Archive for Fevereiro, 2016

A LISTA DE FURNAS, DOCUMENTÁRIO DE MAX ALVIM

Fevereiro 29, 2016

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O documentário A Lista de Furnas é uma produção cinematográfica dirigida pelo talentoso cinegrafista Max Alvim com roteiro escrito pelo jornalista Joaquim de Carvalho que mostra o esquema de corrupção em que o senador Aécio Nunes é acusado de ser o grande coordenador.

Uma artística-política que o povo brasileiro não deixar de assistir e tomar sua posição para que a democracia brasileira seja solidificada sem farisaísmo, onde os corruptos se apresentam como honestos, ilibados, probos muitos amparados pelas mídias aberrantes e setores institucionais que agem contra o Brasil.

Esse documentário é uma grande colaboração para a construção da consciência  democrática do povo brasileiro que o site Diário do Centro Mundo dirigido pelo jornalista Paulo Nogueira, proporciona com magnífica honestidade.

Assista! Se possível saboreando pipoca entre boas gargalhadas ao comparar o que falam as testemunhas com os comportamentos dos “honestos”.

 

DVD “ÚLTIMAS CONVERSAS” MOSTRA O TRABALHO DO CINEASTA EDUARDO COUTINHO COM JOVENS

Fevereiro 27, 2016

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Tudo começou no ano de 2013 quando cineasta Eduardo Coutinho, autor do histórico Cabra Marcado Para Morrer, sobre as ligas camponesas, teve a ilustre ideia de realizar um documentário com as opiniões dos jovens. Os membros de sua equipe caíram no campo e entrevistaram 250 jovens com idades entre 16 e 18 anos. Foram escolhidos 30 jovens conversaram com Eduardo Coutinho sobre vários temas como cotas, preconceito, futuro, religião bulliyng entre outros temas de interesse do jovem. Porém, no dia 2 de fevereiro de 2014 Eduardo Coutinho morreu e o trabalho não foi concluído. No início Coutinho queria realizar um filme com crianças.

Com a morte do cineasta, o documentário foi finalizado pelo cineasta João Moreira Salles e montado por Jordana Berg, ligada aos trabalhos de Coutinho. Em 2015 foi lançado no cinema. Agora, hoje dia 27, e amanhã, dia 28, o DVD Últimas Conversas será lançado. O disco que já se encontra a venda mostra cenas que não constam do DVD.

“Há muito tempo, ele queria fazer um filme com crianças. A ideia era ouvir pessoas que ainda não tivesse uma cultura introjetada. Ele queria perguntar o que é dinheiro, o que casamento, o que é viver. Queria ter conversas óbvias compessoas para quem nada daquilo seria óbvio. Mas o projeto mudou de rumo, e vieram os adolescentes

Os responsáveis pela película procuraram criar uma singela homenagem a Eduardo Coutinho.

Qual o preço do DVD? Menos que R$ 50. R$ 44,90.Pela sua potência-estética-política é um preço leve.

Veja o trailer.

VIVA O VINIL! NORDESTINADOS

Fevereiro 26, 2016

P1010690Atenção, esquizovinilfílicos, estados em 1080, adentrando no Estúdio Rozemblit para vivenciar a gravação da bolacha-crioula Nordestinados distribuída pelo selo Chantecler, a gravadora do galinho madrugador.

P1010692 P1010693 P1010694P1010701Essa bolacha-crioula Nordetinado é traspassada por três potências diferenciadoras. A primeira é que ela foge da música nordestina comercial muito tocada nesse tempo em que os cantores só objetivavam o sucesso promovido pela indústria da música de consumo que não respeitava a chamada música nordestina de raiz. A segunda potência é que essa bolacha-crioula é composta por dois sensíveis e inteligentes artistas: o poeta Marcus Accioly e o músico César Barreto. E a terceira é que ela teve o acompanhamento do Grupo Som da Terra composto por Egildo Vieira, flauta; Carlos Xavier, intimamente Neném, bateria, percussão e vocal; João Lira, viola, violão, charango e vocal; José Carlos, baixo; Carlos Alberto, intimamente Kaito, violão e vocal.

P1010695 P1010696 P1010697 P1010700Com arranjos de criados pelos próprios Nordestinados a bolacha-crioula ainda conta coma as participações de Vicente Menezes ao violão e Fátima Goulart no contracanto. E não esquecer que o músico César Barreto participa colando na craviola e no canto vocal. E ainda conta com as participações especiais de Mariza Jonhson, ao cello, e Benjamim Wolkoff.

LADO- A – Cego-Aderaldo/Pedra Sobre Pedra/Cirandância/Pablo Neruda/Meninos-Caranguejos/Cantomilho.

P1010699LADO- B – O Sertão/Luadorim/Cantiga-do-Gira-Roda/Pablo Casals/Gemedeira.

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VIVA O VINIL!

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Comunidade artística ocupa Fábrica de Sal, patrimônio de Ribeirão Pires

Fevereiro 25, 2016

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Grupo intervém para conscientizar e fazer com que a população se aproprie do local.

por Rafael Revadam

ABCD Maior – Realizada na última quinta-feira (18), na Câmara dos Vereadores de Ribeirão Pires, a audiência pública sobre o destino da Fábrica de Sal trouxe mais do que opiniões. Das ideias em comum pela preservação do espaço, artistas se uniram para uma ocupação cultural. Convidando familiares e amigos, cada integrante fez do abandono um incentivo cênico. Esquecida desde 2009, a Fábrica recebeu balanços para crianças e cuidados em sua estrutura. Para os manifestantes, a luta ganhou um novo tom: não basta reconhecer o patrimônio, a população deve se apropriar dele.

Intitulado Sal da Terra, o grupo se apossou da Fábrica no sábado (20), com o comprometimento de realizar ações diárias no local. “É uma luta também contra a ausência de espaços públicos na cidade”, disse João Paulo Silva, integrante da ação. “Por exemplo, a obra do teleférico. A prefeitura fez intervenções em dois espaços: no Complexo Cultural Ayrton Senna e no Parque Milton Marinho de Moraes. Os dois locais ficaram interditados porque a obra está parada, com licença ambiental negada na Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo).”

“Fizemos a limpeza de uma área e várias brincadeiras. Porque tinha crianças ali e nós também levamos as famílias”, explicou Mariana de Lima, uma das organizadoras do coletivo. “Não estamos defendendo só a Fábrica de Sal, a gente quer defender todo o complexo cultural localizado no terreno, que inclui uma escola, uma biblioteca, a Fábrica e um telecentro. E também a praça, que está praticamente invisível.”

Não existe abandono, mas negligência

Anunciada pelo presidente da Câmera dos Vereadores, José Nelson de Barros (PSB), para ontem (22), a votação do Projeto de Lei nº 04/2016 não aconteceu. Com plenário lotado de manifestantes contrários à criação do shopping, o projeto não constou da pauta, provocando questionamentos.

De acordo com os integrantes do Sal de Terra, o descaso com os espaços públicos em Ribeirão se intensificou há quatro meses. O coletivo também faz autocrítica, acreditando ter demorado para tomar esta iniciativa. “Porque agora foi oferecida uma doação de uma coisa que é pública para o interesse privado, para outros lucrarem em cima. Eles primeiro abandonam, aí falam que não presta. Agora vão dar de graça?”, questionou Raquel Quintino. “O imóvel estava como uma escola de música. A prefeitura abandonou e agora paga aluguel para manter a escola em outro lugar. A má gestão está colocada, é uma questão bastante óbvia.”

Para a organizadora Mariana de Lima, existe também o problema com a destinação do espaço. “Tem um apelo que estão lançando na mídia: ‘Ah, mas o shopping terá cinema’. Um cinema com a programação enlatada, a gente não precisa.” A opinião é compartilhada por Daniele Silveira: “Um shopping é limitador, é uma caixinha que você vai lá e encontra as mesmas lojas. No caso da Fábrica de Sal, temos que saber a importância deste monumento. De onde vem e por que se mantém lá. Porque é sempre assim: ‘o espaço está abandonado’. Não, o espaço está negligenciado. E a Fábrica foi importante para a história da cidade. Ela não foi construída onde está à toa, e Ribeirão não cresceu ao redor dela à toa.”

Spotlight: o silêncio da mídia

Fevereiro 24, 2016

reprodução

O filme Spotlight mostra como os jornalistas de Boston eram amigos dos personagens envolvidos no escândalo abafado. Alguma semelhança com o Brasil?

Léa Maria Aarão Reis* – http://www.umacoisaeoutra.com.br

Spotlight- Segredos Revelados, do diretor Tom McCarthy, trata da denúncia histórica de pedofilia que acabou pública, em 2002, envolvendo 249 padres criminosos e o Cardeal Bernard Law, de Boston, que acobertou nada menos que três mil casos durante 18 anos. Um episódio gravíssimo que, em médio prazo,  colocou em cheque  toda a igreja católica, e ecoa até hoje nos quatro cantos do mundo.

O mega escândalo adormeceu durante 15 anos nas gavetas e nos arquivos do jornal The Boston Globe por conta da força de dissuasão e da influência avassaladora da igreja na cidade, maior comunidade católica dos Estados Unidos e oriunda de imigrantes irlandeses da mesma fé. Mais da metade dos assinantes do prestigioso jornal eram, na época, católicos: fieis fervorosos, a maioria praticantes,  outros, bissextos, de tradição familiar.

Muito já foi escrito sobre Spotlight no Brasil, há mais de um mês em cartaz, atraindo milhares de espectadores e candidato ao Oscar deste ano. As resenhas sobre o filme celebram, em geral, a ação do grupo de destemidos e sérios repórteres da editoria Spotlight – palavra que significa holofote, em inglês; no jargão jornalístico equivalente ao mantra ‘onde há sombras que se jogue a luz da informação’ -, do jornal The Boston Globe. Enfim, depois de uma década e meia (!) o diário pariu uma série de matérias com a sinistra história que levou algumas vítimas ao suicídio, e  lesões psicológicas irreparáveis em outras.

Quase todas as crianças violentadas, estupradas ou abusadas pelos padres vinham da população mais pobre de uma das mais opulentas, belas, bem administradas e esnobes cidades do país. Um detalhe do gênero ‘não vem ao caso’, quase nunca lembrado.

Mas o que nos incomoda e chama nossa atenção, nesse filme de linha (bem realizado embora sem brilho) é o subtema do qual poucos profissionais da velha mídia tratam – e os da mídia independente também. O silêncio dos jornalistas do grande jornal bostoniano que jogavam golfe, frequentavam os mesmos bares, restaurantes, se visitavam e partilhavam de eventos sociais, eram amigos dos personagens envolvidos no escândalo abafado. Advogados, juízes, personagens ricos e respeitáveis da comunidade. Incomoda o manto de silêncio que desabou, discretamente, sobre a redação do The Boston Globe ocultando crimes da igreja católica.

Foi preciso um editor-chefe judeu, Marty Baron, vindo da Florida, (hoje ele trabalha no Washington Post) um “de fora”, como é visto com condescendência num dos diálogos; um que deseja “marcar presença pelos jornais por onde passa”, insinua-se em outra conversa, para lancetar o tumor como acabaram fazendo, com tenacidade e convicção pessoal, os da equipe da editoria de spotlight, quatro repórteres do jornalismo investigativo honesto.

O editor Walter Robinson, chefe do grupo, quinze anos antes, quando chefiava a editoria de assuntos de cidade fora um dos jornalistas que ajudaram a fazer morrer o assunto publicando uma reles notícia sobre o assunto e ‘matando’ a produção de uma suíte.

No filme, acrescenta-se: “Faltou responsabilidade editorial a um jornal que, se é, na verdade, independente, deve defender as instituições” iluminando com seus holofotes os desmandos e abusos eventuais delas. Do contrário, se corre o risco de comunidades inteiras silenciarem (e se acumpliciarem) como ocorreu com os ‘bons alemães’ no período nazista, como também é mencionado num diálogo.

Segredos Revelados vem num pacote de produções inspiradas em episódios reais e se relacionam com fatos atuais desenrolados no Brasil neste momento. Em A Grande Aposta, os conluios espúrios de grandes bancos e agências globalizadas de classificação de risco de economias nacionais gerando desastres econômicos para milhões de indivíduos. No filme Trumbo é lembrado o quanto pode ser perniciosa a figura jurídica da delação premiada estimulada irresponsavelmente e com critérios frouxos como ocorre com o trabalho da turma da República do Paraná ao laurear até marginais reincidentes em crimes praticados no passado, como o notório Yousseff.

No caso presente, nos interessou a síndrome do ‘controle da informação’ que acomete redações de jornal, como bem assinalou em artigo escrito com coragem e sinceridade a jornalista Tereza Cruvinel. ”A vida de Mirian e os desdobramentos do caso,” ela diz, “ao longo dos anos, sempre foram acompanhados com interesse pela imprensa, não para produzir notícia, mas para o controle da informação, digamos assim.”

Uma ‘hipocrisia midiática.’ Em Boston e aqui.

“Para os donos e para os profissionais da imprensa nacional, não há surpresa alguma, não há novidade alguma no que a jornalista Mirian Dutra contou (…)  sobre seu relacionamento com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.”

Durante os últimos 30 anos, nem os estagiários de redações brasileiras desconheciam as aventuras do ex-presidente nem o “caso” Mírian Dutra.  “Nunca se ignorou que a  TV Globo  mantinha Mirian contratada mas não a pautava,” lembra a jornalista no seu blog. (Exceções: quando auxiliou, mas sempre em segundo plano, coberturas em Portugal e na Itália.)

“Então não me venham, caros colegas, com estes ares de novidade. No mais, fomos todos cúmplices (…)   Nunca ninguém sequer cogitou, em nenhuma redação de Brasília, de escrever sobre o assunto.“*

O escândalo dos católicos de Boston, religiosos,  e fieis e jornalistas que se deixaram manipular pela igreja local já está devidamente iluminado pelos holofotes.

Aqui, na era da internet, o colossal escândalo  vem sendo esmiuçado pela mídia digital envolvendo uma reeleição presidencial (talvez imerecida; que se não tivesse acontecido teria mudado, quem sabe, o rumo da vida nacional); o abuso cínico de dinheiro público dos falsos catões da oposição do PSDB e o constrangimento ao limbo profissional de uma repórter –  recurso de prática aliás conhecido e reincidente nas redações.

O que falta agora, para mais além do mea culpa dos jornalistas, é mudança nas normas éticas do seu trabalho. Discutir, por exemplo, a tal ideia do “controle de informação” num dos habituais seminários, debates e mesas redondas profissionais em que se reúnem, às vezes para discutir o sexo dos anjos.

Denunciar o gargalo do mercado de trabalho criado pela mídia oligárquica submetendo ao silêncio forçado os profissionais temerosos de perder o emprego e o poder que detêm – ou por necessidade básica ou por mera vaidade.

Denunciar outra síndrome nefasta que sempre acometeu  os jornalistas: o deslumbramento com os universos e os ambientes da fama, do poder, notoriedade e do dinheiro com os quais passam a conviver, nos quais começam a circular e dos quais não querem mais abrir mão.
Insistir na necessidade da regulação da mídia brasileira e fortalecer sindicatos sem pelegos e entidades de classe independentes.

Depois dos episódios dos pedófilos de Boston, o cardeal que encobriu os milhares de crimes de 250 padres da sua diocese foi punido e transferido para a prestigiosa Igreja de Santa Maria Maggiore, em Roma, onde vive semi-recluso. Nem o papa Francisco o recebe.

No escândalo brasileiro, o protagonista central, o ex-presidente que “já entrou para o Olimpo histórico, onde se pensa que nada mais pode atingi-lo,” como lembra a jornalista Cruvinel, se manifesta atordoado embora continue blindado por obsequioso  e espantoso! – silêncio da velha mídia, seus artífices e colaboradores.

Resta quem? Apenas nós, cidadãos, cúmplices também sonsos da hipocrisia midiática? Ou da hipocrisia nacional?

*Jornalista

*A revista Caros Amigos, em São Paulo, publicou, há cerca de dez anos, matéria de capa sobre o caso Mirian Dutra/FHC. O assunto morreu ali. Não houve suíte de outro veículo. Nem interessou a um único repórter investigativo como os que hoje pululam por aí.

O disco de vinil e os sentidos na ponta de uma agulha

Fevereiro 23, 2016

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por Por Gabriel Valery

A reconquista de público reafirma o lugar dos “bolachões” ao lado dos apaixonados por uma experiência musical completa.

No final dos anos 1940, nos Estados Unidos, uma novidade chegava ao universo da música: os discos de 33 rotações, de vinil, mais leves que os antigos 78, de acetato, e com mais qualidade sonora. Um som marcado para sempre pelo chiado nas caixas acústicas, enquanto a agulha desliza firme na ranhura. “Som com textura”, defendem os entusiastas do disco de vinil, que a partir da década de 1980 perdeu espaço para outras mídias. Mas estatísticas recentes apontam para significativo crescimento nas vendas, trazendo as velhas “bolachas” de volta. No mercado norte-americano, já representam 9% de todas as vendas de mídias físicas. O restante fica por conta dos compact discs, os CDs, que vêm observando quedas vertiginosas em suas vendas. O vinil resistiu.

Para muitos apreciadores, a audição dos discos ultrapassa a relação com a música. Os sons deixam de ser complemento a alguma atividade, ou uma trilha sonora enquanto se passeia ou viaja. Com o vinil, defendem, ouvir música assume outra importância no momento da execução, um ritual que começa a partir do gesto simples de mover o “braço” da vitrola em direção ao LP (iniciais de Long Play, como os discos foram batizados em 1948). A cerimônia envolve outros sentidos e se completa com a arte da capa, o encarte, a descoberta dos lados A e B, que não existem em um CD.

O operador de som Émerson da Costa Ramos, da Rádio Brasil Atual, ajuda a entender a qualidade sonora, reivindicada pelos defensores do vinil. “Fisicamente, na hora em que você coloca a agulha, ela extrai a informação daquela ranhura para propagá-la até o módulo amplificador do toca-discos, e enfim para a caixa. No espectro sonoro, ele vai compreender todas as amplitudes do som. Isso significa que graves, médios e todas as coisas que o ouvido, por vezes, não pode captar são sentidas pelo corpo”, descreve.

O DJ e produtor musical Felipe Del Pezzo concorda. “Mesmo nos discos novos tudo sempre vai ser digital. Porém, com amplificadores em estúdios modernos, ao prensar o disco, ao garantir a textura para ele, isso ganha qualidade e amplitude sonora, transmitida via agulha”, afirma. A diferença aparece: “Não é a mesma coisa do que um CD. Isso é nítido”. Del Pezzo ressalva a importância da qualidade da agulha, do amplificador como essencial para definir essa nitidez, e transmitir o som para as caixas com mais fidelidade. Mesmo transformando algo físico (a textura do disco) em algo eletrônico após a captação pela agulha, a riqueza de sons – graves e agudos – é maior, se captada em um bom aparelho, com boas caixas.

Além do fator sonoro, a criação artística envolvida em um disco é um diferencial. O formato da mídia exige preocupação estética com os desenhos das capas e dos encartes. Muitos entraram para a história. Dificilmente alguém ligado à música não reproduz instantaneamente em sua memória o prisma da capa do álbum The Dark Side of the Moon, do grupo Pink Floyd (1973). Ou mesmo os quatro homens de Liverpool atravessando a Abbey Road na capa do disco homônimo dos Beatles (1969).

As capas, como os cartazes de cinema, ganharam ar independente de obras de arte. O artista plástico Andy Warhol, papa da contracultura, chegou a desenhar uma de suas gravuras mais famosas – uma banana – na capa de Velvet Underground & Nico, da banda de mesmo nome. É possível que tenha assim contribuído para eternizar o álbum, de 1967, entre os mais míticos do rock. A capa do primeiro LP do grupo Secos & Molhados, em 1973, está entre as melhores da história, com suas cabeças pintadas servidas à mesa relembrando a antropofagia modernista.

Nesta época, já havia departamentos de criação gráfica voltados para discos. Capas viraram parte fundamental do produto. Em seu livro Do Vinil ao Download, André Midani afirma que as primeiras capas de discos brasileiros eram “monstruosas de feias”. Isso começou a mudar na segunda metade dos anos 1950: o executivo cita capas como as dos discos Caymmi e o Mar (1957) e o clássico Chega de Saudade, de João Gilberto (1958), entre outras.capas_discos_foto_divulgacao.jpg

Com a chegada dos CDs na década de 1980, a produção dos LPs, começou a virar coisa do passado. Vitrolas passaram a se tornar escassas, assim como sua manutenção. As mídias se tornaram menores, as músicas tiveram a amplitude de suas ondas espremidas em arquivos digitais. O popular MP3, por exemplo, causa discórdia. “O algoritmo de compressão mais conhecido, o MP3, exclui tudo o que o ouvido não capta. Geralmente, quem é mais ligado a música odeia a compressão pela perda de detalhes”, diz o operador de som Émerson.

Contudo, é notável a expansão contínua das mídias digitais. De acordo com dados de uma pesquisa da empresa de informação global Nielsen, feita em julho de 2014, nos Estados Unidos, até igual mês de 2015, o serviço de música por streaming teve aumento de 92,4% nas reproduções. Nesse modelo, o ouvinte não possui as músicas nem sequer em um arquivo – um servidor armazena determinadas composições, e o consumidor o acessa remotamente via internet. Para exemplificar, é possível citar o Youtube, o Deezer, o Spotfy, entre outros, alguns gratuitos, outros pagos. Já as vendas de discos cresceram a ordem de 38%. É algo a se levar em conta, visto que houve queda de 10% nas vendas dos CD no mesmo período.

No Brasil, a Associação Brasileira de Produtores de Discos (ABPD) não contabiliza as vendas de discos de vinil em seus relatórios. Para a entidade, as vendas ainda são pequenas comparadas ao mercado de CDs e – especialmente – o streaming. “As vendas estão crescendo nos últimos anos, mas ainda são pequenas comparadas com o mercado de CD e streaming. Não acho que chegarão a ser expressivas”, acredita Edna Calheiros, assessora da associação, para quem o espaço do digital manterá o crescimento.

A única fábrica de discos da América Latina, a Polysom, sediada no Rio de Janeiro desde 2009, fruto de aquisições, ainda na década de 1990, de máquinas adquiridas das antigas Polygram e Continental, aposta na ampliação dos lançamentos. Para seu fundador, João Augusto, apesar de vantagens como a portabilidade e maior capacidade de armazenagem dos meios digitais, os discos possuem seu espaço pela “experiência tátil, visual e auditiva”. Eis novamente os sentidos a fazer com que, na visão de João Augusto, o vinil se torne “um objeto de desejo”.

Augusto reforça opinião do operador de som da Rádio Brasil Atual, e diz que, “basicamente, o som do vinil tem mais profundidade, além das possibilidades gráficas das capas”. Apesar dos maiores gastos, o empreendedor da Polysom aposta na ampliação do mercado. “A música ganha níveis tão elevados que até um dinheiro a mais passa a valer a pena”, afirma. Mesmo com a recente ascensão e retomada do mercado, o espaço das “bolachas” sempre esteve garantido ao lado dos saudosos colecionadores.

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Felipe com a família: opção pelo vinil veio da essência da cultura

Filho de Felipe Del Pezzo, Lorenzo, de apenas 1 ano, começa a criar sua identidade sensorial a partir da música. Cercado de instrumentos e aparelhos sonoros, o pequeno sorri quando o som toma conta do ambiente. Para ele, a música parece ser natural e confortável, talvez por ter aprendido isso com seus pais. Felipe conta que sua conexão com a música começou cedo. “Sempre tive essa ligação. Meu pai toca teclado desde os 6 anos. Então, vem de berço.” Tal identidade levou o DJ a iniciar uma coleção com a mãe de Lorenzo, Marta Roldan, com 300 álbuns de rock, disco music, jazz, música clássica e MPB. “Minha opção pelo vinil veio da essência da cultura. A qualidade, a capa. Sempre digo que quem coleciona está preservando a cultura”, diz, nostálgico de épocas que não viveu.

Felipe é de outra geração. Tem 28 anos. Nascido em 1987, nem de longe viveu o auge do vinil. Mas sabe do que está falando, ao lembrar a trajetória do disco nos anos 1960. “Se observar a história dele, o músico tinha apenas um rolo para gravar e passar para o disco. Ele não podia errar. É um grande trabalho”, afirma. Hoje, o casal colecionador passa horas livres mantendo viva essa história, passada adiante para Lorenzo, que apesar de pronunciar poucas palavras já sente os efeitos da música.

O primeiro bolachão não se esquece

Com 10 mil discos na estante, Zuza é enfático ao falar sobre a qualidade dos LPs. E destaca também o “lado lúdico” do disco

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Zuza e sua coleção de 10 mil discos: ferramenta de trabalho

O pesquisador e escritor Zuza Homem de Mello lembra bem do dia em que comprou o seu primeiro LP, nos anos 1950. Foi na antiga loja Sears, onde hoje funciona um shopping center, no bairro do Paraíso, zona sul de São Paulo. “Eu morava a meia quadra. No subsolo tinha uma loja de discos.” E o disco era Sinfonia do Rio de Janeiro, um 10 polegadas, com regência do maestro Radamés Gnatalli. Mas Zuza demorou a ouvir. “Eu não tinha oplayer ainda”, conta.

Esse disco não faz mais parte da coleção de 10 mil que ele preserva em sua casa. Com as mudanças de endereço, a obra de Tom Jobim e Billy Blanco se perdeu, mas Zuza preserva ainda muitos trabalhos da fase inicial do LP. E é enfático. “O vinil é comprovadamente o que tem melhor qualidade sonora entre todas as modalidades que surgiram na gravação. É infinitamente superior ao 78 rotações, ao CD e também ao MP3. Isso é comprovado.”

Ele explica: há alguns anos, o escritor participou de uma prova, com outros convidados, ouvindo canções de diferentes gêneros e em modalidades diversas, sem saber a origem do som. Todos atestaram que o vinil tinha mais qualidade. “O que é preciso considerar é que o LP sofre o desgaste físico quando usado”, lembra, acrescentando que uma boa manutenção garante a longevidade.

“O LP possibilitou a criação de uma arte, que é a arte da capa, que não existia no 78 e morreu com os CDs. Começa basicamente nos anos 50 e vai até 1982. Ou seja, mais de 30 anos de domínio absoluto e de evolução”, afirma Zuza, dando como exemplos, além da capa, a passagem do 10 para o 12 polegadas e do som mono para o estereofônico.

Discos são sua ferramenta de trabalho. Em dezembro, por exemplo, ele estava debruçado sobre boleros, ouvindo obras de Elvira Rios e Pedro Vargas, entre outros, para um capítulo de um livro sobre samba-canção. Mas Zuza também gosta de simplesmente manuseá-los.

“O LP tem esse lado lúdico, que também foi perdido com o CD. Você fica admirando a capa, lendo o texto da contracapa. É quase um contrassenso aquela coisa miúda (referindo-se aos CDs), parece coisa de anãozinho. É ridículo comparar. Tem encartes de LP que eram verdadeiros pôsteres, obras de arte.”

Para ele, esse “retorno” do LP pode ser atribuído, em parte, ao universo dos DJs, que usam o disco, em parte a saudosismo. E é para ficar.

“Alguns empresários buscaram máquinas que estavam encostadas, os discos voltaram a ser fabricados. Com isso, deixa de ser modismo e passa a ser uma vertente. Quem compra um LP é porque tem picape. E as fábricas voltaram a fabricar picapes. Esse movimento na indústria não é à toa. Acho que isso tende a permanecer”, diz, avisando que seguirá saboreando seus vinis. “O que eu tenho em casa de LP que não saiu em CD e nunca sairá é uma preciosidade”, afirma o pesquisador, pensando em Duke Ellington.

Por Vitor Nuzzi

Coleção e manutenção

Nos últimos anos, lojas de departamentos vêm assimilando a presença do vinil no mercado e oferecendo novos aparelhos com toca-discos. Alguns mesclam MP3, múltiplos CDs e vinil, mas podem apresentar mau funcionamento. O preço de um disco novo gira em torno dos R$ 70, podendo alcançar até R$ 300 em edições limitadas.

Uma das marcas de aparelhos clássicos, reconhecida pela qualidade, a Technics, vai retomar a produção de vitrolas. A parceria com a Panasonic foi divulgada no ano passado, com os dizeres: “O tempo passou, você cresceu, mas a profunda paixão continua em você”.

Picapes profissionais, utilizadas por Djs, podem chegar a R$ 10 mil. Mas é possível encontrar aparelhos usados, ou até mesmo consertar algum que esteja no fundo do armário. A Rua dos Andradas, na região da Santa Ifigênia, centro de São Paulo, concentra um número considerável de lojas de aparelhos antigos que também realizam manutenção técnica.

Já comprar discos é tarefa mais fácil. Apesar do aumento nos valores das “bolachas” nos últimos anos, garimpar em sebos pode render achados. No centro, há uma concentração de lojas com LPs selecionados e alta qualidade. Muitos sebos ainda compram discos usados, e os valores variam conforme a raridade e qualidade. Para quem deseja começar, ampliar a sua coleção ou comprar um bom toca-discos, a reportagem selecionou algumas opções, em São Paulo (todas na região central) e outras cidades.

São Paulo

Vitrolas

Audio Line Rua dos Andradas, 433, Santa Ifigênia. Com um grande número de vitrolas antigas e boas opções para caixas de som. Os valores começam a partir de R$ 400, por um toca-discos funcionando e já com agulha.

J&J Áudio e Vídeo Rua dos Gusmões, 282, esquina com Rua dos Andradas. Vende aparelhos de R$ 850 até profissionais, ou com design mais rebuscado, por R$ 5.500 e faz manutenção geral de vitrolas.

Catodi, Casa dos Toca Discos Rua Santa Ifigênia, 398. Serviços em assistência técnica, venda de peças, como agulhas, que variam de R$ 50 a R$ 150. A loja ainda oferece vitrolas novas importadas e modelos reformados.

Discos

Big Papa Records Galeria Nova Barão, loja 30, Rua 7 de Abril, 154, República. O segundo andar da galeria é repleto de lojas com discos selecionados. A Big Papa, por exemplo, é especializada em jazz, black e rock.

Baratos e Afins Galeria do Rock, lojas 314 e 318, Avenida São João, 439. Fundada em 1978, é uma das lojas mais tradicionais da cidade. Funciona também como produtora independente, parceria do dono Luiz Calanca com o ex-Mutantes Arnaldo Baptista.

Casarão do Vinil Rua dos Trilhos, 1.219, Mooca. Ao lado do centro, a casa acaba de promover discos de vinil icônicos do rock nacional que completaram 30 anos em 2015, como Cazuza, Ira!, Kid Abelha, Titãs. O espaço informa ter mais de 700 mil discos de vinil em acervo.

Extreme Noise Discos Galeria Nova Barão, loja 36. Coleciona raridades, com forte no hardcore, punk, trash, grindcore, noise, entre outros gêneros mais barulhentos.

Garimpo Cultural Galeria Nova Barão, loja 35. Com grande coleção de discos, ótimo lugar para garimpar, além de discos, livros e quadrinhos.

Sebo do Messias Praça João Mendes, 140, centro. Aberto desde 1970, este sebo se vangloria de ser o maior da capital. Com grande acervo de livros, as páginas dividem o espaço com discos variados, alguns raros e de qualidade para quem gosta de garimpar.

Outras cidades

Curitiba
O blog De Volta para o Vinil oferece um ampla lista com mais de 30 pontos de venda de discos, uma dezena de casas de peças e manutenção de aparelhos e até do bom e velho plástico para proteger o bolachão.

Rio de Janeiro
O engenheiro de softwares Cristiano Grimaldi, que se define como “colecionador aficcionado” de discos, elaborou uma lista de 19 pontos de venda na capital fluminense, dos mais diversos gêneros.

Belo Horizonte
O site Bazar em BH tem um seção de indicações de lojas e sebos que trabalham com os mais diversos estilos musicais, predominantemente antigos e usados. A página é repleta de links de anúncios no decorrer do texto que atrasam a vida do leitor. Melhor passar batido pelos links e ir direto à lista de lojas.

Brasília
A Musical Center tem acervo de 8 mil discos (215 norte, bloco C, loja 34, 61 3274-0763). A Acervo, também na Asa Norte (215N, bloco B, loja 9, 61 3033-7808) trabalha com raridades, inclusive de bandas do DF. Lojas da Livraria Cultura dos shoppings Casapark (Guará) e Iguatemi (Lago Norte) têm lançamentos. A Pro Vinil (Setor de Diversões Sul, Edifício Miguel Badya, loja 35, 61 3224-3599) é especializada em hip hop e rap.

Recife
O site do Diário de Pernambuco tem uma lista detalhada com uma dezena de lojas que trabalham com antigos, raridade e lançamentos.

ELZA SOARES – MEUS HERÓIS BRASILEIROS DE PEDRO HENRIQUE

Fevereiro 22, 2016

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Pedro Henrique é um jovem talentoso e pesquisador de 13 anos. Gosta de tratar de temas que ainda são difíceis de serem tratados no Brasil, apesar de muitas mudanças nas opiniões de grande parte brasileira. Mas seu tema principal é a negritude e seus representantes no Brasil.  

Com essa vontade-vida ele começou a realizar vídeos contando as histórias de grandes personagens negras que elevaram a condição do Brasil. Durante as quartas-feiras às 11 horas ele lança um novo vídeo no Youtube. Aqui nós apresentamos para vocês dois de seus vídeos. Os Heróis Invadiram a Minha Vida e Elza Soares – Meus Heróis Brasileiros.

É para ver, ouvir e comentar!

COMEDIANTE BEMVINDO REVELA QUE O BAIXO ASTRAL ENVOLVENDO FERNANDO HENRIQIE COM O FILHO É COISA DE POMBA GIRA

Fevereiro 22, 2016

O brasileiro é um povo cuja subjetividade expressa continuamente humor criativo que continuamente contra a opressão impostas pelas forças reativas, niilista que não querem que a vida se movimente em seu devir liberdade.

Do humor de viver, a vontade de potência, como afirma o filósofo Nietzsche desdobrasse dois tipos de humores ligados ao que convencionou chamar de riso. Porém, “aí, porém”, enquanto um libera energias reprimidas dos corpos afetivos e biológicos criando uma condição saudável e que se encontra mais próximo do humor vontade de potência, o outro falseia essa liberação com um riso patológico por ser um corpo saído dos conflitos persecutórios dos chamados humoristas. É o caso do humor dos nazifascistas que pululam nas televisões e nas chamadas redes sociais.

A história do humor como espetáculo de alegria no Brasil tem grandes e talentosos humoristas como Oscarito, Ankito, Grande Otelo, Sém Trindade, Zezé Macedo, Dercy Gonsalves, entre outros. No momento atual, o humor espetáculo encontra-se enfraquecido. Não há qualquer humorista que se possa dizer: “Esse faz um humor revolucionário!”.

Assim, com a falta de grandes talentos humorísticos, a nossa saída é recorrer ao humor dos chamados antigos como Bemvindo Siqueira que recorreu à rede virtual para continua a expressa o seu talento. Hoje, como o antigo caso de Fernando Henrique, sua relação com a jornalista da TV Globo, Miriam Dutra, voltou como forte onda contra ele, um sujeito ressentido, invejo, odienta, soberbo, falastrão, Bemvindo Siqueira aproveitou e produziu um vídeo cheio de graças, como se diz na linguagem da comédia, cheio gags.

Vejam e ouçam Bemvindo Siqueira.

O ATOR JOSÉ ABREU RECORREU A PERSONALIDE DE FERNANDO HERINQUE PARA CRIAR SEU PERSONAGEM “PAI DA FACÇÃO”

Fevereiro 20, 2016

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O ator José Abreu não é qualquer atorzinho das novelas alienantes promovidas pelas emissoras assaltadoras dos sentidos e mentes dos telespectadores incautos que se ajoelham diante de suas mensagens sádicas em totais cumplicidades.

O ator José Abreu tem uma biografia política que poucos têm no Brasil. Além de atuar em peças de teatro e filmes comprometidos com a existência do homem, ele foi militante das lutas libertária durante a ditadura civil-militar que tomou conta do País entre os anos de 1964 e 1985.

Em sua militância ele foi perseguido e preso. Porém, como ocorreu com muitos falsos militantes como os senadores do PSDB, partido da burguesia-ignara, Serra e Aloysio Nunes – esse foi motorista da Marighela na Aliança Nacional Libertadora (ALN) -, que hoje são grandes representantes do que há de mais reacionário no Brasil, José Abreu continua um inquieto militante das causas humanitárias.

Nos tempos atuais ele participa de uma novela em uma emissora devoradora de sentidos e mentes de telespectadores incautos desempenhando o papel do personagem principal Pai da Facção. Com a divulgação de uma das partes desonestas de Fernando Henrique pela imprensa, principalmente blogs e sites progressistas, José Abreu fez uma revelação ao público que não havia revelado antes: seu personagem foi inspirado em Fernando Henrique.

“Falaram esses dias que eu sou ladrão e me inspirei no Lula. Imagina, eu me inspirei no Fernando Henrique” afirmou José Abreu.

CRIADO PELA TV BRASIL O ESTAÇÃO PLURAL FOI LANÇADO PELA EMPRESA BRASILEIRA DE COMUNICAÇÃO (EBC)

Fevereiro 19, 2016

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Com o objetivo de comprometer sua grade de programação diante do público que entende os meios de comunicação como disciplina cívica e serviço público, principalmente por se tratar de concessão pública, a TV Brasil, uma emissora pública, criou o Estação Plural. Agora, a Empresa Brasileira de Comunicação (EBC) fez seu lançamento em mio a grande e sincera comemoração entre seus responsáveis e seus espectadores.

Com o programa Estação Plural a TV Brasil pretende tratar de temas de comportamento e pautas da atualidade que conta com três participantes fixos que irão tratar das enunciações lésbica, transexual, bissexual, travesti e gay. E os apresentadores fixos serão a cantora e compositora Ellen Oléria, o jornalista Fernando Oliveira (Fefito) e Mel Gonçalves, integrante da Banda Uó.

Os três primeiros entrevistados serão o médico Dráuzio Varela, a atriz Bruna Lombardi e a jornalista Bárbara Gancia. A estreia será no dia 4 de março e os programas serão apresentados todas as sextas-feiras, às 23.  

“Estou muito feliz com a possibilidade e vivenciar essa diversidade da TV brasileira. A expectativa é essa, que a gente compartilhe um pouco do nosso olhar, desmistifique um bocado o que é ser e estar na nossa pele e que o povo brasileiro curta muito.

Vamos falar da vida, vamos falar de amor, vamos falar de violência, de dor, de alegria, de celebração. Vamos falar de política, por que não? Vamos falar do que pintar”, observou a cantora Oléria.

 “É muitíssimo importante que tenhamos um programa desse tipo, debatendo todos assuntos relacionados a direitos humanos, ou qualquer assunto, sem tabu. É impressionante, na verdade, que não tenhamos um programa desse na televisão aberta e que sejamos os primeiros. É exatamente o tipo de programa que a TV pública tem que fazer”, observou Américo Martins, presidente da EBC.

Américo Martins acerta quando afirma ser o primeiro programa do gênero na TV aberta. Mas se equivoca quanto ao fato de não haver. As TVs abertas do tipo TV Globo quando tratam do tema homossexualidade tratam em suas alienantes novelas em forma folclórica como elemento de atração simulado de preocupação com o tema. Mas jamais teria um programa nesse formato, porque sabe que não teria elementos sensitivos, intelectivos e éticos para mantê-lo. Jamais se engajaria em um discurso deste. É demais para seus propósitos manipuladores.

A cerimônia de lançamento do programa Estação Plural contou com as presenças além do presidente da EBC, também com as presenças do vice, Mauro Maurici; o ex-deputado Suplicy, secretário municipal de Direitos Humanos de São Paulo; do professor, jornalista e apresentador do Ver TV, Lalo Leal; Simone Malamed, gerente de criação da EBC; do superintendente da EBC em São Paulo, Manoel Araújo; a diretora de produção artística, Miriam Porto; os apresentadores; e toda equipe de produção.

“Nós já temos a diversidade regional, a diversidade religiosa, a diversidade cultural, e agora a gente vem aí com esse programa LGBT, que eu acho que é muito importante na nossa sociedade.

Aqui na TV pública, podemos experimentar, temos esse papel de vanguardista e eu acho muito importante estarmos sempre apresentando essa diversidade para nosso público”, afirmou Miriam Porto.