Archive for the ‘Futebol’ Category

O DIA QUE EU DEIXEI DE TORCER PELO FLAMENGO*

Setembro 26, 2014

bola de futebol

Não sei quando comecei a torcer pelo Flamengo. Só sei que quando dei por mim, já era mais um torcedor compondo a massa rubro-negra no Brasil. E quem sabe no mundo. Porque dizem que o Flamengo é como capital: encontra-se em todos os lugares. O que sei mesmo, é que sofri e vibrei de felicidade com as partidas que ele jogava.

Na rua onde morava, na escola e por todos os lugares que passava fazia questão de divulgar meu amor pelo mais querido do futebol brasileiro. Colecionava camisas, calções, chuteiras, álbuns de figurinha com seus jogadores, chaveiros, calendários com seu brasão, lápis, canetas, cadernos, DVDs de seus jogos, CDs com o hino gravado por várias orquestras e cantores. Tudo referente a ele. Eu era o que se poderia afirmar de verdadeiro fã.

Quando completei 11 anos, meu pai, que tinha uma irmã morando no Rio de Janeiro, decidiu que nós íamos passar as férias de julho na cidade maravilho. Foi uma notícia vibrante para mim. Era a oportunidade de conhecer o Maracanã, o maior palco do futebol do mundo, e, quem sabe, assistir um jogaço do meu time do coração, mente, corpo inteiro e alma. Desde o momento que meu pai deu a notícia, eu entrei em uma ansiedade flamenguista. Nunca o mês de julho foi tão importante para mim. Dormia e acordava pensando nesse importantíssimo mês.

Julho chegou e lá fomos nós, eu, minha irmãzinha, minha mãe e meu pai, para a terra do “Cristo Redentor, braços abertos sobre a Guanabara”. Era uma bela sexta-feira. Para mim, naquele momento, era a melhor sexta-feira de minha vida. Durante os minutos que antecediam a aterrissagem e que o avião sobrevoava a cidade, eu disputava a janela com minha irmã. No meu caso, louco para ver se conseguiu vislumbrar o Maracanã.

Já na casa de minha tia, depois dos abraços saudosos e a entrega das lembranças que meus pais haviam levado para ela e sua família, eu pedi ao meu pai para sair e ver a cidade para comprar alguma coisa sobre o Flamengo. Meu pai disse para esperar um pouco, porque estava cansado da viagem e ao mesmo tempo disse que tinha uma surpresa para mim. Contou que havia pedido ao meu tio para ele comprar dois ingressos para o jogo de domingo no Maracanã entre o Flamengo e o Vasco. Tive um ataque de loucura flamenguista. Envolvido pela expectativa da viagem não lembrei do jogaço entre os dois maiores rivais do futebol do mundo.

Chegou à tarde do domingo, e lá fomos nós para o templo da arte futebolística. Eu era verdadeiro pinto no meio do lixo de tanta alegria. Entramos no colosso do futebol, sentamos em nossas cadeiras numeradas, e aumentou minha ansiedade. Eu olhava o estádio em todos os seus pormenores. Era a alegria mesclada com o inusitado da ocasião. Todo momento perguntava para meu pai às horas. Não acredita no que ia vivenciar. Meu perguntava se eu queria alguma coisa como um refrigerante, e eu não queria nada, só ver meu Mengão e poder vibrar.

Quando o meu time despontou na entrada do gramado eu dei grito tamanho, cheio de emoção, que meu pai me segurou, passou a mão na minha cabeça, me deu um beijo e disse que meu sonho já era realidade. Começou o jogo e aconteceu comigo algo que eu não esperava. Eu pensei que quando visse o Flamengo jogando eu ia me concentrar só nele. Não, eu era atraído também pelas jogadas do Vasco. Envolvido, também, pela torcida com seu canto, eu entrei em uma névoa de indiscernibilidade. Parecia que eu havia desmaterializado. Foi então que eu comecei a entender o futebol. Quando eu via um dos times atacando em bando, como um encadeamento de potências, onde o jogador, como um ente individual desaparece, para fazer surgir o devir-jogo coletivo, eu dizia para mim que isso que era o futebol. Não me importava maias que fosse o meu Mengão ou o Vascão do meu tio. O que me importava era vivenciar esse movimento do bando. Essa contínua desterritorialidade. A atualização do virtual gol pelos encadeamentos produtivos proporcionados pelos jogadores-bando.

O jogo terminou empatado em 1 a 1, e meu pai me disse que durante a partida tentou falar comigo, mas parecia que eu estava em transe e não falava nada. Ele me perguntou se eu havia gostado eu respondi que estava maravilhado e que havia feito uma grande descoberta. Ele me perguntou qual fora a descoberta. Eu respondi que eu não torcia pelo Flamengo. Ele tomou um susto e pediu que eu explicasse. E eu expliquei que durante todo esse tempo que dizia torcer pelo Flamengo não era verdade, porque eu não sabia o que era o futebol. Olhei bem em seus olhos, lembro como se fosse agora, e disse que eu descobrira que gostava mesmo era do futebol e que um time sozinho não podia criar. É preciso de outro time. O futebol só existe nos times. E completei afirmando que o Vasco me ajudou a fazer essa descoberta. Ele deu um sorriso meigo e cumplice e saímos do estádio.

De volta às aulas, em uma segunda-feira, ao entrar no pátio da escola, uns colegas vascaínos, tentaram tirar um sarro de mim falando que o Mengão havia perdido de 4 a 0 do Fogão. Eu fui em direção a eles pulando e gritando de alegria o nome do Fogão, Garrincha, Nilton Santos, Zagalo, Jairzinho Amarildo… Os colegas me abraçaram e fomos para a sala. 

*Conto do livro em preparação, Contos Sem Dez Contos.

“LOS GUARANÍES INVENTARON EL FÚTBOL”, DOCUMENTÁRIO PARAGUAIO, QUE SERÁ EXIBIDO NO FESTIVAL DE CINEMA DE MAR DEL PLATA

Agosto 6, 2014

As histórias que são contadas sobre quem inventou o futebol é tema desde que esse esporte se tornou o mais popular do planeta. E as opiniões são sempre divergentes. Há os que juram de pés juntos que foram os ingleses. Mas para o sacerdote Bartomeu Meliá, quem inventou mesmo o futebol foram os índios guaranis do Paraguai, há dois séculos antes dos ingleses. Para o sacerdote o futebol nasceu na cidade paraguaia de San Ignácio Guazú, primeira missão fundada pelos jesuítas no Rio da Prata.

Segundo ele, há informação sobre esse jogo realizado pelos índios, além de constar em outros documentos, no livro Las Misiones Del Paraguay, escrito pelo jesuíta José Cardiel, e publicado no ano de 1771. O livro descreve uma jornada dominical de futebol em uma das missões da Companhia de Jesus. O jesuíta descreve o começo do jogo dizendo que “ao começar, atura a bola ao alto, e a jogam com o peito do pé do mesmo modo que nós jogamos com a mão”. Ele ainda afirma ainda que o jogo tinha regras e durante o seu exercício o público apostava. Essa descrição é encontrada, também, no livro Platão e os Guaranis, do jesuíta catalão, José Manuel Peramás, publicado em 1793.

“É uma realidade que queremos proclamar perante o mundo inteiro: que o futebol não começou na Inglaterra. O futebol, como o jogo com uma bola com os pés, nasceu aqui, em San Ignácio”, disse o sacerdote Bartomeu.

 O cineasta e autor do documentário que dura 11 minutos, Marcos Ybáñez, disse que o filme foi realizado para “marcar um gol na história do futebol internacional”. Depois de se encontrar com Meliá, ele afirmou que existem documentos antigos que confirmam que o futebol nasceu mesmo no Paraguai pelos anos de 1639. Essa informação se encontra também no livro escrito pelo sacerdote Antonio Ruiz de Montoya Tesoro de la Lengua Guaraní. O livro mostra mais realidade ao citar o nome que os índios usavam para significar a bola feita de borracha que eles usavam para jogar com os pés (possivelmente de látex) que jogavam: manga ñembosarai.

“O que faço é situar sua teoria para que se possa aprofundar e retificar a história do futebol, porque todos os dados sugerem que os guaranis das missões jesuítas tinham o costumem de se agrupar todos os domingos para jogar bola com uso exclusivo de seus pés.

Desde o prefeito até o último habitante de San Ignácio afirma que a cidade é do futebol e isso faz parte da conservação de sua identidade, que data da época das missões jesuítas, fundada há 404 anos”, disse o cineasta Ybáñez.

O documentário será exibido no Festival Internacional de Cinema Independente de Mar Del Plata entre os dias 6 e 9 do mês corrente.

FESTIVAL CINEFOOT É APRESENTADO NAS 12 CIDADES ONDE OCORREM OS JOGOS DA COPA DO MUNDO

Junho 28, 2014

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Criado em 2010, o Festival CINEFoot é uma realização cinematográfica de filmes longa-metragem e curta-metragem cujas temáticas são o futebol, suas partidas e seus principais personagens. O acervo-cinematográfico-futebolístico é composto de obras do cinema brasileiro e do cinema estrangeiro.

O seu principal objetivo é mostrar durante as realizações das Copas do Mundo essas obras. Como a Copa do Mundo é no Brasil, como é mais do que óbvio, o festival vem realizando exibições nas 12 cidades-sedes onde são realizados os jogos da Copa. O festival conta com os filmes R49 O Meteoro Atleticano, de Diego Lisboa, que conta a vivência de Ronaldinho no Atlético Mineiro; Dossiê 50: Comício à Favor dos Náufragos, de Geneton Moraes Neto, que trata da autoestima dos jogadores que participaram da Copa de 50; Looking For Rio, de Emmanuel Bernard e Gilles Perez, entre tantos.

Para Antônio Leal, a importância do festival se encontra, também, no fato de que muitos desses filmes terem dificuldades de serem exibidos. Para ele, os filmes poderão permite que os países possam saber como que eles mesmos lidam com suas histórias.

“O festival consegue levar esses filmes para as cidades, já que a exibição deles é muito difícil. Com a turnê durante a Copa, queremos oferecer a população local e aos turistas, a oportunidade de contato com uma fotografia muito rara.

Preparamos uma mostra composta por dez curtas, e ali teremos um grande mosaico de filmes sobre futebol. Queremos que as pessoas tenham contato com esses filmes, nos quais terão observação ampla de como esses países lidam com suas histórias.

O festival surgiu para abrir uma janela de visibilidade e promoção de uma fotografia que estava completamente esquecida e sem espaço no Brasil. Uma frase muito usada por nós é que até a criação do CINEfoot, em 2010,o país do futebol não tinha um festival de cinema de futebol. A cada ano cresce o número de filmes da mostra, comentou Antônio Leal.

MOUZAR BENEDITO, GEÓGRAFO E JORNALISTA, LANÇA SEU LIVRO “PARA ENTENDER O BRASIL, O PAÍS DO FUTEBOL”

Junho 26, 2014

Foi lançado ontem, dia 25, no Estádio do Pacaembu, na Praça Charles Miller, o livro “Para Entender O Brasil, O País do Futebol”. Escrito, em português e inglês, o livro conta-mostrando as características das 12 cidades que são sedes das partidas da Copa do Mundo de 2014.

O livro de autoria do geógrafo e jornalista Mouzar Benedito tem, segundo o autor, a finalidade de desmistificar o falso entendimento que algumas pessoas têm sobre a realidade cultural dessas cidades sedes da realização das partidas. Para ele, esse falso entendimento é um estereótipo carregado por estrangeiros e muitos brasileiros.

Em um dos exemplos, ele explana sobre Manaus. Uma capital que muitos acreditam que é uma aldeia habitada por índios. O que não é. É lógico, que essa é a visão do autor, mas para quem mora aqui em Manaus, como nós desse blog afinsophia.com, dada a realidade perversa que os governantes impuseram a Manaus, seria mais satisfatória que Manaus fosse uma aldeia habitada por indígena.

“Um brasileiro que nunca foi a Manaus – eu vi várias vezes quando eu fui para lá – acha que quando chegar vai encontrar uma grande aldeia indígena, mas é uma cidade moderníssima”, disse Mouzar Benedito.

Quando o escritor, Mouzar Benedito, afirma que Manaus “é uma cidade moderníssima” e, que, tem até “poetas”, é preciso levar em conta as devidas proporções. O que é moderno para ele e o que são “poetas”.

Alguns condomínios das classes financeira dominante nas áreas mais valorizadas, dois grandes Shoppings, O fausto do Teatro Amazonas, mas na verdade a arquitetura simbólica da opressão sobre os povos indígenas, a imensa maioria da população da cidade subvivendo nos bairros pobres com falta de água, luz, transporte coletivo, assistência médica que se não fosse à política de saúde do governo federal seria pior, alto grau de violência, desemprego, falta de entretenimento público, entre outros sintomas que ferem a dignidade humana?

Necessidades básicas da população que devem ser atendidas pelas administrações públicas do município e do estado, e não esperar pelo governo federal, o que não é de sua obrigação.

E os ditos poetas que sempre estiveram ligados aos governos reacionários que há trinta anos dominam o estado e a capital, com poucas exceções? Poetas ‘moderníssimos’ que não liberam as “palavras segundo seus sentidos, mas as encadeia segundo as figuras da linguagem”, e muito menos sabem que a República não precisa de poeta, como diz o filósofo Baudrillard.

 Mas, entendemos o que quer dizer o geógrafo: Manaus não é uma grande aldeia indígena”, tem até poetas. O que seria um tema mais para a antropologia analisar, por que Manaus não é “uma grande aldeia indígena”? 

COMUNICADORES DE “LA GARGANTA PODEROSA”, REVISTA POPULAR ARGENTINA, ESTÃO NO BRASIL PARA OBSERVAR AS COMUNIDADES CARENTES DURANTE A COPA

Junho 18, 2014

Hospedados na favela pacificada de Santa Marta, no Rio de Janeiro, 14 membros da revista cultural argentina, La Garganta Poderosa, estão no Brasil aproveitando o período da realização da Copa do Mundo para observar as comunidades carentes. Eles  fazem suas observações e análises através das percepções que eles têm da própria favela.

A revista tem um signo político visível. O conceito ‘Poderosa’ foi tirado da motocicleta de Che que ele junto com seu companheiro Alberto Granado fizeram uso para realizar o percurso do continente sul-americano. Criada em 2011, La Garganta Poderosa tem como conteúdo e forma os temas das classificadas culturas marginalizadas. Durante a Copa eles trabalharam como correspondentes enviando mensagens para rádios e TVs da América Latina.

Entretanto, os comunicadores não chegaram ao Brasil de forma independente. Eles são financiados pelo Conselho Latino-Americano de Ciências Sociais que forneceram toda a estrutura para as transmissões e os alojaram em casa de famílias no Morro de Santa Marta. Segundo eles, o único jogo que irão assistir é Argentina e Irã.

“Nos instalamos em uma favela no Rio, onde nos sentimos muito confortáveis. Não é que exista ‘outro mundial’ aos olhos da imprensa comunitária: é o mesmo, incluindo os que ficam fora dele.

Queremos aproveitar essa grande plataforma midiática para divulgar nossa causa, que é a causa também das favelas do Brasil e dos assentamentos de outros países.

Apesar de o futebol ser o principal na comunidade, nos interessa contar a experiência para além do esporte, aprofundar na cor e na festa das favelas do Brasil.

O problema não é jamais o futebol, nem os jogadores, nem os estádios. O problema é que vendem tudo. O futebol não é da FIFA nem das grandes marcas.

Assim, como os militares usaram o Mundial para esconder os crimes de lesa humanidade e silenciar os que lutavam por um mundo melhor, nós vamos usá-lo para o contrário”, observou um dos membros da Garganta Poderosa.

Mas há um signo que salta na práxis da Garganta Poderosa. É que as observações seguem um devir-poético. O que para esse Esquizofia surge como um passeio do esquizo.

“Hoje, amanhecemos sonhando que não dormimos,

que a Copa tem silenciador,

que podemos tocar um Cristo Redentor,

 que o turismo se aparta,

que todos são negros em Santa Marta,

 que nos dói as costas do Mundial,

 que o sorteio segue sendo desigual,

 que gritamos de todos os modos,

que certo futebol não é para todos,

 que a pobreza sempre condena”.

EM TEMPO DE COPA NADA COMO O SAMBISTA DE BREQUE MOREIRA DA SILVA PARA CANTAR SEU DOUTOR EM FUTEBOL

Junho 12, 2014

MOREIRA DA SILVA

Os tempos eram outros, quando no Brasil o futebol, por não ter penetração mundial, ainda não era cantado em verso e prosa. O Brasil ainda não era a pátria de chuteiras. Havia os clubes com suas vibrantes torcidas. Os campeonatos regionais eram verdadeiros espetáculos de rivalidades clubistas. Torcidas que faziam dos dias das disputas seus magníficos entretenimentos. Grandes festas por conquistas estaduais, mas tudo ficava nos intestinos domésticos do futebol.

Foi então, que em 1958, Garrincha, junto com seus companheiros, além de mostrar que seria o melhor jogador do Brasil (mesmo que Pelé diga o contrário) e do mundo, conquistou a Jules Rimet para glória da torcida brasileira. Era o futebol brasileiro adentrando no mundo internacional. Quatro anos depois, novamente o couro comeu: pela segunda vez a Seleção Brasileira de Futebol conquista a Copa do Mundo.

Pronto. Agora, o Brasil é a pátria de chuteira cantada em verso e prosa. O futebol brasileiro passou a ser sinônimo de respeito internacionalmente e seus jogadores passaram a ser disputados pelos clubes estrangeiros, principalmente clubes europeus. Com essa fama e cama, apesar de muita lama, o futebol não só serviu como fonte de inspiração dos jogadores como também para outros seguimentos da cultura brasileira. Apoiado nele, jornalistas como Nelson Rodrigues e o músico Ari Barroso aumentaram suas respeitabilidades. Enunciados de preferências futebolísticas, feitas por alguns personagens, serviram além de conceber glamour a personagens, serviu também para o futebol ter seu território de opiniões aumentado.

Porém, antes dessas duas Copas, mas influenciado pela intensa propagando sobre o futebol brasileiro que alguns compositores começaram a criar mais músicas tratando do assunto. É seguindo essa expressividade esportista que o insigne cantor Moreira da Silva, o rei do samba de breque, gravou o sucesso Doutor em Futebol, de Valdemar Pujol e Moacir Bernardino, que agora esse Esquizofia tenta transcrever, de memória (há momentos em que as imagens-lembranças são reticentes), a letra como homenagem a Copa do Mundo de 2014 que lança o pontapé inicial hoje.

Na letra é possível encontrar Leônidas da Silva, jogador do Flamengo que inventou a jogada chamada de bicicleta, e foi conhecido como Diamante Negro. Um verdadeiro craque. Didi, criador do chute ‘folha seca’. Uma bola lá onde a coruja dorme que vários times estrangeiros quiseram contratá-lo, mas ele tinha medo de viajar de avião. Só que um dia perdeu o medo e partiu. Foi para o Peru. Também aparece o famoso locutor esportivo Pedro Luiz. Nada a ver com Silvio Luiz. Ainda tem Henrique, Dida, Sabará, craque do Vasco. Agora, só matar no peito, deixar a pelota correr pelo corpo e mandar o birranho.

“Eu nasci

Para ser um craque da pelota

Não é mentira nem lorota

Porém, o meu amor

Minha carreira quer trocar

Pra medicina eu estudar

E me formar em doutor

Bacharelar-me em coisas de anatomia

(imagens-lembranças reticentes)

Discutir um assunto

Com altos cientistas, especialistas

Meu meio é futebolista

Eu hei de me tornar

Um astro verdadeiro

Um perigoso artilheiro

E ser o terror de Pelé

E suplantar o seu Mazzola

E num drible de corpo,

Botar no bolso Henrique, Dida e Sabará

Diamante Negro já perdeu seu brilho

Sua estrela se apagou

Eu quero se futebol e não doutor

Quando eu entrar no gramado

Para trabalhar

E jaqueta nacional envergar

Trocar a minha vida fininho

(novamente as imagens-lembranças se fizeram reticentes)

De letra um gol eu vou marcar

E a torcida aplaudindo

Essa jogada espetacular

Pedro Luiz tendo a mão ao microfone

Para todo universo vai anunciar

“Saiu o zero do placar”

Escute aqui minha gente

Para ter fama não precisa ser doutor

Mas sim, basta saber

Controlar o caroço,

Balão de couro com inteligência

E sempre agindo com prudência

Tenho a certeza que assim sendo

Não vou me dar mal

Pode sair um sururu em campo

E no dia seguinte

Meu nome no jornal

“Olha o cartaz do morengeira é natural”

Não sei se vou pra Espanha (tem memória?)

Ou vou pra Portugal

É melhor eu ficar no Brasil

Eu e o Didi vamos ficar ricos”.

 

EXPOSIÇÃO DE FOTOGRAFIAS “AS DONAS DA BOLA”

Maio 19, 2014

A cultura não é uma produção exclusivamente do cognominado homem. Esse ser que transcende o macho através de seus signos sócios-culturais. Não é um mundo dos artifícios onde predominam apenas objetos e ideias nascidas da força e da inteligência do macho-homem. Ela é também o resultado da participação direta da fêmea-mulher com seus sentidos e inteligência. O ser que transcende o gênero fêmea e se constitui como ser produtivo de realidades.

Se há distribuições de funções que são indicadas exclusivamente para o macho-homem e a fêmea-mulher, são decorrências de fatores históricos, antropológicos, religiosos, econômicos, políticos, morais, etc., e não como essências. São fatores que predominaram como ordens direcionadoras dos comportamentos. O patriarcalismo hebreu que predominou no Ocidente contribuiu para essas diferenças de funções. Compondo o patriarcalismo com a moral-cristã-burguesa que se sustentou em pilares econômicos do capitalismo liberal, de monopólio, de truste, de organização, de consumo, tem-se um cenário eminentemente discriminador, onde a mulher aparece como um ser que deve ser tratado à parte quase como o terceiro excluído da Lógica Formal aristotélica. Ou como diz a psicanálise, o outro castrado. 

Todavia, em razão de suas próprias necessidades e produções libertárias, esse entendimento do excluído que a mulher-fêmea amargou durante todo esse tempo, tem se modificado. Ela já não responde à semiótica instituída pelo modelo macho, branco, europeu, que lhe impunha a escravidão. Hoje, ela, criou uma subjetividade que se não lhe permite uma posição totalmente independente em relação às frustrações do homem-macho que lhe quer ainda escravizada, ela pode discutir seus temas sem medo de se encontra errada e está indo além do que lhe compete.

É por isso, que a Exposição de Fotografias As Donas da Bola, não causa nenhuma surpresa, estranhamento e muito menos constrangimento, visto que não há nada de anormal, mas de revelação de uma possibilidade: poder traçar um ‘pebol’ sem ter que imitar o modelo de jogar dos ditos jogadores. A mulher em sua essência original tem um corpo que pode compor com a bola de forma singular, muito diferente de como o corpo do homem compõe com a bola. É essa nova composição de gestuais futebolísticos que sensibiliza o olhar e incita a cognição de quem assiste imagens das Donas da Bola.

A Exposição De Fotografias As Donas da Bola que ocorre no Centro Cultural de São Paulo, conta com a participação da arte de 11 fotógrafos distribuídos em 121 fotografias coloridas e preto e branco produzidas no Amapá, Pernambuco, Bahia, São Paulo, Rio de Janeiro e outros territórios onde elas se manifestam.

“Essa iniciativa pretende preencher uma lacuna importante ao aplicar a percepção e a consciência social sobre a importância da mulher no futebol como esporte, dentro de uma cultura nacional ainda em formação”, observou Diógenes Moura, o curador da exposição.     

Finalissíma do Pebolzin afinado

Junho 15, 2012

Em um momento do futebol brasileiro em que nem mesmo todo marketing consegue enganar nosso país que temos uma verdadeira seleção , e muito menos forjar um craque mascarado temos que cambiar,surge o torneio do Pebolzin,que pela primeira vez desde Charles Miller traz mudanças no jogar futebolístico.

Neste torneio produzido pelas crianças do Novo Aleixo há várias mudanças nas regras. O campo é dividido em três partes sendo que duas linhas demarcam o meio campo e a zaga. Os atacantes ficam no meio campo e não podem passar destas linhas, enquanto os zagueiros  são os únicos que podem correr o campo todo e marcar gol. Caso os atacantes passem durante duas vezes do espaço delimitado o outro time tem direito a um tiro direto sem barreira.

Outra regra importante é que não pode levantar a bola, atitude que será punida com um tiro direto com o zagueiro na barreira de pernas abertas. Nesta grande final foi decidido mais uma regra: em caso de falta, o adversário tem direito a chute direto de costas para o gol.

E assim o Pebolzin chegou neste último domingo em sua rodada final e após mais de 30 jogos definiu seus gloriosos campeões de cada categoria.  O torneio que movimentou o bairro do Novo Aleixo após ao cinema ficou mais competitivo em cada rodada, despontando nov@s craques. A fase final foi disputada entre as equipes que venceram as partidas nas outras rodadas.

A finalíssima começou com a os jogos da categoria “Gente jovem reunida” que incluie os rapazes de estatura grande. O primeiro jogo foi o desempate das duplas Leandro e Diego X David e Jonas, que rendeu uma vitória tranquila para os primeiros pelo placar de 3X1, que se classificaram para o jogo final. Veja os dois tempos nos vídeos abaixo.

O próximo jogo era entre as duplas Michael Douglas e Maurício “Leca” X Anderson “Vizinho” e Israel. Com um jogo bastante  disputado durante o tempo normal a partida permaneceu empatada, sendo que com as cinco cobranças de penaltis para cada, houve a vitória da dupla Vizinho e Israel que jogaram a grande final contra Leandro e Diego.

A final da categoria “Gente jovem reunida”reuniu os mais habilidosos jogadores de Pebolzin, porém foi umapartida que rapidamente se definiu a partir da atuação impecável da dupla Leandro (na foto acima com a bola) e Diego que golearam a dupla adversária em 3 X 0, sendo os primeiros campeões.

O torneio continuou com a categoria ” Pebolzin em Devir-mulher “, que desde o começo mostra que as garotas jogam pebol de alto-nível, criando uma dura concorrência entre os times. Por isso como dizia Gonzaguinha: Matilda, no campo do adversário é bom jogar com muita calma procurando pela brecha pra poder ganhar.

A primeirapartida foi entre Vitória e Lohana X Bia e Taís que disputaram uma vaga na grande final. E como já tinha sido mostrado desde o início do campeanato, a dupla Lohana e Vitória com suas jogadas e toques precisos garantiram sua vaga na finalíssima com o placar de 2X0.Veja a partida no vídeo abaixo.

E a grande final da categoria ” Pebolzin em Devir-mulher “reuniu as duplas Daniele e Hayssa X Lohana e Vitória. Em uma das partidas mais emocionantes as duas equipes mostraram um grande desempenho técnico e racional com la pelota nos pés.

E a partida terminou com um magro placar de 1 X 0 para Lohana e Vitória que se sagraram as campeãs.

Por fim foi decidido o título da categoria ” Pebolzin criança” que reuniu os garotos menores que mostraram que no Pebolzin não tem idade, indo desde os grandes aos menorzin. O jogo da final envolvia as duplas Biel e Kalian Chumbinho X Junior e Cleudson. Depois de uma partida exaustiva que ficou empatada, a decisão ficou voltada para a cobrança de pênaltis. Após cinco chutes para cada o placar continuava zerado, em uma demonstração de cansaço das duas equipes. Foi então dado três chutes extras para cada que definiu como campeão a dupla Biel e Chumbinho.

Foto dos campeões nas três categorias
Em Pé: Diego, Leandro e Biel
Agachados: Vitória, Lohana e Kalian Chumbinho

Por fim os campeões da categoria “Gente jovem reunida” participou de um amistoso junto aos craques masters Washigton pretinho e Anderson. A partida fechou com grandiosidade o campeonato Pebolzin que promete voltar em outra oportunidade com outras produções além do futebol que vem sendo tão maltratado. A premiação do torneio ocorre no final deste mês.

E depois de tanto pebol, suor, gols e craques foi hora de distribuir a tradicional pipoca com suco e para adoçar a existência pebolísitica a consistente Maria Mole entrou em campo paraque a existência pebolística de todos continuecheia de produções e disposições.

2a RODADA DO PEBOLZIN, O NOVO VETOR ESPORTIVO AFINADO

Junho 7, 2012

Neste último domingo após a projeção kinemasófica, que já movimenta há 3 anos o bairro do Novo Aleixo em Manaus,a platéia deu lugar ao campo para a segunda rodada do Pebolzin, o novo vetor esportivo da Afin. A alegre brincadeira do Pebolzin se diferencia do tradicional futebol, tendo suas regras criadas pelas crianças afinadas.

Lembrando que o campo tem duas faixas no meio campo onde ficam os atacantes não podendo fazer gols ou de lá sair . Caso saiam mais de duas vezes do espaço delimitado, a equipe adversária tem direito a um chute do meio campo sem barreira. Os zagueiros por sua vez podem correr o campo todo e são os únicos que podem fazer gols.

Outra regra importante é que a dendeca não pode ser levantada, e caso isto ocorra por duas vezes o time adversário tem direito a um chute com barreira de pernas abertas.

Assim o torneio Pebolzin vai ficando cada vez mais emocionante e as mais de 20 duplas participantes vêm mostrando habilidade e que craques entram e jogam em qualquer campo. Destaque para a atuação das meninas que armam jogadas fabulosas e muitas vezes com partidas mais disputadas que os garotos.

Esta rodada começou com as duplas que ainda não tinham jogado passando então para os confrontos entre os vitoriosos das duas rodadas, e entre as duplas derrotadas, sendo que cada equipe jogará duas vezes.

Assim o pebolzin vai se mostrando uma brincadeira com muitos craques,ao contrário do futebol da nossa pátria sem chuteiras que vem perdendo todas, principalmente para os cupins.

Mas além do envolvimento de um torneio, o Pebolzin é a produção de uma brincadeira que vai se tornando uma verdadeira festa nos encontros dominicais afinados. Assim no torneio não importa saber quem serão os vencedores, mas sim todo o processo de produção de alegria que fazem de todas crianças afinadas envolvidas no Pebolzin, mesmo as que não estão jogando.

Na próxima rodada neste domingo serão definido as duplas que se classificarão para a fase decisiva, sendo que o campeão será revelado neste mesmo dia. Então haja coração nesta produção das crianças afinadas do Pebolzin…