Archive for Agosto, 2014

QUE TAL UM CINEMINHA DE LEVE?

Agosto 31, 2014

Então, o cinema é A Invenção da Infância, da diretora talentosíssima Liliana Sulzbach. Um cinema que além de mostrar o sentido histórico de infância, mostra as distorções que o sistema capitalista impõe na construção e atuações de crianças de classes desiguais.

De um lado crianças de famílias economicamente protegidas, as classes médias, e do outro lado crianças pobres que são obrigadas a trabalhar para ajudar no sustento de suas famílias. Crianças que criam suas próprias formas de brincar e seus instrumentos lúdicos artesanais. Enquanto, as crianças de classe média brincam com objetos comprados na indústria de massa da sociedade de consumo.

Não é por acaso que Invenção da Infância é uma dos cinemas mais premiados do mundo como documentário.

Agora, vamos aos olhos, audição, cognição e pipocas!

 

GERALDINE CHAPLIN É HOMENAGEADA NA 3º EDIÇÃO DO BRASÍLIA INTERNACIONAL FILME FESTIVAL (BIFF)

Agosto 30, 2014

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A Terceira Edição do Brasília Internacional Filme, O Biff, que começou no dia 28 e vai até o dia 6 de setembro, e tem uma programação variadíssima em espetáculos cinematográficos, homenageou a talentosa, carismática e comprometida Geraldine Chaplin, filha do mais conhecido comediante-engajado e criativo, Charles Chaplin. Uma ocorrência sublime do cinema internacional.

Durante sua permanência na sala do Cine Cultura Liberty Mall, em Brasília, a atriz esbanjou simpatia e empatia com todos que se encontravam presentes no recinto da sétima arte. Foi um espetáculo magnífico de envolvimento com público fora dos écrans. Geraldine falou sobre alguns temas de sua carreira e principalmente de seu pai Charles Chaplin, que considera seu ídolo.

E para tornar sua presença no Biff mais importante, o personagem criado pelo seu pai e que se tornou o mais famoso do cinema mundial, Carlitos, completa nesse ano de 2014, seu centenário. E, também, por isso, é homenageado no evento cinematográfico. Geraldine falou de suas interpretações em vários filmes como Doutor Jivago, de 1965, Fale Com Ela, de 2002. E sua participação no filme Chaplin, de 1992, sobre a vida de, onde interpreta sua própria avó, Hannah.

“Vivo à sombra do meu pai. É uma sombra maravilhosa e aconchegante. Quando não me perguntam sobre ele fico inquieta.

Carlitos é meu herói. É uma inspiração para todo mundo, porque representa a pessoa que dá patadas na autoridade, e isso é muito importante fazer. É alguém que cai e se levanta outra vez.

Eu vejo Carlitos com a pretensão de ser um pequeno burguês. É um vagabundo e essa pretensão dele nos dá esperança.

Sobre o filme Chaplin, foi uma grande alegria, porque era um papel belíssimo. Eu não pensava em ter nenhum papel no filme, porque eu era muito jovem para viver minha mãe e muito velha para outras mulheres. Não havia pensado na minha avó, porque não parecemos em nada. Ela era baixa, de olhos azuis e muito gorda”, disse a talentosa Geraldine Chaplin.

Durante o evento serão exibidos vários cinemas de Charles Chaplin.

ESTREIA O CINEMA A “FILHA DISTANTE” DO CINEGRAFISTA ARGENTINO CARLOS SORÍN

Agosto 29, 2014

O cinema do cinegrafista argentino Carlos Sórín, se expressa a partir de uma “informação imprescindível” que leva o espectador, através de sua própria vivência de mundo, ir construindo a obra artística cinematográfica. Foi assim que ele realizou os seus dois cinemas Histórias Mínimas, realizado em 2002, e O Cachorro, de 2004.

Sua estética-cinematográfica encontra-se muito distante da ditadura do filme que é apresentada pelo mercado comercial, principalmente o hollywoodiano. Não há nela elementos recorrentes da sedação dos sentidos e obliteração da cognição. A simplicidade cinematográfica vai se desenrolando como sensibilidade convidativa. E não captativa.

O enredo que enreda o espectador é familiar. Interpretado pelo sensível ator Alejandro Awada, o personagem Marco, que trabalha como vendedor e é alcoólatra em reabilitação, tem uma filha que ele não sabe onde mora. Um dia, saindo de Buenos Aires, resolve fazer turismo na Patagônia. É então que munido do antigo endereço de sua filha, interpretada pela expressiva Victoria Almeida, que não a ver a mais de 20, resolve visitá-la. Quando a encontra é tomado de profunda emoção, ao vê-la cassada e com um filho bebê. Ele pensa em mudar sua existência e ser aceito pela filha.

Simples, mas o que as encenas encadeiam de afetos comprometedores e suaves, transcendem a objetividade dos sentimentos cristalizados.

“Eu gosto de dar apenas a informação imprescindível para que o espectador siga o filme em sua cabeça, em função de sua sensibilidade, de sua experiência pessoal. E construa seu próprio filme. Eu gosto das estruturas que não hostilizam o público, que não lhe dão tudo mastigado”, disse o cinegrafista.

Veja o trailer e, se puder, assista todo o longa-metragem.

4ª EDIÇÃO DAS ESTÉTICAS DAS PERIFERIAS

Agosto 28, 2014

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Começou no dia 26 e vai até o dia 31, a 4ª Edição das Estéticas das Periferias que tem como objetivo fomentar as produções oriundas das periferias. O encontro que é composto por 30 atrações será realizado em 30 espaços distribuídos pela capital do estado de São Paulo. O evento tem um significado singular, porque homenageia os centenários da escritora Carolina Maria de Jesus e do economista, sociólogo, ator e dramaturgo e ativista, Abdias do Nascimento.

O evento é patrocinado pela ONG Ação Educativa e conta com a parceria do Auditório Ibirapuera, Centro Cultural da Juventude Ruth Cardoso, Centro Cultural São Paulo, Centro de Formação Cultural da Cidade Tiradentes, Centro Cultural da Penha, as Fábricas de Cultura, Museu do Futebol, Secretaria Municipal de Educação de São Paulo, Secretaria de Cultura de São Paulo e Sesc.

Durante a abertura foi encenada a peça teatral Favela, que conta a história de Carolina Maria de Jesus, e sua luta para o reconhecimento do negro como pessoas importante para a sociedade. Também se apresentam com a temática da negritude outros grupos teatrais como Os Crespos, Capulanas Cia de Arte Negra, o Coletivo Negro e o Grupo Clariô de Teatro.

Mas, o encontra vai além das encenações das peças teatrais. Contará, também, com oficinas, conferências, saraus, percursos artísticos, narração de histórias para crianças e várias rodas de samba. Nas produções dos percursos artísticos o público terá oportunidade de vivenciar apresentações como percursos de artes visuais apresentado pelo Coletivo Imargem, Arte de Mulheres Negras apresentado pelo Coletivo Mjiba, caminhos literários apresentados pelo Sarau do Binho e os percursos dos Amigos do Samba e Futebol.

Durante a cerimônia de encerramento, o encontro terá um show para crianças e apresentação do rapper Emicida, e contará com a participação especial de Rael.

VIVA O VINIL! GRUPO ACABA – CANTADORES DO PANTANAL

Agosto 27, 2014

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Mais uma vez os vinilesquizofílico vão passear com leveza pela sonoridade da estética fluente. Hoje a bolacha crioula é de uma originalidade sem par. Trata-se do Grupo Acaba composto por uma plêiade de músicos que se dedicam a pesquisa das raízes de seu povo do Mato Grosso do Sul.

Gravada em 1979, pela Marcos Pereira, a bolacha crioula foi uma verdadeira revelação do que é a música original de um povo. Sua originalidade maior encontra-se no fato de que foi gravada ao vivo em Campo Grande. E para ser melhor o conjunto da obra, o grupo foi apresentado por Marcus Pereira.

Na contracapa tem um texto do próprio Marcus Pereira e uma breve apresentação do grupo. Vamos nessa, vivilesuizofílicos!P1000439

“Em nossas viagens pelo Brasil, ao lado da constatação da penetração da pior música estrangeira que contaminou até os mais tradicionais redutos onde se refugiou nossa música popular, vem nos surpreendendo, também, a existência de resistências. São verdadeiros “maquis” que em fantástica inferioridade, enfrentam a dominação cultural estrangeira.

A esses artistas será creditado, amanhã, o mérito maior pelo ressurgimento que se prenuncia da música do nosso povo. Como na Idade Média as rosas se refugiaram da barbárie nos jardins dos conventos e sobreviveram para marcar e comemorar os grandes feitos da humanidade, nestes jardins brasileiros dos resistentes sobrevive o talento de nosso povo. Ao lado do “Tápes”, do Rio Grande do Sul, do “Grupo Zambo”, da Bahia, o “Grupo Acaba”, de Mato Groso do Sul, atua e espera. A isto se chama esperança”.

Marcus Pereira

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“Surgido no III Festival de Música Estudantil de Mato Groso (1971) com o intuito de pesquisar, desenvolver e divulgar o folclore mato-grossense, o Grupo Acaba se voltou ao Pantanal como tema. Descrevendo em suas letras, o homem, a fauna e a flora; em suas músicas, a alegria das cores e as dores da raça pantaneira”.

OBJETIVOS

 “Um povo só se torna grande e independente quando tem sua cultura preservada e quando tem coragem para assumir sua primitividade. E se um dia quisermos contar nossa história e ser realmente um povo com memória, teremos que nos voltar para ouvir os verdadeiros donos da terra e saber respeitar seus hábitos, suas músicas, suas danças e suas histórias de dores e glórias do autêntico mato-grossense.

Esse imenso patrimônio folclórico, culturalmente desconhecido, é de todos nós, não apenas de alguns. São belezas e riquezas que pertencem aos nossos filhos. Todos nós que nos consideramos sulmatogrossense temos que impedir seu extermínio ou sua mutilação.

Reencontrar nosso folclore através de pesquisas de base, registrando a cultura de regiões desconhecidas culturalmente. Incentivar através da arte musical e coreográfica a preservação e o respeito ao autêntico folclore.

Divulgar nacionalmente a necessidade de preservação dos costumes, da flora e da fauna do Pantanal, riqueza que se estende por uma grande parte de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

Nessa viagem, no lombo do cavalo, sob o rangido dos carros-de-boi, ou no silente deslizar do batelão, vamos encontrar um retrato sem retoques do Pantanal e sua raça”P1000444 P1000445

LADO – A

Caranda/Kananciuê/O Dono da Caça/Canoa, Canoeiro/Mãe da Lua e O Tempo do Boi.

Lado – B

Rodada de Siriri e Cururu/A Gruta do Lago Azul/Pachico/Ciranda Pantaneira/Armândia e Barbudo.P1000443

MÚSICOS

Luiz; violão, baixo acústico e voz.

Vandir: craviola, viola de 10 cordas e voz.

Alaor: violão, viola de 10 cordas e voz.

Moacir: chocalho indígena, pandeiro, percussão e voz.

CONVIDADOS

Zezinho: Tuma e voz.

Lincoln: Bateria.

Jairo: Violão.

João: Bumbo.

Direção Artística: Marcus Vinicius.

Foto: RAF.

SARTRE, O POETA

Agosto 26, 2014

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O engajadíssimo filósofo Jean Paul Sartre, criador da Filosofia Existencialista da Liberdade, teve sua riquíssima existência marcada por produções não só filosóficas, mas também políticas e artísticas como o teatro, o conto, a novela, o romance e até roteiro cinematográfico, como foi o caso de Freud Além da Alma, que o diretor de cinema John Houston lhe encomendou, mas Sartre não permitiu sua realização porque o diretor queria um Freud, personagem hollywoodiano. Além de desenvolver uma profunda crítica através de artigos e manifestos.

Entretanto, conhecido por essa variada produção filosófica-política- artística, Sartre, jamais foi visto como um poeta. Uma expressão sua desconhecida até de muitos especialistas em sua filosofia. Pois bem, no dia 25 de fevereiro do ano de 1940, quando se encontrava como prisioneiro de guerra ele, depois de ler um poema do jovem poeta Alain Borne, resolveu escrever um poema que agora este esquizofia transcreve.

Leiamos o que ele escreveu para filósofa Simone de Beauvoir, sua Castor companheira, contando de seu estado antes de escrever o poema.

“Hoje recebi os poemas de um jovem chamado Alain Borne, eu os li e cheguei à conclusão de que não entendia nada. Irritado e para me analisar e também porque nestes últimos dias atravesso uma fase desagradável, mas poética, tentei escrever um poema. Transcrevo-o aqui pelo que ele vale, e também por mortificação”.

Agora, esquizofiamente, vamos ao poema.

“Dissolvem-se os estalidos de lua sob as árvores mortas

Em água os mil clarões que ocultam seu nome

Dissolve-se o puto sal do inverno, minhas mãos estão secas.

Comprimo entre as casas a doce estopa oleosa de ar e

O céu é um jardim botânico sentindo a planta que volta.

Nas janelas das grandes praças desertas

Fantasmas empoeirados vêem passar na rua a lenta massa negra.

Dissolvem-se as agulhas de branca alegria no meu coração

Meu coração cheira a peixe.

Primavera venenosa que começa

Não me faças mal

Meu coração enrijecido contra a dor

Abomina agora a primavera.

Primavera que começa no meu coração

Passas tu arder como uma tocha

E que a pedra tórrida do verão toque

 E seque as relvas flexíveis

Sopro ardente, deslizei sobre a pedra

E as sementes arderam, incendiadas pelo vento

Sopro gelado sobre a neve

Deslizei, rígido e transparente,

E o mundo era de mármore e eu era o vento

Mas eis que volta o exílio da primavera”. 

Sartre era dotado de um singelo humor e uma ferina ironia. Uma prova ele apresenta contra si mesmo ao terminar o poema. “Isso é tudo. O resto joga-se fora”.                                          

CINEMA EM ESCOLA DO INTERIOR DO AMAZONAS

Agosto 25, 2014

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O cinema é uma arte que pode proporcionar ao espectador uma experiência sui generis do movimento como mudança qualitativa. Isto porque o cinema é devir-imagem. Tanto imagem já concebida, como imagem-virtual para ser atualizada como real. Usado na educação, o cinema pode ser peculiar às duas formas de imagens. Entretanto, é com a segunda forma que o cinema é uma arte de educação-revolucionária, porque ele possibilita o educando, ao se lançar nos fluxos e quantas da imagem-virtual, construir e vivenciar novas imagens. O que significa novas formas de concepção do mundo transformado. O que é um dos objetivos da educação-real: o educando sai de um estado de coisa estabelecido para se situar em outro estado produzido por ele mesmo junto com o educador e os outros companheiros.100_2147 100_2153 100_2155 100_2156 100_2147

Nisso, o cinema na escola como arte-educacional eleva a sensibilidade do educando a outra dimensão-criativa. É esse o objetivo do educador-artista Marcos Nei junto aos estudantes da Escola Santa Isabel, na comunidade do mesmo nome, nas margens do Rio Negro, no Amazonas, 12 horas de barco saindo ou chegando a Manaus. Inicialmente, o educador-artista Marco Nei, realizava as sessões, pela parte da noite, dentro da escola para os estudantes. Só que ele percebeu que alguns moradores da comunidade, construíram bancos pela parte de fora da escola para vivenciar o cinema. Ele então considerou que os moradores pudessem também assistir as sessões de cinema dentro da escola.100_2171100_2159100_2158100_2160100_2194100_2196100_2198

Pronto. A escola deixou de ser apenas uma escola onde eram realizadas as sessões de cinema para os estudantes para ser uma sala exibidora de cinema para a comunidade. Mas, entretanto, é bom saber que escola não tem o mínimo de elementos físicos para funcionar, ainda mais como sala de projeção de cinema. A escola é uma escola municipal da prefeitura de Manaus governada pelo prefeito do PSDB, Arthur Neto, cuja situação anti-educacional não se resume apenas na triste condição da escola, mas vai até o lugar onde se ‘hospeda’ o educador-artista Marco Nei, já que ele é domiciliado em Manaus e trabalha nessa comunidade. Vide as fotos.100_2200 100_2201 100_2202 100_2203 100_2204 100_2216 100_2208 100_2211

Os cinemas projetados para as crianças e a comunidade escapam dos filmes do roteiro comercial que tem o único objeto de alienar os espectadores através da visão e audição, e transformá-los em sujeitos-sujeitados pacificamente como bons devoradores destes produtos de péssima categoria. São cinemas escolhidos na cinematografia nacional e internacional que tem um compromisso criador e transformador com a participação dos sentidos e a cognição dos espectadores. O método, se é que a arte precisa de método, é assistir as sessões e depois se reunir para analisar o que foi visto e tecer opiniões. E depois, os educandos, tendo como elementos cenas dos cinemas, criam situações teatralizadas por eles mesmos. Os que não interpretam desenham ou pintas as cenas. Sem esquecer que o écran, a tela, é a própria parede da escola.

Como se observa, o cinema serve de arte de partida para outras artes, como o teatro, o desenho e a pintura. Um importante signo cinematográfico com força didática e pedagógica, é o conhecimento pelos educandos das estruturas do cinema. Ou seja, a linguagem dos signos-planos que compõem uma obra cinematográfica. Como plano-close, o plano-americano, o plano- em conjunto, o plano em profundidade, a panorâmica, e os travellings para trás e para frente, o plongée e o contra-plongée, campo e contra-campo, flash, flash-back. O que torna o cinema mais compreensivo.

Veja algumas imagens referentes ao processo criador do cinema na escola da desassistida comunidade de Santa Isabel.

EXPOSIÇÃO JULIO CORTÁZAR 1914-2014

Agosto 24, 2014

Começou na sexta-feira, a Exposição Julio Cortázar 1914-2014 patrocinada pelo governo argentino em função do centenário do ilustríssimo autor da obra O Jogo da Amarelinha. A exposição é composta de fotografias, textos, músicas e a voz do escritor narrando alguns de seus textos tendo como sonoplastia peças de jazz. As fotografias são obras de famosos fotógrafos como Sara Faccio, Manja Offerhaus, Alicia D’Amico e Dani Yako.

Cortázar, que nasceu na Argentina, mas viveu durante alguns anos na França, é um escritor com um estilo que vai do realismo ao realismo fantástico com exuberantes cenários, onde os personagens, muitas vezes, chegam ao quase limite de suas angustias. Cortázar, além de romancista era um talentoso contista e novelista. Não foi um escritor que reduz sua existência a sua literatura se afastando dos processuais político-social, como ocorre com a maioria dos escritos do Brasil. Pelo contrário, Cortázar foi um engajado opositor da ditadura militar que se instalou em seu país.

Ainda ocorrerão, como forma de homenagem ao escritor, outras duas mostras simultâneas. Uma, Los Otros Cielos, no Museu Nacional de Belas Artes de Buenos Aires, e, outra, Rompecortázar, no Palais de Glace.

“São pinceladas sobre a vida e a literatura de Cortázar. É uma síntese biográfica cruzada pelos livros que escreveu. Foi uma pessoa que viveu em um país quase a metade de sua vida e depois em outro e em sua literatura a passagem está permanentemente presente, como arquitetura. Muitos contos começam em um lugar e depois há uma passagem que os leva a outro.

Nossa intenção é recordá-lo, homenageá-lo e ver se acendemos um pavio para os que não o conheceram se animem a lê-los e os demais a ler novamente.

Ele sempre escreveu em portenho e O Jogo da Amarelinha oferece um olhar de Paris com a visão de um portenho”, disse Liliana Piñeiro diretora-executiva da Casa Nacional do Bicentenário e responsável pela descrição da exposição.

A 23ª EDIÇÃO DA BIENAL INTERNACIONAL DO LIVRO DE SÃO PAULO

Agosto 23, 2014

Começou ontem, dia 22, e vai até o dia 31, domingo, a 23ª Edição da Bienal Internacional do Livro de São Paulo. A bienal que será realizada no pavilhão de Exposição do Anhembi contará com 480 expositores entre editoras, escritores independentes, distribuidoras, livrarias, importadores, exportadores, gráficas e jornais entre outras formas relativas à literatura. 

A exposição que acredita receber 800 mil visitantes, quando na última recebeu 750, não ficará reduzida apenas a apresentação literária. Também contará com apresentações culturas, gastronomia e negócios.

São 186 escritores brasileiros convidados e 22 estrangeiros. O total do investimento na bienal, de acordo com a Câmara Brasileira do Livro (CBL) foi de R$ 34 milhões. Deste montante, R$ 4,8 milhões foi proveniente da Lei Rouanet.

 O trabalhador poderá usar seu Vale Cultura para participar da exposição pagando somente a metade do ingresso e ainda tem direito de participar em exposições que aceitam o vale. Assim como assistir a palestra do autor dos romances Yalo e Porta do Sol, o libanês, Elias Khoury, que tratará dos conflitos entre os libaneses e palestinos.

A GRANDEZA, A SERENIDADE E A FINA SENSIBILIDADE DE CYBELE

Agosto 23, 2014

A cantora Cybele, do Quarteto em Cy, morreu no Rio, aos 74 anos

A cantora Cybele faz parte do conjunto vocal singular da musica brasileira que surgiu na década de 60 e atravessou décadas promovendo a estética sonora de primeira grandeza aos ouvintes.

O famosíssimo Quarteto em Cy composto pelas íntimas, Cybele, Cynara, Cylene e Cyva que saíram da Bahia como Baianinhas para iniciar carreira no Rio de Janeiro, propriamente na Boate Beco das Garrafas, no ano 1964, o início da perversa ditadura civil-militar. Boate situada em Copacabana, point da dita Bossa Nova.

Cybele teve participações originais cantando com personagens ilustres do cancioneiro brasileiro. Como cantora do Quarteto em Cy, gravou clássicos com o afinadíssimo e engajado MPB4. São obras incomparáveis de sensibilidade enaltecedora.

Esse Esquizofia, que compõe alegremente com Cybele e irmãs, proporciona um passeio estético-sonoro com o conjunto da harmonia-singular.