Ironia? Não! Esfacelamento político-cultural promovido pela cultura branca dominantemente predadora. O território onde foi travada a mais resistente luta libertária da escravidão no Brasil, o Quilombo dos Palmares, do líder negro Zumbi, é hoje um lugar onde as professoras sentem grande resistência para o ensino da história afro-brasileira.
A afirmação é da diretora Maria Luciete Santos, da Escola Municipal Pedro Pereira da Silva que fica situada na comunidade quilombola do Muquém, com mais de 149 famílias, em União dos Palmares, próximo ao Parque Memorial Quilombo dos Palmares, que foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). A afirmação ocorreu durante a Reunião Ordinária Itinerante do Conselho Nacional de Educação (CNE) que ocorre em Maceió. De acordo com Luciete falta para os jovens estudantes, autoestima e valorização de sua própria história.
Duas normas do CNE que foram aprovadas e homologadas pelo Ministério da Educação foram simbolicamente concedidas à comunidade. Sendo a primeira, em 2004, que trata da educação das relações étnico-raciais e para o ensino de história e cultura afro-brasileiro e africana. E o segundo relativo ao ensino de educação quilombola até o ano de 2012.
“Às vezes o preconceito vem deles mesmos. Eles não se reconhecem, não veem o próprio potencial. Eles não tinham ideia do que era a história deles, o que foi a Serra da Barriga” disse a diretora.