Haia, 2 de junho de 1882
O velho portão (1875), WALKER
The old gate, London, Tate Gallery
Van Gogh nesta carta descreve a Theo as gravuras em madeira que possui:
“GRAVURAS DE MADEIRA QUE VINCENT POSSUI
1 Pasta Tipos populares irlandeses, mineiros, fábricas, pescadores, etc., na maioria pequenos esboços a pena.
1 pasta Paisagens e animais, Bodmer, Giacomelli, Lançon, a seguir algumas paisagens determinadas...
1 pasta Trabalhos do Campo de Millet, a seguir Breton, Feyen Perrin e lâminas inglesas de Herkomer, Boughton, Clausen, etc.
1 pasta Lançon
1 pasta Gavarni, completada por litografias, nenhuma rara.
1 pasta Ed. Morin
1 pasata G. Doré
1 pasta Du Maurier, muito cheia
1 pasta Ch. Keene e Sambourne
1 pasta J. Tenniel completada pelos cartoons de Beaconsfield
Falta John Leech, mas esta lacuna pode ser facilmente preenchida pois pode-se obter uma reimpressão destas gravuras em madeira, o que não é muito caro
1 pasta Barnard
1 pasta Fields e Charles Green, etc
1 pasta Pequenas gravuras em madeira francesas, álbum Boetzel, etc.
1 pasta Cenas a bordo de navios ingleses e croquis militares
1 pasta Heads of the Peole por Herkomer, completada por desenhos de outros artistas e por retratos.
1 pasta Cenas da vida popular londrina, desde os fumantes de ópio e White Chapel e The seven Dials, até figuras das damas mais elegantes, e Rotten Row of Westminter Park. Foram juntadas cenas correspondentes de Paris e Nova York. O conjunto é um curioso ‘Tale of those cities’.
1 pasta As grandes lâminas de Graphic, London News, Harpers Weekly, etc, entre as quais, Frank Holl, Herkomer, P. Renouard, Fred. Walker…“
Frederick Walker ou Fred Walker foi um pintor, gravurista e talentoso ilustrador em inglês. Ele nunca foi fluidamente um esbocista natural e nunca alcançou alguma grande força dramática. Ele trabalhou como pintor de cenas do cotidiano e para os vitorianos parecia um observador sincero e não sentimental observador da vida rústica. Como ilustrador trabalhou no livro de Charles Dickens, Hard Times for These Times.
Nascido em Marylebone,Londres no dia 26 de maio de 1840 (embora haja relatos do dia 24 de maio), filho de um desenhista de joias e de uma família com interesses artísticos. Ele foi educado no North London Collegiate School e com apoio da mãe, ainda bem jovem, começou a desenhar antiguidades no Museu Britânico (British Museum), sendo aos 16 anos colocado no escritório de um arquiteto chamado Baker. A tarefa se mostrou desagradável; no fim de 18 meses ele retomou seu trabalho dos mármores Elgin no Museum Britânico e atendeu a Escola de artistas Leigh em Newman Street.
Em 31 de março de 1858 ele foi admitido como estudante na Academia Real. Mas seu estudo nas escolas da academia foi desconectada, e cessou antes que ele chegasse na aula de modelo vivo, já que ele estava ansioso para começar a ganhar a vida. Como um meio de terminar este trabalho, ele voltou sua atenção para o desenho feito para xilogravuristas, e trabalhou três vezes por semana durante 2 anos no atelier de J. W. Whymper, cuja a instrução ele rapidamente tornou mestre nas técnicas de desenho em madeira.
Sua primeira ilustração publicada aparece em 14 de Janeiro de 1860 no “Every Body’s Journal” para uma história de Edmond Abbott entitulada “The Round of Wrong.” Logo depois, suas primeiras ilustrações em livro aparecem em 1860 no Once a Week, um periódico no qual ele foi um contribuinte prolífico, como também para a Cornhill Magazine, onde seus admiráveis desenhos se parecem com os trabalhos de Thackeray, assim como para os trabalhos da filha de Thackeray. Estas xilogravuras, especialmente suas ilustrações para o livro de Thackeray as “Aventuras de Philip e Denis Duval”, estão entre seus trabalhos artísticos mais espirituosos de suas categorias, e logo ele se entitula Walker para se enfileirar com Millais na ponta dos esbocistas que lidaram com cenas da vida contemporânea. Na verdade, somente com suas contribuições para Once a week ele fez uma reputação imediata como um artista de rara realização, e embora fosse associado aquele periódico com artistas como Millais, Holman Hunt, Leech, Sandys, Charles Keene, Tenniel e Du Maurier, ele mais do que se manteve contra seus competidores. Nos intervalos do trabalho como ilustrador de livros ele praticava, a partir de 1863, pintura em aquarela, seus temas sendo frequentemente mais consideradas e refinadas repetições em cores de seus desenhos preto e branco. Entre as mais notáveis produções em aquarela estão “Spring,” “A Fishmonger’s Shop,” “The Ferry,” e “Philip in Church,” que ganhou uma medalha na Exibição Internacional de Paris em 1867.
Ele foi eleito associado da Socieadade de pintores em aquarela em 1864 e membro completo em 1866; e em 26 de janeiro1871 ele se tornou associado da Academia Real. Neste mesmo ano ele se tornou membro honorário da Sociedade Belga de Pintores em Aquarela. Sua primeira pintura a óleo, “The Lost Path,”, O caminho perdido, foi exibida na Royal Academy em 1863, one foi seguida de As Banhistas em 1867, que seguiu alguns de seus melhores trabalhos: em 1868 “Os errantes”, agora na Galeria Nacional de Arte Britânica, em 1869 ” O velho portão”. Em 1870 exibe “O arado”, uma exposição poderosa e impressiva da luz ruborizada da noite, cuja paisagem foi estudada em Somerset.
Em 1871 ele exibiu sua trágica pintura em tamanho real “Uma prisioneira feminina na barra”, uma pintura que se perdeu e que agora existe somente em um estudo em óleo, Nela o pintor posteriormente pode obliterar a cabeça, com que ele ficou insatisfeito, mas foi impedido pela morte de completa-la. O último de seus trabalhos de sucesso foi “Um porto de refúgio” exibido em 1872; em “The Right of Way,” exibido em 1875 mostra signos evidentes da força falha do artista. Ele sofreu por alguns anos de uma tendência tísica; em 1868 ele fez uma viagem marítima pelo bem de sua saúde, para Veneza, onde ficou com Orchardson e Birket Foster, e no fim de 1873 ele foi por um tempo para Argélia com J.W.North, na esperança que poeria ter um benefício com a mudança de clima. Mas, voltando para a amarga primavera ingles, ele foi novamente prostado e morreu de tuberculose em St. Fillian,Perthshire na Escócia no dia 4 de junho de 1875 (ou 5 de junho).
Seus trabalhos são completamente originais e individuais, ambos em qualidade de suas cores e manejo, além de sua vista da natureza e humanidade. Como pintor trabalhou uma técnica guache que deve muito a William Henry Hunt e Myles Birket Forster.Suas cores, especialmente aquarelas, são distintas, poderosas e cheias de gradações delicadas. Ele teve um admirável senso de desenho, e as figuras dos camponeses em sua labuta diária mostra uma graça e vasta largura da linha na qual pode ser planamente traçada o efeito produzido a seus gosto através de seus estudos iniciais de antiguidades; ao mesmo tempo o sentimento de seus temas é infalivelmente refinado em poético. Seu vigor de desenho pode ser visto em seu poster para A mulher de branco para Wilkie Collins que atualmente está na National Gallery of British Art. Após sua morte houe uma legião de seguidores de seu trabalho.
Walker se tornou envolvido com uma associação livre de artistas conhecidos como Os Idílicos (The Idyllists) ou Escola Idílica de artistas vitorianos, e sua sensíveis e belas aquarelas pastorais, com seus detalhes intrínsecos, e bela coloração estão entre as mais completas e satisfatórias pinturas de sua época. Para ele “Composição é a arte de preserver o olhar acidental”. Devido as suas pinturas socio-realistas ele deve ter sido bastante idealistas e até hoje suas pinturas possuem um impacto.
Um número muito grande de estudos especulam que ele morreu como resultado de seu temperament, quando é mais provavel que seus problemas de comportamentos resutaram da severidade de sua doença e da baixa espectativa de vida. Ele foi nervoso, tímido, reticente, rabugento, estressado, agonizante e trabalhador meticuloso.
Ele conseguiu uma medalha de segunda classe na Exibição Internacional de Paris em 1867. No fim de 1860 ele visita Veneza e Paris, e nesta última fica amigo de François Millet, cuja tradição da pintura ao ar livre (en plein air) da Escola de Barbizon influênciou Fred em seus trabalhos posteriores. No inverno de 1873-4 ele viajou para Argélia, mas só para conseguir uma folga temporária de sua doença mortal que estava o perseguindo. Na primavera de 1975 parecia haver uma melhora em sua saúde, mas no dia 4 de Junho ele morreu e foi enterrado em Cookham junto com a mãe e o irmão.
O Jornal The Times falou sobre o pintor:— “Hoje sera jazido no adro separado de Cookham, ao lado de um de seus irmãos e de sua mãe, Frederick Walker, A.R.A., um jovem pintor de gênio raro, cortado prematuramente de seus poderes em uma maré de primavera. Em pouco mais de trinta anos Walker tinha já feito seus poderes cairem nos três campos da arte- como um desenhista em Madeira, como pintor aquarelista e em tinta óleo- de maneira possível somente por um gênio. Suas últimas realizações foram longe para excederem a recoleção de seus primeiros trabalhos como xilogravurista; mas neste personagem ele tinha a mesma influência ampla e bem marcada de seus contemporâneos e sucessores como ele também tinha tido na geração mais jovem de suas pinturas de aquarelas, e como ele prometera, ele tinha de fato começão a exercer além dos pintores a óleo de seu tempo”.
Frederick Walker- Rain (1867) Royal Academy of Arts, London
Frederick Walker- Refreshment (1864) Tate Gallery, London
Frederick Walker- Autoretrato. Para ver uma outra versão deste auto-retrato, clique aqui. Ou veja ainda uma fotografia de Fred Walker
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Todas as terças, esta coluna traz obras digitalizadas de outros pintores que influenciaram o pintor mon(o)t0-ista Van Gogh e obras suas, mas tão somente as que forem citadas nas Cartas a Théo, acompanhadas da data da carta que cita a obra, bem como as citações sobre ela e uma pequena biografia de seu autor. Para outros olhares neste curso, clique aqui. UM CURSO DESEJANTE PARA VAN GOGH