Nossa coluna de arte sextavada traz uma “nobra” obra. E uma obra que é considerada um dos grandes clássicos da arte moderna, sendo um dos quadros apreciados mas indescritível Por seu formato largo como um painel, e suas formas estranhas, nem sempre é apreciado pelo público.
Seu pintor foi bastante ativo nos mais diversos meios da expressão plástica. Independente do meio ele teve uma notável fama em vida e pintou grandes obras primas que são até hoje consideradas vanguardistas.
A nossa una obra de hoje traz uma de suas principais telas e que além de ser bastante conhecida, muitas vezes não consegue ser “analisada” tamanho sua singularidade. Muitos somente conseguem a remeter ao artista. Por isto trazemos uma obra importante, além de sua história e concepção.
ESQUIZOFIA
ENUNCIA
O MUNDO DA ARTE EM UNA OBRA
“Guernica
“Arte não é a aplicação de um cânone de beleza mas o que o instinto e o cérebro podem conceber além de qualquer cânone. Quando amamos uma mulher nós não começamos a medir seus membros.”
O escultor, pintor, gravurista, ceramista, pintor de cenários Pablo Picasso ou Pablo Ruiz Picasso nasceu no dia 25 de outubro de 1881, em Malaga na Espanha filho do artista Jose Ruiz, e de Maria Picasso. Um artista prodígio aos 14 anos, completou um exame de qualificação de um mês para a Academia de Belas Artes de Barcelona (Academy of Fine Arts in Barcelona) em um dia. Ele foi para a Academia de San Fernando em Madri, voltando para Barcelona em 1900, onde frequentava o cabaré mais famoso da cidade, Els Quatre Gats, repleto de intelectuais e artistas.
Picasso foi um dos fundadores do movimento cubista, ou cubismo, e foi criador da escultura construída da colagem. Teve diversas fases como a azul, rosa, afro, e sofreu influência do simbolismo e realismo. Além do cubismo teve contato com outras vanguardas europeias e tem obras ligadas ao surrealismo, neo-expressionismo e classicismo.
Guernica é certamente a mais poderosa declaração política de Picasso, pintada como uma reação imediata a devastação feita por bombas nazistas na cidade basca de Guernica durante a Guerra Civil Espanhola. Guernica retrata as tragédias da guerra e o sofrimento que inflinge sobre indivíduos, particularmente cidadãos inocentes. Este trabalho ganhou status monumental, se tornando um lembrete perpétuo das tragédias da guerra, um símbolo anti-guerra, uma materialização da faz. Após terminar a obra, ela foi mostrada por todo mundo em uma tour breve, se tornando famosa e amplamente aclamada, além de levar atenção do mundo a guerra civil espanhola.
Guernica é uma cidade que durante a guerra civil foi considerada como um bastião nortista do movimento de resistência republicano e o epicentro da cultura basca, além de sua significação como um alvo. As forças republicanas eram compostas de diversas facções (Comunistas, socialistas, anarquistas etc) com ampla diferença no que se refere a metas de um eventual governo, mas com uma oposição comum aos nacionalistas do General Franco. Os nacionalistas também se faccionaram e buscaram um retorno aos dias dourados da Espanha com base na lei, na ordem e nos valores tradicionais da família católica. Foi em Guernica que a árvore de carvalho tornou-se o símbolo sagrado da liberdade Basca e suas tradições.
Por volta das 16:30 de uma segunda, 26 de Abril de 1937, aviões da Legião Condor alemã, comandada pelo coronel Wolfram von Richthofen, bombardearam Guernica por três horas, matando mais de 1.900 pessoas, todas civis. Desta vez comandada por Hitler, a Alemanha tinha emprestado material de apoio dos nacionalistas e estavam usando a guerra como oportunidade para testar novas armas e táticas. Posteriormente, o intenso bombardeio aéreo se tornou um passo crucial na tática do Blitzkrieg.
Após o bombardeio, Picasso estava ciente de o que tinha acontecido em seu país de origem. Na época trabalhava em um mural para “Paris Exhibition” do verão de 1937, comissionado pelo governo republicano da espanha. Ele desertou sua ideia original e no dia 1 de maio de 1937 começou Guernica. Este cativou sua imaginação ao contrário de sua ideia anterior, na qual ele estava trabalhando de certa forma sem paixão, por alguns meses. É interessante notar, também, que em seu desvelamento na Exibição de Paris, ganhou pouca atenção. Só teria seu poder posteriormente como um potente símbolo da destruição de vidas inocentes na guerra.
Este trabalho aparenta ser a junção dos estilos épicos e pastorais. Guernica é azul e branca com 3,5 metros (11 pés) de altura e 7,8 metros (25,6 pés) de largura, uma tela do tamanho de um mural pintada em óleo. Esta pintura atualmente pode ser vista no Museo Reina Sofía em Madrid. Não há aviões nem armas na tela, somente um grito, um emblema do horror das guerras.
Interpretações de Guernica variam profundamente e se contradizem. Isto se extende, por exemplo para os dois elementos
dominantes do quadro: o touro e o cavalo. Para a historiadora da arte Patricia Failing “o touro e o cavalo são personagens importantes na cultura espanhola. O próprio Picasso certamente usou estes personagem para brincar com muitos papeis ao mesmo
tempo. Isto fez a tarefa de interpretar os significados do cavalo e do touro muito difícil. Sua relação é um tipo de balé que foi concebido em uma variedade de formas através da carreira de Picasso.
Alguns críticos alertam contra a mensagem política em Guernica. Por exemplo, o touro alvoroçado, um dos maiores motivos de destruição na obra, foi anteriormente usado, como um touro ou um Minotauro, como o ego de Picasso. Além disto, o touro provavelmente representa o ataque violento do Facismo. Picasso disse que ele significava brutalidade e escuridão, presumidamente remanescente do seu profético. Ele também falou que o cavalo representava as pessoas em Guernica.
Em 1950, os cineastas franceses Alain Resnais e Robert Hessens fizeram um documentário poiético sobre o quadro e sua história. O diretor Emir Kusturica também realizou em 1978 um curta homônimo sobre um avô e seu neto que visitam um museu e vêem o trabalho de Picasso. Há ainda um drama surrealista de 1975 chamado “A árvore de Guernica” do diretor Fernando Arrabal.
“Artistas ruins copiam. Bons artistam roubam” Pablo Picasso ou
Pablo Diego José Francisco de Paula Juan Nepomuceno María de los Remedios Crispiniano de la Santísima Trinidad.