Réplicas – É o Tchan do Brasil (1997)
Tréplica: LMFAO – Sorry For Party Rocking (2011)
Sons de grilhetas nas estradas
cantos de pássaros
sob a verdura úmida das florestas
frescura na sinfonia adocicada
dos coqueirais
fogo
fogo no capim
fogo sobre o quente das chapas do Cayatte.
Caminhos largos
cheios de gente cheios de gente
em êxodo de toda a parte
caminhos largos para os horizontes fechados
mas caminhos
caminhos abertos por cima
da impossibilidade dos braços.
Fogueiras
dança
tamtam
ritmo
Ritmo na luz
ritmo na cor
ritmo no movimento
ritmo nas gretas sangrentas dos pés descalços
ritmo nas unhas descarnadas
Mas ritmo
ritmo.
Ó vozes dolorosas de África!
Fogo e ritmo (Sagrada esperança) de Agostinho Neto
The sound of chains on the roads
the songs of birds
under the humid greenery of the forest
freshness in the smooth symphony
of the palm trees
fire
fire on the grass
fire on the heat of the Cayatte plains
Wide paths
full of people full of people
an exodus from everywhere
wide paths to closed horizons
but paths
paths open atop
the impossibility of arm
fire
dance
tum tum
rhythm
Rhythm in light
rhythm in color
rhythm in movement
rhythm in the bloody
cracks of bare feerhythm on torn nails
yet rhythm
rhythm
Oh painful African voices
Fire and rhythm (Sacred hope) from Agostinho Neto
Gostava de ler os minicontos com acento lusitano daquela moça, cujo nome era um pouco vaidoso, e a alma era dada a profundezas.
O Acento Lusitano
– Sabia que eu tenho um irmãozinho?
– Ah, é? E onde ele está?
– Na barriga da minha mãe.
Ao Que Vai Chegar
– Você não acha que eu me pareço com a Grace Kelly?
Não achava. Mas como se livrar daquele enrosco? Pensou depressa e respondeu com toda a delicadeza:
– Parece, parece sim, quase irmãs. Mas é que eu prefiro a Judy Garland.
Parecenças
Contos internáuticos de Pami
O novo cinema do engenhoso diretor finlandês Aki Kaurimäki
E vamos levando que já cabou a farra e as rosas e só sobrou ressacosas…
Os ‘lesmas’, efeito de neve (1870), FLEURY CHENU
Les trainards, effet de neige , Paris, Musée d’Orsay
Van Gogh que está em Londres e respira arte e escreve para o irmão suas percepções , desejos e faz uma troca de pintores que admira:
Fleury Chenu foi um pintor francês cujo o nome real era Augustin Pierre Bienvenu Chenu e cujo principais tipos de pinturas eram retratos, paisagens (principalmente de Lyon ou paisagens com neve), de animais e do cotidiano. Seu nome Fleury é também considerado para que não se confunda com outro artista, o gravurista produtor de agua-fortes do rococó francês (a partir de 1730) também chamado Pierre Chenu.
Nascido no dia 12 de Maio de 1833 em Briançon nos Alpes franceses. Aos 13 anos se mudou com sua família para Lyon e em 1847 entrou para a Escola de Belas Artes (Ecole des Beaux-Arts), onde estudou pintura com Jean-Claude Bonnefond e Michel-Philibert Genod, além de trabalhar com o pintor de animais Jean Baptiste Louis Guy .
Ainda no ínicio de sua carreira de amador ele trabalhou pintando decorações em murais para ganhar sua sobrevivência. Com o tempo ele começou a pintar a cidade e o interior ao refor de Lyon, se juntando com Jean Baptiste Beuchot e Joseph Benoit Guichard. Em 1854 faz sua estréia no Salão de Lyon em 1854 e 1855 com “Annibal defendem os romanos em Cannes” e “Efeito da manhã”.
Por volta de 1858 passa a integrar a um grupo de artistas românticos que incluia os pintores Francis Verney, Antoine Vollon, Joseph Ravier e Joseph and Jean Antoine Bail. Sua estréia no Salon parisiense é em 1867 com “Sobre o cais” e “A Neve”, fazendo Alexandre Dumas perceber seus trabalhos.
Ele morreu no dia 9 de maio de 1875 em Lyon, estando enterrado no cemitério de Loyasse.
SOBRE A OBRA
O Segundo Império na França sempre manteve, na metrópole e suas colônias, uma armada importante afim de sustentar, com diversas fortunas, tanto a segurança nacional quanto a defesa dos interesses e posses no estrangeiro. Reservado aos fieis do regime segundo uma organização hierárquica que empregou largamente as concepções militares do primeiro império, o oficial de uma armada permanente e numerosa não apresentava fora do conflito, o rigor que seria esperado daquela instituição. Apesar as frequentes caminhadas militares, as grandes manobras e a expedição do México a partir de 1861, que os jornais regularmente reportavam, após as vitórias heróicas nos anos de 1840, em Sébastopol, Magenta ou Solférino, o exército francês parecia dormir num sonho de glória que se interrompe brutalmente em Sedan, quando a França de Napoleão III se rende ao exército prussiano (alemão), encerra seu segundo império e inicia a fase da Terceira República Francesa.
Com um tratamento virtuoso dos fenômenos atmosféricos ligados a neve, a chuva e a neblina nas composições quase monocromáticas unicamente reveladas de alguns toques de cores, Fleury Chenu recebe as graças da críticas por seus envios ao Salon de 1867 e ao de 1868, edição que obtêm uma medalha. Durante o Salon de 1870, exibe novamente uma vasta paisagem de neve de construção minuciosa, sua simpres e eficaz composição é adquirida pelo Estado Francês pelo preço elevado de 8 000 Francos.
Ilustração reconstruida no atelier por um paisagista, esta cena militar participa das numerosas produções anedóticas inspiradas por uma armada em busca de ideais, a partir do meio dos anos de 1860. Apesar das numerosas intervenções armadas (Argélia, Rússia, México…), os dirigentes políticos franceses após a Restauração se opõe a herança guerreira dos anos revolucionários e não mantêm mais a doutrina de guerra que tinha fundamentado o período de 1789-1815. Os regimentos militares de 1831 e 1863 fornecem poucas referências aos diferentes corpos da hierarquia militar e defende uma ação defensiva (trincheiras-abrigos, fogo a longa distância…) contrária a tradição francesa. O grande projeto de reforma do marechal Niel foi recusado em 1868, e o exército mantêm o sistema de sorteio, pouco mobilisador. Apesar de sua vontade em ter o papel de comandante como chefe das Forças Armadas, Napoleão I não saberá liderar suas tropas. D, o imperadorl’empereur ne saura mener ses troupes. Assim, a frança buscará confrontar um problema duplo: a falta de uma doltrina de guerra e um líder para a aplicar.
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MARCHINHA DA BANDINHA DO OUTRO LADO 2012
Composição: Crianças do Novo Aleixo
“Chegou! (a brincadeira)
Chegou! (a fantasia)
Chegou! (a alegria)
A bandinha do outro lado
Pra mostrar seu carnaval
Trazendo um tema que toca em todo mundo
O compromisso com a defesa ambiental
A bandinha do outro lado
É a criança brincando em sua beleza
Por isso ela canta, dança, pula, bole
Sempre livre, Não dá mole
Porque ela é natureza
O carnaval que tem suas origens nas festas pastoris gregas em homenagem ao deus Dionísio, em celebração à vida e à colheita, teve sua potência libertadora dionisíaca passando pela existência de várias crianças, jovens, pais e moradores do Novo Aleixo, Zona Leste de Manaus, que produziram todos um encontro transformador, deixando seus afazeres domésticos e cotidianos para deixar passar a vida.
Sabemos que a não-cidade de Manaus é produtora de tristezas que imobilizam muitos corpos inclusive no carnaval. Além de sofrer com os problemas infelizmente cotidianos da falta d’água, transporte coletivo inoperante, falta de opções de lazer e eventos culturais nos bairros, ruas sem pavimento, calçadas e bueiros, praticamente não há a produção de bailes, blocos e produções dionisíacas durante o carnaval. Mas no bairro do Novo Aleixo, as crianças produzem todo ano o sentido alegre da vida, além desta desconstituição de não-cidade.
Aos poucos a Bandinha foi tomando as ruas e enchendo todo o bairro da contagiante festa do carnaval que acontece sem os preconceitos e bloqueios produzido pelos homens que pontuam suas existências por limites, especificamente religiosos inertes, conservadores e imóveis. Logo vários moradores saíram de suas casas e integraram a transformação feita bandinha.
Mesmo com as ruas entulhadas de lixo, cuja a coleta foi prometida aos moradores há mais de um mês pela prefeitura (com inoperância de um prefeito cassado) , a bandinha não diminuiu sua potência de agir e elevou a vida do Novo Aleixo a outro plano, longe da perversidade dos governantes.
Após o andar de encontros transformadores do Novo Aleixo, a bandinha voltou a sua concentração, onde o bode do carnaval a criança Hayssa falou um pouco sobre a história desta festa.
Depois a festa continuou com os toques da Bandinha músical e o cantar de diversas músicas e marchinhas do carnaval brasileiro, e o alegre dançar dos passistas, ritmistas, pais, foliões, reis e rainhas da nossa bandinha.
E na Bandinha do Outro Lado um dos grandes momentos do salão carnavalesco é a marchinha “Corre, Corre lambretinha” do grande compositor carnavalescos João de Barro, o Braguinha. Como se vê no video o correr da lambretinha é o motor da alegria contagiante da Bandinha do Outro Lado.
Logo depois houve o desfile das fantasias e cada criança pode mostrar seu trabalho na produção de fantasia e fazer outros percursos diferente que faz na escola e em casa. E na passarela os dançarinos da bandinha.
E a festa tomou o salão até a boca da noite, com a bandinha em seus encontros crianças alegres produzia novos movimentos nos corpos e deixando neles rastros da animação. Muitas marchinhas, danças, movimentos , sorrisos seguiram até a hora de recompor as energias com um delicioso mata-broca carnavalesco que trazia vatapá, arroz, frango, seguido de bolo de chocolate, doces e o delicioso sorvete doado pelo afinado Nelson que nas quadras não-carnavalescas é conhecido como Nelson Noel. E a alegria dionisíaca da bandinha irradia durante todo ano até que as comunalidades se encontrem na produção de uma nova Bandinha.
BANDINHA DO OUTRO LADO
TODO DOMINGO GORDO NO NOVO ALEIXO
O carnaval é um período festivo onde as pessoas produzem encontros alegres que rachem com a dureza ecerteza daquilo que definem como seus cotidianos. Desta forma o carnaval produz como festividade uma nova forma de existência que transforma a rigidez dos corpos e rostos em um alegre regogizo.
Desta forma o carnaval cria uma rachadura na ‘realidade’ e propicia outras vivências. Por este motivo durante o carnaval vários homens aproveitam para se travestirem, deixando para trás todo o peso milenar feito pela busca opressiva da superioridade do homem frente a mulher.
Nesta época o movimento cortante do devir-minoria da fêmea pode ser produzido por todos. Tendo esta vontade de deixar passar a força transformadora desta minoria, neste domingo a tarde antes da tempestade, alguns afinados deste bloguinho encontramos por acaso, vários homens, mulheres e bonecas se reuniram em frente ao restaurante Vishy localizado na esquina da Av. Japurá com R. Silva Ramos no Centro de Manaus para mostrar um desfile carnavalesco de várias bonecas. Decidimos registrar este evento organizado de um bloco que não vende sua alegria ao mercenarismo do carnaval$.
Os apresentadores devidamente caracterizados chamaram os candidatos para apresentarem sua beleza e alegria. Em um país alegre como o Brasil, onde ainda se tem conquistado vários direitos da cidadania, a brincadeira é tida com um grande respeito aos que escolhem o Transgênero como uma escolha de vida e sexual.
Além de personagens femininos como a Mulher Maravilha, houveram também outras caracterizações e até um personagem masculino, Quico do Chaves.