Começa dia 6, na Caixa Cultural de São Paulo, e vai até dia 1° de março a exposição de fotografias São Paulo: Dentro e Fora. A exposição é resultado de duas décadas de trabalho do artista Paulo Pampolin, reduzida em 31 fotografias e instalações.
AS fotografias mostram a realidade da moradia precária no estado em que 30% dos moradores estão confinados em favelas, cortiços ou habitações coletivas. Entretanto, a exposição não tem como objetivo só a discussão social e política, mas também o elemento poético da fotografia.
A exposição será dividida em duas partes interativas. Um hall central com 30 imagens concebidas pelo artista em monóculos. A segunda parte é uma parede que será ocupada pelos visitantes como intervenção inicial polaroides realizadas por adolescentes. Os visitantes poderão escrever na parede mensagens e suas opiniões. Haverá mesa-redonda, oficinas e debates.
“A exposição discute a questão da moradia em São Paulo, a cidade com o maior déficit habitacional no Brasil. Convivemos com isso no dia a dia. Observamos pessoas morando nas ruas e milhares de habitações coletivas espelhadas pelo centro. Além disso, recentemente ocorreu um boom imobiliário, elevando os preços dos aluguéis e dos imóveis. Tudo isso influenciou nossa relação com a moradia. Essa pessoal ocupa apenas 10% do território. É uma questão alarmante.
Entretanto, a questão da moradia saltou nas imagens dele. Há imagens de um prédio tiradas à noite, com várias janelas mostrando a diversidade da relação humana com o lar e como cada pessoa decora sua casa.
O problema tem um lato muito poético. Quem mora nas ruas também pinta paredes ou coloca um quadro para demonstra que ali é sua casa. É uma situação afetiva que temos com São Paulo. Cada um acaba criando relação afetiva com o lugar que escolheu para morar.
Os monóculos cairão do teto e as pessoas poderão ver algumas outras imagens além das que estão impressas na parede. Sobre o recorte da foto de Paulo Pampolin temos um projeto educativo do fotógrafo Luciano Spinelli, que é um workshop com crianças e adolescentes que moram no Cine Marrocos. São fotos vivenciais que dialogarão com as fotos de Paulo”, observou Lucila Mantovani, uma das curadoras junto com Lúcia Camargo.