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O TESTAMENTO DE JUDAS 2020 EDIÇÃO COVID – 19- ONLINE

Abril 12, 2020

PRODUÇÃO ESQUIZOFIA

Boneco do Judas criado pelo filosofo-educador-bonequeiro Alci Madureira.

Prezado povo brasileiro, amigo, aguerrido companheiro, é com muito pesar que Eu, Judas Iscariotes, vou realizar nesta Santa Semana comemorativa de mais uma Festa de Ressurreição do meu querido companheiro Jesus Cristo o meu testamento, que como sempre é distribuído para as pessoas honradas, os bens que acredito serem elas dignas de recebê-los e para as imprestáveis as ofertas que elas bem merecem em virtude de suas posturas indignas que expressam sem qualquer pejo suas desonras e condutas ignóbeis. Uma clara representação sórdida que nega profundamente a dignidade da comunidade-democrática fundada em meu companheiro Jesus Cristo, o Filho de Maria.

Escrevo a sentença “com muito pesar”, porque estamos passando por uma cruel prova de patologia-viral conhecida na comunidade médica como coronavírus ou Covid 19, que já infectou e matou milhares de pessoas no mundo todo obrigando a população a recorrer como medida de defesa e prevenção, a prática do isolamento social ou a chamada quarentena. Fato que vem surtindo bons efeitos em vários países cujos governos as adotaram com brevidade. Ao contrário do que ocorre aí no país de vocês que as chamadas autoridades fizeram vistas grossas para a pandemia. Classificando-a, até, como “gripezinha”, como fez Bolsonaro. “Gripezinha” que já matou neste adorado país, mais de mil brasileiros. Alguns até que acreditaram que era uma “gripezinha”.

Como nossa missão de realizar o Testamento é um compromisso sagrado-político com o belo companheiro Jesus Cristo, mesmo com o Covid 19, não poderíamos deixar de realiza-lo. Só que neste ano, por força da circunstância-maligna, não vamos proclamar o Testamento de maneira presencial: abraçando, beijando, cheirando, sentindo o calor e o amor de vocês Devir-Povo-Brasileiro. Vamos fazer uso da teletecnologia-virtual. A chamada Live-Interplanetária, visto que no Planeta Errante todas as dimensões estão conectadas. Será o primeiro Testamento de Judas Online.

Lembrando que o Testamento depois de ser apresentado ao vivo, ele ficará gravado para os que não tenham presenciado ao vivo e tiverem interesse de saber o que eu deixei para eles e para os outros.

Estive conversando com o companheiro Jesus Cristo sobre o uso deste método teletecnológico-virtual e ele aprovou, visto que evita o contato direto que pode facilitar que alguém possa ser infectado. E Ele, como um ser justo, comprometido com a felicidade de todas as mulheres, homens, crianças e idosos, lembrou que no nosso caso, eu, Judas, e, ele, Jesus, não corremos perigo de sermos infectados em função de nossa condição transcendental, mas os humanos sim. E que se fossemos diretamente de encontro ao Povo Brasileiro, seria uma temeridade e irresponsabilidade, porque, sabendo como este povo nos ama, ele não contaria desgraça: iria ao nosso encontro. Claro que só os verdadeiros Cavaleiros da Fé. Os fariseus não. Então, prevaleceu a live.

Apresentado nosso sentido deste Testamento 2020 Covid -19 Online, vamos à distribuição das graças aos de boa fé e desgraça aos de má fé. Os criadores de suas próprias desgraças produzidas por suas ignorâncias, ambições, orgulhos, brutalidades, mentiras, hipocrisias, luxurias, invejas, ódios, violências, medos, prepotências, crueldades, arrogâncias, mesquinharias, imoralidades, etc.

TESTAMENTO DE JUDAS 2020 EDIÇÃO COVID 19 ONLINE

 

1 – Como a realidade me obriga

Falo do vírus da pandemia

Que a pesar de todo o perigo

O estúpido nada via

Enquanto vigorava o descaso

O brasileiro morria.

 

2 – Dividida em dois seguimentos:

Um que quer a vida e outro a morte

A pandemia traça seu próprio trajeto

Escapa os que têm sorte

Sem terapêutica eficaz

Tira da maioria seu norte.

 

3 – Por isso ao povo brasileiro

Insigne, trabalhador e inteligente,

Deixo sua vivacidade

Para não acreditar no que diz o presidente.

Para poder defender

A saúde de seu corpo e sua mente.

 

4 – Aos meus amigos democratas

Que pensam em mudar essa situação

Deixo meu manual de virologia

Que ajuda a ganhar eleição.

 

5 – Ao deslocado Bolsonaro

De Trump o boy-Cloroquina

Deixo-lhe os estudos profícuos

Dos médicos da China.

 

6 – Para as aberrações que tagarelam

Mas não sabem o que é comunismo

Deixo-lhes de Hitler, Minha Luta,

Para saberem o que é nazismo.

 

7 – Ao burguês ambicioso

Que é contra a renda emergencial

Deixo-lhe o Covid – 19

Como o fim do capital.

 

8 – Aos brasileiros engajados

Que todo dia realizam panelaço

Deixo-lhes minha espada,

Meu escudo e minha armadura de aço.

 

9 – Ao escrachado por Bolsonaro

Ministro, Mandetta

Deixo-lhe um pingo de brio

Para escapar da caneta.

 

10 – Aos ímpios disangelistas

Que querem as igrejas abertas

Deixo-lhes as trombetas-apocalípticas

Para lhes presentear as medidas certas.

 

11 – Aos cobradores de dízimos

Que não respeitam a pandemia

Deixo-lhes o fim do capitalismo

Para acabar a mordomia.

 

12 – Aos falsos profetas

Que dizem vender gel de Deus

Deixo-lhes a vaga garantida

No tribunal dos fariseus.

 

13 – Ao Juninho Pernambucano

Que ajudou um homem espancado

Deixo-lhe a medalha de ouro:

‘Junto a Cristo Sentarás ao Lado’

 

14 – Aos meios de comunicação

Que optaram pela insensatez

Deixo-lhes os microfones fechados

Para completar a mudez.

 

15 – Aos sertanejos cantores bolsonaristas

Que de sertanejos não tem nada

Deixo o estrume e o mijo

De minha vaca-malhada.

 

16 – Ao ambicioso Ciro

Que persegue ser presidente

Deixo-lhe uma bela notícia:

Lula é disparado na frente.

 

17 – Ao ausente Bolsonaro

Que fabula ser reeleito

Deixo-lhe a memória do povo

Pra lhe dar o troco perfeito.

 

18 – Aos apedeutas bolsonaristas

Que propagam que a Terra é plana

Deixo-lhes Galileu, Copérnico e Kleper

Que nenhum otário profana.

 

19 – Para os porra-loucas ignorantes

Que defendem o uso da cloroquina

Deixo-lhes as lições de ciência

De minha professora Honorina.

 

20 – Para a defensora da classe

Professora Lucicleia, que hoje aniversaria,

Deixo-lhe o Amor de Cristo:

A Potência da Democracia.

 

21 – Para a turma de Bolsonaro

Que em cada palavra desatina

Deixo-lhe o velho astrolábio

Para saberem onde fica a China.

 

22 – Para os companheiros coveiros

Que executam triste missão

Deixo-lhes meu conforto

Sei que dói enterrar irmã-irmão.

 

23 – Aos trabalhadores da saúde

Que têm firmada a vocação

Deixo-lhes na guarda

De Hipócrates e sua Legião.

 

24 – Aos que chamam “gripezinha”

O Covid 19

Espero que infectados

Tirem a prova dos nove.

 

25 – Aos que estão isolados

E perderam a ordem e o nome do dia

Deixo-lhes a ideia-fixa:

Meu Dia é a Democracia!

 

26 – Aos políticos-democratas

Que já sabem que o Brasil paga caro

Deixo-lhes o tema premente:

“Fora Bolsonaro!”

 

27 – Para a Guerreira Brasileira

Democrata aguerrida

Deixo-lhe cravado em placa de ouro:

“Dilma, Minha Querida!

 

28 – Ao meu companheiro, Lula

Injustamente levado à prisão

E que agora se encontra solto

Deixo sua total absolvição

Com o voto de Celso de Mello

Prova-se que Moro não combatia a corrupção.

 

29 – Quero lembrar, por fim,

Que o mundo está cheio de maldades

Mentiras, ambições e doenças,

São algumas de suas perversidades

Por isso é preciso ficar atento

Contra os profanadores das verdades.

   

30 – Assim, meu querido Povo Brasileiro,

Termino mais um Testamento

Envolvido pela tristeza

Espero que acabe logo o tormento

Pois a vida é pra ser vida

Em seu total fundamento

Como enuncia meu companheiro Cristo:

Estar-No-Mundo é se Ter em Engajamento!   

 

Com os cumprimentos de seu Judas Iscariotes.

Manaus, 11 de abril de 2020. O ano fora dos gonzos.

 

BANDINHA DO OUTRO LADO, DA ASSOCIAÇÃO FILOSOFIA ITINERANTE (AFIN), REALIZA MAIS UMA FOLIA DIONISÍACA-INFANTIL

Fevereiro 24, 2020

PRODUÇÃO ESQUIZOFIA

Pela décima terceira vez, a Bandinha do Outro Lado, folia das crianças, da Associação Filosofia Itinerante (AFIN) realizou seu carnaval. Desta vez, com a parceria do Clube de Mães do Amazonas Voluntários Sem Fronteira. Como não poderia ser diferente, as criança mostraram que também se identificam com as marchinhas de carnaval que historicamente criaram o caráter da folia nacional. Cantar e dançar só marchinhas de carnaval, é o tom da Bandinha do Outro Lado. Sé é carnaval, é carnaval! Nada mais do que carnaval. 

O folguedo carnavalesco infantil, neste ano contou com a presença do famoso saxofonista Antônio Frazão que no auge de seus 84 anos deitou e rolou com seu som no embalo das crianças e seus pais. Frazão é um músico com história-musical invejável. Já tocou em todo o estado do Amazonas. Principalmente nas cidades do interior. Sua participação foi sua contribuição para a política pedagógica da comunidade na qual ele é envolvido.

A folia da Bandinha do Outro Lado é dividida em quatro partes: A dança e o canto em si. A dança individual do frevo. O desfile das fantasias, criadas pelas próprias crianças, e e o enfrentamento gastronômico: o encontro com as comidas e sucos. Além, da pipoca, bom-bom e sorvete. 

Valeu, criançada!

FILÓSOFO MARCOS JOSÉ PUBLICA SEU NOVO LIVRO: SOB A ORDEM DA ZONA ESCURA

Novembro 27, 2019

PRODUÇÃO AFINSOPHIA.ORG

O novo livro do filósofo amazonense Marcos José, Sob A Ordem da Zona Escura pode ser considerado como um devir que corta o corpus atual da obscuridade-perversa que tenta imobilizar o Brasil em seu movimento-original. Partindo do entendimento dos conceitos do filósofo Leibniz sobre Zona Escura e Zona Clara, ele traça a cartografia da ordem nazifascista com sua impossibilidade de vivenciar o mundo como uma práxis e poiesis originária da percepção clara e distinta que mostra o filósofo Spinoza.  

Encadeando conceitos dos filósofos Leibniz, Spinoza, Marx, Nietzsche, Marx, Sartre, Elias Canetti, Deleuze, Guattari, Freud, além dos antipsiquiatras David Cooper e Ronald Laing, entre outros, o livro Sob A Ordem da Zona Escura mostra os estados aberrantes das criaturas da Zona Escura atrofiadas em sua estruturas sensorial, intelectiva e ética que impedem de experimentar o devir-social da homologia e da homonoia que fundamentam o corpus-democracia. As verdadeiras criaturas-corrompidas, como expressa o filósofo Nietzsche.

Como o conceito aberração remete ao sujeito que caminha, perambula, para fora, se entende clara e distintamente que ele faz sua caminhada fora do território-pulsante da democracia. Logo, trata-se de criaturas-horrorosas que não são traspassadas pelas partículas-democráticas que compõem as condições-políticas de viver, viver bem, com outros. Que resulta da composição das potências-singulares de todas as mulheres e homens como Bem Comum. Ou, estatuto político-social dos que vivem no território-ativo-democrático.

Estes sujeitos-sujeitados, em suas aberrações, impossibilitados de afetar, com suas tristezas, as pessoas-alegres que habitam a Zona Clara, estão condenados a perambular, impulsionados por suas atrofias, até enquanto não se façam transformadores de si mesmos, já que ninguém da Zona Clara pode lhes afetar com suas potência-alegres para que eles possam sair de suas condições escura, cinza e obscura. Isto, em função de não existe qualquer noção-comum entre as duas Zonas que possam levar estas criaturas, a composição de novas forma de sentir, ver, ouvir e pensar em outras dimensões. Elas são elas nelas mesmas. Em suas atrofiadas-condições. Em entendimento simples, não há noção-comum entre a democracia e a tirania. 

E o que é bem visível nessas criaturas da Zona Escura, é o desconhecimento de seus aguilhões. O que para o filósofo-historiador Elias Canetti, trata-se de uma ordem que um indivíduo recebe e ele não sabe quem foi o autor e em que momento foi atingido por ela. O que o torna sujeito-passivo da execução, já que a ordem se forma com um conteúdo. Como não são dotados de percepção clara e distinta, eles jamais desconfiam que são meros executores desta ordem sedimenta por partículas aberradoras da a-história. 

Escravizado pela força-dominante da ordem-aguilhão, essas horrendas-criaturas, não podem sequer cogitar a vida social em igualdade, em alteridade, em solidariedade com os outros. São solipsistas. Insuportáveis em-si. Nada entra, nada sai. Por isso, são facilmente identificáveis. Embora habitantes da Zona Escura, carregam revelante visibilidade. Suas condutas se expressam pela inveja, ódio, vingança, castigo, medo, covardia. Nos territórios do sexo, étnico, gênero, pedagógico são homofóbicos, racistas, misógino, pedófilo (o que odeia criança), xenófobos… Signos cultuados por todos nazifascistas

Sob A Ordem da Zona Escura, não delimita território único para estas criaturas-horrendas. Elas perambulam por todos os quadrantes sociais entulhando-os. Encontram-se em todas instituições e fora das instituições. 

 

Marcos José é filósofo, teatrólogo, teórico da psiquiatria-materialista, membro da Associação Filosofia Itinerante (AFIN), entre outros livros, escreveu Um Jogo Filosofante e Tagarelando em Nietzsche. 

 

Livro: Sob A Ordem da Zona Escura.

Autor: Marcos José.

Páginas: 133.

Preço: R$ 30

Publicação: Editora Garcia Edizioni

EM MANAUS, COMPANHIA DE TEATRO CAMCRU, MOSTRA LUZ NAS TREVAS (LUX IN TENEBRIS), DE BRECHT

Novembro 25, 2018

Produção Afinsophia.

Paduk, um homem perigoso, depois de gozar durante muito tempo, no bordel da senhora Hooge, dos prazeres que o sexo prostituído oferece através do capital, se viu expulso exatamente pela força daquilo que lhe permitia tal prazer: a falta do capital.

Proibido de frequentar o bordel pela madame Hooge, sua proprietária, por não ter mais dinheiro para bancar suas taras sexuais junto às meninas que vendiam seus corpos, ele não deixou barato: planejou uma forma de vingança. O mesmo que todo capitalista faz quando se sente impossibilitado do lucro. No caso de Paduk, a impossibilidade do sexo e do álcool usados para prostituir as meninas do bordel.

Para concretizar seu plano de vingança, ele montou uma barraca para exposição dos perigos das doenças sexuais ao lado do bordel, e, assim, atrair o público incauto e promover a falência da casa de tolerância. Usou o mesmo recurso que a moral capitalista oferece a todo despudorado: misturou religião, doenças venéreas e moral. Paduk fez o mesmo que a campanha eleitoral de Bolsonaro fez: aproveitou os baixos sentimentos da massa, como diz senhora Hooge, em forma de mistificação, superstição para conseguir público. Aproveitou o sentimento de culpa sexual da massa, o que o psiquiatra alemão W. Reich, chama de excitação sexual inconsciente sublimada no consciente como excitação religiosa usada pelo nazismo de Hitler, e passou a ganhar dinheiro. Essa repressão sexual sublimada em forma de religião foi o mesmo signo usado na campanha de Bolsonaro em forma de Fake News. Principalmente o delirante kit gay.

  Pode-se aventar que os mesmos tristes sentimentos que levaram o público de Paduk acreditar em suas conferências contra a prostituição e sua vocação para combater o mal, são os mesmos que levaram grande parte dos eleitores de Bolsonaro a votarem nele. É o que nos mostra a psiquiatria. Exaltação da culpa. Ou, com Freud, magnificação da histeria coletiva. Não esquecer que a peça Lux In Tenebris, Luz Nas Trevas, foi escrita em 1919. Vai fazer 100 anos e continua atualíssima, principalmente no Brasil. Coisa da pós-modernidade de Brecht.

Depois, como ocorre na lógica do capitalismo, quando a concorrência é muito forte a decisão mais mais economicamente certa é se unir com o inimigo. Foi o que fizeram madame Hooge e Paduk. 

A montagem da peça é o produto do Encontro Sobre a Práxis e a Poiesis na Estética Marxista criado com estudantes da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) executado pelo filósofo Marcos José sob a coordenação do filósofo e professor da instituição Vitor Leandro tendo como coadjuvante o historiador, ator e fotógrafo Alci Madureira.

Durante o movimento do tema do Encontro, occurso, como diz o filósofo Spinoza, os estudantes participaram de exercícios de criação do ator e direção teatral. Como resultado foi a montagem da peça e a criação da Companhia Artística Momento Cru (CAMCRU) que resultou na apresentação na UEA para uma platéia que, em sua maioria, nunca tinha assistido um espetáculo teatral e na sua totalidade muito menos uma peça de Bertolt Brecht. Foi uma noite inolvidável. Não podia ser diferente. Brecht mostrado pelas magníficas interpretações das atrizes e atores. O verdadeiro encontro spinozista com produção de afetos alegres. Aumento da potência de agir.

ELENCO

Paduak————————————Maurício 

Madame Hooge e outros————-Ayene

Jornalista e outros———————-Jamine

Capelão e outros————————Matheus

FICHA TÉCNICA

Encenação——————————Marcos José

Assistente——————————-Alci Madureira

Contra-Regar————————– Vitor Leandro                            

Música———————————–Composição Coletiva                                                                                                                                                             

TESTAMENTO DE JUDAS 2018

Março 31, 2018

Depois de participar de uma magna manifestação contra a força opressiva do Império Romano, Judas Iscariotes, fazendo prevalecer o significado de seu nome “louvor a Deus”, encontrou Jesus Cristo, junto com seus companheiros do Movimento de Libertação das Almas Cativas (MOLAC) e falou de sua viagem ao Brasil.

Judas, disse a Jesus, que iria ao Brasil para apresentar seu Testamento 2018 na Praça dos Três Poderes com o intuito de aproveitar tanto o espírito da Semana Santa, como, também, para participar das manifestações em defesa da democracia e do Estado de Direito da República Brasileira. E, também, das manifestações dos democratas em defesa de Lula, condenado injustamente por personagens antinacionalistas que se submeteram à justiça norte-americana que ajudaram a quebrar a economia do país e entregar suas riquezas ao capital internacional comandado pela voracidade do capital do Tio Sam. Outro propósito seria de participara das manifestações em favor do Habeas Corpus de Lula que será julgado no dia 4 pelo Supremo Tribunal Federal. Um dia em que poderá iniciar a redemocratização do Brasil.

Lembrando que já havia conhecido o Brasil no ano passado, Cristo, beijou Judas desejando-lhe boa viagem e mandando lembranças e um forte abraço a Lula que conhecera ainda no tempo em que era metalúrgico e que o tinha como atuante companheiro.

Judas chegou à Praça dos Três Poderes, pela manhã, aplaudido pela imensa multidão e foi levado pelos organizadores da manifestação até ao palanque onde pronunciaria seu Testamento 2018.

Com um largo sorriso e um contagiante Bom Dia!, Judas iniciou seu pronunciamento.  

 

– Neste dia, nesta Praça,

Junto ao Povo Brasileiro

Inicio meu Testamento

Em Jesus meu companheiro.

 

– Que este povo amado e corajoso

Inteligente, otimista e lutador,

Jamais de submeterá

A sanha do golpista traidor.

 

– Por isso, indico o modelo,

Que deve ser imitado

O meu companheiro Lula

Que pelos crápulas, é invejado.

 

– O ódio que eles têm de Lula

É porque ele governa com o povo

Por isso, querem destruí-lo,

Para ele não voltar de novo.

 

– Querer de crápula não é poder

Só o povo tem poder concludente

Por isso, Lula será outra vez,

Eleito do povo presidente.

 

– Assim, ao companheiro Lula,

Homem que congrega a união

Deixo-lhe a incontestável

Vitória na eleição.

 

– E a minha companheira Dilma,

Cujo governo foi roubado

Deixo-lhe uma confortável

Vitória para o Senado.

 

– Ao golpista Michel Temer

Cujo futuro não muda

Deixo-lhe uma aconchegante cela

Na penitenciária da Papuda.

 

– Aos parceiros de Temer,

Conhecidos como golpistas,

Deixo vários documentos

Que implicam mais que nomes em listas.

 

– Para a golpista Rede Globo

Cujo atavismo é traição

Deixo-lhe como lembrança

A soberania dessa nação

 

– Para todas às mídias antidemocráticas

Submissas ao capital internacional

Deixo-lhes a incomunicabilidade

Como seu ocaso final.

 

– Para a série O Mecanismo

Que a Netfflix mostra

Deixo-lhe o incontestável fracasso,

O fascismo atolado na bosta.

 

– Ao candidato Bolsonaro

Cujo ideário é a violência

Deixo-lhe o trono e o cetro

Do deus de toda demência.

 

– Aos nazifascistas do Sul

Que contra Lula promoveram atentado

Deixo-lhes a concreta certeza

Que ele jamais será calado.

 

– Para todos nazifascistas

Cuja covardia é culto da morte

Deixo como lembrança

A democracia com seu livre porte.

 

– Aos companheiros Emanuele e Boulos

Que vão disputar a presidência

Deixo-lhes a minha torcida

Par que tenha essencial vivência.

 

– Para meus companheiros Marielle e Anderson,

Assassinados pela tara nazista

Deixo-lhes como lembrança

Do povo, a verdadeira Justiça.

 

– Ao governador Amazonino

Que da educação desconhece o sentido

Deixo meu Paulo Freire

A Pedagogia do Oprimido.

 

– Ao governador do Amazonas

Que não atende dos professores às reivindicações

Deixo-lhe contundente derrota

Nas próximas eleições.

 

– Ao governador Amazonino

Que se nomeia como ‘Ama’

Deixo-lhe a greve dos professores

Como a chama que inflama.

 

– Aos professores do Amazonas

Que por seus direitos entraram em greve

Deixo-lhes a profecia:

Amazonino será breve.

 

– Aos deputados do Amazonas,

Golpistas, inimigos da nação,

Deixo-lhes a voz povo

Para impedir a reeleição.

 

– Ao senador Eduardo Braga

Que também votou pelo golpe

Deixo-lhe a derrota nas urnas

Que já se mostra em galope.

 

– Ao prefeito de Manaus Arthur Neto

Cujos buracos mostram sua gestão

Deixo-lhe como lembrança inesquecível

O desprezo do povão.

 

– Para o povo do Amazonas

Comprometido com o estado

Deixo-lhe às vitórias

De Praciano, Waldemir José e Zé Ricardo.

 

– Agora, meus companheiros,

Para encerrar esse testamento

Desejo que o Brasil

Recupere seu grande momento.

Que os golpistas desapareçam

E levem a dor e o tormento.

 

Também desejo, companheiros,

Que o STF siga a razão

Julgando o HC de Lula

Com base na Constituição

Para que o país volte

A ser uma respeitada nação.

 

Não deve ser diferente

Já que o povo quer respeito

Lula livre para ir e vir

Presidente será reeleito

Pois um país só é soberano

Quando o povo é o Direito!

 

Avante, companheiros,

Vamos lutar pelo Brasil

Só uma democracia real

Pode derrota o que é vil!

PREVISÕES DE MÃE SARA PARA O ANO DE 2018

Janeiro 1, 2018

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Como ocorre todo fim de ano, a Associação Filosofia Itinerante (AFIN), dado seu engajamento com a cultura afrosófica, procura realizar um diálogo com algum representante das religiões afro para ouvir algumas de suas previsões para o ano que se mostra no umbral do tempo pulsado como corpo cronológico. Este ano a AFIN realizou seu compromisso de enunciação da inteligência coletiva dialogando com a insigne, talentosa, engajada, e militante Mãe Sara.

      Mãe Sara, além de comprometida com sua enunciação religiosa, é juíza com formação singular. Não é apenas provida da cultura jurídica, mas profunda conhecedora dos corpos que compõem o discurso jurídico, seu objetivo e sua forma de amestrar seus mestres propagadores deste discurso. Seus estudos lhe possibilitaram conhecer os textos sagrados da canônica medieval que imbricado com o Direito Romano criaram a ilusão da Lei como corpo Teológico-Jurídico responsável pela censura que procura se mostrar e se fazer amada por todos como Verdade da Lei. E que para isso recorreu à criação dos textos, as glosas dos textos, e os comentários dos textos pelos mestres propagadores da ordem dogmática. O Poder que domestica, imprime a norma e se quer obedecido e  amado.

    Como ilustre conhecedora da psicanalise lacaniana, entendeu que muitos dos agentes do Poder Judiciário não são nada mais do que enunciadores-sujeitados a ilusão da ordem dogmática do Poder mistificado pela força da escolástica jurídica, força de sedução, ordenação, imposição e cumprimento da ordem como corpo fálico-narcisista. Em outras palavras: o juiz não se encontra em seu lugar, mas no lugar do Outro, a Lei, que se formou nele pela força da sedução do Nome-do-Pai.

    Desta forma, a instituição jurídica surge para o juiz como mecanismo de defesa de sua consciência negada pelo desejo do Outro como lei censuradora. Sendo assim, o juiz não tem desejo e, consequentemente, lugar próprio, posto que se encontra aprisionado no desejo e no lugar do Outro como lei.

    Esse estudo feito pela Mãe Sara lhe trouxe muitos inimigos invejosos, já que ela colocou a Lei em sua ferida: servir para alguns agentes do judiciário usá-la como defesa para seus elementos psicóticos, porque o julgamento realizado por um juiz-capturado pela ordem dogmática, não reflete o corpo do Direito, mas a transferência projetiva de sua submissão e alienação institucional. E pior, para os prisioneiros do desejo do pontífice-jurídico, o amor do sensor, Mãe Sara tem uma tese inquietante e deformadora chamada o Decreto de Graciano, a mais lúcida personagem que analisou os juízos teológicos-jurídicos medievais.

   Apoiada nesses saberes, Mãe Sara criou o projeto psíquico-jurídico universitário, A Lei e Seu Amor de Punição com o objetivo de que todos os alunos do Curso de Direito sejam obrigados a participar para que conheçam os elementos psíquicos que constituem seus egos e que os impulsionaram a procurar o Curso de Direito. Assim, ao tomarem ciência de que a busca do curso é sintoma das censuras sofridas quando crianças, que lhes deixaram presos no desejo de seus pais confundido como Lei Civil, venham a mudar da decisão profissional antes de se tornarem corpus estranhos à Justiça, como se observa claramente no Brasil.

     Mãe Sara, como sempre alegre, atenciosa e colaborativa, recebeu os membros da AFIN, em sua Casa expressando sua franca singularidade. Apesar de um pouco cansada, havia chegado da Itália depois de participar de um Congresso de Psiquiatria sobre a Política da Psiquiatria de Franco Basaglia na Luta Antimanicomial, foi toda dedicação, carinho e inteligência. Vamos à entrevista.

 AFIN – Mãe Sara, vamos começar perguntando sobre um comportamento que vem  de forma violenta, tomando conta do Brasil. Nas suas previsões, o nazifascismo ainda vai continuar em ação.

Mãe Sara (Sorrindo) – Em ação, não!

AFIN (Contente) – Bela previsão!

MS – Ele não vai continuar em ação, porque ele não é ação, é reação. Daí seu corpo reaça. Esse tipo, que o filósofo Nietzsche chamava de degenerado ou atrasado, sempre existiu. O que ocorre é que com a sociedade virtual, a internet, parece que ele está dominando, mas não está. Ele não tem vida para existir em uma democracia que é a sociedade da vida produzida pelos homens e mulheres livres, como diz o filósofo Spinoza. Como que ele pode viver se viver é revelar o ontológico do Ser-Mudivivente. O nazifascista se situa sob a ordem da zona escura. Não tem luz. Por isso ele se afasta de tudo que tem luz. A democracia é regime da luz dos sentidos, da cognição da ética. Nada que serve ao nazifascista.

AFIN – Quer dizer que nenhum candidato desse tipo tem chance nas eleições de 2018?

MS – Nenhum. A maioria do povo brasileiro é psiquicamente saudável. É detentor de suas faculdades psíquicas, sensoriais, intelectuais e éticas. Não quer o mal para o Brasil.

AFIN – E o golpe vai continuar?

MS – Não!

AFIN (Eufórica) – Forte previsão!

MS – Ele não vai continuar, porque o que continua é o que tem movimento. O golpe não tem movimento é pura paralisação. Todos os seus personagens são tipos imóveis. Aí o ódio contra a democracia. Vejam as destruições que ele está realizando. Direitos trabalhistas, Previdência Social, educação, saúde, todos os corpos imprescindíveis às políticas públicas que vinha sendo praticada pelos governos Lula e Dilma.  

 AFIN (Preocupada) – Então vamos ter que suportar o ilegítimo mais uns meses?

MS – Não!

AFIN – Não? Então, ele vai cair?

MS – Não.

AFIN (Surpresa) – Não vai cair?

MS – Não, porque vocês sabem que pela Lei de Newton, só cai o que tem peso para realizar a gravidade. Que é movimento. Ele não tem peso e nem movimento. O que vai acontecer é que o povo brasileiro composto por todas suas vozes, seguimentos comunitários, vai testemunhar seu trabalho de produção da democracia levando o golpe ao desmanche total. Por exemplo, o que vocês da AFIN vêm realizando são produções de partículas políticas que estão sendo compostas por outras partículas políticas que constituirão o corpo democrático em todo o Brasil.

AFIN – Mãe Sara, esse ano é ano de Copa do Mundo e o torcedor brasileiro encontra-se interessado em saber do resultado da disputa. Então, lhe perguntamos: A Seleção Brasileira vai se sagrar campeã? Hexa?

MS (Gargalhando) – Não! Sem chance!

AFIN – Não!? Mas dizem que ela é uma boa equipe com um técnico talentoso? Por exemplo, tem o Neymar que dizem ser um craque.

MS –  Neymar não é craque nem aqui nem em Cremildolândia. Neymar é um loroteiro de pelada. Um produto de marketing. Qualquer perna de pau sabe disso. Além do mais, o técnico não é talentoso. Só conseguiu ser campeão pelo Coringão e classificar a seleção em primeiro lugar, porque todos os adversários estavam passando por períodos conturbados. E mais, é reacionário e alienado. Falou contra a corrupção e logo em seguida aceitou o convite para ser técnico da seleção enquanto os personagens da CBF estavam sendo presos por corrupção.

AFIN – Uma pergunta provocativa. Neymar ou Cristiano Ronaldo?

MS – Messi.

AFIN – Falando sobre corrupção no futebol, a Globo vai dançar no Fifagate?

MS – A Globo não dança.

AFIN (Confusa) – Não dança!?

MS – Não dança, porque só dança quem é livre, como diz Nietzsche. A Globo é escrava do capital norte-americano. Onde há a força do capital norte-americano, lá ela se encontra. Olha o caso do golpe. O poder da Globo é uma ilusão alimentada por alguns incautos e alguns globotários. A Globo se encontra em estado de estase: com diminuição de sangue. A internet foi seu coquetel Molotov. 2018 será mais uma prova de sua amenização. Se a Globo tivesse poder o Lula nunca teria sido eleito.

AFIN – E essa parte do judiciário vai continuar desfilando glamour na mídia alucinante?

MS – Não. Como a Globo é mãe fálica-narcisista da comunicação, e é onde essa gente se debruça em busca de exaltação e proteção, e estando a Globo em estado de estase, a essa parte do judiciário vai desaparecer e em seu lugar não vai ficar nenhum traço mnemônico. Nada de memória. Não podia ser de outro jeito. O que não é história “desmancha no ar”, como diz o jovem e o velho Marx.

AFIN – Falando em Marx, vamos deslocar uns rolês pelo Amazonas. Ano que tem eleições e o atual governador, que no passado se autoproclamava comunista, como forma de glamour, vem marketizando sua gestão com tom de candidatura. Em propaganda diz que 2017 foi um ano ruim para o Amazonas, mas em 2018 o ‘amor’ vai vencer. Qual a sua previsão para essas eleições aqui.

MS – Como vocês sabem profecia significar perceber o futuro, mas em sua forma boa. No entanto, o que eu vejo não é nada bom em termos de governança. Eu vejo que os candidatos ao governo serão, em sua maioria, os mesmos que sempre formaram o grupo do atraso do Amazonas. O grupo que jamais foi contemporâneo do desenvolvimento e humanização da sociedade amazonense. São sempre os mesmos. Simulam antagonismos, mas são gastronômicos parceiros antidemocráticos.  Exemplo, o governo que a propaganda se refere como governo ruim faz parte do mesmo grupo que atrasa o Amazonas há mais de três décadas. O governo atual, que promete o bom para 2018, passou 12 anos no poder e não produziu qualquer projeto de economia, agricultura, pecuária, saúde, educação, entretenimento, que pudesse ser celebrado como necessariamente humano ao povo amazonense. Portanto, se houver um candidato verdadeiramente democrático, o atual governo não se reelege.

 AFIN – E os deputados da bancada do Amazonas que votaram a favor do golpe, serão eleitos?

MS (Sorrindo) – A maioria vai para o balatal. Não tem talvez. Os que serão reeleitos serão reeleitos em função de alguns vícios que essas eleições ainda possibilitam como chantagem, ameaça, compra de votos, etc. Mas o povo em sua maioria encontra-se atento.

AFIN – E em relação aos deputados estaduais?

MS – Vai ser similar. Muitos não serão reeleitos. Mesmo com apoio de igrejas que servem de chantagem mística ao eleitor medroso, às lideranças comunitárias lambais, e até alguns pais e mães de santos apaniguados desses governantes. O povo amazonense sabe quem são os deputados capachos dos governadores. Os que legislam em benefício de seus grupos contra os direitos da sociedade.

AFIN – E Manaus vai continuar nessa mesma condição de abandono?

MS – Vai. Na verdade, Manaus tem em sua história péssimas administrações. A maioria dos prefeitos de Manaus sempre apresentou uma consciência colonizada, reacionária e provinciana. Essa gente sempre administrou para seus pares.

AFIN – O que significa que os buracos vão continuar do mesmo jeito?

MS – Não!

AFIN – Não!?

MS – Não! Vai piorar! Parece que os prefeitos acreditam que Manaus sem buracos não é cidade.

AFIN – E o transporte coletivo?

MS – Continuará abandonado e a população usuária sofrendo.

AFIN – E a senhora não vislumbra nenhuma situação boa para Manaus.

MS – Vislumbro.

AFIN – Ainda bem, porque a nossa angústia urbana estava aumentando.

MS – Eu vislumbro que o povo vai ficar cada vez mais consciente de seus direitos e se afastar do analfabetismo político. O povo manauara de 2018 não será o reflexo da indiferença. Essa mudança já se viu na eleição para governador tampão que ocorreu em agosto desse ano. Houve uma grande abstenção como reflexo pedagógico do eleitor que não queria nenhum dos candidatos reacionários. E em Manaus, a prova da mudança de consciência se deu com a votação do deputado Zé Ricardo do PT que bateu velhas caricaturas alienadas das direitas. Na verdade, em virtude da quantidade de eleitores que não votaram, era para ter outra eleição. Ou melhor, o Amazonas ficar até o ano que adentra sem governador, pois seria melhor para o povo. O povo mesmo saberia muito bem como administrar o estado.

AFIN – Saltando para o Sudeste. Dilma vai ser eleita senadora por Minas Gerais?

MS – Sem sombras de dúvidas. O eleitor mineiro não vai querer ser enganado novamente por Aécio ou outros semelhantes.  

AFIN – E Lula?

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MS – Isso não é pergunta que a AFIN faça. Claro que não tem para ninguém. É Lula e estamos conversados. Se o povo quer não tem outro querer. Lula é a superioridade sensível, intelectível e ética da democracia brasileira. Nenhum burguês se aproxima dele, porque o povo não permite. Nem Moro, nem, Globo, nem a força opressora do Estado norte-americano pode paralisar e oprimir o desejo do povo que quer existir em seu lugar e não no desejo de outro que lhe aliena.

AFIN – E se condenarem Lula?

MS – Ninguém tem poder democrático, inteligência e ética para condená-lo. Ainda mais quando o povo brasileiro sabe que ele não cometeu nenhum crime. Por essa realidade, “eleição sem Lula é fraude”. Ou observando as enunciações psicanalistas: eleição sem Lula é Freud. É sintoma de exacerbação megalomaníaca narcisista que não tem nada a ver com democracia.  

AFIN – Quer dizer então, vamos à vitória!

MS – Não! Vamos à vitória não. Já somos a vitória.

          Depois da entrevista Mãe Sara serviu aos afinados umas doses da famosa aguardente de São Benedito regada com tira gosto de cajá. Loucura. A parada só parou quando o galo cantou. É mole?

            Para todos: Saravá meu Pai Xangô! Meu Orixá!  

BLOGS AFINSOPHIA E ESQUIZOFIA ENTREVISTAM BELCHIOR JÁ QUE “SEMPRE É DIA DE IRONIA NO MEU CORAÇÃO”

Maio 2, 2017

Os Blogs Afinsophia e Esquizofia, da Associação Filosofia Itinerante (AFIN), publicam a entrevista, alegria como aumento de potência de agir, com o Rapaz Latino-Americano Belchior.

BREVE APRESENTAÇÃO

Antônio Carlos Gomes Belchior Fonteneles Fernandes – cearense da simpática cidade de Sobral -, gostaríamos de fazer um acordo com você nessa entrevista trans-histórica, na névoa inassinalável, ou hecceidade. O acordo é o seguinte: como nós vamos recorrer as nossas faculdades memorativas, além de informações extraídas de nossa arqueologia do saber-Belchior, é possível que venhamos cometer alguns equívocos em relação a fatos aqui apresentados por nós atribuídos a personagens em relação a você. Se por acaso você perceber que algumas enunciações nossas são lendas ou mitos, queira nos corrigir. Certo?

Belchior você é da geração que “por força desse destino um tango argentino” pegava “bem melhor” que “uns blues”. A ditadura civil-militar que dominou o Brasil entre os anos de 1964 e 1985. Você, como muitos brasileiros, por força da ditadura, não teve adolescência, e se quer pode vivenciar as fragrâncias de maio de 68. Enquanto a França, e grande parte da Europa explodia, produzindo linhas de cortes, fissuras através das potências dos trabalhadores e estudantes. Ao contrário, em 68, o Brasil era submetido à força do AI5, implantado pelos militares da repressão-nacional. Foi o ano que começou para valer as perseguições, prisões, sequestros, torturas e mortes.

Todavia, arigó Belchior, você já havia sido traspassado pelas enunciações políticas, estéticas, filosóficas, antropológicas, históricas, psiquiátricas, etc., e podia com clareza entender as notas desterritorializadas de Sartre, Marcuse, Foucault, Deleuze, Guattari, Simone Beauvoir, entre outros que se movimentavam em latitudes e longitudes capazes de lhe afetar spinozianamente: aumentar sua potência de agir. Já havia sido afetado pela potência da comunalidade em forma de erudição. Erudição que levou certa vez Caetano chamar de cultura inútil. Sem falar que você já havia encontrado Marx, Cristo, aliás, o Homem de Nazaré foi quem primeiro lhe encontrou, daí sua vida de noviço, depois rebelde (Gargalhadas), quem sabe a influência a posteriori para criar o projeto de tradução do latim A Divina Comédia, de Dante Alighieri.

Musicólogo roqueiro, corpo que lhe moveu com “os pés cansados e feridos de andar léguas tiranas, a ponto de lhe deixar “com lágrimas nos olhos de ler o Pessoa, e ver o verde da cana”, compôs com as baladas de Bob Dylan, composição que levou o compositor do Maracatu Atômico, George Mautner, a afirmar que entre o original e a cópia preferia o original. Declaração que confirmava que sua entrada no mercado musical brasileiro já estava incomodando. Claro, você como sobralense nunca negou que ouvira muito as baladas de Dylan. E, aliás, quem daquela época, não ouviu? Quem, preocupado com a Napalm lançada pelos Estados Unidos no Vietnã, não ouviu Dylan? E não só Dylan, como também Neil Young, entre outros cantores e compositores de opunham a ferocidade genocida do império. Você sempre foi um homem engajado. Mas um cara que não fazia gênero de rebelde sendo um puta burguês, como seu conterrâneo Fagner. Poucas sabem, mas você participou, convidado pela talentosíssima atriz de teatro Lélia Abramo, no lançamento do primeiro manifesto do Partido dos Trabalhadores, em 1981. O que confirma que suas baladas são politizadas não por dependência de Dylan. Como invejavam seus detratores. E para piorar – para eles, é claro -, você foi parceiro do companheiro Lula na luta pela redemocratização do Brasil. ão do Brasil.

Mesmo só com a adolescência biológica, já havia traçado o compromisso, com Bertolt Brecht, de não deixar seu “charuto apagar-se por causa da amargura”, mostrado na canção Não Leve Flores. Daí que sua obra, apesar de manter alguns elementos regionais, melhor dizendo, nordestinos, foi na “Selva das Cidades”, empurrado pelo teatrólogo da Exceção e a Regrar, que você fez movimentar sua arte como forma de afetar o corpus da urbe atomizada. Como você mesmo diz: “se não for para balançar o coreto, não adiante fazer arte”.

E balança. Belchior, você instituiu no país a música urbana inspirada e alocada no concreto das cidades como corpo da poesia concreta. Você verseja concretamente. A poesia concreta é seu território de práxis e poieses. “Vamos andar, pelas ruas de São Paulo, por entre os carros de São Paulo, meu amor vamos andar e passear. Vamos sair pela rua da consolação, dormir no parque em plena quarta-feira. Sonhar com o domingo em nosso coração. Meu amor, meu amor, meu: a eletricidade dessa cidade me dá vontade de gritar que apaixonado eu sou. Nesse cimento, o meu pensamento e meu sentimento espera o momento de fugir no disco voador. Meu amor, meu amor”, nada de sentimentalidade compassiva, do tipo Roberto Carlos, nesse Passeio do seu primeiro LP, Mote Glose, pela gravadora Chantecler, com a regência do talentoso músico pernambucano Marcus Vinícius, do PCBão, um disco profundamente experimental, onde salta livre a poesia concreta.

Dizem que você canta a liberdade, claro que é uma afirmação abstrata, já que a liberdade não se canta se vive, mas nos diga: nessa tão concreta e cruel realidade produzida pelo capitalismo paranoico com sua dogmática opressora, você é um “passarinho urbano”, ou um “Robô Goliardo” (Gargalhada geral)?

A ENTREVISTA

AFINSOPHIA E ESQUIZOFIA – Começando pelo meio. O que é melhor? Viver, sonhar ou um canto?

Belchior (Sorrindo cúmplice) – “Viver é melhor que sonhar. Eu sei que o amor é uma coisa boa, mas sei também que qualquer canto é menor que a vida de qualquer pessoa”.

AE – Nesse momento em o Brasil encontra-se sob o cutelo de um perverso golpe contra a democracia, você tem alguma paixão?

B – “Você me pergunta pela minha paixão, digo que estou encantado com uma nova invenção, eu vou ficar nessa cidade, não vou voltar pro sertão, pois vejo vir vindo no vento cheiro da nova estação”.

AE – Verdade? Maravilha! Belchior, você é uma cara que viveu as décadas de 60, 70, não teve adolescência no sentido ontologicamente-social, por força da ditadura, mesmo assim conseguiu construir uma das mais inquietantes estéticas do Brasil, todavia, muitas pessoas não conhecem essa obra. E entre essas pessoas têm os nazifascistas. Se por um acaso algumas dessas pessoas, como uma variável-política, perguntasse de você, por onde você andava nesse tempo, o que você responderia?

B (Pensativo) – “Amigo, eu me desesperava!”.

AE – Você tem estilo. Não estilo no conceito burguês, mas como diz o filósofo Deleuze, você cria em sua singularidade como ninguém poderia criar de forma igual. Por isso você faz corte no estado de coisa petrificado. Você libera potências. Como você responderia se alguém pedisse para você compor de outra forma?

B – “Não me peça que eu lhe face uma canção como se deve correta, branca, suave, muito limpa, muito leve, sons palavras são navalhas, e eu não posso falar como convém sem querer ferir ninguém”.

AE (Vibrando) – Cacete! Esse cara é foda, moçada. Ainda nessa linha. Não precisa nem dizer, mas você tem Nietsche e Spinoza na veia: você é exaltação da “vida que ativa o pensamento e o pensamento que afirma a vida”. Até quando se encontra “mais angustiado que um goleiro na hora do gol”. A onda é essa: se um pessimista, um compassivo, uma baixa potência de agir, lhe dissesse que queria lhe ajudar, o que você diria para ele?

B (Gargalhando) – “Saia do meu caminho! Eu prefiro andar sozinho! Deixem que eu decida a minha vida. Não preciso que me digam de que lado nasce o sol, porque bate lá meu coração”.

AE (Explodindo de emoção) – Coisa de louco, moçada! “Você pode até dizer que eu estou por fora e que até estou inventando”, mas para o nosso entendimento, há uma confissão aí nesse “não preciso que me digam de que lado nasce o sol, porque bate lá meu coração”. O sol nasce no Leste, até Galileu já sabia. E o Leste europeu tem Marx, mano. Não precisa responder.

B (Interferindo) – “É claro que eu quero o clarão da lua! É claro que eu quero o branco no preto! Preciso, precisamos da verdade nua e crua, mas não vou remendar vosso soneto. Batuco um canto concreto pra balançar o coreto…”.

AE (Tentando uns movimentos afros) – Grande saída, hein cara? Ok, baby! Diz uma coisa cara. Já viu que há muita gente pessimista diante do desgoverno golpista acreditando que ele será eterno. O que você diz para essa gente?

B – “Você não sente nem vê, mas eu não posso deixar de dizer meu amigo, que uma nova mudança, em breve vai acontecer”.

AE (Palmas) – É o devir-povo! Dando uma deslocada. O que você quer agora?

B (Sorrindo) – “Quero uma balada nova, falando de broto, de coisas assim: de money, de lua de ti e de mim, um cara tão sentimental…”.

AE – Você estudou medicina até o quarto ano, lógico que deve ter entrado em contato com algumas noções freudianas. Freud diz que é muito difícil uma geração se libertar da anterior. Há sempre fantasmas. Vendo o mundo como se encontra, qual a sua maior dor?

B – “Minha dor é perceber que, apesar de termos feito tudo, tudo, o que fizemos, ainda somos os mesmos e vivemos como nossos pais”.

AE – Bel, aproveitando essa questão de continuar o mesmo, tem também aquela questão dos que pousaram como revolucionários, e hoje são tremendos reaças, inclusive muitos operando como golpistas, como é o caso do senador do PSDB, Aloysio Nunes que foi motorista do Marighella. Você poderia descrever para nossos seguidores quem são esses simuladores e nos dizer quem são eles?

B (Dando uma boa baforada no cachimbo) – “Os filhos de Bob Dylan, clientes da Coca-Cola: os que fugimos da escola, voltamos todos pra casa. Um queria mandar brasa; outro ser pedra que rola… Daí o money entra em cena e arrasa e adeus caras bons de bola”.

AE – Esse cara vai na ferida dos caras, mas não confundir com “a ferida viva do meu coração”, não é? O quê? Ainda tem mais? Então, manda brasa.

B (Continuando) – “Donde estás los estudiantes? Os rapazes latino-americanos? Os aventureiros, os anarquistas, os artistas, os sem-destino, os rebeldes experimentadores, os benditos malditos – os renegados – os sonhadores? Esperávamos os alquimistas…  E lá vem os arrivistas, consumistas, mercadores. Minas, homens não há mais? Entre o céu e a terra não há mais que sex, drugs and rock ‘n’roll? Por que o adeus às armas? Não perguntes por quem os sinos sobram… Eles dobram por ti! O último a sair apague a luz azul do aeroporto. E ainda que mal pergunte: a saída será mesmo o aeroporto?”.

AE (Vibrando) – Loucura, moçada! O quê? Ainda tem mais? Manda brasa, arigó!

B – “Onde anda o tipo afoito que em 1-9-6-8 queria tomar o poder? Hoje, rei da vaselina, correu de carrão pra China, só toma mesmo aspirina e já não quer nem saber”.

AE –Loucura, loucura, loucura! Ainda agora você disse que “uma nova mudança vai acontecer”. Qual a forma para essa mudança?

B – “A única forma que pode ser nova é nenhuma regra ter; é nunca fazer nada que o mestre mandar. Sempre desobedecer. Nunca reverenciar”.

AE – A noite tem para você um signo profundo?

B – “Anoite fria me ensinou a amar mais o meu dia. E, pela dor eu descobri o poder da alegria e a certeza de que tenho coisas novas pra dizer”.

AE – Você é nordestino, e como você sabe, há hoje no Brasil uma consciência nazifascista que discrimina violentamente o povo do Nordeste. Como você concebe esse comportamento genocida contra o Nordeste?

 B (Sorrindo) – “Nordeste é uma ficção! Nordeste nunca houve! Não! Eu não sou do lugar dos esquecidos! Não sou da nação dos condenados! Não sou do sertão dos ofendidos! Você sabe bem: conheço o meu lugar”.

AE – E o medo de avião?

B (Balançando a cabeça sorrindo) – “Agora ficou fácil. Todo mundo compreende aquele toque Beatles: – “I WANNA HOLD YOUR HAND!”.

AE – E aquela namorada e aquele teu melhor amigo?

B – “Minha namorada voltou para o norte, ficou quase louca e arranjou um emprego muito bom, meu melhor amigo foi atropelado voltando pra casa. Caso comum de trânsito”.

AE – Os filósofos Epicuro, Spinoza, Nietzsche dizem quase o mesmo sobre falar sobre a morte. É claro que ninguém pode falar sobre a morte, porque é a última experiência e a única que não se pode contar nada sobre ela. Eles dizem que falar sobre a morte enquanto se está vivo é imundo. Mas vamos conceder uma cortesia sobre esse tema. Como você cogita sua morte?

B (Sorrindo) – “Talvez eu morra jovem: alguma curva do caminho, algum punhal de amor traído completará o meu destino”.

AE – Belchior você é uma cara corajoso. Sua obra e sua existência comprovam sua coragem. Mas nos responda: você tem Medo?

B – “Eu tenho medo. E medo anda por fora, medo anda por dentro do meu coração. Eu tenho medo em que chegue a hora em que eu precise entrar no avião. Eu tenho medo de abrir a porta que dá pro sertão da minha solidão. Apertar o botão: cidade morta. Placa torta indicando a contramão”.

AE – O que você pode nos dizer sobre a sorte na vida?

B – “Coisa muito complicada o amigo tem ou não tem. Quem não tem sucesso ou grana tem que ter sorte bastante para escapar salvo e são das balas de quem lhe quer bem”.

AE – Temer, o golpista-mor junto com sua escória, vem desmontando as leis democráticas do país. Porém, ele tem, com ajuda da mídia capitalista também golpista, feito pronunciamentos como se tudo estivesse às mil maravilhas. Como você concebe o presente e estes pronunciamentos?

B – Olho de frente a cara do presente e sei que vou ouvir a mesma história porca. Não há motivo para festa: ora esta! Eu não sei rir à toa!”.

AE – Você como pintor e desenhista pode nos apresentar um quadro da família-nuclear-burguesa-patriarcal?

B – “No centro da sala, diante da mesa no fundo do prato, comida e tristeza, a gente se olha se toca e se cala e se desentende no instante em que fala. Medo, medo, medo, medo. Cada um guarda mais o seu segredo a sua mão fechada, a sua boca aberta, o seu peito deserto, a sua mão parada, lacrada e selada e molhada de medo. Pai na cabeceira…”.

AE – Essa família lhe concedeu um prêmio no começo de 70, certo? Contam que na noite que você recebeu o prêmio os canas deram uma chegada em você, certo (Belchior sorrir)? Se alguém tentasse lhe obrigar a parar de cantar, o que você diria?

B – “E eu vos direi, no entanto”: enquanto houver espaço, corpo, tempo e algum modo de dizer Não! Eu canto”.

AE – O que você diz sobre a vida?

B (Com ar apaixonado) – “Eu escolhi a vida como minha namorada com quem vou brincar de amor a noite inteira. Vida, eu quero me queimar no teu fogo sincero. Espero que a aurora chegue logo. Vida, eu não aceito não a tua paz, porque meu coração é delinquente e juvenil, suicida, sensível demais. Vida, minha adolescente companheira, a vertigem, o abismo me atrai: é esta minha brincadeira”.

AE – Observando sua temporalidade ontológica como você concebe sua existência?

B (Pensativo) – “Até parece que foi ontem minha mocidade, meu diploma de sofrer de outra universidade, minha fala nordestina, quero esquecer o francês. E vou viver as novas que também são boas o amor/humor das praças cheias de pessoas, agora eu quero tudo, tudo outra vez”.   

AE (Afetados de alegria) – Chegado a esse platô, você gostaria de desejar algo às pessoas?

B (Muito contente) – “Quero desejar, antes do fim, pra mim e os meus amigos, muito amor e tudo mais: que fiquem sempre jovens e tenham as mãos limpas e aprendam o delírio com coisas reais”.

AE – Belchior, nós trouxemos alguns instrumentos, você aceitaria terminar a entrevista cantando uma de suas músicas que tocam diretamente ao momento atual do golpe que estanca o Brasil. Como somos seus fãs de carteirinhas, nós até poderíamos fazer o backing vocal. Mote e Glosa? Vamos nessa! Aí, moçada, acessante do Afinsophia e Esquizofia, um abração e beijos. Logo, logo estaremos novamente com Belchior “balançando o coreto”. Não é. Belchior (Ele balança a cabeça gargalhando)?

“é o novo é o novo é o novo é o novo é o novo é o novo

é o novo é o novo é o novo é o novo é o novo é o novo

é o novo é o novo é o novo é o novo é o novo é o novo

é o novo é o novo é o novo é o novo é o novo é o novo

passarim no ninho

(tudo envelheceu)

cobra no buraco

(palavra morreu)

você que é muito vivo

me diga qual é o novo

me diga qual é o novo

me diga qual é o novo

                            novo

                            novo

                            novo

me diga qual é o novo

me diga qual é

me diga qual é o novo

me diga qual é

me diga qual é o novo

me diga qual é”.

Obs: Embora Belchior tenha musicalizado várias letras de outros companheiros seus,  como por exemplo, Jorge Melo, Fausto Nilo, Francisco Casaverde, Gracco, até com o reacionário coxinha Fagner, entretanto, a maioria das letras aqui expostas são de sua autoria.

GREVE GERAL!

Abril 28, 2017

Resultado de imagem para imagens de trabalhadores no século xix em greve

 ESTE BLOG ENCONTRA-SE EM GREVE!

CRIANÇAS PIAM JUDAS DESLOCADO EM TEMER

Abril 17, 2017

Vejam as imagens criadas pelo artista da luz, Alci Madureira.

Judas para às crianças se desdobra na linha livre mais antropológica do que mística judicativa. Para elas Judas surge como possibilidade lúdica de folguedo não vingativo. Como diz o menino Pedro: “Eu nem sei quem é Judas!”. Pedro, para seu contentamento, escapa da ordem condenatória a-histórica que o discursa como traidor. Aquele que traiu Cristo. Nada de real, mas somente tentativa irracional de fortalecer o dogma calculista.

As crianças querem brincar a tradição antropológica-cultural que escapa da ordem-aguilhão: condenar sem saber por que. A onda é saber que o boneco transfigurado em Judas, que se deslocou em Temer, traz em si muitos bombons e algumas moedas que elas esperam encontrar no alegre momento em que o boneco, criado pelo educador, ator, fotógrafo, Alci Madureira, é piado por elas no sábado de Aleluia. O sábado da alegria festeira.

Nada de vingança, nada de castigo, nada de condenação, mas só festa. Foi assim que as crianças do Bairro Nova Cidade, da Rua 44,piaram o Judas deslocado em Temer com direito a testamento do Iscariotes que deixou boas lembranças à elas. Além do famoso bolo Luiz Felipe, pipocas, bombons, refrigerantes, chocolates e, como não poderia faltar, a famosa foto junto ao personagem do momento. Sem esquecer que antes da piaçam elas conversaram com ele.

TRÊS POEMAS DE MATHEUS BARBOSA

Abril 16, 2017

Publicamos abaixo três criações poéticas de Matheus Barbosa, estudante do segundo ano do ensino Médio da Escola Estadual Engenheiro Artur Soares Amorim.

Lá e cá

“Lá e cá lá e cá,
passam sem parar,
pessoas formigas,
sem deixar pensamentos voar.

Lá e cá lá e cá,
utopia destruída,
pessoas corroídas,
trabalham sem parar.

Sociedade cega,
civilização dominada,
florestas por dinheiro,
E o amor? Não existe mais nada.

Direção infinita,
inimigo a vista,
acorda marinheiro,
trabalhar, trabalhar,
ganhar dinheiro. “

Humor-colia

“Em poemas,
escrevo minha dor,
a dor que o mundo oferece.

Obrigado mundo,
por oferecer essa dor,
que em meus poemas escreves.”

Pátrialogia

“Se for pra morrer queimado,
que queimem meu coração,
pois de coração quente,
as pessoas precisam.

Se for pra morrer baleado,
baleias minha mente,
Para que se exploda de criatividade.

Não morro por vaidade,
não morro por agonia,
morro por minha pátria,
que irá melhorar um dia.”