Archive for the ‘Feminismo’ Category

ESTUDANTES DO CURSO DE LETRAS DA UEA PROMOVEM FESTA ESTÉTICA-POLÍTICA: SARRADA LITERÁRIA DO BODOZAL

Setembro 16, 2017

Estudantes inquietos e engajados do Curso de Letras da Escola Norma Superior (ENS) da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), promoveram na noite de ontem uma das mais sensíveis e epistemológicas expressões estética-política que há anos não se vivenciava nos territórios dos saberes e dizeres escolares de Manaus.

Uma heterogeneidade de produções artísticas-cognitivas se deslocaram no interior da escola que contou com as frequências de pessoas de várias idades e procedências. Uma enebriante festa. Diria o deus da alegria, Dionísio. Embora fosse Apolo, o deus da poesia, o ser estimulador da Sarrada Literária, entretanto, foi Dionísio quem prevaleceu com seu espírito lúdico-criativo-transgressor.

Uma mostra foi a apresentação do grupo de rap, hip-hop, composto por quatro jovens, As Minas, que encantaram a platéia com músicas cujos temas tratavam dos direitos-revolucionários e singulares das mulheres. No mesmo seguimento inquieto, houve a apresentação do grupo de teatro da Associação Filosofia Itinerante, Teatro Maquínico, com sua nova peça “Pois é, Seu Zé, Tudo é Política, Né?”. Jogo de capoeira, banda de rock, exposição de pinturas, charges, como a do artista plástico Ismael, fanzines, artesanatos, projeção de cinema, guloseimas, bebidas, entre outras ideias e objetos movimentaram a grande Sarrada do Bodozal cuja potência virtual foi atualizada pelas criativas e criativos discípulas/discípulos de Dionísio e Apolo Raquel, Jéssica, Ismael, Adriano, Matheus, entre outros festeiros sarradores.

Fiquem com as imagens criadas pela foto-poiética, Jéssica.

VOCÊ VAI AO ANIVERSÁRIO DE 50 ANOS DA MAFALDA? AQUELA MENININHA QUE GRITOU: “PAREM O MUNDO QUE EU QUERO DESCER!”

Setembro 29, 2014

mafalda

No dia 29 de setembro de 1964, em Buenos Ayres, apareceu pela primeira vez nas páginas da revista argentina Primeira Plana, uma menininha que iria afetar o mundo com suas expressões e conteúdos hilários e muito inteligentes movimentados por uma criativa rebeldia. Essa menininha eterna é chamada de Mafalda. Cujo pai não é ninguém menos que o famoso e premiadíssimo desenhista e escritor argentino, Quino.

Hoje, dia 29 de setembro de 2014, no auge de sua continua meninice Mafalda, completa 50 anos. Uma infância cujo devir se mantém em uma variação continua de criatividade. Premiadíssima no mundo inteiro, junto com seu pai, Mafalda, iniciou sua cartografia de desejos humorísticos e protestadores quando enunciou, na década de 60, sua histórica crítica ao mundo conturbado proferindo “Parem o mundo que eu quero descer!” Essa enunciação pessoal, mas com reflexo coletivo já mostrava suas críticas à realidade perversa da economia e da política.

Seu devir/criança possibilitou que fosse traduzida para vinte idiomas e que tivesse, entre suas premiações na França Espanha e países da América Latina, uma estatua esculpida em San Telmo. Mas Mafalda, como socialista-crítica do mundo desumano, não realizou seus atos políticos, sozinha. Contou com a companhia de dois parceiros. Susanita, que gosta de marocagem e tem a ideia fixar de casar com um rico, e Manolito, materialista-capitalista, que sonha em ser o proprietário de uma rede de supermercados.

O talento revolucionário de Malfada chegou a afetar vários intelectuais e artistas. Como foi o caso do semiólogo, sociólogo e escritor Umberto Eco que a chama de “heroína enraivecida”. Pois é assim, amada pelas crianças e adultos que ela completa hoje seu jubiloso 50 anos.

Essa condição existencial de Mafalda foi sintetizada por seu pai Quino que, no auge de seu criativo e saudável 81 anos, falou em uma entrevista concedida no mês de outubro na inauguração da Feira do Livro em Buenos Ayres.

“Fico surpreso quando vejo que temas que abordei há 50 anos permanecem atuais. Até parece que desenhei a tira hoje. Deve ser porque o mundo continua cometendo os mesmos erros”, observou Quino.

Daí nos perguntarmos: Você vai ao aniversário de 50 anos da Mafalda?

Mostra de Cinema Feminista na Alexandre Robatto da Biblioteca dos Barris em Salvador

Março 7, 2013
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Convidamos a todas e todos para a Mostra CINE FEMINISTA!

A Mostra “Cine Feminista” acontecerá em Salvador de 10 a 17 de março de 2011, em sessões diárias às 17h e 19h, na Sala Alexandre Robatto (Biblioteca dos Barris). A mostra tem por objetivo trazer, através do cinema, o feminismo de volta à cena durante o mês de março, período no qual estamos acostumadas a receber flores e celebrar nossas “conquistas”, como se as lutas feministas já tivessem atingido todos os seus objetivos.

PROGRAMAÇÃO:

Dia 10 (quinta-feira):
Libertárias (Libertarias)

Em 18 de julho de 1936 o exército espanhol se rebela contra o Governo da República. Seis mulheres de origens e classes sociais diferentes se organizam em um grupo de anarquistas para lutar, de igual para igual com os homens, contra as tropas nacionais. Uma freira que descobre a solidariedade fora da fé, prostitutas, operárias, etc., unidas para defender seus ideais políticos e, ao mesmo tempo, fazer entender a seus companheiros as mudanças ideológicas e sociais pelas quais elas também almejam conquistar.
Diretor: Vicente Aranda / Duração: 121 minutos / Ano de Lançamento: 1996 / País de Origem: Espanha, Itália, Bélgica

Dia 11 (sexta-feira):
Resposta de Mulheres (Réponse de Femmes)

“A pergunta ‘O que é ser uma mulher?’ foi proposta pelo segundo canal de televisão francês a várias mulheres cineastas. Este cine-panfleto é uma das respostas possíveis, no que diz respeito ao corpo das mulheres – nosso corpo –, do qual se fala tão pouco quando se fala da condição feminina. Nosso corpo-objeto, nosso corpo-tabu, nosso corpo com ou sem seus filhos, nosso sexo, etc. Como viver nosso corpo? Nosso sexo, como vivê-lo?” (Agnès Varda).
Diretora: Agnés Varda / Duração: 8 minutos / Ano de Lançamento: 1975/ País de Origem: França
Cool Hands, Warm Heart
O filme começa com uma série de eventos numa rua lotada. Mulheres num palco atuam rituais “privados”: raspar as pernas e axilas, arrumar o cabelo etc.Uma mulher tenta atrapalhar o seu “trabalho”. Ela luta para se distanciar deles, resistir as forças do hábito, mas gradualmente torna mais envolvida que gostaria de admitir. Embora ela consiga iniciar uma reação em cadeia derebelião, ela não consegue manter o momentum. Ela para antes de chegar a conclusão óbvia, e acaba no palco ela mesma.
Gênero: Curta, Experimental / Diretora: Su Friedrich / Duração: 16 minutos / Ano: 1979 / País de Origem: EUA / Idioma do Áudio: Sem áudio

Dia 12 (sábado):
Moolaadé

Em um distante povoado africano, ligado apenas pelo rádio, o costume da mutilação genital feminina (a circuncisão) é temida por todas as garotas. Seis delas, segundo a tradição, devem passar pelo ritual num determinado dia. Este é um dos passos para que elas conquistem um ótimo pretendente e tenham um casamento bem sucedido. O pavor é tanto que duas afogam-se num poço. As outras quatro buscam a proteção de Collé, uma mulher que não permitiu que sua filha fosse mutilada, invocando o “moolaadé” (proteção sagrada). O fato gera comoção e ganha adesão de mulheres e simpatizantes contrários à mutilação. Mas vários homens e membros representativos da aldeia pressionam o marido de Collé para que ela retire a proteção, nem que para isso ele tenha de chicoteá-la em público.
Roteiro e Direção: Ousmane Sembene / Origem: Senegal, França, Burkina Faso, Camarões, Marrocos e Tunísia / Duração: 119 min / Idioma: Bambara/Francês / Ano: 2004

Dia 13 (domingo):
Que Bom Te Ver Viva

O filme mistura os delírios e fantasias de uma personagem anônima (Irene Ravache) alinhavado pelos depoimentos de oito ex-presas políticas brasileiras que viveram situações de tortura. Mais do que descrever e enumerar sevícias, o filme mostra o preço que essas mulheres pagaram, e ainda pagam, por terem sobrevivido lúcidas à experiência de tortura. Para diferenciar a ficção do documentário, Lúcia Murat optou por gravar os depoimentos das ex-presas políticas em vídeo, com o enquadramento semelhante ao de retrato 3×4; filmar seu cotidiano à luz natural, representando assim a vida aparente; e usar a luz teatral, para enfocar o que está atrás do aparente: a personagem de Irene Ravache.
Gênero: Drama / Diretor: Kátia Cop e Maria Helena Nascimento / Origem: Brasil / Idioma: Português / Duração: 103 min.
Veja o trailer aqui.

Dia 14 (segunda-feira):
Um Tiro para Andy Warhol (I shot Andy Warhol)

Nos anos 60, a radical e intransigente Valerie Solanas, divulgou seu desprezo pelos homens através de seu manifesto “Associação de Destruição do Homem”. Autora de um roteiro cinematográfico, ela pediu ao genial artista pop Andy Warhol que o produzisse, mas sua negativa abalou os alicerces do seu movimento feminista de maneira inesperada.
Lançamento: 1996 (EUA) / Direção: Mary Harron / Atores: Lili Taylor, Jared Harris, Martha Plimpton, Lothaire Bluteau. / Duração: 103 min / Gênero: Drama

Dia 15 (terça-feira):
Senhoritas em Uniforme (Mädchen in Uniform)

Mädchen in Uniform conta a história de Manuela, uma jovem de 14 anos que é posta num internato feminino pela sua tia distante e fria. Tendo a sua mãe falecido, o seu pai é incapaz de cuidar dela ela é colocada naquele internato numa fase mais vulnerável da sua vida. As residentes em Podstam são tipicas adolescentes e sente um grande sentido de união entre todas e o regime que é empregue naquele internato é rigoroso, austero e sobretudo ausente de emoções. A contrabalançar este ambiente autoritarista, encontramos Fraulein von Bernbur, uma professora por quem todas as alunas nutrem uma admiração especial e que é a favor de uma relação mais maternal com as alunas. Manuela não é indiferente à sua professora e muito menos o contrário, porém ambas encontram-se num ambiente hostil, onde o formalismo e o dever moral deve falar mais alto e então os sentimentos são geridos com silêncios, olhares e pequenos gestos…
Diretor: Leontine Sagan / Elenco: Emilia Unda, Dorothea Wieck, Herta Thiele, Hedwig Schlichter / Duração: 90 min. / Ano: 1931 / País: Alemanha / Gênero: Romance / Cor: Preto e Branco

Dia 16 (Quarta-feira):
Itty Bitty Titty Committee (Turminha das Sapinhas de Tetinhas Pequeninas)

O segundo filme da diretora Jamie Babbit aborda um tema bastante raro nos filmes lésbicos, o ativismo político, mostrando o despertar da personagem Anna (Melonie Diaz) para a realidade a seu redor, a partir de sua experiência como integrante de uma grupo radical feminista, chamado C.(I).A. ou Clits In Action. Os conflitos de relacionamento e as ações políticas do grupo são mostrados com muito humor e música punk como pano de fundo.
Diretora: Jamie Babbit / Duração: 86 minutos / Ano: 2007 / Gênero: Comédia/Drama/Romance

Dia 17 (quinta-feira):
À Margem do Corpo

A história se passa no interior de Goiás, entre os anos de 1996 e 1998. Deuseli tinha 19 anos quando foi brutalmente estuprada. Impedida de realizar o aborto, encerra o primeiro ato da narrativa desaparecendo da cidade onde vivia. Meses depois, é protagonista de outro crime, só que agora como assassina da filha de 11 meses. Em um ritual, para alguns histérico, para outros satânico, Deuseli reproduz a cena do estupro e afoga a filha em uma banheira. Ela morre meses depois de causa desconhecida. Entre o estupro, o assassinato e a morte, a vida de Deuseli foi recontada por advogados, médicos e exorcistas.
Direção: Debora Diniz / Etnografia: Debora Diniz / Roteiro Etnográfico: Debora Diniz e Ramon Navarro / Direção de Produção: Fabiana Paranhos / Produção em Campo: David Chalub

Mais informações em: http://cinefeminista.wordpress.com/