Archive for Agosto, 2023

‘ITHAKA: A LUTA DE ASSANGE’ CHEGA AOS CINEMAS BRASILEIROS NESTA QUINTA-FEIRA (31)

Agosto 31, 2023


CULTURA

Informação esquiza para as companheiras e companheiros acessantes do ESQUIZOFIA!

Ficamos fora da rede-virtual em função da realidade-técnica do provedor do blog. Porém, agora, celebramos com alegria, nossa contínua produção sempre endereçada para vocês: nossos históricos, sensíveis, intelectíveis e éticos acessantes!

                                       Beijos e Abraços Esquizos! 

CAMPANHA

John Shipton, pai do ativista preso no Reino Unido, esteve em Porto Alegre para a pré-estreia do documentário

Katia Marko

Brasil de Fato | Porto Alegre (RS) | 31 de Agosto de 2023 –

Em campanha pela liberdade do filho, pai de Julian Assange veio ao Brasil divulgar o documentário Ithaka – A Luta de Assange, de Ben Lawrence – Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

A Sala Redenção, cinema da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), estava lotada para receber John Shipton e o jornalista Leandro Demori. Em campanha pela liberdade de seu filho, ele veio divulgar o documentário Ithaka – A Luta de Assange, de Ben Lawrence, que estreia no Brasil nesta quinta-feira (31).

Ao final da exibição do filme, a plateia aplaudiu a chegada de John, que percorreu várias capitais brasileiras para os pré-lançamentos. Após a conversa com o pai de Assange, Leandro Demori informou que os próximos fatos importantes do processo do Julian acontecem em outubro.

“É a próxima fase dessa batalha, uma próxima decisão judicial na América Britânia. O governo brasileiro vai formar uma comissão para fazer um convite ao Julian e ao John, para que o Julian possa viver no Brasil, quando ele for libertado”, contou. E ainda brincou que Assange disse que gostaria de ir morar no México, mas que ele iria argumentar que o Brasil fica mais distante dos EUA.

Nascido na Austrália, Julian Assange fundou a organização WikiLeaks, em 2006, especializada em analisar e divulgar documentos censurados ou restritos que envolvem assuntos sensíveis como guerra e espionagem. Em 2010, o site divulgou documentos secretos do Exército americano e, após esses vazamentos, as autoridades dos Estados Unidos começaram a investigá-lo criminalmente.

Em 2019, após ter vivido sete anos asilado na Embaixada do Equador, ele foi preso na Inglaterra, em um presídio de segurança máxima. Sua detenção tem sido descrita por seu pai como “um assassinato em câmera lenta”. Há exatos quatro anos, Assange aguarda uma possível extradição para os EUA, onde pode ser condenado a até 175 anos de prisão.

O filme mostra a luta do pai de Julian, John Shipton, e sua mulher, Teresa Assange, por sua libertação. Eles viajam o mundo atrás de aliados que possam ajudar na causa de um homem que fez apenas o seu trabalho, enquanto os culpados pelos crimes hediondos, dos quais denunciou, não são nem questionados.

Pai de Assange agradece o apoio do governo brasileiro

No dia 27, representantes do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania e do governo federal receberam John Shipton. O ministro Silvio Almeida lançou uma nota expressando apoio à luta do jornalista, de seus familiares, de seus amigos e de movimentos sociais por todo mundo pela sua liberdade e pela liberdade de imprensa.

“Em tempos em que o conceito de liberdade vem sendo cinicamente manipulado por grupos de extrema direita – a liberdade descomprometida totalmente da solidariedade –, a defesa da liberdade de Julian Assange e a defesa da liberdade de imprensa, pelo contrário, assumem seus sentidos genuínos e plenos. Trata-se da liberdade associada totalmente à responsabilidade social, no caso, de trazer à tona informações relevantes e de interesse público a diversos países.”

Ainda, segundo a nota, o direito à informação é um direito fundamental, e as ações de Assange ajudaram a promover a transparência e a prestação de contas em níveis globais.

“Além disso, sua situação atual levanta preocupações sobre o devido processo legal e os direitos de um indivíduo frente a possíveis perseguições políticas. Assange e o Wikileaks trouxeram à tona informações com impacto em governos e empresas e essa é a razão de sua perseguição judicial, em verdadeiro lawfare. A causa de Assange é uma causa de direitos humanos.”

Em breve entrevista ao Brasil de Fato RS, em parceria com o PSOL nas Redes, ele agradeceu o apoio do governo brasileiro e de outros países latino-americanos a seu filho. Em maio deste ano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, em Londres, que a manutenção da prisão do jornalista é “uma vergonha”.


“Se Julian for extradito para os Estados Unidos, ele será destruído, ele será morto, ele não sobreviverá” / Foto: Luiz Castro/Sul 21

Qual a possibilidade de vitória da extradição do Reino Unido para os Estados Unidos?

John Shipton: Eu acho que a probabilidade da extradição da Julian para os Estados Unidos tem diminuído significativamente. Nós temos agora o apoio do primeiro-ministro da Austrália, do líder opositor e de 88% da população. A Austrália é o único ente que pode representar Julian, porque ele é um cidadão australiano.

Nós também temos o apoio do presidente Lula, presidente [Gustavo] Petro [da Colômbia], presidente [López] Obrador [do México], presidente [Alberto] Fernández [da Argentina]. Então, a probabilidade de Julian ser extraditado para os Estados Unidos está constantemente em declínio.

E se Julian for extraditado, quais as expectativas e ameaças quanto ao futuro dele?

Se Julian for extraditado para os Estados Unidos, ele será destruído, ele será morto, ele não sobreviverá. A intenção dos Estados Unidos é destruir Julian e destruir o trabalho que Julian e o WikiLeaks fizeram. Isso deve ficar claro para todos. Agora, após 14 anos de perseguição, assédio e tortura psicológicas incessantes e 25 processos, está claro para qualquer um que a intenção dos Estados Unidos é destruir Julian Assange.

Nós, brasileiros, sentimos que temos uma grande dívida com Assange. Como nós podemos fazer mais por essa campanha e como está a campanha internacional?

A resposta é muito simples: é continuar a espalhar a palavra entre os outros. Depois, utilizar as instituições de Estado, por exemplo, a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e o Mercosul, para fazer representações para os Estados Unidos. A Alba, a Corte Interamericana… De memória, acho que apenas três estados não apoiam a posição do presidente Lula: os Estados Unidos, o Canadá e, eu acho, o Porto Rico.

Você já conversou com o presidente Lula para pedir a ajuda nesta campanha?

Eu agradeço ao presidente Lula por seu apoio e não peço mais nada. Eu conheci o presidente Lula em Geneva, apenas depois dele ser liberado da prisão, e novamente em Paris, uma manhã, em cerca de 8 horas.

Então, seu apoio, eu não peço mais, eu digo obrigado pelo que você fez. E eu acredito que o presidente Lula continuará nessa campanha, porque Lula, como você mencionou, sente que o Brasil tem uma dívida com Julian pelas informações que foram tornadas públicas por ele. Então, obrigado a Lula e obrigado às pessoas brasileiras por sua coragem e apoio.

Nós tivemos uma forte campanha pela libertação dos cinco heróis cubanos condenados à prisão perpétua nos EUA. Quais as semelhanças com a campanha pela liberdade de Assange?

A perseguição aos cinco cubanos foi política, assim como é a de Julian. Assim, as soluções são políticas. As organizações que lideraram aquela campanha são as mesmas que apoiam Julian Assange, particularmente seus líderes na Suécia. Então, esse é o paralelo. É uma perseguição política, as organizações que apoiaram os cinco cubanos são as mesmas organizações que estão apoiando a libertação de Julian Assange. E está se tornando claro que vai haver sucesso, no caso de Julian, como foi no caso dos cinco heróis cubanos. Eu só espero que tenha um pouco menos tempo do que levou a libertação dos heróis cubanos.

Fonte: BdF Rio Grande do Sul

Edição: Marcelo Ferreira

VEÍCULO ‘AUTOMOTIVO’: SOM NA RURAL LEVA CULTURA PARA DIFERENTES REGIÕES DE PERNAMBUCO

Agosto 22, 2023

CULTURA

CULTURA POPULAR

Som na Rural está finalizando um projeto com doze episódios pelas estradas de Pernambuco em comemoração aos seus 10 anos

Rodolfo Rodrigo

Brasil de Fato | Recife (PE) | 22 de Agosto de 2023 –

O Som na Rural é uma iniciativa única, onde a Rural, um veículo cheio de história, serve como palco itinerante – Divulgação
Realizando uma jornada em busca da cultura, o produtor cultural Roger de Renor e o diretor e fotógrafo Nilton Pereira viajam a bordo de um enigmático Jeep Rural Willys 69, levando cultura para diversos lugares do país.

O Som na Rural é uma iniciativa única, onde a Rural, um veículo cheio de história, serve como palco itinerante para eventos culturais, propagando arte por onde passa.

Nestes 14 anos, a Rural de Roger e Nilton deixou de ser um veículo comum para se tornar um símbolo de resistência e conexão com as raízes culturais do Brasil. Pela estrada, a Rural carrega desde manifestações do manguebeat até as tradições do sertão evidenciando as múltiplas produções artísticas da região.

Criado em 2009 como parte da programação da TV Viva, do programa de comunicação do Centro de Cultura Luiz Freire, em Olinda, Pernambuco, o “Som na Rural” saiu das telas e ganhou vida nas ruas.

Confira:

Foi a partir desse processo que a Rural foi se tornando uma alternativa cultural na região, como explica Nilton Pereira. “A gente começou ocupando a Rua da Aurora, no Velho Caranguejo, e começou como ocupação mesmo: a rural, eu, Roger discotecando e uma público pequeno de 50 pessoas, porque as pessoas iam conversar, dançar… era muito mais uma referência de encontro”.


Desde então, o veículo “autoemotivo” de comunicação urbana tem dado voz a artistas e tem atuado na luta em prol da democratização da cultura. “A coisa foi tomando volume de virar uma coisa mega, sempre ocupando a praça do diário, o caranguejo e emendando com a história do estelita, do Ocupa Estelita, onde a rural também era um ponto de referência, de confluência, de juntar a briga pelo espaço com a cultura, com a participação dos artistas”.

Artistas como Lia de Itamaracá, Silvério Pessoa e Alceu Valença já fizeram parte da programação do projeto que leva a política na bagagem, como reafirma Roger de Renor. “Não dá pra gente fazer música pela música. Acho que é impossível… Não combina com uma cidade um projeto que fale só da música pela música. Tudo que a gente faz no Nordeste, principalmente deveria ser no Brasil, tem que ser político. A gente faz isso como missão e a gente aprendeu isso na rua”.

Agora a rural está de cara nova, ou melhor: novos adesivos criaram um personagem para o veículo “autoemotivo”. É que a Rural fez parte da gravação do filme “A banda que nunca acabou”, uma produção do Ave Sangria, grupo que movimentou a cena musical psicodélica pernambucana nos anos 1970.

Roger explica: “O roteiro é um road movie e a Rural já está adesivada como o carro dos artistas, o carro dos mocinhos. O título do filme é “A Banda que Nunca Acabou”. Esse vai ser o carro dos artistas, porque filme com Ave Sangria não tem bandido, só tem mocinho”, brinca o produtor.

Com tanta história para contar, o Som na Rural está finalizando um projeto com doze episódios pelas estradas de Pernambuco em comemoração aos dez anos de atividade. A previsão é que o documentário seja lançado em dezembro. Para conhecer o projeto acesse as redes sociais @somnarural.

Fonte: BdF Pernambuco

Edição: Vanessa Gonzaga

APÓS PAUSA DE DOIS ANOS, FESTIVAL DE INVERNO DA SERRA DA MERUOCA RETOMA AS ATIVIDADES NO CEARÁ

Agosto 21, 2023

CULTURA

O evento que chega em sua 16º edição acontece entre os dias 7 e 9 de setembro
Geovanni Carvalho

Brasil de Fato | Juazeiro do Norte (CE) | 21 de Agosto de 2023 –

Os palcos se revezam com o festival competitivo de música e apresentações de artistas locais e nacionais. – Ascom/Prefeitura de Meruoca
O Festival de Inverno da Serra da Meruoca volta a ser realizado após dois anos, após dois anos de hiato em decorrência da pandemia da covid-19. O evento que chega em sua 16º edição neste ano, acontece entre os dias 7 e 9 de setembro, no município de Meruoca, localizado a 264 quilômetros de Fortaleza.

O festival é considerado uma das maiores mostras de artes integradas, com foco no universo da música nacional e atuação nas áreas de registro e difusão cultural.

Com grande capacidade para dar visibilidade à cidade, ao seu povo e à sua identidade, sobretudo em relação à implementação de empoderamento econômico com a comunidade, o festival ganha ainda mais projeção por ser um dos poucos eventos estaduais que têm atuado e contribuído para a democratização do acesso e promoção da música regional, e se consolida como um dos mais significativos e valorizados momentos do calendário cultural cearense.

De acordo com o Secretário de Cultura do município, Dennilson Valentin, o festival representa uma importante ferramenta cultural, uma vez que potencializa a cultura local, a cultura popular e as manifestações de diversos artistas envolvidos na realização dos três dias de evento. O responsável pela pasta cultural revela ainda que o evento acontece conjuntamente com outras secretarias, que atuam nas atividades de lazer, inclusão social, infraestrutura e promovem ações que fazem promover a participação direta da população local e que atendem também aos visitantes que elencam a cidade como destino turístico durante a realização do evento.

Com entusiasmo e emoção, o produtor cultural, cantor, compositor, pesquisador e coordenador geral do Festival Competitivo de Música do festival de inverno, Pingo de Fortaleza, relembra a realização de edições anteriores do evento e afirma que a retomada da realização do festival tem uma importância imensa para a dinâmica da cultura local do próprio município, e ressalta ainda, que por ser uma cidade pequena, o festival desenvolve o papel de difusão de todo o processo de construção histórica da cidade e também de fusão das pessoas dinâmicas, culturais e turísticas. “O festival de inverno é uma forma, é um momento especial para toda a população da cidade”, destaca o produtor.


Cantor Fagner faz show durante a realização do XII Festival de Inverno da Serra da Meruoca. / Divulgação

Pingo revela ainda uma curiosidade importante na realização da festividade local: é o festival cearense com o maior número de edições com caráter competitivo, dado através da realização do Festival Competitivo de Música, que sofre influências dos festivais musicais da década de 1960. No entanto, o compositor também aponta que o festival vai além do caráter de competição, e agrega um conjunto de valores aos músicos e aos compositores que interpretam suas composições autorais.

Mesmo com o desejo de realizar o festival de forma contínua e sem interrupções, a gestão municipal encontrou grandes dificuldades para realização do evento nos últimos quatro anos, em decorrência do baixo investimento no setor cultural em todo o Brasil por parte do governo federal e do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Questionado pelo Brasil de Fato Ceará sobre as dificuldades encontradas para realizar o evento nos últimos quatro anos, Pingo relata que o governo não enxergava a cultura como uma ferramenta de movimento social, de empoderamento, de geração de emprego e renda, de construção da cidadania, e que isso causava entraves na viabilidade de construir o festival.

Nesse novo momento da conjuntura política brasileira, com a refundação do Ministério da Cultura (MinC) e o alto investimento na cultura nacional, com abertura de editais e valorização de leis como a Aldir Blanc e Paulo Gustavo, o produtor cultural ressalta de forma esperançosa que esse momento é ideal para retomar a realização do festival e aponta que as expectativas para o festival são grandes, pois o momento já é o mais esperado pela população desde o anúncio da realização.

Assim como o produtor cultural, o secretário de cultura do município reafirma que as expectativas para o festival desse ano são as melhores. “Após dois anos sem a realização física o festival retoma em sua essência, promovendo para além de um festival competitivo de música, apresentando uma proposta que traz programações durante o dia inteiro, percorrendo diversos espaços do município com atividades que promovem a cultura, turismo e o lazer”.


As expectativas, no entanto, não se resumem apenas a população local e aos artistas envolvidos no festival competitivo, a realização do festival promove um impacto gigantesco não só na cadeia artística, como também promove a geração de empregos diretos e indiretos, aquece a economia local e potencializa o turismo na região, e por isso, são altas as expectativas também para os ambulantes, donos de pequenos comércios e os empresários da rede de hotéis da região.

Dentro da programação do festival acontecem diversas atividades gratuitas, entre feiras, oficinas, exposições e shows. O palco do festival sempre recebe apresentações de artistas de projeção nacional entre os quais, Chico César, MPB-4, Oswaldo Montenegro, Cidade Negra, Tunai, Renato & Seus Blue Caps, Ednardo, Alceu Valença, Renato Teixeira, Waldonys, David Duarte, entre outros grandes nomes que já estiveram presentes nos palcos do festival.

Festival Competitivo de Música

Esperado por muitos artistas que estarão pela primeira vez interpretando suas músicas inéditas, e pelo público que aprecia esse processo de afirmação de artistas que estão iniciando suas carreiras, o Festival Competitivo de Música reúne compositores, intérpretes e apreciadores da música de todo o país.

O coordenador geral do festival competitivo de música afirma que nesse momento a produção do festival está no processo de seleção, julgamento, avaliação, estrutura, construção do regulamento e montagem do júri, para receber a competição da melhor forma possível. Ele ainda ressalta que todas as responsabilidades listadas anteriormente estão a cargo da Solar Produções, gerido pelo coordenador geral do festival de música competitivo.


Uma das festas mais diversas no nordeste, o festival atrai os mais variados públicos, de todas as idades, estilos e gostos diferentes. / Divulgação

As eliminatórias da competição serão realizadas nos dias 7, 8 e 9 de setembro. Serão selecionadas 12 músicas para as etapas eliminatórias que concorrerão às premiações: 1.º lugar – R$ 8.000; 2.º lugar – R$ 5.000; 3.º lugar – R$ 3.000 troféu; Música de aclamação popular e Melhor intérprete: R$ 1.500.

Por fim, produtor cultural revela que as expectativas são bastante positivas e aponta a animação dos artistas, dos compositores e de toda cidade como combustível para a construção do evento. “Existe um sentimento festivo, de comemoração ao retorno deste festival por parte da cidade, da população, do público geral da região norte e também por parte dos artistas que credenciam esse festival como algo importante, como um momento especial da cultura cearense”, encerrou.

O festival competitivo de música cumpre um papel de propulsor da música independente e autoral no Ceará. O XVI Festival de Inverno da Serra da Meruoca é uma realização da Prefeitura Municipal de Meruoca, sendo sendo seu Festival Competitivo de Música realizado em parceria com a Associação Cultural Solidariedade e Arte – SOLAR, com coordenação geral de Pingo de Fortaleza e produção executiva de Arnóbio Santiago.

Fonte: BdF Ceará

Edição: Camila Garcia

O HOMEM QUE ENGOLIU UM CHIP

Agosto 20, 2023

CULTURA

ARTES CÊNICAS

Espetáculo teatral no Rio trata com leveza temas como loucura e esquizofrenia
“O homem que engoliu um chip” está em cartaz até o fim de agosto na zona sul da capital fluminense
Redação
Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) | 20 de Agosto de 2023 –

Teatro rio
Solo que faz uma releitura cênica de “Todos os cachorros são azuis”, de Rodrigo de Souza Leão – Divulgação
Falar sobre loucura, esquizofrenia e sofrimento, mas não de forma densa ou pesada. Este é o mote e o desafio da peça “O Homem que engoliu um chip”. Ao trazer à tona temas tão próximos, mas delicados, a produção realiza a missão com leveza, bom humor, respeito e reflexão.

Contando com a atuação de Manoel Madeira, direção de Adriano Garib e dramaturgia de Ramon Nunes Mello, a montagem inédita está em cartaz até 30 de agosto, no Espaço Rogério Cardoso, na Casa de Cultura Laura Alvim, na zona sul do Rio de Janeiro (RJ).

Contemplado pelo Programa de Fomento à Cultura Carioca da Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro (Foca), o monólogo é uma adaptação de “Todos os cachorros são azuis”, romance autoficcional do poeta, escritor e artista plástico carioca Rodrigo de Souza Leão (1965-2009). As apresentações são sempre às 19h das terças e quartas-feiras.

No livro, Souza Leão narra de modo romanesco o dia a dia dele durante um período de internação, de maneira singular, divertida e criativa. No palco, Manoel Madeira atua como um performer, em alguns momentos contando a situação vivenciada pelo escritor e em outras se colocando no lugar dele como artista e cidadão.

Sem a pretensão de “ser” Rodrigo, há semelhanças entre o personagem e ele, mas o que interessa aqui é a linguagem cênica que ele cria. E a recriação que o teatro traz ao público, ressignificando a história.

A adaptação da obra para o teatro é do dramaturgo Ramon Nunes Mello. “Conheci Rodrigo em 2008, após ler ‘Todos os cachorros são azuis’. Fiquei impactado com a poesia e a linguagem, e a forma como ele aborda um tema difícil como a loucura, a partir de sua própria experiência pessoal, é única na literatura brasileira. Passados 15 anos do lançamento da obra, decidi adaptar o livro como um monólogo, pois acredito que as palavras de Rodrigo podem ganhar uma nova dimensão através da cena teatral”, considera Ramon.

Casa de Cultura Laura Alvim / Espaço Rogério Cardoso

Av. Vieira Souto, nº 176 – Ipanema

De 08 a 30 de agosto (terças e quartas-feiras), 19h

Ingressos: R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia-entrada)

Link para compra: https://funarj.eleventickets.com/

Duração: 60 minutos

Fonte: BdF Rio de Janeiro

Edição: Eduardo Miranda

‘MANDINGA DE ESCRAVO E ÂNSIA POR LIBERDADE’: CAPOEIRA DEA ANGOLA COMO ANCESTRALIDADE E RESISTÊNCIA

Agosto 19, 2023

MOSAICO CULTURAL

FILOSOFIA DE VIDA
Grupo Semente do Jogo de Angola, nascido em Salvador (BA), atua hoje em nove países desenvolvendo a Capoeira de Angola

Mariana Lemos e Iolanda Depizzol

19 de Agosto de 2023 –

No Grajaú, bairro que registra a segunda maior população negra da cidade de São Paulo, o grupo Semente do Jogo de Angola desenvolve a capoeira na linhagem do baiano Mestre Pastinha – Iolanda Depizzol / Brasil de Fato
A capoeira é uma forma de buscar equilíbrio para sobreviver nessa sociedade que é opressora
A capoeira, um símbolo de resistência e identidade cultural afro-brasileira, representa um legado histórico vivo e pulsante, que atravessa gerações e transcende fronteiras. Com raízes firmadas nas culturas dos povos africanos, que foram escravizados e trazidos à força nos tempos do Brasil Colônia, a Capoeira de Angola se mantém viva através da prática e da manutenção da memória ancestral nas rodas, gingas e nos cantos que ecoam pelo país.

No extremo sul da cidade de São Paulo, no bairro do Grajaú, que registra a segunda maior população negra da metrópole, o grupo Semente do Jogo de Angola desenvolve há 33 anos a Capoeira de Angola, na linhagem do baiano Mestre Pastinha, sob a coordenação do também baiano Mestre Jogo de Dentro.

Alan Amaro dos Santos, contramestre do grupo na cidade de São Paulo, conta que o Semente do Jogo de Angola nasceu em 1990 realizando atividades nas periferias e na região central de Salvador (BA). Atualmente o grupo está presente nos estados da Bahia, São Paulo, Minas Gerais, Pernambuco e também em outros países como Costa Rica, Colômbia, Canadá, Nova Zelândia, Itália, Japão, França e Israel.

O contramestre compartilhou conosco um pouco dos conhecimentos ancestrais da capoeira vindos das diversas culturas do território africano e como ela foi se desenvolvendo no Brasil.

“A capoeira é afro-brasileira, enquanto essa manifestação que a gente conhece hoje. Mas ela se dá muito em função de outras manifestações africanas, de outros movimentos, de danças, de luta, de danças guerreiras que haviam na África e que se encontraram no Brasil, na condição das pessoas escravizadas. A capoeira aqui no Brasil se organiza enquanto forma de resistência física contra a escravidão. Era o recurso que o escravizado tinha pra lutar, pra se libertar, pra fugir, pra enfrentar o feitor ou quem fosse, mas também como forma de zelar uma memória daquilo que ele trazia consigo da África”.

Para Alan, que dá aulas de capoeira no Grajaú há 15 anos e que há cinco é o contramestre do grupo Semente na cidade de São Paulo, a capoeira é, para além de tudo, uma filosofia de vida e não deve ser limitada a rótulos.

“Querer definir a capoeira como luta, como dança ou como arte é um pensamento muito europeu, é muito limitante. Eu entendo a capoeira como filosofia de vida. E assim ela é luta, tem um elemento que é a dança e também tem o elemento da arte, da cultura. Mas a capoeira é muito mais profunda do que isso. A partir do pensamento do Mestre Pastinha, a capoeira é uma forma de você buscar equilíbrio para sobreviver nessa sociedade que é opressora, que é machista, que é racista, que é fascista. E a capoeira surge como resistência a essa opressão. O Mestre Pastinha dizia que a capoeira é mandinga de escravo e ânsia por liberdade”.

Simone Gomes da Silva, que conheceu a capoeira enquanto procurava um grupo para que seu filho pudesse participar das aulas, compõe o Semente do Jogo de Angola há 20 anos. Para ela a capoeira significa um encontro ancestral e um equilíbrio na vida.

“Quando a gente descobre a capoeira, a gente descobre também que ela é muita coisa. Ela traz um encontro pra mim mesma com meus antepassados, com a minha ancestralidade e hoje é a busca de quem eu sou, de onde eu venho, pra onde eu vou, do meu equilíbrio, do meu emocional, da minha mente, do meu corpo, da minha alma. Ela é um conjunto de tudo. Para mim, a capoeira é um complemento da minha vida. Eu não vivo sem ela”.

Simone relatou que o grupo realiza semanalmente diversas atividades na sede situada no Grajaú, chamada Casa Cazuá.

Dentre as atividades estão os treinos de capoeira, as aulas de musicalidade e também os seminários formativos. Para ela, é muito importante que os capoeiristas aprendam a complexidade de todas as atividades, pois elas se complementam.

Durante a entrevista a capoeirista também fez questão de frisar a importância das mulheres serem praticantes da capoeira como uma forma de resistência e expressão.

“Foi difícil chegar até aqui. A capoeira vem de um movimento machista, e de um tempo pra cá ela foi se abrindo para as mulheres estarem se movimentando dentro dela. É uma forma de resistência, uma forma da gente se expressar, é uma forma da gente mostrar que a gente tá aqui também, que a gente pode, a gente consegue”.



Desafios na valorização

Tanto para Alan quanto para Simone, um dos principais desafios atuais da capoeira no Brasil é o reconhecimento dos mestres e a valorização da prática.

O contramestre conta que são muitos os casos em que os mestres mais idosos chegam ao fim da vida sem nenhum reconhecimento, ao mesmo tempo em que são eles os principais responsáveis por manter viva e passar adiante a ancestralidade da capoeira.

“A gente tem grandes mestres da capoeira com um conhecimento gigantesco, que nesse mundo cada vez mais midiático e imediatista, são colocados de lado ou são usados por personalidades só pra tirar uma foto. Nem sempre eles tem espaço de fala, espaço pra poder passar o conteúdo que eles tem pra passar”.

Mesmo reconhecida como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Unesco e como Patrimônio Cultural Brasileiro pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), durante a entrevista com o grupo Semente do Jogo de Angola, os desafios quanto a um real reconhecimento da capoeira ficaram muito nítidos.

Realizamos a gravação deste Mosaico Cultural no dia 3 de agosto, dia em que o estado de São Paulo reconhece como Dia do Capoeirista. Entretanto, nenhum dos capoeiristas do grupo sabia da existência da data comemorativa e muito menos o motivo pela escolha do dia 3 de agosto.

Ao ser perguntado sobre a importância desse reconhecimento, Alan critica e aponta algumas das contradições do sistema.

“Pra que serve o Dia do Capoeirista se os mestres estão aí, jogados à míngua? Que interesse o Estado tem em ter o Dia Nacional da Capoeira? Em ter o Dia Estadual da Capoeira? Que interesse o Estado teve, lá na década de 1930, de tirar a capoeira do Código Penal? Assim como que interesses ele tinha em colocar no Código Penal? O que eu vejo é que essas datas não nos representam na prática, não são reonhecimentos realmente positivos pra capoeira e pra nós enquanto capoeiristas”.

Na visão de Alan, “o sistema se organiza para cooptar as manifestações culturais quando vê que não consegue vencer uma resistência cultural. Isso aconteceu com a música sertaneja, isso aconteceu com as manifestações populares como um todo e acontece também com a capoeira.

Ancestralidade viva

Mais do que um jogo, mais do que uma luta, mais do que uma dança, a Capoeira de Angola é olhar de mundo, é ancestralidade viva vinda da África e resistência que fortaleceu as lutas por liberdade no Brasil. A Capoeira de Angola é memória que resiste e que é passada de geração em geração em cada ação prática e tradição contada.

Nas palavras de Alan, a capoeira está vivendo um momento delicado hoje porque tem muita gente se apropriando dela neste lugar de querer aproveitar somente o seu lado estético, físico ou musical. Entretanto, ele reafirma a importância da essência que move os capoeiristas e que os diferencia e fortalece para resistir aos problemas sociais.

Para o contramestre, a capoeira precisa ser menos violenta e mais perigosa.

“A capoeira precisa ser menos violenta e mais perigosa. E quando eu digo isso é porque o perigo existe, a sociedade é perigosa e a gente precisa se preparar para o perigo. Os mestres mais velhos sempre falam que a capoeira é um mundo pequeno que prepara a gente para o grande mundo que é a vida. A gente, aqui, tem que se preparar pra lidar com o enfrentamento com a gente mesmo, com o enfrentamento com o outro, pra que quando a gente estiver no mundo maior, que é esse mundão louco que a gente vive, a gente tá mais plantado, a gente tá mais seguro, a gente tá preparado pra lidar com a violência policial, com a violência da própria comunidade, que já é oprimida e acaba respondendo com violência. A gente tem que tá preparado pra lidar com a vida e a capoeira ajuda a gente nisso”.

Edição: Thalita Pires

SÃO PAULO RECEBE MARATONA DE SHOWS GRATUITOS PARA COMEMORAR 50 ANOS DO HIP-HOP

Agosto 18, 2023

CULTURA

NESTE FIM DE SEMANA

Nomes como Djonga, MV Bill, Negra Li e Thaíde estão entre as atrações que se apresentam neste sábado e domingo (19 e 20)

Redação

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

18 de Agosto de 2023 às 17:01

Djonga está entre as atrações anunciadas – Daniel Assis/Divulgação
Uma verdadeira maratona de shows vai tomar a região central de São Paulo neste sábado (19) e domingo (20) para celebrar os 50 anos do hip-hop. Foram confirmadas apresentações de nomes como MV Bill, Dexter, Tasha & Tracie, Negra Li e Djonga, além de uma atração internacional, o rapper estadunidense Pharoahe Monch. E o melhor: tudo de graça.

Os palcos para a festa ficarão no Viaduto do Chá e no Vale do Anhangabaú. Também haverá apresentações no Pátio São Bento. Todos esses pontos ficam no centro histórico da maior cidade do país. Nos dois dias, a festa começa às 11h e se estende até a noite.

A programação deste fim de semana é a abertura de uma série de atividades que vão se estender até agosto do ano que vem. A prefeitura da capital paulista promete realizar atividades gratuitas em todas as cinco macrorregiões da cidade, ocupando espaços como o Centro Cultural São Paulo e a Casa de Cultura Hip Hop Leste.

O movimento hip-hop surgiu na década de 1970, como uma manifestação cultural da juventude negra e latina nas ruas de Nova York. A primeira festa do estilo que se tem notícia aconteceu em 11 de agosto de 1973, no bairro novaiorquino do Bronx. Uma década mais tarde, o movimento chegou ao Brasil e se consolidou.

Confira a programação completa do evento deste fim de semana:

Sábado (19/08)

Palco Viaduto do Chá

12h – BK’
14h – Trilha Sonora do Gueto
16h – Afro-X
18h – Eduardo Taddeo
20h – Pharoahe Monch (EUA)

Palco Vale Anhangabaú
Mestre de Cerimônia – Rafael Teixeira

11h – Mr. Grande-E Show Ícones do Rap
13h – Yzalú
15h – Cris SNJ
17h – MC Souto
19h – DJ Zeme e Helião RZO
19h – A Força


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Palco Referência Breaking

11h – Stylo Urbano
13h – Jabaquara Breakers
15h – Marcelinho Backspin
17H – IDM Crew

Domingo (20/08)

Palco Viaduto do Chá

12h – Tasha & Tracie, Kyan e Gregory
14h – Rose MC
14h – Thaíde
16h – Major RD
18h – MV Bill e Dexter
20h – Djonga

Palco Vale Anhangabaú
Mestre de Cerimônia – Nayara de Deus

11h – DJ SET KALAMIDADE
13h – DJ Lobato e MC Darua
15h – Conexão do Morro e Ndee Naldinho
17h – Rappin’ Hood
17h – Chris Lady Rap
19h – Yunk Vino
21h – Negra Li

Palco Referência Breaking

13h – Street Warriors
15h – Detroit Break
17h – Nelson Triunfo – Baile Black

Pátio São Bento – DJs

13h – DJ Simmone Lasdenas
14h – DJ Dri – Os Metralhas
15h – DJ Ninja
16h – DJ Kalfani
17h – DJ Hum e Expresso do Groove

Edição: Rodrigo Chagas

ESPETÁCULO ABORDA TEMAS COMO PASSAGEM DO TEMPO E LUTO PARA RESSIGNAR A MORTE

Agosto 17, 2023

CULTURA

TEATRO

“Exercício de atuação nº 2 – O Susto” está em cartaz até o dia 27 de agosto no Teatro II do Sesc Tijuca

Redação

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) | 17 de Agosto de 2023 –

O projeto da atriz Tamires Nascimento ganhou um novo significado após a perda do pai para a covid-19; segundo ela, a peça é uma “celebração à vida” – Foto: Aloysio Araripe
Como uma atriz pode elaborar o seu luto? Transformando-o em material cênico no qual ela se coloca, não só como alguém que conta sua própria história, mas, como alguém que compartilha algo íntimo para torná-lo universal. A temática da peça Exercício de atuação nº 2 – O Susto atravessa, principalmente, a população brasileira que perdeu algum amigo ou familiar para a covid-19.

A atriz Tamires Nascimento, iniciou o projeto sobre a passagem do tempo no período de isolamento, ao presenciar seu filho aprendendo a correr na mesma casa em que seu pai caminhava com dificuldades devido à idade. No entanto, com a perda de seu pai para a covid-19, a investigação ganhou um novo foco ao abordar o luto compartilhado em meio a uma das maiores tragédias coletivas do país.

Com direção de Jefferson Almeida e dramaturgia de Livs, a atriz mergulha nas temáticas do luto e da passagem do tempo a partir da vivência coletiva da pandemia. Através de uma sucessão de cenas curtas, os temas da morte, do luto e da passagem do tempo vão sendo tocados, sempre pelo prisma de quem deseja festejar a vida.

“Apesar de abordar o tema do luto, a peça é permeada por leveza e humor, buscando inspiração no ‘gurufim’, um ritual em que o velório se transforma em uma grande festa em homenagem ao morto”, afirma Tamires Nascimento que complementa:

“Meu pai sempre expressava o desejo de que, em seu velório, houvesse alegria, celebração e samba. Portanto, embora trate de um assunto tão duro como a perda, ‘O Susto’ não é um espetáculo pesado; pelo contrário, propõe-se a despertar reflexões enquanto celebra, trazendo uma atmosfera festiva e alegre.”

A peça é enriquecida por referências visuais e sonoras, com inspiração em registros pessoais, como fotos de infância e trechos do programa de rádio do pai de Tamires. Elementos como o rádio e o carnaval desempenham papéis importantes na dramaturgia, no som e na direção de arte, transportando o público para o universo afetivo da artista.

“Exercício de atuação nº 2 – O Susto” é uma metodologia desenvolvida pela Definitiva Cia. de Teatro, coletivo oriundo da universidade pública que, em 2023, completa 15 anos de atividade, concentrada na presença do ator e no jogo como dispositivos de criação cênica. O resultado inicial dessa metodologia, Exercício de atuação nº 1– O princípio da incerteza estreou em janeiro de 2023, através do Edital Retomada Cultural.

O espetáculo está em cartaz até o dia 27 de agosto com sessões de quinta a sábado às 19h e domingos às 18h no Teatro II do Sesc Tijuca, localizado na Rua Barão de Mesquita, 539, no Rio de Janeiro.

Serviço:

“Exercício de atuação nº 2 – O SUSTO”


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Temporada: de 03 e 27 de agosto de 2023

Onde: Teatro II do Sesc Tijuca

Endereço: Rua Barão de Mesquita, 539, Rio de Janeiro – RJ

Data/hora: de quinta a sábado, às 19h e domingos, às 18h

Ingresso: R$ 30 (inteira), R$ 15 (meia-entrada),

R$ 7,50 (associado do Sesc), gratuito (PCG)

Bilheteria: terça a sexta – das 7h às 19h30;

Sábados – das 9h às 19h

Domingos – das 9h às 18h.

Classificação indicativa:14 anos

Duração: 60 min

Lotação: 44 lugares

Fonte: BdF Rio de Janeiro

Edição: Jaqueline Deister

100 DO HUMORISTA ENGAJADO, MILLÔR FERNANDES

Agosto 16, 2023

O legado do polivalente humorista, escritor e dramaturgo segue relevante e atual à sociedade brasileira

16 de agosto de 2023 –
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Millôr Fernandes
Millôr Fernandes (Foto: Cynthia Brito – Obra do próprio, CC BY-SA 3.0)

247 – Nesta quarta-feira (16), o Brasil celebra o centenário do nascimento de Millôr Fernandes, um dos maiores humoristas, escritores e dramaturgos do país.Nascido no Rio de Janeiro em 1923, Millôr Fernandes começou sua carreira como cartunista e ilustrador. Polivalente, também foi um prolífico escritor, com mais de 50 livros publicados, entre romances, contos, poemas e peças de teatro. Suas obras são marcadas por um humor ácido e inteligente, que frequentemente aborda temas políticos e sociais – não à toa, teve decisiva influência na criação d’O Pasquim, marcado historicamente pela oposição à ditadura.Além de sua obra literária, Millôr Fernandes também se destacou como tradutor, jornalista e apresentador de televisão. Ele morreu em 2012, aos 88 anos, deixando um legado inestimável para a cultura brasileira.

 
 
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HUMOR – O humor de Millôr Fernandes é marcado por sua inteligência, irreverência e capacidade de criticar a sociedade sem perder o bom humor. Suas obras estão repletas de piadas, trocadilhos e observações agudas sobre o cotidiano. Millôr Fernandes também foi um mestre da sátira, utilizando seu humor para criticar os problemas sociais e políticos do Brasil. Suas obras são um convite à reflexão sobre a sociedade e o mundo em que vivemos.Algumas de suas frases marcantes permanecem atuais, prova de seu legado à cultura e à socidedade brasileira como um todo: “O patriotismo é o último refúgio do canalha. No Brasil, é o primeiro”; “O Brasil tem um enorme passado pela frente”; “A sociedade brasileira é das mais curiosas do mundo. Mal tem condição de te dar um emprego de salário mínimo. Mas, se um pobre transgride suas regras, bota-o numa prisão que custa seis salários mínimos.”

LÉA GARCIA, AOS 90 ANOS, NO FESTIVAL DE CINEMA, EM GRAMADO, IRIA SER HOMENAGEADA

Agosto 15, 2023


CULTURA

CINEMA

Aos 90 anos, importante intérprete do audiovisual brasileiro sofreu um infarto na madrugada desta terça-feira (15)
Carol Zatt

Brasil de Fato | Porto Alegre (RS) | 15 de Agosto de 2023 –

Convidada para o Troféu Oscarito, artista estava na Serra gaúcha desde sábado (12) – Foto: Cleiton Thiele/Agência Pressphoto

Se a 51ª edição do Festival de Cinema de Gramado estava primando pelos ineditismos e pelo protagonismo feminino, a tragédia que ocorreu na madrugada desta terça-feira (15) também ficará para a história.


A veterana atriz Léa Garcia estava na cidade da Serra gaúcha desde sábado (12), passeando pela região ao lado do filho, Marcelo Garcia, e prestigiando as sessões do evento. Mas um infarto agudo do miocárdio, muito provavelmente provocado pelas emoções do momento, se antecipou à celebração que seria coroada nesta noite no palco do Palácio dos Festivais.

Aos 90 anos, ela faleceu ainda no hotel onde estava hospedada no município. O Hospital Arcanjo São Miguel, instituição de saúde local, somente confirmou a causa da morte.

A artista circulava diariamente pelo evento em uma cadeira de rodas e posava para fotos com o auxílio de uma bengala. Ela manifestava a felicidade de estar de volta ao festival, onde sempre se sentiu muito prestigiada.

Léa Garcia possuía uma história antiga com Gramado, conquistando quatro Kikitos com Filhas do Vento, Hoje tem Ragu e Acalanto.

Léa Garcia possuía uma história antiga com Gramado, conquistando quatro Kikitos / Foto: Cleiton Thiele/Agência Pressphoto

A veterana apresenta um currículo com mais de cem produções, incluindo cinema, teatro e televisão. Com uma célebre trajetória nas artes, foi indicada ao prêmio de melhor interpretação feminina no Festival de Cannes em 1957 por sua atuação no filme Orfeu Negro que, em 1960, ganharia o Oscar de melhor filme estrangeiro, representando a França.

Atuando em produções para televisão, cinema e teatro, Léa consolidou uma carreira de papéis marcantes em produções como Selva de Pedra, Escrava Isaura, Xica da Silva e O Clone. Foi peça fundamental na quebra da barreira dos personagens tradicionalmente destinados a atrizes negras. Tornou-se, assim, uma referência para jovens atores e admirada pela qualidade de suas atuações.

Dona Léa seguia ativa nas artes cênicas. Em 2022, atuou nos longas Barba, Cabelo e Bigode, Pacificado e O Pai da Rita. Nesta segunda-feira (14), havia confirmado negociações com a TV Globo para atuar no remake da novela Renascer.

No debate desta manhã sobre Mais pesado é o céu, longa cearense exibido em competição na noite desta segunda-feira (14), o ator Matheus Nachtergaele fez questão de falar antes sobre a notícia trágica do dia. “Meu beijo no coração de Dona Léa, que foi minha madrinha de sonho no momento bonito de fazer Trinta (2012) no cinema. Espero que ela tenha partido com a sensação bonita de estar sendo amada neste que é um dos maiores festivais do Brasil”.

Alterações na programação do Festival de Gramado

A organização do Festival de Cinema de Gramado anuncia alterações na programação desta terça-feira (15). A coletiva de imprensa com Léa Garcia e Laura Cardoso, originalmente programada para às 14h, está cancelada. De mesmo modo, a homenagem que seria entregue às duas será reagendada dentro da programação. A exibição dos filmes “Ela mora logo ali” de Fabiano Barros e Rafael Rogante, “O barulho da noite”, de Eva Pereira, “Remendo”, de Roger Ghil e “Da porta pra fora”, de Thiago Foresti, seguem mantidas.

Fonte: BdF Rio Grande do Sul

Edição: Marcelo Ferreira

CINEMA: O CHOQUE ENTRE MUNDOS DE DISCO BOY

Agosto 14, 2023

Primeiro longa de Giacomo Abbruzzese supera maniqueísmos ao apresentar o sensorial e eletrizante encontro de um guerrilheiro negro e um soldado branco – e seus destinos fundidos. Com o Grupo Belas Artes, sortearemos 1 par de ingressos

BLOGDAREDAÇ

por Raíssa Araújo Pacheco

14/08/2023 –

Em busca de oportunidades para além das que a sua um tanto limitada terra natal pode oferecer, o jovem bielorruso Alexei (Franz Rogowski), resolve se aventurar e atravessar a Europa até a França. Para garantir sua cidadania francesa, opta pelo caminho aparente mais fácil – porém, terrivelmente árduo. Alexei se alista na Legião Estrangeira Francesa, ramo do exército francês conhecido por ser uma infantaria altamente treinada e que oferece aos estrangeiros, após 3 anos de serviço, a oportunidade de se tornarem cidadãos franceses.

Ao concluir a brutal fase de treinamento, Alexei é designado para uma missão no Delta do Níger: resgatar dois franceses sequestrados por guerrilheiros que buscam impedir a exploração de petróleo e de recursos humanos empreendida pela força imperialista das multinacionais que invadem a região até os dias de hoje.

É nesse momento que Alexei conhece o guerrilheiro Jomo (Morr Ndiaye) e que as vidas dos dois jovens se cruzam – e se fundem – em um atravessamento doloroso.

Essa é a história que Giacomo Abbruzzese nos conta em seu mais recente e primeiro longa de ficção Disco Boy: Choque entre mundos, distribuído pela produtora Pandora Filmes.

O filme foi premiado, este ano, no Festival de Berlim com o Urso de Prata de Melhor Contribuição Artística para a fotografia de Hélène Louvart, diretora de fotografia também premiada em A Vida Invisível, na mostra Un Certain Regard, em Cannes, filme do aclamado cineasta cearense Karim Aïnou.

Maria do Rosário Caetano, crítica e importante pesquisadora do cinema latino-americano, escreveu para a Revista de Cinema que Giacomo elaborou o roteiro inteiramente só e que foram muitos anos dedicados a isto e à escolha de atores de vários cantos da Europa e África. Além disso, conta que em um debate sobre o filme, que aconteceu na cidade de Curitiba, Abruzzese afirmou que sua intenção era realmente “dar rosto aos dois lados do conflito bélico” e que o incomoda a invisibilidade dos que resistem às guerras encabeçadas pelo imperialismo europeu e norte-americano.


“Estamos acostumados a ver conflitos assim, contados de um único ponto de vista na tela. O outro, o inimigo, raramente existe como uma entidade complexa. Eu acredito que o cinema é, acima de tudo, uma questão de olhar e de mudança de pontos de vista. Neste filme, contar a história de ambos os lados é uma questão política, narrativa e também de encenação”

Acusado pela crítica de reinventar o filme de guerra ao superar o maniqueísmo de contar uma história unilateral, Giacomo revela que “Aleksei e Jomo estão em lados opostos, mas ambos compartilham uma certa gentileza, uma fragilidade fundamental por baixo da superfície de seus corpos de soldados poderosos.” E acerca de sua poética que relaciona força e fragilidade, ele também conta: “Eu queria me afastar dos estereótipos de virilidade e violência que caracterizam muitas histórias como esta. Gosto da ideia de que a força física possa ser acompanhada por uma certa fragilidade e um olhar atormentado. É esse contraste que me interessa.”  

Além disso, no transcorrer do filme é possível perceber as longas investigações que foram feitas acerca da Legião Estrangeira, dos conflitos no Níger, do Movimento para a Emancipação do Delta do Níger e da vida de dançarinas que trabalham em alucinantes casas noturnas que são embaladas pelas eletrizantes batidas do techno e ao êxtase provocado por substâncias lisérgicas. Tudo isso, sem contar com a complexa produção que uniu França, Itália, Alemanha e outros países.

A execução do longa também vem de uma composição que é quase uma Torre de Babel. O diretor é ítalo-francês; o protagonista é o alemão Franz Rogowski – atual “queridinho” dos cinemas europeus – e contracena com a multiartista Laetitia Kyde que vem de Abidjã, cidade na Costa do Marfim; há também o talentoso iniciante senegalês Morr Ndiaye; e ainda várias outras nacionalidades no restante do elenco.

Fazendo isso de maneira inventiva, em uma trama que beira o realismo fantástico, brinca com a dança de soldados em batalhas e de bailarinas em boates, e conta um final hipnotizante e envolvente que pode até soar utópico demais, Giacomo nos arrebata com um longa inquietante e de tirar o fôlego.


Sobre Giacomo Abbruzzese

Nascido em Taranto, sul da Itália, em 1983, Giacomo estudou no Le Fresnoy, na França, e realizou diversos curtas-metragens exibidos em festivais como Oberhausen, Clermont-Ferrand e Viennale, bem como em vários canais internacionais de TV. Em 2022, seu documentário America foi indicado ao César. Disco Boy é seu primeiro longa-metragem de ficção.

Sobre a Pandora Filmes

A Pandora é uma distribuidora de filmes independentes que há 30 anos busca ampliar os horizontes da distribuição de filmes no Brasil revelando nomes outrora desconhecidos no país, como Krzysztof Kieślowski, Theo Angelopoulos e Wong Kar-Wai, e relançando clássicos memoráveis em cópias restauradas, de diretores como Federico Fellini, Ingmar Bergman e Billy Wilder. Sempre acompanhando as novas tendências do cinema mundial, os lançamentos recentes incluem “O Apartamento”, de Asghar Farhadi, vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro; e os vencedores da Palma de Ouro de Cannes: “The Square: A Arte da Discórdia”, de Ruben Östlund e “Parasita”, de Bong Joon Ho.

Paralelamente aos filmes internacionais, a Pandora atua com o cinema brasileiro, lançando obras de diretores renomados e também de novos talentos, como Ruy Guerra, Edgard Navarro, Sérgio Bianchi, Beto Brant, Fernando Meirelles, Gustavo Galvão, Armando Praça, Helena Ignez, Tata Amaral, Anna Muylaert, Petra Costa, Pedro Serrano e Gabriela Amaral Almeida.

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RAÍSSA ARAÚJO PACHECO