Sophia é uma garotinha muito vivaz, inteligente, companheira, solidária e participativa. Atributos necessários a todos que acreditam que a existência só se justifica quando todos estão comprometidos com a sociabilidade como bem comum. Riquezas materiais e imateriais de todos.
Hoje é o dia da prova final da turma de Sophia. Como não era para ser diferente, ela estudou todos os conteúdos apresentados pela professora e, por tal realidade, encontra-se preparada para responder as questões que sua professora vier lhe perguntar.
Diante de uma sala repleta de crianças alegres e criativas, a professora abriu a porta, entrou, com cara de poucos amigos, ou nenhum amigo, e empurrou a porta com o pé direito. Sentou, abriu uma pasta com algumas folhas, olhou para a turma, já em silêncio, fez a chamada aos berros e disse que a primeira que iria ser examinada na arguição oral seria Sophia. A menina sorriu. A professora zombou do sorriso da garotinha e lhe lançou um olhar ameaçador.
A professora cuspiu no cesto de colocar papéis, pigarreou e com uma régua na mão direita, chamou Sophia. Ela, se levantou, foi até a mesa da professora, cumprimento-a, sorriu e jogou beijos para a turma.
Ameaçadora, a professora afirmou que iria fazer quatro perguntas. Uma de geografia, uma de português, outra de matemática e a última de história. Em sua vontade de saber como devir-criança, Sophia vibrou.
– Qual o maior estado da Região Norte? –perguntou a professora debochando de Sophia.
– Estado do Amazonas! – respondeu Sophia muito contente entre os aplausos da turma.
– Errado! – gritou a professora completando. – O maior estado do Norte é o Paraná, sua estúpida. Agora a pergunta de matemática. Quanto é dois mais três?
– Facílimo! Dois mais três cinco.
– Erradíssimo, sua bucéfala! Dois mais três é sete. Caceta, que ofensa à operação de somar. Pergunta de português. Fábio foi para casa. Quem é o sujeito da oração?
– O sujeito da oração é Fábio.
– Tapada, o sujeito da oração é, “foi para a casa”. Fábio é o morador da casa, sua energúmena! Meu Deus, essa é a tal Pátria Educadora? É preciso ter muita paciência com você, porque você é a burrice elevada ao quadrado. Última pergunta. Quem é o presidente do Brasil?
– Professora, eu não quero chamar sua atenção, mas não é presidente. É presidenta. Presidenta Dilma!
– Você além de bucéfala, tapada e burra, é totalmente analfabeta política. O presidente do Brasil é o Temer! Sua nota é zero! Você está reprovada! Você é a prova viva que comeu muita casca de queijo e coquinho de caroço de tucumã. Você não sabe nada! De sabedoria você só tem o nome. Seu nome deveria ser Juju, de jumenta.
Sophia protestou afirmando que havia acertado todas as perguntas e não podia ser reprovada. Diante da violência da professora a turma não deixou barato. Solidarizou-se com Sophia e em coro gritou que a professora era uma carrasca autoritária. A professora a ameaçou a turma com a régua, mas desistiu logo ao receber uma laranja na cabeça lançada pelo aluno mais baixinho.
O diretor da escola, um homem bajulador e prepotente, ao ouvir o coro dos alunos, partiu babando de raiva para saber o que estava ocorrendo. Não precisou nem abrir a porta, pois a professora acovardada abriu a porta e em desabalada carreira esbarrou nele e os dois caíram rolando no chão, enquanto os alunos se divertiam pulando por cima dos dois, indo direto ao pátio da escola.
No pátio da escola uma garotinha tomou a palavra e discursou afirmando que a professora e o diretor da escola estavam tratando os alunos como os deputados e senadores que queriam derrubar Dilma sem que ela tivesse cometido qualquer crime. Ao ouvirem o discurso, os alunos da escola inteira gritaram: “Não vai ter golpe”! A garotinha continuou seu discurso afirmando que para os deputados e senadores suas posições eram iguais de sua professora: não adianta os alunos estarem certos que ela já tem sua opinião.
Sophia, que havia aberto o portão da escola, convocou todos os alunos da escola a irem às ruas protestar junto com os moradores do bairro contra o arbítrio e a falta de democracia da professora e do diretor.
Na janela de uma casa, uma senhora bradou que só com o povo nas ruas o Brasil pode defender a educação e a democracia. E lá foram os moradores pelas ruas discursando sobre os direitos do povo. Por onde passavam aumentava mais o cordão da democracia.
Quanto à diretora e o diretor, continuaram rolando no chão da mesma forma que os deputados e senadores rolam no chão sujo do golpismo.
respondendo que na região Norte. A professora bateu na mesa com raiva, dizendo que a resposta estava errada. Disse a sentença, “Pedro é burro”, e perguntou quem era o sujeito. Tikinha sorriu e respondeu que era Pedro. A professora se levantou, chutou a mesa e afirmou que a resposta estava errada. Então, fez a última pergunta para que Tokinha respondesse quando era 3 mais 2. Tikinha respondeu alegríssima que era 5. A professora subiu na mesa e gritou ensandecida que ela estava reprovada.
Tikinha junto com a turma protestou afirmando que acertará todas as perguntas, mas professora estava irredutível afirmando que ela estava reprovada. A turma começou a se rebelar, e professora foi chamar o diretor da escola. Ele entrou na sala esbravejando dizendo que naquela sala quem mandava era a professora e fim de papo.
E para terminar, gritou que naquela escola quem sabia o que era certo e o que era errado era a professora e ele, diretor.
A turma deixou a sala, foi ao pátio da escola, convocou os outros alunos que estavam em suas salas de aula, e se dirigiram às ruas mostrar aos moradores que tipo de professores e escola queriam ensinar o conhecimento e a moral.