretanto, já nos trouxe problemas. Tanto que o espetáculo terminou por ser mutilado e exatamente no “texto de direção”. Por pressões do público que ficou atingido pela violência. Pelo canhão do boneco… Imaginem, uma pessoa sair de casa para ir fazer uma reclamação contra um pedaço de madeira e de repente a segurança do país passa a ser, ter ou não ter aquele canhão naquele boneco? Enfim, estas reações determinaram que não tivéssemos mais debates, o que é uma pena. Fico hoje satisfeito em saber que o teatro tem o poder de suscitar essas reações fortes. Enfim, o teatro comunica pela porrada alguma coisa. Confirma assim tudo que se prevê de recalque infantil que esta plateia tem. Ela está toda mistificada e merece receber mesmo, violões* e outros bichos pela cara”.
*Referência ao violão que o cantor, compositor, cinegrafista, poeta, contista Sérgio Ricardo, jogou contra o público do Festival de Música Popular que o agredia e impedia que ele continuasse a cantar sua música.
Inscrições abertas até domingo para parceria Cinema e direitos Humanos no projeto Inventar com a diferença
Novembro 15, 2013Acesse o sítio aqui
Carimbó resiste na Amazônia e quer ser reconhecido como patrimônio imaterial
Fevereiro 5, 2013Rodas de Carimbó contam uma parte da existência – e da resistência – cultural no Distrito de Icoaraci, no Pará, onde está localizado o Espaço Cultural Coisas de Negro. O Tambor de Crioula, do Maranhão, já foi reconhecido pelo Ministério da Cultura como patrimônio imaterial do Brasil. Agora, um coletivo realiza uma campanha para a concessão da mesma chancela ao carimbó.
Lilian Campelo e Rogério Almeida* para Carta Maior
A arte milenar da cerâmica marajoara produzida no bairro do Paracuri proporcionou uma visibilidade além rio-mar ao distrito de Icoaraci. Em tupi-guarani o nome significa “Mãe de todas as águas”. Assim como outras regiões da cidade de Belém, a baía do Guajará circunda o lugar, ainda repleto de furos, igarapés e rios. O rio Paracuri é um deles, assim como o Maguari, o igarapé Livramento, e tantos outros, de onde é retirada a argila – cada vez mais rara – para a produção da cerâmica.
É tempo de chuva na Amazônia. A ausência de saneamento básico impede o acesso dos consumidores do artesanato até o centro produtor. Limite que é sanado com quiosques de venda na orla central do bairro. Além da arte marajoara e tapajônica, músicos de samba, rock, pop e carimbó ajudam a compor a cena cultural do lugar.
Vinte quilômetros separam o centro da capital do Pará do lugar. A esburacada e mal sinalizada rodovia Augusto Montenegro é a principal via que leva ao bucólico logradouro apelidado de “Vila Sorriso”. Edificações ligadas à Igreja Católica marcam o espaço da orla, repleta de restaurantes e vendedores de coco.
Já a abandonada Biblioteca Municipal Avertano Rocha é um resquício dos gloriosos anos do ciclo da borracha. O chalé integra o portfólio da arquitetura do século XIX do município.
O hiato social tem incrementado a violência ao redor. Em novembro de 2011, a chacina de seis adolescentes sem passagem pela polícia comoveu o distrito. Alguns suspeitos estão presos. Mas o caso continua uma incógnita.
O cais que recebe a produção de hortifrutigranjeiros e o pescado é o mesmo de onde é possível embarcar pra o arquipélago do Marajó, e ilhas mais próximas, como a de Cotijuba, que durante muito tempo abrigou o presídio do Estado. Uma viagem de menos de sessenta minutos de barco separa o distrito da ilha. A energia recentemente implantada trouxe mais conforto às pousadas, e incentivou a especulação imobiliária. No mesmo cais no mês de outubro ocorre a romaria fluvial que celebra Nossa Senhora de Nazaré.
Após vários processos históricos, desde os tempos das sesmarias, o distrito de Icoaraci foi instituído juridicamente na década de 1940. Vez em quando alguns setores do comércio e da política local ensaiam um movimento separatista de Belém. Enquanto isso não ocorre, na avenida Dr. Lopo de Castro, nº 1081, a cada domingo, há 13 anos, o Espaço Cultural Coisas de Negro celebra a cultura de matriz afroindígena com as rodas de carimbó.
A percussão é a coluna dorsal da manifestação de matriz afroindígena. Assim como o tambor de crioula do Maranhão, três tambores (curimbó) compõem o nipe percussivo ajudado por maracás. Cabe ao curimbó maior a marcação, enquanto os dois menores solam. Ao contrário da manifestação maranhense, no carimbó existem instrumentos de harmonia, como flauta transversal e banjo. Os grupos mais pop´s agrupam violão ou guitarra e baixo.
Homens e mulheres dançam em movimento circular. Cabe ao homem o galanteio. Na manifestação maranhense cabe às mulheres a dança, e aos homens a música e o canto. As vestes são similares. As mulheres sempre dançam de saia. A camisa de chitão florido é comum na indumentária dos homens nas duas manifestações.
A matriz rural é o elemento comum das atrações culturais nos dois estados. A região do Marajó e do Salgado (município de Marapanim em particular) são as referências de grupos de carimbó no Pará. Já no Maranhão a manifestação é encontrada nos bairros da periferia de São Luís, e em inúmeras áreas em várias regiões do estado marcadas por remanescentes de quilombo. Na periferia de Belém, no bairro da Terra Firme, migrantes maranhenses à Rua dos Pretos mobilizam-se em torno do tambor de crioula.
Espaço Cultural Coisas de Negro – espaço de (re) existência
Os apêndices da história deixam claro o preconceito e a criminalização das manifestações culturais de matriz africana. Códigos de posturas de algumas cidades proibiam as rodas de capoeira e samba. Era coisa de malandro. Para (re) existir o samba ganhou o abrigo em terreiros de umbanda e candomblé, como no caso da Tia Ciata e apelou para o sincretismo. A visão obtusa de antes tem sido oxigenada em dias atuais por alguns segmentos neopentecostais.
Assim como os ancestrais, homens e mulheres negras ou não celebram a cada noite de domingo o carimbó. A casa do Coisas de Negro é modesta. O sobrado recentemente passou por uma reforma. A ornamentação faz referência às culturas africana e amazônica.
A seleção em prêmio do edital de Culturas Populares Mestre Humberto de Maracanã (cantos de bumba-meu-boi do Maranhão), promovido pelo Ministério da Cultura realizado em 2008 possibilitou a reforma. O projeto foi contemplado na categoria Grupos Tradicionais Informais. A iniciativa contou com a ajuda da jornalista e produtora cultural Luciane Bessa, lembra o proprietário do espaço, Raimundo Piedade da Silva, mais conhecido como Nego Ray. Um senhor de média idade de estatura mediana.
O Coisas de Negro – entre o rústico e o haiteck. O espaço cultural apresenta um ambiente rústico. Peças de cerâmica, raízes de plantas secas, sementes e fotografias dos grupos de carimbó impressas em lona de caminhão adornam as paredes com textura de argila.
Nos rituais de domingo, na parede acima do palco filmes sobre cultura popular e curtas-metragens produzidos no Pará são exibidos. O documentário Salve Verequete, falecido mestre do carimbó, não deixa de ser exibido. O cineasta Luiz Arnaldo assina o registro sobre a trajetória de um dos protagonistas da arte popular do Estado. O negro esguio morreu doente e pobre. Somente no fim da vida contou com uma ajuda pecuniária da prefeitura de Belém. Para sobreviver vendia churrasquinho. A sina de Verequete é comum entre os artífices do gênero. A mesma trilha teve o mestre Bento.
Internet, carimbó e cidadania
Talvez nenhum mestre tenha imaginado que as rodas de carimbó ganhariam o mundo. Hoje elas são transmitidas ao vivo via internet. O Carimbó.Net também contou com a participação de Luciane Bessa.O empreendimento que começou no espaço cultural, hoje é projeto de extensão da Universidade Federal do Pará (UFPA). Ele conta com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Pará (Fapespa), através do Edital Ações Colaborativas para a Cidadania Digital, lançado em 2009.
A iniciativa proporcionou ao Espaço Coisas de Negro a oportunidade de ministrar oficinas de confecção e percussão de instrumentos para jovens, além de trabalhar com software livre e gravação de CD. Os frutos desse projeto podem ser acessados nas redes sociais.
Nego Ray relembra a experiência que o projeto possibilitou ao visitar uma comunidade quilombola Laranjituba, localizada no município de Moju, norte do Estado. “Tivemos a felicidade de gravar a voz de um cidadão de 87 anos de idade, Mestre Jorge que canta carimbó. Nós levamos todo nosso equipamento de som. Conseguimos captar o som dele e reproduzimos na hora o CD. Já tínhamos feito a capa e entregamos para ele,” conta emocionado.
Ray sublinha que o Mestre Jorge ao ouvir a sua música sendo tocada pela primeira vez parecia criança dançando. A equipe ficou maravilhada com aquilo. Acompanhando o mestre vendo todo o processo e se ouvindo, foi muito bacana, arremata.
Coisas de Negro – os primeiros passos
No início o espaço cultural era um bar. O proprietário explica que o local existe há 21 anos. E que desde o início das rodas de carimbó passou a ser denominado de espaço cultural. O repertório musical era composto de voz e violão ao vivo sempre as sextas-feiras. E a execução de vinis.
Ray relata que as rodas de carimbó começaram com a apresentação do grupo ‘Curuperê’. Ele recorda que um grupo de pessoas ligadas à música o procurou. Eles tinham interesse em apresentar o trabalho que era voltado ao carimbó. Fui convidado a participar. E assim começamos a trabalhar em cima do repertório autoral.
A partir daí outros grupos parafolclórico começaram a se apresentar no espaço. A iniciativa trouxe resultados. Outros locais também começaram a promover as rodas de carimbó. Até então a divulgação do carimbó era restrita a períodos festivos. “Antes as apresentações do carimbó ficavam confinadas às festividades da quadra junina. Com essa nossa atitude de fazer as rodas aos domingos, as pessoas começaram a aceitar mais o ritmo regional. Hoje a dança aparece até no horário nobre da televisão, mas foi necessário que alguém, não só a gente, mas as pessoas que nunca deixaram de acreditar que um dia essa música iria chegar onde está começando a chegar. Bem como a teimosia dos grandes mestres que não estão mais aqui” afirma Nego Ray.
Hibridismo cultural é Coisa de Negro
“Não há conflito entre o regional e o ‘de fora’, pelo contrário, há um encontro que proporciona uma nova expressão cultural. O hibridismo, longe de ser visto como uma deturpação da cultura popular é considerado enriquecedor das práticas culturais por esse segmento que conheceu o carimbó por meio do Mundé”.
Esta frase, estampada em lona, ornamenta uma das paredes do Espaço Coisas de Negro. Quem entra rapidamente percebe que a energia do local congrega diversos campos culturais. Nego Ray explica, “Uma coisa que a gente percebe aqui é a mudança de comportamento das pessoas. As que são voltadas para outras tendências musicais, quando adentram no “Coisas de Negro” começam a se integrar. As meninas do rock que já vêm aqui e vestem as suas saias.”.
O jornalista Ismael Machado sugeriu ao Nego Ray o projeto Coisas do Rock. Na época estiveram no palco as bandas, Arcano 19, Cravo Carbono e Norman Bates. “Retornamos agora, tem um ou dois anos com apresentações de grupos de rock. No dia 2 de fevereiro teremos The Smiths Cover e Los Hermanos Cover. Além dessa apresentação, antes teremos no dia primeiro de fevereiro o Buscapé Blues, com uma apresentação de música autoral” explica Ray.
O espaço cultural sempre esteve aberto a outros ritmos e estilos, mas não é só o local que congrega outras influências musicais. O grupo de carimbó Mundé Qultural é prova dessa efervescência contemporânea. Utilizando instrumentos como a guitarra, o baixo e percuteria, este último criado pelo próprio grupo é um conjunto de instrumentos como: prato, banjo, alfaia, pandeiro e caixa de bateria.
O grupo mescla experimentações sonoras envolvendo o popular e o contemporâneo. Nego Ray fala que eles deram uma nova roupagem à música ‘Moleque do Paracuri’ da banda Novos Camaleões, “Fizemos um arranjo bem legal, uma pitada regional com uma linguagem rock ‘n roll”. A mesma linha segue o grupo Lauvaite Penoso. Algo que lembra a turma que envenenou a cena cultural do Recife na década de 1990, isto para não falar de Raul Seixas, Mutantes e a Tropicália.
Hoje, o Espaço Coisas de Negro abriga as mais diversas tendências e experimentações sonoras. Para Nego Ray a procura das pessoas pelo espaço denota uma carência de locais para a música autoral. “O que eu vejo hoje no ‘Coisas de Negro’ era o que um tempo atrás acontecia no teatro Waldemar Henrique. O teatro abria as portas para que as pessoas pudessem fazer as suas experiências musicais”.
Trio Chamote – direto da costela do Coisas de Negro
O ensaio começou umas 7hs da noite. A batida leve na baqueta e o contar do “1, 2, 3, e…” marca mais um recomeço da música que está sendo ensaiada. O local é no Espaço Cultura Coisas de Negro e o celular grava o áudio do ensaio. O ritmo é o lundu. Também de matriz africana. Ao contrário do carimbó a sonoridade é marcada pela suavidade e a cadência em pausas leves e fortes marcadas pelo batuque. No caso é tocado no bumbo da bateria. A dança é um ritual de sedução.
O ambiente ‘Coisas de Negro’ inspira musicalidade e o espaço também contribui para o surgimento de novas parcerias, a partir de encontros e vivências com pessoas e grupos musicais plurais, como a diversidade do Trio Chamote.
Composto por Silvio Barbosa (sopro), Luizinho Lins (banjo) e Charles Matos (bateria), eles utilizam o espaço para ensaiar as cinco músicas já criadas. O trio irá se apresentar oficialmente no Teatro Waldemar Henrique na abertura do show do guitarrista Pio Lobato. Data a confirmar.
Chamote e Coisas de Negro
O Trio ainda é novo, os músicos é que são velhos conhecidos do ambiente, desde os tempos do nascimento das rodas de carimbó. Todos moram em Icoaraci. O nome do Trio vem de um dos processos de produção artesanal da cerâmica. Chamote é o nome dado aos restos de cacos de peças antigas da cerâmica marajoara, que são aproveitadas e misturadas ao barro natural para a criação de novas peças.
É desta realidade cotidiana e de vivências que os músicos criaram o estilo do trio. Charles, autodidata com 22 anos entre baquetas e pratos explica o som que produzem: “O Chamote surgiu de um sonho antigo de trabalhar a música regional folclórica inserindo uma roupagem contemporânea, com efeitos sonoros e linguagem jazzística, que consiste na improvisação musical”.
Luizinho explica que o Espaço Coisas de Negro também ajudou a construir o Chamote “Aqui a gente busca conceito, tem as rodas de carimbó, todo esse ambiente ajuda a compor”.
A construção do conceito musical do Chamote partiu de algumas coincidências. Todos os integrantes possuem pesquisas distintas sobre os instrumentos que tocam e ritmos amazônicos, contempladas com bolsa de estudo no Instituto de Artes do Pará (IAP). O horizonte de trabalhar com ritmos regionais mesclando uma pegada mais contemporânea foi o que os uniu.
O espaço Coisas de Negro foi determinante para o encontro e a realização do projeto, como afirma Silvio, “Talvez se não fosse o ‘Coisas de Negro’ o Chamote não iria se formar. Os ensaios no espaço, a convivência nas rodas de carimbó e a troca de impressões com o Ray ajudaram a cimentar a ideia” pondera o músico.
Luizinho confirma: “Se eu estivesse em outro espaço, talvez eu estaria tocando com outro grupo, e só tocando, não estaria fazendo experimentação sonora”.
Para o artista, a relação que se dá no espaço é de solidariedade, “Quando o Ray cede o espaço para gente ensaiar não é necessário uma assinatura em papel, e toda essa formalidade, as relações são baseadas no aperto de mão”.
Cultura popular como patrimônio imaterial do Brasil
O Tambor de Crioula, o primo do Maranhão já foi reconhecido pelo Ministério da Cultura como patrimônio imaterial do Brasil. No Pará um coletivo realiza uma campanha para a concessão da mesma chancela ao carimbó. Autores e intelectuais atuam em frentes diferentes.
Uns tratam da burocracia, enquanto outros organizam memorial sobre os grupos e nomes relevantes de mestres do ritmo, onde flutuam Verequete, Lucindo, Dico, Cizico e Bento, entre outros. E organizam eventos dentro e fora do estado.
A cada domingo, além do Coisas de Negro, os ancestrais são festejados por percussionistas nas manhãs da Praça da República, no Centro de Belém. Ali entre mangueiras, e próximo ao cheio de pompa e circunstâncias Teatro da Paz, não raro os músicos entoam a canção mais popular do gênero: “Chama Verequete! Velejar. Velejar”.
*Lilian Campelo é jornalista. A folkcomunicação foi o tema de seu trabalho de conclusão de curso. Rogério Almeida é autor do livro “Pororoca pequena – marolinhas sobre a(s) Amazônia (s) de cá”.
KINEMASÓFICO COMEMORA 4 ANOS COM DUAS FESTAS EM SUA NATALINIZAÇÃO DE JANEIRO
Fevereiro 1, 2013Natal, época de nascimento comemorada todo fim de ano. Para o kinemasófico o seu natal é em janeiro, mês em que foi engendrado este vetor afinado junto com as crianças do Novo Aleixo. Desta forma o ano novo traz o natal para o Kinemasófico. E neste último domingo do mês de janeiro o Kinemasófico comemorou seus quatro anos juntamente com a festa natalina da Afin. Ufa! Até que enfim chegou o natal da Afin.
E estas duas comemorações encheram o bairro do Novo Aleixo de alegria, risos e muitas brincadeiras. Mas antes do início da atividade kinemasófica houve uma conversa com as crianças, jovens e pais presentes sobre o entendimento e a importância dos cinemas para as crianças.
Foi colocado pelas crianças que o cinema já faz parte da realidade deles mas que diferente da televisão proporciona um debate onde todos podem usar sua voz e expor seus pensamentos. No kinemasófico afinado eles disseram se sentirem dispostos para conversar sobre os temas levantados e para aprender com as novas imagens que o cinema traz. Além disso foi colocado também que este aprendizado é sempre divertido e envolvente, ao contrário das obrigações e punições da escola.
E desta forma sentimos em cada palavra que o cinema tem sido uma composição que aumenta a potência criança de cada um e abre diversas formas de pensar, se expressar e agir.
Depois da conversa como em todo aniversário kinemasófico foi passado um vídeo especial. Neste ano o vídeo denominado “Hoje o cinema são vocês” mostrou além das fotos das crianças, dos curtas e longas kinemasóficos exibidos durante o ano e uma seleção musical especial, uma seção dedicada às brincadeiras e atividades que aconteceram durante o ano.
Desta forma após terminar as fotos com as crianças e os cinemas exibidos apareceu na o “falso” FIM seguido de uma tela preta. Porém após alguns segundos o vídeo anunciava É BRINCADEIRA mostrando então as fotos das crianças brincando nas mais diversas atividades proposta durante o ano como o pebolzinho, boliche, rima rimador, formação de palavras, jogo dos bancos, etc. Mais uma vez se declarava um falso FIM para mostrar as fotos do grupo do Hip-hop que produziram uma batalha de B-boys após algumas projeções de cinema.ASSISTA O VÍDEO ABAIXO OU PARA BAIXA-LO O VÍDEO CLIQUE AQUI.
E em cada foto que se passava havia uma explosão de gargalhadas e de olhares que se cruzavam pois naquele momento as crianças eram atores e espectadores ao mesmo tempo. As fotos mostram que elas são o responsável pelo vído e pela festa, pois ajudaram durante todo o ano a produzir o kinemasófico com sua presença e o uso de sua alegria, inteligência, humor na relação estética com cinema e com as crianças afinados.
Quando o vídeo Photo-kinemico terminou parece que o tempo cronológico de um ano não diminui a vontade de estar alí, mas na composição atemporal de novos afetos o tempo que passou pelas fotos não pode ser mensurado em 1 ano ou outra quantia. Isto ocorre pois houve nestas composições a criação de novas maneiras de entender o mundo, fazendo com cada um se transformasse em um novo. E como sempre há esta transformação o tempo cronos nunca vigora pois sempre somos um novo que não pode ser dividido nem contado pelo predecessor.
E foram distribuidos os pratos da ceia kinemasófica nutrindo os cinéfilos crianças para que o vigor da vida persevere. E o mata-broca tava saboroso primeiramente com o arroz com frango e farofa, seguido de um bolo de chocolate.
Então cada criança escolhia um quadrado com número que estava dentro de um saco, sendo que este correspondia a um brinquedo a ser recebido. Desta forma a criança era responsável pela sua escolha e caso não estivesse satisfeita com o brinquedo poderia trocar com o colega ou dar para alguém que escolhesse.
Um a um foram sendo chamado os números e a revelação do brinquedo desconhecido terminava com o mistério numerológico. E junto com o brinquedo cada criança recebia um delicioso pote com doce de abacaxi para comemorar o novo companheiro de brincadeiras.
E assim a noite foi passando com um grande júbilo envolvendo todos os presentes que independente do brinquedo ou da comida, já que todos fazem o cinema e constroem novas relações durante todo o ano. E como todo domingo o kinemasófico é festa não precisa se preocupar que esta terminou pois logo mais tem outra.
Mas além desta festa do olhar que ocorre sempre, está chegando uma que se torna real somente uma vez por ano: a Bandinha do Outro Lado, que neste ano ocorre no dia dia 10 de fevereiro e promete mais uma grande festa, embalada na força de Dionísio, do bode tragos e do brincar criança. Então abre alas que a bandinha vai passar.
Oscar Niemeyer, o conatus político do viver criativo
Dezembro 6, 2012Oscar Niemeyer não está preocupado com sua idade. Ele sempre carregou o si um conatus político, onde sua potência de criação sempre afirmando a vida, nunca deixando de reagir com o novo e a todo momento produzindo artisticamente sua existência. Também foi um homem de seu tempo, presente nas transformações e criações de nossa sociedade. Um político que com sua potência criadora participou de
Há muitos adjetivos para descrever Niemeyer, mas nenhum consegue em seu corpo de qualidades envolver uma pessoa cujo a existência foi repleta de vivências tão ricas e importantes para o Brasil e o mundo. Não pelo tempo cronológico de 104 anos (e quase mais um) que esteve presente, mas pela intensidade de sua presença.
OSCAR, O POLÍTICO
Além de sua transformação das sociedades através da arte, Oscar como homem político, produtor de composições com o corpus democrático. Não apenas político por sua filiação ao Partido Comunista Brasileiro (PCB) do qual deixou em 1991, mas por seu posicionamento social e engajamento em diversas causas.
Sua convicção na mudança que lhe fez arquiteto, assim como lhe fez comunista. Esta luta pela liberdade e pela não aceitação das imposições do capitalismo que o fizeram proibido de trabalhar e morar nos Estados Unidos e posteriormente deixar o país durante a ditadura militar. Seu comunismo sempre foi na prática cotidiana em não aceitar imposição de uma cultura cultuadora da morte e da sabotagem da vida por uma alienação da importância de cada um nas práticas cotidianas.
Envolvido em encontros que aumentaram sua potência democrática, Niemeyer esteve ao lado de Fidel Castro, Jean-Paul Sartre, Simone de Beauvoir, Lula, Jorge Amado, Luís Carlos Prestes, Hugo Chávez, Ulisses Guimarães, Dilma Vana Rousseff, entre diversos outros nomes políticos.
OSCAR, O ARTISTA
Sua carreira como artista começou com seu ingresso na Escola Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro em 1929, e que dois anos depois seria dirigida, por Lucio Costa. Lá ele se formou arquiteto e participou de uma palestra de Le Corbusier. Seu primeiro grande trabalho foi o Ministério da Educação e Saúde, e foi seguido de outra obra que aconteceu quando ele conhece o prefeito de Belo Horizonte, Juscelino Kubitschek (JK), em 1940 e assumiu o projeto da Pampulha. Na mesma década recebe reconhecimento internacional e projeta a Sede da ONU junto com outros arquitetos.
Seu grande impulso foi o convite de JK para a construção de Brasília em 1956, sendo ele nomeado diretor da Escola de Arquitetura da recém-criada Universidade de Brasília – UnB, cargo que manteve durante três anos e que terminou com protesto e pedido de demissão junto com vários acadêmicos devido o golpe militar. Impossibilitado de produzir devido as linhas duras da ditadura, Oscar ganhou o mundo, trabalhando em Paris e várias cidades da Europa durante 10 anos.
Desde criança Oscar desenhava no ar e sua produção continuou até o dia de ontem, quando foi interrompida. Seus traços produziram uma estética única que está presente em todo o mundo nos cinco continentes e em diversos prédios de importância mundial a Sede do Partido Comunista Francês, a Mesquita de Argel, o Centro Cultural Le Havre e vários outros. A simplicidade dos traços e curvas além da presença mais humana nas construções são características da obra de Niemeyer.
OSCAR, HUMANO
Como Oscar sempre soube que a vida não é algo divisível, sendo diversos percursos continuos, ele nunca caiu no conto da melhor idade, e não soube o que era ser estigmatizado de velho. É claro que seu corpo sentiu as mudanças fisico-químicas comuns aos seres humanos, mas devido a sua persistência no ser ele nunca deixou de produzir sua vida e sua arte, pois só assim nutria a existência.
Muitos podem criticar sua existência, mas dificilmente conseguirão alcançar a livre produção e o gozo de vida que Niemeyer sempre teve. Mesmo que digam sobre seus habitos como o tabagismo, Oscar estava presente e nunca negou a vida. Com sua vida ativou o pensamento, e com seu pensamento afirmou sua vida (Nietzche).
Um homem eterno em seus traços políticos que semeiou a quatro ventos novas visões da urbes. Oscar com uma caneta ou lápis na mão era capaz de criar uma nova realidade com algumas poucas linhas e curvas. Muitas destas estão concretizadas e outras surgirão, mas ambas o vivificam. Seu fazer continuará presente no mundo quando estes olhos que nos lêem verem os últimos raios de luz, e que estes sejam belos e produtivos como todo o traçado deste arquiteto que brasileiro sempre foi uma parte de nosso povo e nosso tempo, tanto que hoje nos brasileiros e todo o mundo está sorrindo para a celebração vida junto com os dedos curvados e a caneta repousada.
Este Oscar Ribeiro de Almeida Niemeyer Soares Filho, amante da existência, da transformação do que está constituido e busca se impor, da arte, da mulher, da possibilidade do novo. Seu patrimônio que hoje está presente em diversos paises no mundo nos mostra novas possibilidades de estarmos presente nos espaços e vermos que também podemos modifica-los com o tempo. E este espirito do tempo que com seus minutos, horas, anos impõe o real nos faz perene, muda nosso caminhar, mas mantem muitas construções em pé, principalmente como as de Oscar, que tanto demonstram vitalidade e humanidade. Assim, Oscar conseguiu com seus riscos na tinta e papel renovar, através de uma arquitetura não burguesa e não voltada aos interesses do mercado, uma estrutura massificadora em seus espaços e formas que nos interpelam negativamente. Com a tinta e papel, mostrou que nem sempre a tinta e o papel do capital é o que importa, pois esta apenas carrega linhas duras, enquanto a arte sempre se abre nas linhas de corte. Sempre para o novo, como Niemeyer viveu.
James Gutierrez e o fim do lobby da indústria músical: Piratas vencem
Novembro 18, 2012
(De Moedas para o criador da musica): http://is.gd/V0xuAM
(ou ajude comprando a musica no Itunes)
http://ow.ly/fbX5D
(ou amazon) http://ow.ly/fbX0X
Ou pegue a musica LEGALMENTE POR TORRENT; http://www.jaymegutierrez.com/music.html
JAYME GUTIERREZ- D.I.Y. Myspam
LETRA TRADUZIDA
Escondendo-se do sol,
Vivendo no subsolo,
Os eremitas e seu trabalho de casa,
Estão esperando para serem encontrados,
À procura de uma atualização, grande chance,
um pouco de sorte, Aperto de mão
Sucesso de imprensa completo,
Levando-se em pensar que é o caminho a percorrer,
O sonho, mas não,
Você não é o seu próprio,
a sua liberdade esta Chamado na Internet.
Então, navegar no mar virtual,
Onde mídia digital é gratis,
Mas não vá fazendo todo pagamento pirata,
Se você quiser flutuar sobre o surf do ciberespaço,
Onde os gatos gordos não são responsáveis??,
E tem que usar estrelas de sucata de renda quintal,
Então, talvez agora não há outra maneira,
Nós podemos ter uma palavra a dizer,
Todos cantam alegremente,
“Todo mundo me siga!”
Quando você F.V.M (Faça Você Mesmo), você consegue manter o seu dinheiro Livre de sanguessugas,
Como tesouro dourado gratuito,
E se nós somos muito pequenos,
Em seguida, postar-nos em seu Mural,
Pois compartilhamento de música ira ajuda-lo a prosperar,
E doação de moedas irá mantê-lo vivo!
Apenas mario pulando e 1up
Anonimato ri de leis,
Aposto que os FEDERAIS vai encontrar uma maneira de fechar as portas,
Talvez eles até chamá alguém para vir e descobrir os trolls,
E nós vamos começar a ver que o tempo todo eram apenas crianças de 12 anos de idade,
Ah N, A, O, T, I (Não alimente os trools da internet)
A menos que você quer publicidade grátis!
Ou você poderia fazer marketing viral,
Palavras-chave,
A utilização de qualquer memes,
“Tirando sarro de nada!”
Quando você F.V.M (Faça Você Mesmo), você consegue manter o seu dinheiro livre de sanguessugas,
Como gratuito tesouro dourado,
E se nós somos muito pequenos,
Em seguida, postar-nos em seu Mural,
Pois você deve ser aqueles que decidem,
Nem os bots da web disfarçados …
Sistemática de amigo Fanático
Todos os seus amigos são automáticos,
E seus números de multiplicados,
Não significa que você é uma maravilha,
Você apenas ima sistemática vomitando o spam,
Você está roubando trovão,
Todo mundo está se movendo,
Porque você assassinou tom.
marketing,
Por que todos na indústria,
Carregá-lo em seu rosto?
Por que nós não sutilmente nos vender?
“J, A, Y, m, E, G, u, t, i, e, r, r, e, z, dot!”
(Solo)
Quando você F.V.M (Faça Você Mesmo), você consegue manter o seu dinheiro livre de sanguessugas,
Como gratuito tesouro dourado,
E se nós somos muito pequenos,
Em seguida, postar-nos em seu Mural,
Pois você deve ser aqueles que decidem …
Você não pode ver?
Publicidade está cantando:
Se você gosta do que você ouviu,
Então não pare de lembrar,
Compartilhá-lo, negociá-lo,
Ou diga-lhes tudo para roubá-lo,
Eu não me importo!
“Post-it, blog, pegue, flog, compartilhe, emprestá-lo, não vá monopolizando tudo em tudo o que você é bem-vindo para fazer o que quiser!”
por meganinja
JAYME GUTIERREZ- D.I.Y. Myspam
Lyrics
Hiding from the sun,
Living underground,
The hermits and their home work,
Are hoping to be found,
Looking for an upgrade, big break,
Lucky little hand shake,
Full press success,
Taken into thinking it’s the way to go,
The dream but no,
You’re not your own,
Your freedom’s calling in the world wide phone lines.
So sail on the virtual sea,
Where digital media plugging is free,
But don’t go making every pirate pay,
If you want to float on the surf of cyberspace,
Where fat cats aren’t in charge,
And have to use scrap yard income stars,
So maybe now there’s another way,
We can have a say,
All sing happily,
“Everybody follow me!”
When you D.I.Y, you get to keep your money,
As leach free golden treasure,
And if we’re too small,
Then post us on your wall,
Cos sharing music helps it to thrive,
And donating coins will keep it alive!
—–Just mario jumping and 1up
Anonymity laughs at laws,
I bet the F.E.D’s will find a way to close those doors,
Maybe they’ll even call someone to come and uncover the trolls,
And we’ll get to see that all along the lot were just 12 year-olds,
Oh D, N, F, T, T,
Unless you want free publicity!
Or you could do viral marketing,
Keyword targeting,
Using any memes,
“Making fun of anything!”
When you D.I.Y, you get to keep your money,
As leach free golden treasure,
And if we’re too small,
Then post us on your wall,
Cos you should be the ones who decide,
Not the web bots in disguise…
Systematic friend fanatic,
All your friends are automatic,
And your multiplying numbers,
Don’t mean that you’re a wonder,
You’re just systematic chunder spewing spam,
You’re stealing thunder,
Everyone is moving on,
Because you murdered tom.
Marketing,
Why does everybody in the industry,
Upload it in your face?
Why don’t we subtly sell ourselves?
“J, a, y, m, e, G, u, t, i, e, r, r, e, z, dot com!”
(Solo)
When you D.I.Y, you get to keep your money,
As leach free golden treasure,
And if we’re too small,
Then post us on your wall,
Cos you should be the ones who decide…
Can’t you see?
Publicity is singing:
If you like what you’ve heard,
Then don’t stop remembering,
To share it, deal it,
Or tell them all to steal it,
I don’t mind!
“Post it, blog it, take it, flog it, share it, lend it, don’t go hogging it all in all you’re welcome to do whatever you want!”
Poesia d’Esquina na Cidade de Deus, Rio de Janeiro
Julho 13, 2012Finalissíma do Pebolzin afinado
Junho 15, 2012Em um momento do futebol brasileiro em que nem mesmo todo marketing consegue enganar nosso país que temos uma verdadeira seleção , e muito menos forjar um craque mascarado temos que cambiar,surge o torneio do Pebolzin,que pela primeira vez desde Charles Miller traz mudanças no jogar futebolístico.
Neste torneio produzido pelas crianças do Novo Aleixo há várias mudanças nas regras. O campo é dividido em três partes sendo que duas linhas demarcam o meio campo e a zaga. Os atacantes ficam no meio campo e não podem passar destas linhas, enquanto os zagueiros são os únicos que podem correr o campo todo e marcar gol. Caso os atacantes passem durante duas vezes do espaço delimitado o outro time tem direito a um tiro direto sem barreira.
Outra regra importante é que não pode levantar a bola, atitude que será punida com um tiro direto com o zagueiro na barreira de pernas abertas. Nesta grande final foi decidido mais uma regra: em caso de falta, o adversário tem direito a chute direto de costas para o gol.
E assim o Pebolzin chegou neste último domingo em sua rodada final e após mais de 30 jogos definiu seus gloriosos campeões de cada categoria. O torneio que movimentou o bairro do Novo Aleixo após ao cinema ficou mais competitivo em cada rodada, despontando nov@s craques. A fase final foi disputada entre as equipes que venceram as partidas nas outras rodadas.
A finalíssima começou com a os jogos da categoria “Gente jovem reunida” que incluie os rapazes de estatura grande. O primeiro jogo foi o desempate das duplas Leandro e Diego X David e Jonas, que rendeu uma vitória tranquila para os primeiros pelo placar de 3X1, que se classificaram para o jogo final. Veja os dois tempos nos vídeos abaixo.
O próximo jogo era entre as duplas Michael Douglas e Maurício “Leca” X Anderson “Vizinho” e Israel. Com um jogo bastante disputado durante o tempo normal a partida permaneceu empatada, sendo que com as cinco cobranças de penaltis para cada, houve a vitória da dupla Vizinho e Israel que jogaram a grande final contra Leandro e Diego.
A final da categoria “Gente jovem reunida”reuniu os mais habilidosos jogadores de Pebolzin, porém foi umapartida que rapidamente se definiu a partir da atuação impecável da dupla Leandro (na foto acima com a bola) e Diego que golearam a dupla adversária em 3 X 0, sendo os primeiros campeões.
O torneio continuou com a categoria ” Pebolzin em Devir-mulher “, que desde o começo mostra que as garotas jogam pebol de alto-nível, criando uma dura concorrência entre os times. Por isso como dizia Gonzaguinha: Matilda, no campo do adversário é bom jogar com muita calma procurando pela brecha pra poder ganhar.
A primeirapartida foi entre Vitória e Lohana X Bia e Taís que disputaram uma vaga na grande final. E como já tinha sido mostrado desde o início do campeanato, a dupla Lohana e Vitória com suas jogadas e toques precisos garantiram sua vaga na finalíssima com o placar de 2X0.Veja a partida no vídeo abaixo.
E a grande final da categoria ” Pebolzin em Devir-mulher “reuniu as duplas Daniele e Hayssa X Lohana e Vitória. Em uma das partidas mais emocionantes as duas equipes mostraram um grande desempenho técnico e racional com la pelota nos pés.
E a partida terminou com um magro placar de 1 X 0 para Lohana e Vitória que se sagraram as campeãs.
Por fim foi decidido o título da categoria ” Pebolzin criança” que reuniu os garotos menores que mostraram que no Pebolzin não tem idade, indo desde os grandes aos menorzin. O jogo da final envolvia as duplas Biel e Kalian Chumbinho X Junior e Cleudson. Depois de uma partida exaustiva que ficou empatada, a decisão ficou voltada para a cobrança de pênaltis. Após cinco chutes para cada o placar continuava zerado, em uma demonstração de cansaço das duas equipes. Foi então dado três chutes extras para cada que definiu como campeão a dupla Biel e Chumbinho.
Por fim os campeões da categoria “Gente jovem reunida” participou de um amistoso junto aos craques masters Washigton pretinho e Anderson. A partida fechou com grandiosidade o campeonato Pebolzin que promete voltar em outra oportunidade com outras produções além do futebol que vem sendo tão maltratado. A premiação do torneio ocorre no final deste mês.
E depois de tanto pebol, suor, gols e craques foi hora de distribuir a tradicional pipoca com suco e para adoçar a existência pebolísitica a consistente Maria Mole entrou em campo paraque a existência pebolística de todos continuecheia de produções e disposições.