Archive for Outubro, 2021

ARTE POLÍTICA: DIVERSIDADE DE RAÇA, GÊNERO E RELIGIÃO NO CINEMA PRODUZIDO NO CEARÁ

Outubro 31, 2021
  1. CULTURA

CINEMA NACIONAL

“Cabeça de Nego” e “Arreda homem que chegou mulher”, obras para além da representatividade, com a cara do Brasil real

Camilla LimaBrasil de Fato | Fortaleza (CE) |Outubro de 2021.

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O filme “Cabeça de Nêgo” aborda uma discussão sobre o racismo e a precariedade do sistema educacional público brasileiro – Foto: Divulgação

“Macaco”! Saulo ouve o insulto de um colega de escola, não leva o desaforo pra casa e derruba o material do aluno que o xingou. O professor, que só viu esse momento da cena, expulsa Saulo de sala. O enredo retrata algo corriqueiro na vida de Saulo, jovem da periferia de Fortaleza, no Ceará, roteirizado no longa “Cabeça de Nêgo”, produção que aborda, para além de outras pautas, o racismo estrutural na sociedade brasileira. A história contada é a do Saulo, mas traz para as telas do cinema o cotidiano de muitos jovens brasileiros, como aponta o diretor do filme, Déo Cardoso: “o meu protagonista, ele é um personagem muito comum, muito presente em todas as turminhas, em todas as escolas, que é aquela figura de um líder, mas um líder que não preenche ali o estereótipo do que vem a ser um líder”.

O filme aborda uma discussão sobre o racismo e a precariedade do sistema educacional público brasileiro. Produzido e distribuído pela Corte Seco Filmes, fez sua estreia mundial na Mostra de Cinema de Tiradentes, em 2020, onde foi ovacionado de pé ao final da sessão. É protagonizado por Lucas Limeira e conta ainda com as participações de Jéssica Ellen, Nicoly Mota, Jennifer Joingley Carri Costa, Mateus Honori e Val Perré. Está em cartaz nos cinemas de Aracaju (SE), Curitiba (PR), Fortaleza (CE), Manaus (AM), Palmas (TO), Porto Alegre (RS), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA)  e São Paulo (SP).

No “Cabeça de Nego”, a pauta racial está presente não só pelo que se vê na tela, a obra completa, desde o seu processo revela a potência e a sensibilidade de um cinema feito por um diretor negro, com atores e produção em sua maioria, negros. “Eu me sinto responsável por construir esse legado, de pautar essas questões dentro do entretenimento, porque eu não posso esquecer que o cinema é uma arte narrativa. Então, acho muito importante fazer essa pauta racial dentro do cinema, que é uma ferramenta potente, tanto de entretenimento, pra gente acompanhar, para gente fruir da obra, quanto também da pauta política. Porque eu acredito muito nessa simbiose, nessa união, nessa politização através do entretenimento”, defende Déo Cardoso.

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O longa-metragem fez sua estreia nacional no circuito comercial no dia 21 de outubro, com índices expressivos de público nas salas em todo o Brasil. “Cabeça de Nêgo” chegou a figurar na lista entre os 15 filmes indicados para representar o Brasil no Oscar, na categoria “Melhor filme estrangeiro”. Ganhador de 2 prêmios (Prêmio de Melhor Longa-metragem e Mostra Olhar do Ceará, pelo Festival Cine Ceará 2020, e Melhor Longa-metragem pela Associação de Crítica Cearense de Cinema), foi o longa mais assistido na Mostra de Cinema Negro Zózimo Bulbul (2020), já passou por cerca de 12 festivais e está em exibição em diversas salas pelo país. 

Protagonismo feminino

Na mesma pegada da representatividade, também foi exibido este mês no Cine São Luís, em Fortaleza, o curta “Arreda homem que chegou mulher”. Três mulheres, umbandistas, mães de santo vivem sob a pedagogia das Senhoras Pombagiras. Essa é a narrativa do curta-metragem documental, também de produção cearense, que registra o cotidiano de Telma, Cristina e Elisa e seus respectivos terreiros, com a premissa de compreender como esses espaços podem ser escolas de formação e emancipação feminina. Com elenco majoritariamente feminino, na frente e por trás das câmeras, o filme é dirigido por Renata Monte e tem produção executiva de Luana Caiube.


Para a diretora, a ideia do documentário é mostrar toda a potência feminina que brota dentro dos espaços de vivência nos terreiros. / Foto: Camila de Almeida

Para a diretora, a ideia do documentário é mostrar toda a potência feminina que brota dentro dos espaços de vivência nos terreiros: “a nossa ideia era construir um filme que não só abordasse a vida delas, mas abordasse a questão de os terreiros serem espaços educativos, espaços escolares na formação dessas mulheres, entendendo que terreiros são espaços de potência pra gente crescer. E foi a partir disso que surgiu o filme”. Para a produtora Luana Caiube, é fundamental tensionar esses espaços e trabalhar o protagonismo feminino como forma de ocupar lugares que lhes foram usurpados: “além de sermos mulheres de terreiros, nós somos também idealizadoras de um projeto sobre o protagonismo feminino aqui do estado do Ceará, que chama ‘Peixe-mulher’. Pra gente é de fundamental importância trabalhar nas frentes do protagonismo feminino tentando tomar de volta lugares renegados pra gente tanto na arte como na religião como em qualquer lugar que a gente ouse buscar ocupar”. 

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Representatividade para além da obra

Das telas do cinema para as discussões na rua, as duas obras têm em comum a intencionalidade no utilizar o audiovisual como ferramenta de expressão e fomento quando se trata de diversidade e representatividade. Sobre essa questão, Déo Cardoso afirma: “Eu sou um homem preto, fiz um filme “Cabeça de Nêgo” com pautas do movimento negro que eu acredito, mas eu tenho plena ciência de que isso é apenas uma visão da negritude, que pode ter uma outra pessoa preta que não vai concordar com algum tópico. A população preta, assim como a população indígena, assim como a população LGBTQIA+, nós não somos homogêneos, mesmo dentro dos grupos, mas o que importa é pautar essas questões, discuti-las e visar o bem de toda essa galera que é oprimida historicamente”.

Para Luana Cauibe, o cinema e o audiovisual como um todo oferecem muitas possibilidades. Não é só se ver nas telas, por isso ela declara que as pontes já começaram a ser construídas: “A gente tá querendo construir um caminho diferente, a gente quer somar as forças, a gente quer conhecer, consumir o trabalho de outras mulheres, a gente entender onde elas se reabastecem e criar essa rede”, finaliza. 

Para mais informações sobre os filmes
@cabecadenegoofilme
@_peixemulher

Fonte: BdF Ceará

Edição: Camila Garcia

DOCUMENTÁRIO ARGENTINO: TERRA ARRASADA

Outubro 30, 2021

DOCUMENTÁRIO “CASTANHAL” MOSTRA A DURA ROTINA DOS COLETORES DE CASTANHA DO PARÁ

Outubro 29, 2021

AMAZÔNIA

A atividade, que atravessa gerações, está ameaçada pelo avanço do desmatamento e do agronegócio na Amazônia

Raquel Setz29 de Outubro de 2021,

Ouça o áudio:Play02:5204:30MuteDownload

A rotina dos extrativistas inclui caminhar horas pela mata, quebrar os cocos e carregar fardos de mais de 80 quilos – Divulgação

A castanha especificamente é um produto que já tentaram levar para plantar fora do Brasil

Uma atividade que exige conhecimento profundo da floresta: é assim a coleta da castanha do Pará. Um ingrediente que é exportado para o mundo todo, geralmente por um valor bem alto.

Mas para quem está na base da cadeia produtiva, o cotidiano é marcado por trabalho duro, pouca remuneração e muita preocupação com o futuro. É isso que mostra o documentário “Castanhal”, feito por jornalistas do Brasil de Fato em parceria com a ONG Papel Social.

:: Acompanhe o Mosaico Cultural do BdF ::

A gravação do documentário foi no início de 2019. Ao todo, a equipe passou quarenta dias no município de Boca do Acre, na divisa do Amazonas com o Acre. E não teve muita preparação: sem sinal de internet e de telefone, o jeito foi se embrenhar de barco na floresta e ir conhecendo as pessoas pelo caminho. 

“Os rios são sinuosos, então distâncias relativamente curtas em linha reta se tornam muito compridas, e a gente foi conhecer unidades de conservação, mas sem saber que realidade encontraria lá. A gente chegava nas comunidades, dialogava pra entender que tipo de situação estava acontecendo, pra daí buscar formas de retratar isso”, conta o diretor Rodrigo Chagas. 

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Durante as filmagens, a equipe teve que lidar com alguns perrengues. Por exemplo, o barco do ICMBio que eles usavam para andar pelos igarapés foi furtado, como lembra o diretor de fotografia Vitor Shimoura:

“E aí a gente acordou sem o barco. E a gente ficou ilhado em uma comunidade. Pra continuar a pauta, a gente teve que pedir ajuda pros amigos das pessoas que moravam lá, que levaram a gente até o Fernando, que foi a família que a gente conseguiu dormir na casa”, recorda. 

Foi com o Fernando que eles conseguiram acompanhar um dia todo de trabalho na coleta de castanhas. Uma atividade que começa de manhã bem cedo, e muitas vezes envolve horas de caminhada dentro da floresta. E Vitor conta que isso é só o começo. 

“Eles ficam o dia inteiro quebrando a castanha, que é um trabalho super duro, tem que ficar dando porrada na castanha pra abrir ela e coletar. E o pior é depois eles terem que levar uns 80, 90 quilos nas costas nessa trilha, no meio dos paus, subindo e descendo ladeira. Então é um trabalho muito desgastante, fisicamente e mentalmente”, afirma.  

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Esse esforço todo é pouco valorizado: os coletores sofrem com a má remuneração, o endividamento e a falta de políticas públicas para organizar melhor a cadeia produtiva. E ainda têm que lidar com o avanço do desmatamento e do agronegócio, uma realidade que ameaça a própria atividade da coleta de castanha. 

“A castanha especificamente é um produto que já tentaram levar para plantar fora do Brasil, fora da floresta amazônica, mas a árvore só é produtiva, só dá castanha em abundância dentro da floresta amazônica por uma série de fatores. Pra resumir, tem a ver com a floresta estar preservada, com a presença de polinizadores, com o solo, com a relação com outras árvores também”, explica Chagas. 

Manter a floresta de pé e garantir boas condições de trabalho para os coletores é fundamental para ter um produto abundante e sustentável. 

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Mas vai além: só assim é possível preservar um modo de vida que atravessa gerações, e que está intimamente conectado à floresta. Rodrigo lembra que era comum ver as pessoas em um estado de contemplação, quase meditativo. Isso porque a vida ali não acompanha o tempo do relógio, e sim o tempo da natureza. 

“A floresta te impõe condições que não dá pra passar por cima. Pra ir de um lugar a outro é preciso respeitar o tempo que o rio te impõe, que a correnteza do rio te impõe. É possível pegar 3, 4, 5 dias, uma semana sem parar de chover. E aí é permanecer, é estar, é ser parte”, relata o diretor.  

“Castanhal” está percorrendo o circuito de festivais de documentário no Brasil e na América Latina, e está na grade da programação da TV Senado e da TV Câmara. Para o ano que vem, a ideia é disponibilizar gratuitamente na internet. 

Edição: Daniel Lamir e Douglas Matos

VANDALISMO EM PINTURA DE VERÍSSIMO NO CENTRO DE PORTO ALEGRE SERÁ RESPONDIDO COM ARTE

Outubro 28, 2021
  1. CULTURA

NÃO PASSARÃO

Artistas e populares farão homenagem a Luís Fernando Verissimo no sábado (30) nas escadarias do Centro de Porto Alegre

Walmaro PazBrasil de Fato | Porto Alegre | Outubro de 2021.

Segundo ataque ao retrato de Verissimo foi feito com durepox e tinta vinílica e inviabiliza o conserto – Foto: Divulgação Curadoria

Os ataques de vândalos ao retrato do escritor Luís Fernando Verissimo, exposto na escadaria Verão do Viaduto da Borges de Medeiros, em Porto Alegre, com a coleção Autorias, terá uma resposta à altura, segundo a pintora e curadora do evento, Graça Craidi.

“Não utilizaremos os métodos violentos dos agressores, mas faremos uma homenagem a Luis Fernando Veríssimo que deverá apagar da memória o ódio revelado por esses bolsonaristas que identificaram no cronista um elemento da esquerda“, afirmou ela, acrescentando que convocou todos os artistas plásticos e a população em geral para, no sábado (30), desenharem a figura do escritor.

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Graça atribui a violência ocorrida na semana passada a um “ataque de bolsonaristas“. Eles identificam o petismo histórico na figura do Luis Fernando, disse ela. E lembrou de uma frase do próprio escritor: “Me atribuem muitos textos que não escrevi, se meu nome tiver escrito com “Z”, não sou eu. Mas se falar mal do Bolsonaro, sou eu”.

Segundo Graça, Verissimo sempre se posicionou, sempre defendeu posições de esquerda. Como os bolsonaristas “têm pavor da esquerda e do PT”, ela acredita “que eles transferiram para o retrato do Verissimo toda esta raiva, este ressentimento que sentem contra o PT. Para eles, a esquerda é o demônio, é o comunismo. Já para nós, Bolsonaro é mais velho do que o próprio demônio”.

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O artista que pintou o retrato de Veríssimo, Gustavo Burkhart, registrou um Boletim de Ocorrência sobre a agressão sofrida no dia 23.

“A minha obra que é a pintura do Retrato do autor e escritor Luis Fernando Verissimo foi vandalizada. A primeira vez foi no dia 17 de outubro na madrugada, a obra foi rasgada com um objeto cortante: faca ou estilete, tiramos a obra do local para ser restaurada e colocamos uma foto impressa da obra no local. Hoje, dia 23, recebemos várias mensagens anônimas de que ela foi vandalizada novamente, desta vez jogaram cola durepox e tinta vinílica, o que inviabiliza o conserto desta segunda obra”, relata o B.O.


Obra original já havia sido danificada / Foto: Divulgação Curadoria

Desagravo

“Da primeira vez eles cortaram com estilete. Tiramos a obra original, levamos para restaurar e colocamos no lugar uma impressão sobre uma tela da obra original. Na segunda vez, o vândalo achou que estava estragando uma obra original, mas estava depredando uma réplica. Mas isso não importa, o vandalismo é simbólico”, conta a curadora da exposição.

Em desagravo a este ato, ela planejou uma ação ligada à arte, fez uma convocação para todos os que queiram desenhar o Luis Fernando Verissimo no próximo sábado.

“Nós vamos reafirmar nosso afeto, nosso respeito, nossa admiração pelo Luis Fernando Verissimo e, ao mesmo tempo, vamos responder à altura o que fere a nossa arte, a nossa arte é resistência e a gente fere de volta com a própria arte. Como quem diz: vocês não vão vencer, não passarão!”.

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De acordo com ela, será um evento de congraçamento dos que acreditam no poder da arte, da liberdade, da literatura “e dos que de fato não estão de acordo com o que esta acontecendo nesse país”.

Para Graça, a exposição “é uma forma de romper este clima de baixo astral”. Ela entende a literatura como a forma e deixar para os que virão a narrativa de uma época, como elas pensam, o que elas sentem, como se relacionam, no que elas acreditam. “A literatura é isso: eu conto aquilo que é da minha gente, eu conto aquilo que é da minha terra.”

De Erico a Caio, passando por Lya 

A exposição de pinturas em telas foi feita por um grupo de 18 artistas visuais, entre os quais alguns dos mais reconhecidos do estado. Eles apresentam retratos de 26 escritores marcantes da literatura gaúcha.

A mostra Autorias, de 1º a 31 de outubro, seduziu a tradicional Feira do Livro de Porto Alegre que, na 67ª edição, a iniciar neste 29 de outubro, a incorpora como evento prévio de sua programação. Até então, de março passado para cá, haviam sido realizadas na Escadaria exposições mensais de fotografias, as quais foram impressas e adesivadas em placas de PVA. 


A 67ª Feira do Livro de Porto Alegre apoiou a exposição e a inseriu em seu calendário de eventos / Foto: Divulgação Feira do Livro de Porto Alegre

Muita gente tem ido à galeria a céu aberto para matar a saudade de escritores já falecidos, como Érico Verissimo, Mário Quintana, Caio Fernando Abreu, Moacyr Scliar, João Gilberto Noll e Josué Guimarães, e também de contemporâneos, ora reclusos, como Luis Fernando Verissimo, Lya Luft, Carol Bensimon e Eliane Brum – Carol vive nos Estados Unidos e Eliane na Amazônia -, entre outros.

Um detalhe de extrema delicadeza: as obras são fixadas na Escadaria numa altura adequada à visualização das crianças. 

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A artista Graça Craidy justifica a homenagem aos escritores no texto de apresentação da exposição:

“O que seria de um povo se, entre sua gente, não surgissem prosadores dos seus enredos, mapeadores dos seus anseios, tradutores dos seus delírios, derrotas, renascimentos, paixões? A história de um povo é, também, além dos fatos, a história da sua imaginação. Nossa homenagem é para eles, os narradores da alma rio-grandense”. 

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O ex-secretário da Cultura Sergius Gonzaga, que falou na abertura oficial, no dia 2, disse que a galeria recupera um espaço “maravilhoso” para a cidadania no Centro de Porto Alegre, que “é um dos mais lindos do país” entre as capitais.

Professor de Literatura, ele acrescentou que a mostra homenageia escritores que falaram direta ou indiretamente da cidade.

“Quando a arte encontra a arte, a gente só celebra”

Todos os autores vivos homenageados saudaram a iniciativa em mensagens aos artistas. Muitos puderam comparecer pessoalmente: Marô Barbieri falou em público na abertura, agradecendo pelos demais que estiveram na Escadaria: Fernanda Bastos, Cíntia Moscovich, Lélia Almeida, Leticia Wierzchowski, Martha Medeiros, Claudia Tajes e Jane Tutikian.

Também prestigiaram a exposição familiares de Simões Lopes Neto, de Carol Bensimon,  de Caio Fernando Abreu, de João Gilberto Noll e de Oliveira Silveira. 

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Por meio de mensagem à Graça, o escritor Assis Brasil, reconhecido nacionalmente por sua oficina de escrita, disse: “Parabéns pela iniciativa que vem reunir duas áreas artísticas tão próximas e dialogantes. É uma grande honra participar, contando com seu traço persuasivo e raro”. E a escritora Cíntia Moscovich acrescentou: “Quando a arte encontra a arte, a gente só celebra”.

O sucesso da Escadaria, que se consolida como novo point artístico e atrai para as artes visuais um público que não costumava frequentar museus e galerias tradicionais, valeu ao produtor cultural Marcos Monteiro uma homenagem da Câmara de Vereadores por incentivo à cultura e humanização do centro. E ele recebeu a distinção na Escadaria, no meio de artistas e apreciadores das artes visuais.

Fonte: BdF Rio Grande do Sul

Edição: Marcelo Ferreira

LIVRO DE MEMÓRIAS SOBRE PAULO FREIRE É LANÇADO NO ANO DE SEU CEBTENÁRIO

Outubro 27, 2021
  1. CULTURA

12 CENAS BIOGRÁFICAS

“Cenários da libertação” é de autoria de Clodomir Morais: intelectual, ativista das Ligas Camponesas e amigo de Freire

Gabriela MoncauBrasil de Fato | São Paulo (SP) | Outubro de 2021.

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Na publicação, o autor descreve 12 cenas biográficas, muitas das quais de convivência com Paulo Freire, de quem se tornou amigo próximo – Foto: Arquivo Instituto Paulo Freire

Marcando o ano de celebrações pelo centenário do nascimento do educador e filósofo Paulo Freire (1921-1997), a Editora Expressão Popular, em parceria com o Sindicato dos Docentes das Universidades Federais do Estado do Ceará (ADUFC), lança a obra Cenários da libertação – Paulo Freire na prisão, no exílio e na universidade, de Clodomir Morais. 

O lançamento homenageia também a memória do autor, falecido em 2016. Morais foi jornalista, advogado, sociólogo e um importante intelectual e ativista das lutas do campo no Brasil. Militante comunista, foi uma das lideranças das Ligas Camponesas, organizações formadas pelo Partido Comunista Brasileiro (PCB) a partir de 1945.

:: Bem Viver na TV: Em entrevista, Nita Freire lembra da convivência com Paulo Freire :: 

Assim como Freire, reconhecido internacionalmente pela criação de uma metodologia emancipatória de alfabetização, Morais desenvolveu teorias do conhecimento em defesa da reforma agrária. 


O livro do jornalista e ativista pela reforma agrária, Clodomir Morais, descreve 12 momentos vivenciados pelo autor desde o golpe militar de 1964 / Divulgação – Expressão Popular

Na publicação, o autor descreve 12 cenas biográficas, muitas das quais de convivência com Paulo Freire, de quem se tornou amigo próximo. Com o golpe militar de 1964, ambos tiveram seus direitos cassados, foram presos e dividiram cela em Recife. 

“Libertação tem a ver com esperança”

O que fez com que momentos duros, tais como as angústias prévias ao exílio ou a vivência dentro da cadeia, tenham tido suas narrativas compiladas sob o título de cenários de libertação? Foi essa a primeira pergunta dirigida ao escritor do prefácio do livro, o educador e ativista Sérgio Haddad, também autor de uma obra sobre Paulo Freire.

“Eles estão dentro da prisão não numa condição de esmorecimento, mas de busca, de procura, de luta”, avalia Haddad.

:: Prosa e Fato apresenta experiências inspiradas no legado de Paulo Freire ::

“Paulo Freire usava muito a ideia de esperança ativa, que vai à luta; não uma esperança que espera”, explica o educador. “Então isso, unido à ideia da inexorabilidade da história, traz essa ideia de movimento”, aponta, ao refletir como ambos desenvolveram metodologias participativas. 

A transformação social, portanto, “não é algo dado que você tem que esperar para que ocorra, mas que você tem que participar porque esse futuro é você que constrói né?”, reflete Haddad. “Cenários de libertação tem a ver com essa ideia de construir futuro. De você pensar, sonhar, construir utopias e ir à luta atrás disso”, resume.  

Metodologias ativas

Mais do que simplesmente o desenvolvimento de métodos a serem aplicados, Sérgio Haddad chama a atenção para o fato de que ambos os pensadores cujos encontros são descritos no livro, se dedicaram a construir uma concepção, uma forma de pensar a construção do conhecimento.

“É a ideia de que todo mundo carrega consigo um saber, carrega uma experiência de vida, e que isso é base para a construção de processos de tomada de consciência e, consequentemente, de luta por direitos”, analisa Haddad. 

Cenários da libertação chega novamente ao público depois de 12 anos de ter sua primeira edição esgotada. Relembrar essas trajetórias, afirma a nota editorial que abre o livro, “é nos depararmos com a história recente de nosso país, marcada pelo avanço do autoritarismo e pelos ataques à educação”. Mas é, também, uma forma de esperançar.

Edição: Leandro Melito

PRIMEIRA MULHER PRESA POR MOTIVOS POLÍTICOS NO BRASIL,PAGU GANHA PROJETO COM TEXTOS E VÍDEOS

Outubro 26, 2021
  1. CULTURA

DETIDA 23 VEZE

Autores escreveram sobre a contribuição de Patrícia Galvão no teatro, na política, na psicanálise e na história

RedaçãoBrasil de Fato | Belo Horizonte (MG) | 26 de Outubro de 2021.

Militante ativa do comunismo, Pagu foi a primeira mulher presa por motivos políticos no Brasil por 23 vezes – Reprodução

Eu vi tortura, vi a sua solidão. Vinte e três vezes exposta na crueldade de quando fostes presa de animal urbano”, interpreta Ana Gusmão no curta metragem de seu projeto que estudou e produziu uma série de materiais sobre a vida de Pagu.

Patrícia Galvão, a Pagu, foi uma mulher brasileira com contribuições nas áreas do teatro, da história da arte, da política e da psicanálise. Com apenas 12 anos, ela recebeu o título de musa do modernismo brasileiro. Com 15 anos, já era redatora de um jornal. Militante ativa do comunismo, Pagu foi a primeira mulher presa por motivos políticos no Brasil, e foi detida 23 vezes.

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Esse é um pequeno resumo da história dessa personagem real retratada pela atriz, jornalista e produtora cultural Ana Gusmão em quatro textos, quatro vídeos e um curta metragem no portal Caligari Produções. A obra está disponível desde 20 de outubro.

Os textos foram escritos por pesquisadores de referência, que aceitaram o desafio de refletir sobre a contribuição de Pagu em sua área específica. Confira os temas, títulos e autores:

– História política do Brasil: “Pagu, uma abordagem política”. Autor: Carlos de Freitas, professor de história.

– Psicanálise: “Devastação e maternidade em Pagu”. Autora: Juliana Motta, enfermeira e psicanalista.

– Teatro: “Pagu: teatro, vanguarda e agitação cultural”. Autor: Luiz Paixão, diretor teatral, dramaturgo e professor.

– História da arte: “Pagu e as artes visuais: uma revolucionária no auge do modernismo”. Autor: Luiz Flávio, professor de história da arte.

Para quem prefere ouvir ou assistir

Todos os textos acompanham uma conversa em vídeo do autor ou da autora com Ana Gusmão, em que explicam detalhes da sua elaboração. Também disponível no portal Caligari Produções.

Curta metragem

O projeto contou ainda com a produção do curta-metragem “Tanto me foi negado, por justa causa, eu diria”, em parceria com o diretor e videomaker Israel Menezes, da Moca Filmes. O filme tem roteiro e atuação de Ana Gusmão e reúne um depoimento escrito à partir do encontro da artista com Pagu.https://www.youtube.com/embed/3-_TbYMegaA?rel=0

Fonte: BdF Minas Gerais

Edição: Larissa Costa

DANILO NUNES: SAMUEL CARVALHO E O VIOLÃO ALÉM DA MÚSICA

Outubro 25, 2021

O que sabemos hoje é que não resistimos ao belo som de um violão bem tocado, mas o que muitas vezes não percebemos é que tirar um bom som do violão não depende apenas da qualificação técnica de quem está tocando.Por Jornal GGN O jornal de todos os Brasis -25 de outubro de 2021.

Samuel Carvalho e o violão muito além da música

por Danilo NunesPUBLICIDADE

“Alguém aí tem um violão?” “Vou levar meu violão.” “Pega seu violão lá e bora fazer um som!” “Só falta um violão.” São algumas das frases presentes no cotidiano de muitos (as) brasileiros (as) dentro dos grupos e rodas de amigos (as). Sim, o violão, no decorrer da história, passou de um instrumento mal visto para o amigo inseparável dos seres humanos em sua vida social e, mais do que isso, ele se tornou a principal ferramenta de trabalho do profissional de música chamado de violonista.

Com base em pesquisas, instrumentos semelhantes ao que chamamos de violão já existem a mais ou menos cinco mil anos atrás, mas foi no século IX na Espanha que surgiram os primeiros instrumentos mais semelhantes a uma guitarra espanhola (como muitos gostam de chamar).  Não se sabe ao certo a origem desse instrumento, mas podemos seguir duas hipóteses.

A primeira, vem com o domínio do Império Romano, quando trouxeram a cítara romana. Os romanos teriam levado esse instrumento à península ibérica por volta do século I, onde com o passar do tempo, esse instrumento foi sofrendo alterações até chegar na forma do violão como conhecemos. Já a segunda, é mais defendida pelos historiadores, onde o instrumento seria derivado do antigo alaúde árabe. Esse instrumento teria sido levado para a península ibérica através das invasões muçulmanas, onde se adaptou perfeitamente às atividades culturais, mas foi na própria Espanha no final do século XVIII, onde os luthiers começaram a construir o instrumento bem próximo ao que chamamos de violão.

O que sabemos hoje é que não resistimos ao belo som de um violão bem tocado, mas o que muitas vezes não percebemos é que tirar um bom som do violão não depende apenas da qualificação técnica de quem está tocando. Pois é, o aprimoramento é muito importante, mas tão importante quanto é o instrumento em que o músico está tocando. Por isso, antes do violão se transformar em ferramenta por onde o artista mostrará toda sua arte, talento e criação, ele já é uma obra de arte, pensada e construída por um artista que não está no palco, mas em seu atelier. Tudo começa com um bom Luthier e, quando esse mesmo artista também é músico, tudo fica mais belo. E aqui, não posso deixar de falar daquele que é considerado um dos melhores Luthiers do Brasil: Samuel Carvalho.

Samuel é um pesquisador, estudante e descobridor de sonoridades, formas e jeitos para que possamos extrair do violão, o mais belo som que ele pode nos dar, de acordo com a canção que tocamos.  Além de ter estudado no Conservatório Municipal de Guarulhos, no ano de 1989 iniciou o Bacharelado de Violão na Faculdade Mozarteum . Foi nesse período, quando ainda cursando o bacharelado que ao sentir a necessidade de um instrumento de alto nível, viu-se motivado a iniciar sua jornada inquieta na construção artesanal de violões, o que o levaria a se tornar referência para muitos (as) do Brasil e do mundo.

Como todo (a) um (a) bom (a) pesquisador e profissional, foi beber em muitas fontes que se tornaram suas referências como os violões de Sérgio Abreu, Hermann Hauser, Ignácio Fleta e, a partir desse material de estudo, pesquisa e reflexão, passou a experimentar e descobrir mais e mais possibilidades, transcendendo os próprios conceitos estudados.

Aos poucos, foi reduzindo suas atividades como professor, músico e concentrando sua atenção nas descobertas das possibilidades de sons do instrumento, através de materiais como madeiras, cordas e claro, muita sensibilidade, paciência, disposição e amor. Samuel Carvalho não é apenas o construtor, mas o artista que consegue extrair incríveis sonoridades através de sua matéria prima, compreendendo através de sua indiscutível sensibilidade como fazer com que sua obra seja instrumento inseparável de todo o violonista, quase como uma extensão do corpo de cada músico.  

Em tempos onde muitos (as) da população buscam armas de fogo, em tempos onde a violência e o ódio se tornam rotineiros, em tempos onde a educação está defasada, Samuel Carvalho nos mostra que uma das maiores armas para as transformações socioculturais de uma nação, está em outro meio de arte, comunicação, educação e valor: O Violão.

E como diz o mestre Chico Buarque: 

“Não chore ainda não

Que eu tenho um violão

E nós vamos cantar

Felicidade aqui pode passar e ouvir

E se ela for de samba há de querer ficar”

E esse que vos escreve, termina este artigo com fé e esperança em Samuel Carvalho e todos (as) os (as) descendentes dessa arte da Luthieria deixando a seguinte reflexão:

“Não quero arma não

Eu quero um violão

E nós vamos vamos mudar

Nossa sociedade, contra desigualdade

Menos ódio e mais música pra transformar”

Para saber mais, acompanhe a entrevista que vai ao ar no próximo sábado e domingo com o Luthier, músico e professor Samuel Carvalho.

Para acompanhar o trabalho de Samuel Carvalho acesse:

http://samuelcarvalho.com/index.htm

Danilo Nunes é músico, ator, historiador e pesquisador de cultura popular brasileira e latinoamericana

Instagram: @danilonunes013

Facebook: @danilonunesbr

PROJETO DE INCENTIVO À ARTE URBANA VAI INCLUIR OFICINAS PARA JOVENS NO RS

Outubro 25, 2021

ARTES VISUAIS

Idealizado pelo Lappus, projeto traz artistas para fazer pintura com mais de 60m em prédio de Porto Alegre

RedaçãoBrasil de Fato | Porto Alegre (RS) | Outubro de 2021.

Muralistas Mona Caron e Mauro Neri virão a Porto Alegre realizar a obra, bem como compartilhar conhecimento com jovens artistas da arte urbana local – Reprodução

O Projeto de Incentivo à Arte Urbana vai trazer a Porto Alegre dois importantes artistas para fazer um muralismo com mais de 60 metros em um prédio, além de oficinas com jovens.

Idealizado pelo Laboratório de Políticas Públicas e Sociais (Lappus) e realizado através de uma série de entidades parceiras, o Projeto traz os artistas Mona Caron e Mauro Neri, que farão o muralismo em toda a lateral do prédio do edifício sede do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (DAER-RS) e da Procuradoria-Geral do Estado do Rio Grande do Sul (PGE-RS), na Avenida Borges de Medeiros, 1555.

O projeto prevê ainda oficinas realizadas com jovens da periferia e artistas locais. Os jovens poderão acompanhar o trabalho de pintura do prédio e trocar conhecimentos com Mona e Mauro. De acordo com a disponibilidade de tempo e recursos, outros murais menores poderão ser feitos paralelamente na cidade. Siga a página Facebook e o site do Lappus para acompanhar como é possível participar.

Segundo informam os artistas, o objetivo do projeto é reafirmar os valores de cuidado da natureza e de todos os seres humanos de forma igual, com obras de arte esteticamente agradáveis que recordem a pauta. A proposta de desenho apresenta a planta nativa Justicia Gendarussa, também conhecida como “quebra-demanda”, “quebra-tudo” ou “vence tudo”.

Os artistas explicam que esta é “uma planta de superação, de resiliência ou até resistência, utilizada por religiões de matriz africana, que cresce entre os braços de uma figura que pode ser vista como uma balança, mas também um gesto de cuidado. Estamos lá hoje, nesta balança, nesta escolha perigosa”.


Proposta de desenho a ser realizado na lateral do edifício sede do DAER e da PGE (Avenida Borges de Medeiros, 1555) / Reprodução

De acordo com Marcelo Sgarbossa, que faz parte da organização do Projeto, uma característica relevante é o envolvimento gerado entre os artistas locais e internacionais, além das mais de 100 entidades e pessoas físicas que apoiaram o projeto. Ressalta também que Porto Alegre já tem obras e artistas muralistas semelhantes, mesmo que não com o mesmo tamanho e que este tipo de trabalho representa uma arte que é democrática e acessível à toda a população.

“A ideia é que esse grande mural será o maior até agora na cidade. Além de provocar reflexões, a obra irá inserir Porto Alegre no circuito mundial dos grandes murais, como já são São Paulo, Nova York e Paris, por exemplo”, afirma.

Objetivos serão atingidos através de parcerias

Segundo informa a organização do Projeto, o objetivo geral da sua realização é estimular a arte urbana local, através de reflexões promovidas por murais em prédios da cidade. Como consequência, está o embelezamento do espaço para que mais pessoas tenham acesso a obras públicas.

Também é um objetivo influenciar a comunidade para reflexões contemporâneas por meio da apreciação da arte urbana, bem como promover o intercâmbio de experiências com jovens da periferia de Porto Alegre e artistas locais.

A parceria institucional entre governo do estado do RS, o município de Porto Alegre, a PGE-RS e o DAER-RS permitiu a realização do muralismo no referido prédio. Além disso, uma série de parcerias com diversas instituições, associações e sindicatos permitiu arrecadar os recursos necessários para a realização do projeto. Quem tiver interesse em contribuir, pode ajudar através da chave Pix lappus@lappus.org. Mais informações no site: https://lappus.org.

Sobre os artistas

Mauro Neri também conhecido como “Veracidade”, tem origem na periferia de São Paulo, é educador, artista plástico, co-responsável pelo movimentos Imargem, Cartograffiti e Infograffiti, projetos multidisciplinares de arte e educomunicação sobre meio ambiente e direito à cidade.

Formado em licenciatura em Artes Visuais, frequentou a Academia de Belas Artes na Itália. Expõe nas ruas e instituições no Brasil e no mundo. Ele realizou uma live no Facebook demonstrando um pouco do processo criativo da concepção do projeto: https://www.facebook.com/v12.0/plugins/video.php?app_id=123400244719553&channel=https%3A%2F%2Fstaticxx.facebook.com%2Fx%2Fconnect%2Fxd_arbiter%2F%3Fversion%3D46%23cb%3Df3f25219256056%26domain%3Dwww.brasildefato.com.br%26is_canvas%3Dfalse%26origin%3Dhttps%253A%252F%252Fwww.brasildefato.com.br%252Ff31b38089b699e8%26relation%3Dparent.parent&container_width=1025&href=https%3A%2F%2Fwww.facebook.com%2Fmauroveracidade%2Fvideos%2F626455492047508&locale=en_US&sdk=joey

Mona Caron é uma artista suíça, residente em São Francisco (EUA), com foco em pinturas murais de grande escala em espaços públicos. Ela tem sido convidada a realizar encomendas de arte pública para prefeituras de cidades nos EUA, Europa, Ásia e América do Sul, e é contratada também por instituições culturais, escritórios de arquitetura e incorporadoras. Mona também faz obras gratuitas para comunidades populares, em contextos de ajuda a sensibilização a problemas vigentes.

Em 2013, Mona esteve em Porto Alegre, como convidada do 2o Fórum Mundial de Bicicleta. Naquela ocasião surgiu a ideia de ter uma obra da artista no prédio do DAER/PGE, por se tratar de um local de alta visibilidade ao olhar de toda a população que vem do centro em direção à zona sul da cidade. Por isso, ela abriu mão de pagamentos pelo trabalho e propôs a inclusão complementar da obra de Mauro Neri junto com a sua.


Fonte: BdF Rio Grande do Sul

Edição: Marcelo Ferreira

“BIPOLITERÁRIO”: MILITANTE DA LUTA ANTIMANICOMIAL DO RS CONCORRE A DOIS PRÊMIOS LITERÁRIOS

Outubro 24, 2021
  1. CULTURA

ENTREVISTA

Autor Roque Junior defende um mundo sem manicômios em seus mais de 60 livros lançados

Marcelo FerreiraBrasil de Fato | Porto Alegre (RS) | 24 de Outubro de 2021.

“Se expressar artisticamente para mim é poder ter liberdade”, afirma Roque Junior – Foto: Martha Santos

Querido entre a militância da luta antimanicomial no Rio Grande do Sul, Roque Junior já tem mais de 60 livros lançados. Dois deles estão concorrendo em prêmios literários neste ano: A Militância na luta antimanicomial e na “bipolaridade”, no Prêmio Jabuti, e Terapia Ocupacional Literária (TOL), “bipolaridade” e luta antimanicomial, no Prêmio AGES Livro do Ano, da Associação Gaúcha de Escritores.

Seus livros abordam variados temas de sua vivência, com destaque para episódios e encontros de defesa do SUS, da luta antimanicomial e dos direitos humanos. Trazem também momentos e temas mais pessoais, entre eles o tema da bipolaridade, que já o levou a ser internado oito vezes.

“Estudo muito a possibilidade de pessoas não necessitarem ser internadas de nenhuma forma, caso precise mesmo de alguns dias de hospital, que seja em hospital geral ou, onde tem, CAPS 24 horas”, afirma Roque. Ele se considera um “bipoliterário, problematizando sua condição também como um estímulo à sua literatura.

Para ele, é importante escrever sobre o tema da saúde mental, “pois muitas vidas ainda não têm possibilidades de escrever, pintar, desenhar, ir à quitanda comprar suas frutas, não são cidadãos de fato. Por outro lado, muitas pessoas que poderiam fazer com que essas pessoas saíssem desta forma desumana de convívio devem saber de muitos dos textos que publico”.

“Esperançando”, Roque entende que a luta por um mundo sem hospícios “no atual momento político tem muitos retrocessos”. Mas identifica também um fortalecimento da resistência e afirma: “Tanto que temos que melhorar, tantos detalhes, paramos no tempo. Basta! Temos que avançar!”


Capas dos livros que concorrem aos prêmios neste ano / Reprodução

Ao divulgar seu site, www.RoqueJR.com.br, que traz 25 obras gratuitas, em PDF, além das primeiras páginas de outros livros, recorda que a situação está difícil para a maioria das pessoas, agradece pessoas e empresas que o apoiam e faz um pedido: “Se puder e quiser, apoia, realiza colaboração cultural, contribuição consciente com o valor que puderes para que eu possa publicar, editar e escrever mais livros neste projeto, impactando outras pessoas e transformando mais vidas através das obras literárias. PIX para depósito: (54)999606565. Mais detalhes pelo WhatsApp”.

Nesta entrevista ao Brasil de Fato RS, Roque falou sobre os livros que concorrem aos prêmios, de sua militância, das paixões por fotografia e por compartilhar conhecimentos, inspirado em Paulo Freire.

Brasil de Fato RS – Como nasceu o livro A Militância na luta antimanicomial e na “bipolaridade” e o que os leitores vão encontrar?

Roque Junior – No meu livro A Militância na luta antimanicomial e na “bipolaridade” documento vivências e impressões sobre minha trajetória, trazendo outras pessoas para compor a obra. Como em outros de meus registros literários, procuro compartilhar o espaço apresentando, em especial, usuários e usuárias com seus textos, poesias, relatos de vida.

Esta obra nasce no cotidiano, vendo tantos acontecimentos ligados à luta antimanicomial, como a proposta, baseada na democracia grega, em ágoras, no Mental Tchê. Lá, em especial usuários, usuárias e familiares têm a possibilidade de utilizar o “microfone aberto” para fazerem suas considerações em qualquer tempo do evento, que já teve edições com mais de duas mil pessoas, sendo que a grande maioria são usuários e usuárias ligados ao serviço substitutivo do Rio Grande do Sul e de outros locais.

Destaco explicações sobre a realização e a projeção em ser um evento estadual, no calendário oficial do RS, do evento Nós, Louc@s. Este é organizado pelo FGSM Núcleo Serra, o CRP RS Serra e com apoio da Comissão de Saúde Mental do Conselho Municipal de Saúde de Caxias do Sul, do Selo do Orgulho Louco de Alegrete e da RENILA (Rede Nacional Internúcleos da Luta Antimanicomial).

Este livro concorre ao Prêmio Jabuti, na categoria Biografia, Documentário e Reportagem. Como é estar entre os finalistas deste prêmio tão concorrido?

Estar participando em um prêmio tão concorrido me deixa muito ansioso em receber os resultados no próximo mês. Há critérios de classificação, me considero ousado em ter me inscrito, pagando de meu próprio bolso o valor elevado para participar. Almejo ficar pelo menos entre os cinco finalistas de minha categoria, o que já projetará meu livro nacionalmente de várias formas.

Entre elas, um encarte com as cinco obras finalistas em cada categoria que terá circulação entre as bibliotecas, livrarias e outras disponibilidades, como em muitas promoções realizadas por livrarias em geral com essas obras finalistas.

Lembro que venho “estudando” com muito carinho a possibilidade de minha participação no Prêmio Jabuti desde 2016. Ano passado acompanhei as etapas de finalistas e o final que, como será nesta 63ª edição, foi realizada de forma virtual a divulgação do finalista em cada categoria. Vou divulgar nas próximas semanas o link do evento final, de forma online.

Por que você considera importante escrever sobre o tema da saúde mental, do SUS e dos direitos humanos?

Roque – Porque muitas vidas ainda não têm possibilidades de escrever, pintar, desenhar, ir à quitanda comprar suas frutas, não são cidadãos de fato. Por outro lado, muitas pessoas que poderiam fazer com que essas pessoas saíssem desta forma desumana de convívio devem saber de muitos dos textos que publico.

Desta forma, por meio de conhecimentos da luta antimanicomial, todas podem trocar seus conceitos e vir a auxiliar à sociedade. E também a essas vidas colocadas à margem em manicômios, em hospícios e Comunidades Terapêuticas (CTs), que muitas pessoas da luta antimanicomial as classificam como “atuais manicômios”.

Essas CTs acabam recebendo muita verba pública que está deixando de ser repassada aos serviços substitutivos da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), como os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), os Residenciais Terapêuticos e o SUS como um todo. Aqui quero abrir parênteses para gestões municipais e estaduais: a verba repassada às CTs são muito maiores e auxiliam diretamente bem menos pessoas do que se fossem encaminhadas à RAPS, que tem um cuidado mais humanizado e procura eliminar a possibilidade manicomial de cuidado para um cuidado em liberdade.


Sessão de autógrafos na Feira do Livro de Farroupilha de 2014 / Foto: Abraão Correa

O que te levou a militar na luta antimanicomial?

Sou “bipolar” e fui internado em oito oportunidades, totalizando 387 dias. Estudo muito a possibilidade de pessoas não necessitarem ser internados de nenhuma forma, caso precise mesmo de alguns dias de hospital, que seja em hospital geral ou, onde tem, CAPS 24 horas. Cada vez mais temos serviços e pessoal preparados para um tratamento sem necessidade de ser amarrado, sem necessidade de eletrochoque, ou medicações dopantes, de forma a respeitar os Diretos Humanos.

Por muitas décadas estive no Movimento Estudantil, o que me deu grande base para “migrar” para a luta antimanicomial, somada ao conhecimento que tive no interior dos hospícios, foi uma “virada” um tanto natural. O que agradeço muito a tantos e tantas companheiras/os que têm me ajudado e forjado minha atuação e militância no tema.

Em seus livros, você usa o termo “bipoliterário”. O que ele significa?

Significa que, ao raciocinar a respeito de como ampliar o tema sobre o qual já escrevi/falei em vários outros momentos, quando utilizei tantos “problemas” da “bipolaridade” para canalizar minhas pesquisas, leituras e escritas, crio, neste momento, o “bipoliterário”. É uma pessoa que possui o “problema” com a “bipolaridade” e consegue aproveitar a situação para dar voz à sua literatura, criado em dezembro de 2020.

Em outros momentos falo que a “bipolaridade” me ajuda, que sem ela eu não conseguiria ter publicado meus 60 livros, ou ter participado de mais de 70 lives sobre o tema.

Você também está entre os finalistas do Prêmio Livro do Ano AGES (Associação Gaúcha de Escritores), com o livro Terapia Ocupacional Literária (TOL), “bipolaridade” e Luta Antimanicomial. Sobre o que trata este livro?

Esta expressão do título, TOL, tive um insight, durante a palestra com mais de 160 ouvintes na Universidade de Passo Fundo (UPF). Eram universitários de Psicologia, a coordenadora regional da Secretaria Estadual da Saúde da época, 2016, a coordenadora do curso de Psicologia e eu sendo o único palestrante por mais de quatro horas em evento universitário. Acredito que tanto o TOL quanto sua extensão não existiam anteriormente.

Muitos outros momentos da luta antimanicomial relato nesta obra, como o cuidado que tenho para me manter “estável” com a “bipolaridade”, que inclui ingerir muita água, tomar a medicação no momento certo, dormir mais que a média das pessoas em geral e vários outros cuidados.

Cito, como em muitas outras obras, meu “expediente literário”, no qual procuro não escrever entre 23h e 6h, até por questão de minha Saúde Mental, em raras oportunidades faço “hora extra”. Cito as CTs também nesta obra, com base no Relatório da Inspeção Nacional em Comunidades Terapêuticas, publicado em 2018 pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP), em conjunto com outros setores dos Direitos Humanos, que está disponível, gratuitamente na internet.

Você tem participado de feiras, de lives e teve uma participação em um evento da ONU. Conta pra nós um pouco das tuas andanças.

Participei de 14 feiras de livros, de mais de 70 lives, em mais de 10 mediei a fala, tive duas participações em eventos da ONU Brasil, nos dias 25 de janeiro e 26 de março de 2021. Em 2019 estive nas ruas de Alegrete (RS), na 9ª Parada Gaúcha do Orgulho Louco. Em 2014 e 2015 estive no 10º e 11º Mental Tchê, em São Lourenço do Sul (RS), lançando minha primeira e segunda obras ligadas à luta antimanicomial e “bipolaridade”. Em 2015 estive em Brasília (DF), na XV Conferência Nacional de Saúde,

Participo de muitas falas em aulas, principalmente de Psicologia, já foram nove universidades, inclusive a Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), e em cursos de pós-graduação. Poderia aqui citar muitos outros locais, muitas obras e formas virtuais, mas convido a ler meus livros. Inclusive são 25 e-livros gratuitos, sem nenhuma contrapartida, em www.RoqueJR.com.br. Neste site, na aba Clube de Autores, podes ler também de graça, a média das 20 primeiras páginas.

Além de escritor, você também é fotógrafo, passou por jornais do estado, fotografa eventos, pessoas, faz fotos artísticas. O que é se expressar artisticamente para você?

Além de meus 60 livros lançados, também sou fotógrafo. Expressar artisticamente para mim é poder ter liberdade, ser meu próprio chefe, poder ter a liberdade de expressar a minha criação sem ter a ideia castrada, sem ser censurado por usar uma expressão, ou por ter registrado isso ou aquilo.

Em meu perfil do olhares.com, que mantenho desde setembro de 2006, com quase 4,6 mil imagens, mostro muito do que o site fala, ter um olhar diferenciado, poder captar no cotidiano a resposta que quer ter na vida, para poder mudar o mundo. Pois mudar o mundo não é utopia, ilusão, entendo que estou conseguindo mudar o mundo ao meu redor a cada dia, seja pela minha literatura, seja pelas minhas falas ou seja pelas minhas fotografias.


“Cada vez mais temos serviços e pessoal preparado para um tratamento sem necessidade de ser amarrado, sem necessidade de eletrochoque, ou medicações dopantes, de forma a respeitar os Diretos Humanos” / Foto: Martha Santos

Você tem uma trajetória junto ao Fórum Gaúcho de Saúde Mental e à RENILA. Foram anos de lutas e conquistas. Como você vê hoje esta luta no atual momento político de retrocessos?

São anos de lutas e conquistas. Esta luta no atual momento político tem muitos retrocessos, mas também um fortalecimento da nossa resistência para evitar muitos desses retrocessos.

Quero citar aqui a mineira Laura, ela é bem convincente ao falar que temos que procurar avançar, não apenas evitar esses retrocessos. Concordo com a posição dela, precisamos voltar às melhoras, tanto que temos que melhorar, tantos detalhes, paramos no tempo. Basta! Temos que avançar!

Você se considera um apaixonado por ensinar o que aprende e fala em “esperançar”, termo do Paulo Freire. De que forma vamos construir um outro mundo possível?

Me considero um apaixonado por ensinar o que aprendo e falo muito em “esperançar”, termo do Paulo Freire. Precisamos cada um, cada uma, fazer aquele trabalho formiguinha, de beija flor, todo dia. Já senti muitas vezes que algumas palavras em alguma das salas de aula que fui comoveu, fez universitárias encher os olhos de lágrimas, alegando nunca ter ouvido esse “lado da história”.

Não podemos aceitar turmas inteiras de tantos cursos só ouvirem falar de luta antimanicomial após muitos anos de trabalho. Precisamos fortalecer as disciplinas e formar novas pessoas já com a luta antimanicomial ainda no interior das universidades.

Não entendo como cabível trabalhador/a do CAPS enviar a CTs um usuário, no primeiro momento que entra no serviço, sem esse/a trabalhador/a ter entendido o que acontece no interior dessas CTs. Não é cabível esses/as trabalhadores/as não terem um entendimento de cuidado em liberdade e ter os manicômios sociais circulando no serviço.

Por outro lado, temos que quebrar o paradigma de que quem fará Psicologia clínica não precisa saber sobre luta antimanicomial, não é cabível esta visão. Então por não pretender trabalhar com o SUS, não precisa ter o mínimo entendimento como funciona o RAPS?

Algum recado final para quem nos lê?

A situação está difícil à grande maioria das pessoas. Mas com muita alegria compartilho 25 obras gratuitas, em PDF no www.RoqueJR.com.br e, na aba Clube de Autores do site, dos 16 livros, na média 20 primeiras páginas grátis. Terás muita leitura grátis.

Se puder e quiser, apoia, realiza colaboração cultural, contribuição consciente com o valor que puderes para que eu possa publicar, editar e escrever mais livros neste projeto, impactando outras pessoas e transformando mais vidas através das obras literárias.

PIX para depósito: (54)999606565. Mais detalhes pelo WhatsApp. Aproveito também para agradecer todas as pessoas e empresas que auxiliam financeiramente, bem como todas e todos leitores(as).


Fonte: BdF Rio Grande do Sul

Edição: Arturo Hartmann e Katia Marko

NA TRILHA DOS DOCUMENTÁRIOS, CARLOS ALBERTO MATTOS

Outubro 23, 2021

NA REAL_VIRTUAL 2021 vai reunir 24 cineastas de diferentes gerações para discutirem seus trabalhos e o pensar/fazer documentários no Brasil. -Outubro de 2021.

do Blog do Conde

Na trilha dos documentários, por Carlos Alberto Mattos

O Seminário NA REAL_VIRTUAL sobre Documentário Brasileiro, um dos grandes sucessos da temporada de 2020 na internet, vai ter uma nova edição. Com o tema Clássicos e Novos Clássicos, o NA REAL_VIRTUAL 2021 vai reunir 24 cineastas de diferentes gerações para discutirem seus trabalhos e o pensar/fazer documentários no Brasil.

As inscrições já estão abertas. Para informações e acesso, consulte o site neste link. Todo o seminário se realizará online pela plataforma Zoom através do sistema Sympla.

Serão 12 encontros com os/as seguintes cineastas e temas:

3 Nov 21: Silvio Tendler e Eliza Capai – Lugares da política
5 Nov 21: Theresa Jessouroun e Cristiano Burlan – O corpo como alvo
10 Nov 21: Marcos Pimentel e Marília Rocha – Essa gente brasileira
12 Nov 21: Tetê Moraes e Camila Freitas – Lutas pela terra
17 Nov 21: Geraldo Sarno e Henrique Dantas – Sociedade, religiosidade e arte popular
19 Nov 21: João Batista de Andrade e Toni Venturi – Cinema de compromisso
24 Nov 21: Allan Ribeiro e Letícia Simões – Intimidades
26 Nov 21: Eduardo Escorel e Carlos Adriano – Arquivo a dentro, arquivo a fora
1 Dez 21: Orlando Senna e Cavi Borges – As muitas frentes do audiovisual
3 Dez 21: Sandra Kogut e Aline Motta – Artes visuais e busca em família
8 Dez 21: Jom Tob Azulay e Ana Rieper – No coração do pop
10 Dez 21: Jorge Bodanzky e Takumã Kuikuro – Navegando entre culturas

A curadoria é assinada pelo documentarista e professor Bebeto Abrantes, a pesquisadora e programadora Carla Italiano e este crítico. A produção é capitaneada por Kerlon Lazzari, a Associação Imaginário Digital e a Supimpa Produções, com apoio cultural da Videofilmes.

O conceito da curadoria para esta na nova edição é estabelecer pontes entre os diretores ou diretoras de cada dupla e seus filmes. Sejam linhas de continuidade, sejam rupturas no tratamento da linguagem cinematográfica, sejam ainda apenas pequenas variações de alguns dos elementos temáticos ou da gramática audiovisual. Assim, cada encontro vai propiciar um diálogo entre dois realizadores ou realizadoras com diferentes inserções históricas no cinema brasileiro, mas com pontos de contato que favoreçam o debate e as possíveis convergências.

As inscrições podem ser feitas para o seminário inteiro, em pacotes de quatro encontros ou por encontros individuais. Mais detalhes aqui.