Archive for the ‘VIDE A CAPA’ Category

VIDE A CAPA!

Dezembro 17, 2014

Olhem aí, capaesquizofílico, a deslumbrante apresentação de três capas-estéticas! Três capas criadas em anos diferentes. Uma expressando romance, outra pensamento político feminino e mais outra filosofia-estética. A beleza estética é mostrada pela escultura e desenho.

capa 001 capa 002No lance movente, Introdução à Tragédia de Sófocles, do filósofo Friedrich Nietzsche, publicada em 2006, pela Jorge Zahar Editores. A criação da capa apresentando dois momentos, ou dois planos, foi da artista Miriam Lerner, que movimentou a obra Édipo e a Esfinge, de Jean-Auguste Dominique Ingres, de 1808. Joia raríssima, capaesquizofílicos!

Uma obra, como todas do filósofo da Vontade de Potência, revolucionária que trata da tragédia antiga e moderna.

capa 003 capa 004Em seguida, sem seguir, Pompas Fúnebres, romance do rebelde e assumido homossexual, escritor Jean Genet, amigos mais influentes filósofos e intelectuais do século vinte, entre eles o filósofo Sartre.

A obra foi publicada pela Editora Nova Fronteira, no ano de 1985, e teve a capa produzida pelo já nosso conhecido, Victor Burton. Burton criou a capa partindo da obra artística de Michelangelo. Ou Miguel Ângelo, para os não íntimos.

capa 005 capa 006Agora, uma obra para balançar as estruturas-paranoicas do capitalismo. Opressão e Liberdade, da filósofa-militante francesa dos direitos libertários do homem, Simone Weil. Marxista ela não deixa qualquer ideologia sem sua crítica, até o próprio marxismo.

Publicada pela Editora da Universidade do Sagrado Coração – EDUSC, no ano de 2001, embora tenha aparecida no ano de 1955, na França, sua expressiva capa foi criada pela própria editora.

Três capas-estéticas para agradar os sentidos e os intelectos dos capaesquizofílicos que eles merecem! Olhos e cognição sobre capas! 

VIDE A CAPA!

Dezembro 5, 2014

Um corte esquizo! Movimento fora dos pontos enodados! Estética-Capa-movimento! Três continuidades e contiguidades. Capas-deslocantes que empurram o leitor além da obra-literária. Ou, quem sabe, o introduzam na obra-literária antes da vivência-letra. Um passeio-esquizo. Três Estéticas-Capas que não fixam o capaesquizofílico no objeto do desejo. Ou Objeto a, como dizem os lacanianos.capa 001 capa 002

“Estados Unidos no Banco dos Réus”, é uma obra-política-literária que conta os movimentos do Tribunal Internacional de Crime de Guerra que funcionou em Estocolmo e considerou o Estado imperialista como praticante de genocídio no Vietnã.

Criado pelos filósofos Jean-Paul Sartre, Bertrand Russel e Vladimir Dedijer contou com inúmeras personalidades engajadas como Lelio Basso, Simone de Beauvoir, Stokely Carmichael, Günther Anders entre outros e outras. Foi publicada pela Editora Paz e Terra, em 1970, com montagem de Capa de Marta Novo sobre uma foto-histórica que correu o mundo como uma demonstração da violência praticada pelo governo do Tio Sam. Cadáveres de vietinamitas e famílias fugindo dos bombardeios.capa 003 capa 004

“A Anti Natureza – Elementos para uma Filosofia Trágica”, do filósofo Clément Rosset, é uma obra com intensos corpus esquizos. Clément Rosset, parte do aforismo do filósofo Nietzsche, “Quando teremos ‘desdivinizado’ completamente a natureza” e cria um movimento-filosófico que muda a concepção do pensar o mundo.

Publicado em 1989, pela Editora Espaço e Tempo, a deslumbrante e contagiante Capa é da criatividade de Cláudio Mesquita, sobre Fragmento de Hieronymus Bosch.capa 005 capa 006

No contínuo, “O Judeu”, peça de teatro em três atos sobre a inclemência-oressiva-religiosa da Inquisição, escrita pelo insigne autor-dramaturgo português, Bernardo Santareno. Literatura teatral indicada não só para os que estão cumpliciados esteticamente com a arte grega, mas também para os leitores que necessitam de vivências singulares;

“O Judeu” foi publicado em 1986, pela Edições Ática – Lisboa, tendo como artista criador da talentosa Capa, Otelo Azinhais.

Um bom passeio-esquizo!

VIDE A CAPA

Setembro 2, 2014

Novas capas compostas como verdadeiras obras de arte para você acessante de Esquizofia. Um verdadeiro deslumbre capaesquisofílico. Hoje, o Vide a Capa se manifesta em enunciados de filosofia, história-sociológica-política, artigos políticos e teoria da estética-pintura. Sensibilidade e inteligência dos compuseram as capas. Há tanta capa esteticamente envolvente que chega até a nos empurrar para a criação de um múltiplo painel. Vamos às percepções das capas e seus entendimentos.capa 001

Partimos pelo meio, como uma forma rizomática, com a obra de Philippe Ariès, História Social da Criança e da Família, publicada, em sua segunda edição, no ano de 1981, pela Editora Guanabara, com a capa criada pela própria editora. Uma pintura que serve de quadro para análise do tema família historicamente.capa 002

Em seguida o caderno Situação I, El Hombre Y Las Cosas, escrito pelo filósofo francês Jean Paul Sartre. O filósofo escreveu vários desses cadernos compostos por artigos e críticas. A publicação é do Editorial Losada, S. A. Buenos Aires, no ano de 1967. A capa, com sinais da pintura moderna, é uma criação de Balderssari. Loucura nos traços.capa 003

Obra de outro filósofo, Gilles Deleuze, Francis Bacon: Lógica da Sensação, publicada pela Editora Zahar, em 2007, estuda o devir das pinturas do artista Francis Bacon. A capa foi criada por Miriam Lerner, sobre a pintura Três Estudos para um Auto-retrato. As imagens mostram que não vemos os objetos fechados em suas formas. Tudo se encontra informe. capa 004

Nesses encadeamentos de capas imbrica-se a obra do filósofo Henri Lefbvre, Metafilosofia, que é uma verdadeira análise da sociedade burguesa e a possibilidade da superação do homem de um estado de coisa pela transformação. A obra foi publicada pela editora Civilização Brasileira, no ano de 1967. A belíssima capa foi criada por Marius Lauritzen Bern.

Boas visadas!  

 

 

VIDE A CAPA

Agosto 22, 2014

O Vide a Capa de hoje traz quatro capas muito bem trabalhadas-criativamente. Tem capa com o teatrólogo Brecht, que fez  aniversário de morte no dia 14, o filósofo Roger Garaudy, o cinegrafista Luis Buñuel e a talentosa e revolucionária Gertrude Stein, tudo saído da sensível e inteligente dos criadores das capas.

Vamos ao passeio de capas sem capa para que o corpo, a sensibilidade e a inteligência as vivenciem em liberdade.capa 001

 A obra Três Vidas, de Gertrude Stein, que conta, através de três novelas, a história de três mulheres lutando contra a alienação do mundo imposta pelos homens, foi publicada pela Editora Nova Fronteira, em 1983, e tem como criador da capa, o nosso já conhecidíssimo Victor Burton. A rica capa foi criada por inspiração do quadro Gertrude Stein, pintado por Picasso. Olha só a joia-raríssima. É obra-prima, mano!capa 002

Em seguida, sem o que segue, se revela a obra Bertolt Brecht, do italiano Paolo Chiarini, publicada em 1967, pela Editora Civilização Brasileira, com capa de Marius Lauritzen Bern. É uma foto conhecida de Brecht, mas saca o que Marius criou. Atenta para entrada do preto delineando o título do livro como uma imagem a-perceptiva. Que lance, mano. Cor esquiza.capa 003

Essa é loucura de movimento. Um salto esquizo. Leveza, quebra de gravidade sem tempo e espaço definido. É a obra do filósofo, pouco conhecida, Roger Garaudy, Dançar A Vida, publicada pela Editora Nova Fronteira, com a capa, adivinha de quem? Do nosso conhecidíssimo Vitor Burton. O cara aparece tantas vezes aqui nesse Esquizofia que vai acabar servindo de tema tese.

Agora, só para tirar um sarro dos bailarinos e não bailarinos. Sabe de quem é o prefácio? Nada mais, nada menos do que Maurice Béjart. É pouco?capa 004

E agora, como o Garaudy presenteou a dança, Luis Buñuel presenteia sua arte: o cinema. Esse presente vai para os esquizokinemasóficos do Passeio Kinema-Histórico. Meu Último Suspiro, publicado, em 1982, pela Editora Nova Fronteira. E quem criou a capa? Novamente ele, sem ser outra vez, Vitor Burton. O valor estético dessa capa encontra-se nas sequências das imagens de Buñuel e de um dos seus cinemas.  

VIDE A CAPA

Agosto 13, 2014

Hoje o passeio-esquizo do Vide a Capa é movimento evanescente estetizante. Não só pelos autores das obras, que não essa a qualificação do Vide a Capa, mas pelas joias-raríssimas que são as capas. Obras capalólicas. Capas que proporcionam vivências estéticas deslocadoras e intensivas.

Vocês videcapaesquizofilológicos vão passear pela antropologia, psicanálise, o teatro popular e a semiótica.CAPA 001

Movimentemo-nos pela obra relíquia e valorosíssima do antropólogo Claude Lévi-Strauss, De La Miel a Las Cenizas, publicada no ano de 1972, pela Editora Fundo de Cultura Econômica do México. E a belíssima capa foi tirada pela própria editora

Da obra Ahumando la Colmena, de la Cinegética de Olpiano copiada em 1554 por Angel Vegecio procedente da Biblioteca de Castillo de Fontainebleu.CAPA 002

Na sequência, a obra sobre a história do pai da psicanálise Freud, escrita pelo escritor Peter Gay, Freud Para Historiadores, publicada pela Editora Paz e Terra no ano de 1989 com a artística capa de Isabel Carballo, tendo como inspiração a pintura de Rubens, O Rapto das Sabinas.CAPA 003

Em seguida temos a obra do teatrólogo, dramaturgo, escritor, poeta e músico César Vieira, Em Busca de um Teatro Popular que conta a história de seu Grupo de Teatro União e Olho Vivo e que foi publicada com serviço editorial não-convencional. A histórica obra foi publicada em 1981e teve a capa produzida pelo próprio grupo. As várias edições foram patriocinadas Federação Nacional de Teatro Amador (CONFENATA). Essa é loucura. Uma capa que expressa uma intrigante força política-popular. Um arraso!CAPA 004

E o que dizer da capa montagem lúdica-semiótica? Pois é. A obra revolucionária da linguística-estrutural de Roland Barthes, O Óbvio e o Obtuso, que trata dos signos no teatro, cinema, fotografia, vestuário entre outros temas da semiótica, foi publicada pela Editora Nova Fronteira no ano de 1990 e teve como criador da excitante capa o nosso, já conhecido, Vitor Burton. Para criar a artística-capa Burton, se inspirou na ilustração de Arcimboldo, O Verão, de 1573.

Vamos na Capa sem espada!

VIDE A CAPA

Julho 23, 2014

Hoje, nobres filoloesquizos o passeio é de visão e entendimento deslocador dado o grau de esteticismo das capas que vale muito um Vide a Capa. Não saõ caps sugestivas, mas vibrátil. Uma espécie de desterritorialização por sopro spinozista.

O passeio puramente esquizo deslocas em conteúdos e expressões pela história universal, ensaios fotográficos, romance e educação. Ou melhor, antieducação castradora.capa 001

A obra História Moderna, de André Corvisier, dividida em cinco parte se deslocando da Afirmação da Europa (1492-1560), transitando pelo Mundo Extra-Europeu nos Séculos XVI e XVII, chegando Em Direção À Época Contemporânea, publicada pela Editora Difel, em 1976, tem como responsável pela Capa Thelma Lunardi Lopes que a criou através da foto do quadro de Sauveur Le-Conte: Luís XIV. A Travessia do Reno. Uma verdadeira capa piracional.capa 002

Seguindo sem seguir, os nobres têm a obra Ensaios Sobre a Fotografia, de Susan Sontag, que vai do ensaio Na Caverna de Platão, passando por O Heroísmo Sem Visão até Breve Antologia de Citações, publicada pela Editora Arbor, em 1983, e que tem como criador da Capa Grafite/Raul Rangel. Só essa Capa oferece uma profunda inferência sobre o espírito da fotografia.capa 003

No contínuum, salta o romance revolucionário de George Orwell, uma verdadeira porrada-literária no capitalismo com sua força sedutora da propaganda, Moinhos de Vento, publicada no Brasil pela Editora Nova Fronteira, em 1984, com a Capa de nosso conhecido, Victor Burton sobre o desenho de Karl Hubbuch, que viveu entre 1881 a 1980: “Publicidade”.

Um brinde-esquizo de Orwell. “Dificilmente haveria alguém ali que não tivesse perfeita consciência de que a publicidade – os anúncios – é o fruto mais sujo já produzido pelo capitalismo”.

Intensiva desterritorialidade, não?

capa 004Um educador sabe que a potência poiética do educando é revolucionária. Com esse saber ele compõe junto com os educandos os corpos que efetivam as mudanças, as ultrapassem de um estado de coisa determinado para outro estado de coisa móvel. Foi o que fez o educador francês Jules Celma e que ele mostra em sua obra Diário de Um Educastrador, publicado no Brasil pela Summus Editorial, em 1979, com a Capa instigante de Edith Derdyk. Uma Capa que desloca, sem cumplicidade com a castração, o inquieto filoloesquizo.

Bons passeios Capas-Esquizos! Vide a Capa quantas vezes forem necessárias!

VIDE A CAPA

Julho 10, 2014

Hoje o passeio esquizo do Vide Capa se movimenta entre as linhas de fuga da psicanálise lacaniana, transitando por teatro de conteúdo político, romance revolucionário e cordel. Um passeio sem segmentaridade.capa 001

 A obra Mata-se Uma Criança de Serge Leclaire que é um estudo sobre o narcisismo primário e a pulsão de morte, foi publicada pela Zahar Editores, no ano de 1977 e teve como seu criador da capa, Érico.capa 002

Já a obra Anjos Assassinos de Conor Cruise O’Brien, é uma peça de teatro que dramatiza as lutas de libertação do Congo que tem como personagens centrais o primeiro-ministro do Congo, Patrice Lumumba e Dag Hammarskjöld, secretário-geral das Nações Unidas.

O livro foi publicado pela Editora Civilização Brasileira, no ano de 1970, e teve como o criador da capa Roberto Franco.capa 003

O romance Garabombo – O Invisível, do escritor e ativista comunista peruano, Manuel Scorza, que conta a luta dos camponeses contra os terríveis latifundiários semifeudais de sua região, foi publicado pela Editora Civilização Brasileira, no ano de 1977, e teve como criador de sua capa Eleonora Affonso.capa 004

Já a escritora e estudiosa da cultura do Nordeste em sua forma de Cordel ligada as heranças medievais, Jerusa Pires Ferreira, apresenta como passeio esquizo sua obra Cavalaria Em Cordel. O livro foi publicado pela Editora Hucitec, em 1979, e tem como criador da capa Olímpio Pinheiro.

Vamos ao passeio esquizo.

VIDE A CAPA

Junho 27, 2014

O passeio do esquizofilológico é verdadeira disjunção dos sólidos que apresentam as capas de livros de consumo. Hoje, os esquizofilológico terão verdadeiras relíquias, joias-rarassímas da capa literária.  Um Vide a Capa que em função da época cultural-junina que estamos vivenciando traz obras recorrentes históricas da literatura.

Tem de Lampião Virgulino, passando por Cobra Norato, antropofagia, viagem pelo sertão de Câmara Cascudo e, Câmara Cascudo, outra vez, sem ser novamente, como diz Gonzaguinha.capa 001

Geografia dos Mitos Brasileiros, de Luis Câmara Cascudo, que ganhou9 o Prêmio João Ribeiro da Academia Brasileira de Letras, em 1948, publicado em 1976, pela Livraria José Olympio Editora S. A., tem como autor da Capa José Ferreira. É uma obra que apresenta um apanhado dos principais mitos do Brasil. Uma obra imprescindível não só para antropólogos, mas para todos os brasileiros.capa 002

Vida e Morte da Antropofagia, de Raul Bopp, é uma obra raríssima com a profundidade que pede o Movimento da Semana Moderna. Raul Bopp foi um dos principais personagens do Movimento Antropofágico. Nessa obra ele trata também da obra-prima da literatura brasileira, Cobra-Norato,

A obra foi publicada no ano de 1977, pela Civilização Brasileira em parceria com o Ministério da Educação e cultura. Tem como autor da Capa Dounê que a montou sobre a obra de Tarsila de Amaral, “Abaporu”.vapa 001

Aqui o bicho pega! História do Cangaço, de Maria Isaura Pereira de Queiroz, é um livro que desmitifica o erro histórico que se tem com relação ao cangaço no Nordeste. A autora diminui o elemento romântico dos personagens e os mostra reais e muito bem atuantes na política brasileira. Eles foram personagens que lutaram contra estrutura fundiária que ainda hoje predomina na região. Ela mostra, também, o uso que o poder fez do cangaceiro para combater o comunismo.

O livro foi publicado no ano de 1982, pela Global Editora. Na realização da Capa contou com Carlos Clémen como responsável pelo projeto, e César Landucci na realização da Capa.capa 003

Viajando o Sertão, de Luis Câmara Cascudo, traz as observações e relações que o autor realizou durante uma viagem que fez no ano de 1934. A obra é considerada pelos críticos como um relato cultural e político.     

O livro editado pela Fundação “José Augusto” e imprimido pela Gráfica Manimbu, em 1975. E teve como criador da Capa, Newton Navarro.                                    

VIDE A CAPA

Maio 29, 2014

Hoje, o Vide a Capa é só obra de arte para arrepiar os sentidos e a cognição. Uma vitrine-esquiza que escapa das prateleiras das livrarias. Tudo pelo devir-capa, movimentado pelos artistas criadores das obras, meta-literárias.

As capas dos livros podem carregar três movimentos-enunciativos. Um a priori que antecede o conteúdo do livro. Outro que cria névoas de indiscernibilidades nos leitores antes da leitura do livro. E o terceiro, aquele que nega o conteúdo apesar de apresentar signos indicativos.

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São nesses movimentos-enunciativos que você videcapaesquizofílico vai compor novos corpos perceptivos e cognitivos encadeados pelos artistas criadores das capas. Aqui tem a primeira capa do Anti-Édipo escrito pelos filósofos Deleuze e Guattari. A potência revolucionária do desejo esquizoanalítico que fragmentou as estruturas da psicanálise no início da década de 70, ainda com os disjuntivos fluxos do Movimento de Maio de 68. A obra que libertou o desejo das cadeias inconsciente freudiano. Publicado no Brasil pela Editora Imago, em 1976, teve como autor da capa Mauro Keiman.

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A escritora russa Nina Berberova, exilada da Revolução de 1917, e autora do romance A Acompanhadora, desfila com seu conto de suspense, intrigas e mentiras, O Lacaio e A meretriz, publicado pela Editora Nova Fronteira, em 1989, tem como artista criador da capa, Victor Burton, o que predominou nas décadas de 70 e 80 criando obras para a mesma editora.

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Em seguida se manifesta o crítico de teatro inglês, Eric Bentley, com sua obra O Teatro Engajado que trata das concepções políticas daqueles que se encontram como sujeitos de produção teatral. Os chamados engajados cujo teatro faz crítica à sociedade capitalista com suas formas de opressões através de seus modos de produção e relações de produção alienando o homem em benefício de seu compulsivo impulso ao lucro máximo. E os chamados conservadores, os não-engajados, que realizam um teatro conservador, gastronômico, para embalar os sonhos e as preguiças da burguesia-ignara.

O Teatro Engajado foi publicado no Brasil, no ano de 1969 (época de dolorosa lembrança, um ano após a implantação do Ato I-5 pelo militares), pela Zahar Editores e teve como criador de sua capa, Érico.

E para enlouquecer os olhos, a obra-prima do realismo fantástico, a literatura que retira todos os pontos de apoio de referências realistas do leitor deixando esquizofrenizado para melhor entender que o real não é tão real como parece ser, como diz o compositor e cantor pernambucano, Flaviola.

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Não é nada mais nada menos do que o pirante Bestiário de Júlio Cortázar. Autor que nasceu em Bruxelas, mas passou a maior parte de sua existência na Argentina, e tinha como fonte de suas produções do realismo fantástico seus próprios sonhos que ele transformava em conto. Ele é o autor do romance respeitadíssimo em todo mundo, O Jogo da Amarelinha.

Bestiário foi publicado no Brasil no ano de 1986. E quem adivinha o criador da capa? Pista: Tem o sobrenome de ator canastrão norte-americano. É isso mesmo, o nosso já conhecido Victor Burton. O canastrão é Richard Burton.

Mande a capa que você mais gosta que nós publicaremos.  Ou faça sua capa para um livro real ou fictício.

VIDE A CAPA

Maio 20, 2014

A criação do livro, como se sabe, é anterior à invenção da imprensa por Gutemberg. Mas é exatamente com a imprensa que o livro vai tomar o impulso-coletivo. Torna-se um objeto literário mais socializado. O livro já não será um ente-literário específico de alguns privilegiados. Ele vai poder ser movimentado além das classes sociais específicas.

Embora, o conteúdo do livro seja o substrato de valor para quem o adquire, entretanto, os primeiros impressores iniciaram aquilo que seria a vitrine do livro: sua capa. A preocupação dos que trabalhavam com o livro não estava resumida ao seu substrato-literário. Estava também com sua capa. A capa representava o primeiro signo-sensorial-cognitivo da relação do leitor com o conteúdo literário.

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As obras filosóficas, científicas, religiosas, artísticas, etc., todas tinham suas capas trabalhadas. Muitas vezes em alto-relevo para destacar a importância da obra e do autor. Muitas capas tiveram – e ainda têm – os títulos da obra em ouro. Tornou-se até uma profissão, o trabalho artesanal de impressão a ouro. Obras clássicas, com capa dura, tinham os títulos e os nomes dos autores em ouro.

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Com o aperfeiçoamento da tecnologia de impressão dos livros, ou seja, o fator gráfico, a ascensão da democracia e mais o capitalismo organizado e de consumo, os conteúdos dos livros variaram e variaram com eles suas capas. Livros de aventuras, romances, mistérios, anedotas, científicos, fantasiosos, para cada tema uma capa específica. Mas também apareceram capas que nada indicavam do conteúdo do livro. O objetivo era mais seduzir pelos olhos o leitor.

Entretanto, quando o mercado editorial se solidificou, e passou a representar o lucro ligado ao leitor mais exigente, o leitor crítico, as editoras tiveram que criar uma política especial para s criação das capas. As capas dos livros passaram a ser um código de forte indicação do valor da obra literária. Os leitores passaram a apreciar as capas dos livros como obras de arte. E que realmente muitas capas correspondem a essa realidade. Como muitas vezes verdadeiras expressões de artesanato.

Hoje, encontram-se capas feitas com fotografias, pinturas, xilogravuras, entre outras criações. No Brasil, no tempo da ditadura civil-militar que imprimiu o terror na sociedade entre os anos de 1964 e 1985, as capas dos livros considerados para intelectuais se apresentavam de duas formas. Quando o livro chamava muita atenção, por exemplo, um livro sobre política socialista, a capa era bem simples. Para não dar bandeira. Outras vezes, as capas escancaravam para desviarem a atenção da censura. Muita bandeira, quer dizer que não tem conteúdo subversivo. Ironia.

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Tratando-se do mercado editorial de consumo de mercado, a preocupação com a capa é pura e exclusivamente de atingir os sentidos visual e táctil do comprador, embora também o sentido olfativo. Tem gente que gosta de cheirar livro capa de livro. Estes são os olfatos-maníacos. Ou olfatoslíterosfílicos. Os que compram livros só para cheirar. Acabou o cheiro, acabou o interesse. Assim, a ordem é embalar a boneca como dizem os críticos da sociedade de consumo, os filósofos Adorno e Marcuse. A capa do livro de consumo, a chamada literatura fácil, como a de Paulo Coelho entre muitos, essa literatura do tipo de gente que assiste a TV Globo, compra Veja, Época, Estadão Folha de São Paulo. Nessas capas não há nada de arte, mesmo que o semiólogo mais porra-louca queira.

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Sem mais delongas, o que este Esquizofia quer dizer com este texto, é que a partir de hoje, durante uma vez na semana, ele irá publicar umas capas de livros que contém algumas expressividades estéticas de seus criadores. E para essa situação foi escolhido, para designar a coluna, o nome Vide a Capa.

Hoje, escolhemos quatro livros. De psiquiatria, teatro, antropologia e semiótica. Todos da Bibliosofia da Associação Filosofia Itinerante (Afin). Gramatica da Vida, do psiquiatra David Cooper. Editora Presença de Portugal (1974). Capa de Saldanha Coutinho. A Câmara Clara, do semiólogo e filósofo Roland Barthes. Editora Nova Fronteira (1980). Capa de Victor Burton. Foi um dos grandes criadores de capas na década de 70. O Pensamento Selvagem, do antropólogo Claude Lévi-Strauss. Editora Companhia Editora Nacional (1976). Capa de Elisa & Riedel. Teatro Dialético, de Bertolt Brecht. Editora Civilização Brasileira (1967). Capa de Marius Lauritzen Bern.

Boa Vide a Capa!