Archive for Outubro, 2014

“TERRA FÉRTIL”, DE JENYFFER NASCIMENTO

Outubro 31, 2014

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Para fortalecer e proporcionar a política de produção artística entre as mulheres negras, femininas, feministas, vindas da periferia, foi criado no ano de 2004, como zine, o Coletivo Mjiba, Jovem Mulher Revolucionária. E foi exatamente ele que ontem, dia 30, lançou o livro de poesia, Terra Fértil, da pernambucana que mora há 30 anos no Jardim Ibirapuera, zona sul de São Paulo, Jenyffer Nascimento               

O talento poético de Jenyffer Nascimento se revelou na adolescência quando ela encadeou palavras e ritmos com hip-hop. Pode-se afirmar que foi essa expressão própria da periferia que compôs o devir poético da poetisa. E foi essa estética literária que a levou a participar desde o ano de 2007, dos saraus da periferia paulistana. Essa sensibilidade é confirmada quando Jenyffer Nascimento afirma que foi “definitivamente arrebatada pela força transformadora da poesia”.

Para conhecer um pouco da poetisa, nada como observa o que escreveu no prefácio a organizadora da obra Terra Fértil, Carmen Faustina.

“Jenyffer Nascimento é mulher negra periférica, escritora, mãe, estudante, educadora, boêmia, raiz, ventania e liberdade… Mulheres negras são assim, escrevem, amam e lutam! Assim, tudo ao mesmo tempo, até porque para nós foi negado o direito à escolha, a dúvida e ao tempo do conhecimento. E ainda assim estamos em todos os cantos, espalhando sementes férteis de amor e luta mesmo invisíveis, a literatura negra feminina resiste, pois é forte e viva”, escreveu Carmen Fautsina.

O livro tem 168 páginas e custa apenas R$ 25. Um preço simbólico pela potência-poética que carrega.

Um pouco da elevação revolucionariamente poética de Jenyffer Nascimento, em seu poema O Grito.

“Carrego comigo o legado

De minha mãe, de minha avó

E de tantas outras que me antecederam.

O grito que carrego também é delas.

Pelos prazeres que não puderam ter

Pelo corpo feminino que não puderam explorar

Pelo voto e palavras negadas

Pelo potencial não exercido

Pelo choro em lágrimas secas.

Tenho um grito entalado na garganta.

Um grito denso, volumoso,

Um grito ardido, de veias saltadas.

E hoje ele vai sair.

– O corpo é meu!”

GRUPO DE TEATRO PARLAPATÕES PROMOVE O “ESTAMOS COM FOME DE…”

Outubro 30, 2014

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Trata-se de um evento onde se discute várias formas artísticas, desde a dramaturgia, a música, o cinema, a dança, a coreografia, a poesia, todas as linguagens artísticas. Este o simples resumo do objetivo do “Estamos Com Fome De…”, proposto pelo Grupo de Teatro Parlapatões.

Por isso, todas às terças-feiras, durante o mês de novembro, artistas e toda forma de público poderá participar de debates e mesas redondas sobre os temas artísticos. O foco é estimular a criatividade.

Para Eduardo Carvalho, curador do evento tudo não passa de provocação para colocar as artes como temas importantes para a sociedade.

“A gente tem sentido falta de atividades no teatro que deem vazão à essas questões, mas fica sempre no aguardo da saída do Fomento, de algum tipo de incentivo. O Parlapatão acabou ficando com a fama de que está bem de vida, o que não necessariamente verdade.

Então, isso é uma coisa meio provocativa para mostrar que nós temos o espaço vago, horário vago, muita gente talentosa pronta para fazer esse tipo de atividade. No entanto, ou a gente se vira por conata própria e faz isso voluntariamente, ou não rola. Por isso, a gente decidiu fazer voluntariamente.

O objetivo é dar à ela, a arte, muito de que o aspecto de mero espetáculo e contextualizá-la como instrumento transformador, que funciona tanto na vertente da educação, no sentido de trazer informação e reflexão para quem está em contato com a arte, quando no sentido de trazer o necessário incômodo para que, a partir disso, se criem transformação de cunho social”, considerou Eduardo Carvalho, um dos parlapatões.  

 

VIVA O VINIL! “NÓS RASANTE”

Outubro 29, 2014

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Mais uma relíquia da bolacha crioula independente. Desta feita o conjunto musical Nós Rasante, de São Paulo. A bolacha crioula joia-rara não tem apresentação literária, mas tem apresentação feita em tirinha criada pelo talentoso cartunista e chargista, Glauco.P1000534

Par nós do Esquizofia essa relíquia tem uma sensível importância. Como sempre pesquisávamos desde as décadas de 60 e 70 gravações fora do mercado fonográfico capitalista, essa bolacha crioula foi jogada em nossas mãos por um representante de gravadoras como disco “invendável”. Observem o selo laranja na parte superior-direita da capa. Pois é, grande obra de nossa discografia que agora distribuímos aos vinilesquizofílicos.capa 003

 

O grupo é formado por Henrique Bartsch nos teclados, guitarras, violões, voz e bandolin. Zé Cláudio na flauta, sax alto, sax soprano e gaita. João de Oliveira na bateria e percussão. Eduardo Tarlá nos violões, guitarra, bateria e voz. E ainda conta com a participação especial de Gerson Grunblatt na guitarra.P1000540 capa 001

 Uma breve mostra da letra Vozes

“Ventos sem direção

Soprando sem razão

Dobram arbustos, matam ilusões

Voltam recordações

Delírios frustrações

Culpas inconformadas sem perdão

Vozes mudas vêm dizer

Que tudo o que não foi será

Em hora de mudar

Vence só quem lutar

Lutas em que o temo põe a mão

Tempo de reunir

Tempo de redimir

Tempo de controlar esta emoção

Vozes puras vêm dizer

Que só quem nunca viu, verá

Vozes duras vêm dizer

Que quem já foi não vai voltar”.

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FICHA TÉCNICA

Produzido por Nós.

Gravado e mixado por Sergio Jovine.

Arranjos de Nós.

Fotos: Amilcar C. Cesar.

Capa e Arte Final: Flávio Machado.

Gravado em abril e maios de 1980.

Mixado no estúdio Spalla, 8 canais, em São Paulo.

11ª EDIÇÃO DO DIA INTERNACIONAL DA ANIMAÇÃO (DIA)

Outubro 28, 2014

No ano de 1892, em Paris, Émile Reynaud, realizou a primeira exibição de imagens animadas em público. A partir desse momento, 51 países realizam simultaneamente exibições de animação. Por essa realidade o Dia Internacional da Animação (DIA) é considerado a maior mostra do mundo.

Serão exibidos 30 curtas-metragens em 240 cidades brasileiras, inclusive em cidades que não têm salas de projeção. O DIA que patrocinado pela Petrobrás, apresentará animações nacionais e estrangeiras, sendo que nove para o público infantil. As animações brasileiras trazem as marcas dos criadores contemporâneos.

Todavia, uma relíquia será exibida com grande interesse. Trata-se do filme de Luiz Seel, Frivolitá, de 1930. É um curta de três minutos de duração que conta a história de uma jovem que tenta dormir, mas é perturbada por um gramofone, um despertador e uma turma de gatos.

Para Marcelo Marão, um dos idealizadores da mostra, o objetivo é contribuir para a formação de um público. Para ele, houve um grande crescimento nas produções nacionais em virtude da lei do audiovisual.

“Nossos principais objetivos são a formação de plateia, apresentar um cenário geral da produção aqui e no mundo e estimular que mais fomentos e animadores apareçam ao longo do tempo”, disse Marão.

Ele também falou sobre a importância do curta Frivolitá que estava perdido.

“O filme esteve perdido por mais de 70 anos, e foi restaurado no ano passado. Será a primeira exibição pública do curta, após décadas desaparecido”, observou Marão.

Segundo ele, o panorama no Brasil de hoje, para a produção exibição de filme de animação está mais favorável.

“Um dos fatores mais fundamentais para o crescimento veio com a lei do audiovisual, que obrigou os canais estrangeiros a comprar um número de produções nacionais, incluindo animações. Isso é bom para quem produz, bom para o mercado e bom para quem vê”, concluiu Marão.

Para conhecer a programação completa em todo o Brasil acesse o site www.diadanimação.com.br.  

 

O CINEMA DE LAURO ESCOREL, “LIBERTÁRIOS”, QUE TRATA DO MOVIMENTO OPERÁRIO É LANÇADO EM DVD

Outubro 27, 2014

O filme de Lauro Escorel, que foi lançado em 1977, mostra o surgimento da classe operária urbana, o chamado proletariado urbano. Escorel mostra a luta dos trabalhadores por seus direitos trabalhistas diante de uma classe patronal avessa a diálogo com os trabalhadores.

Libertários é uma obra que trata de militância trabalhista, por isso é considerado um manifesto trabalhista que mostra a exploração do trabalhador que executa uma jornada de trabalho de 16, e ainda exibe a exploração de crianças e mulheres como mão de obra usada explicitamente para o lucro.

Há também na obra cinematográfica o elemento pedagógico para melhor auxiliar o público em seu entendimento. Para isso o diretor escolheu a técnica da narração.

 

“Os primeiros anos do século assistem à urbanização da velha burguesia rural e ao surgimento da burguesia financeira industrial, a expansão e diversificação das classes medias e ao surgimento de uma classe até então desconhecida: proletariado urbano.

A jornada de trabalho era em média 16 horas, sendo muito grande o número de mulheres e crianças entre o operariado. As crianças trabalhavam 11 horas por dia e eram constantes os maus tratos pelos erros cometidos.

Os salários erma baixíssimos, flutuando conforme a necessidade do empregador, não existindo o salário mínimo. Carne, pão e legumes eram artigos de luxo para os trabalhadores que tinham sua dieta básica constituída de farinha de mandioca, feijão, arroz, carne seca e café. É assim que o trabalhador, desprotegido nos acidentes de trabalho e na velhice, começa a sentir necessidade de agrupar-se”, narra o locutor.

A necessidade que trabalhador começa a sentir em agrupa-se não é nada mais do os primeiros embriões do que virá a ser o sindicalismo que na Europa e nos Estados Unidos já eram fortes.

ELEIÇÃO É FESTA DEMOCRÁTICA PARA OS SENSÍVEIS E RACIONAIS

Outubro 26, 2014

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Hoje, dia 26, é dia de eleição para a disputa do segundo. Em alguns estado disputa-se, além da eleição presidencial, a eleição para governador. A história do voto na democracia é árdua e cheia de violências e ameaças produzidas pelos que pretendiam continuar no poder controlador da economia, da política e da sociedade.

Se a história do voto é tão violenta, imaginemos o voto da mulher. A mulher para conseguir o direito de votar sofreu grandes humilhações e perseguições. Além dos preconceitos exacerbados em forma de misoginia.

Hoje, homens e mulheres têm seus direitos eleitorais garantidos na democracia representativa. Mas, se esses direitos foram estão respeitados quanto ao ato de votar, não é o mesmo que ocorre quando a mulher é candidata. A discriminação continua, de forma velada mais continua.

Só que em alguns casos específicos não há nada velado. Há uma clara discriminação, desrespeito e violência. O caso da presidenta Dilma que concorre à reeleição, é um exemplo. O que ela vem sofrendo nessas eleições é claramente nazifascista. E o pior é que muitas dessas violências são praticadas por mulheres.

Mas, Dilma, como uma pessoa de grandeza, inteligência superior e invejável dimensão política tem se mostrado uma grande estadista. É por isso que ela tem demonstrado a importância desse pleito. E por essa grandeza, de chefa de Estado, que a eleição de hoje pode ser comemorada como festa democrática popular.

Uma festa que expressa a sensibilidade e racionalidade da maior parte da sociedade brasileira que cria corpos artísticos, econômicos, sociais, históricos, antropológicos, entre outros, que constituem o país.

Por isso, é necessário não faltar à esta festa que nos confere o sentido de sermos seres político atuantes e produtores de contínuas formas de existências.

Tributo a Odair José

Outubro 25, 2014

EXPOSIÇÃO “BRASIL: INCONTÁVEIS LINHAS, INCONTÁVEIS HISTÓRIA”

Outubro 24, 2014

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Até o mês de dezembro, no Espaço Cultural Eliseu Visconti da Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro, o público poderá vivenciar a Exposição Brasil: Incontáveis Linhas, Incontáveis Histórias composta das ilustrações dos mais famosos artistas que realizaram essa arte entre elas os livros de Debret e Rugendas que foram os principais influenciadores dessa arte no Brasil.933920-exposicao_6770

A exposição que apresenta também 55 trabalhos de ilustradores contemporâneos de livros para crianças e jovens, tem a curadoria da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLI) e da Fundação Biblioteca Nacional (FBN). O público poderá experimentar a exposição de segunda-feira a sexta-feira das 9h às 17h, e nos sábados das 10h às 14h.933904-exposicao_6388

A seleção dos trabalhos foi realizada pela professora da Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Graça Lima, e do professor do curso de Belas Artes da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRR), Alexandre Guedes.

A exposição que já foi apresentada nas russas Moscou e São Petersburgo, faz homenagem a Roger Melo e Ziraldo que realiza ilustrações para livros infanto-juvenil.

VAI UM CINEMINHA AÍ? O Mistério do Boi de Mamão

Outubro 23, 2014

O CINEMA “A DESPEDIDA”, DE MARCELO GALVÃO

Outubro 22, 2014

Parece uma história simples de ser contada, mas quando se trata de cinema ela se revela pura arte. Foi o que ocorreu com o cinema A Despedida, do cinegrafista premiado, Marcelo Galvão. Um dia, aos 92 anos, Almirante, interpretado pelo talentoso Nelson Xavier, decide fazer o que sempre fizera quando mais moço, mas que há muito tempo não fazia. Ir a um botequim, visitar um amigo, e voltar a encontrar seu grande amor, Morena, mulher muito mais jovem que ele, protagonizada pela linda atriz, Juliana Paes.

Seria esse seu último ato transformado em uma confirmação da existência necessária, como poderia dizer o filosofo Sartre. Um enredo baseado na história real do avô de Marcelo Galvão. Essa história-cinematografada será exibida em três sessões da Mostra de Cinema Internacional de São Paulo, com o recurso de acessibilidade Movie Reading. Aplicativo de legendas e aplicações para pessoas com corpos visual, auditivo e cognitivo diminutos.

A Despedida ganhou quatro Kikitos de ouro. Melhor Ator, Nelson Xavier, melhor atriz, Juliana Paes, melhor diretor, Marcelo Galvão e melhor fotografia, Eduardo Makino. No Festival de Gramado de 2014, todos receberam os mesmos prêmios..

Veja e ouça o trailer.