Archive for Julho, 2020

TÁDZIO FRANÇA: CHORO CLÁSSICO

Julho 30, 2020

 

Através do Clube do Choro, fundado em maio de 2019, os brasileiros pretendem retomar a relação de Viena com aquele que é considerado o primeiro gênero musical urbano do Brasil.

A família Pádua continua tocando junta em Viena, entre o Clube do Choro e a produção cultural – Créditos: Fernanda Nigro

Entre os salões dos palácios austríacos e os velhos terreiros brasileiros há mais ligações do que sugerem as vãs barreiras culturais e geográficas. O choro nasceu há 150 anos como uma releitura popular da música européia. Nada mais natural que em pleno século 21 esses laços voltem a se fortalecer na forma do Clube do Choro de Viena, um projeto de brasileiros e europeus que há pouco mais de um ano está fortalecendo o gênero na terra da música erudita, através de várias ações. O multi-instrumentista Antônio de Pádua é um dos criadores e diretores dessa conexão musical.

O clube, ou Wiener Choro Klub para os austríacos, nasceu de um projeto conjunto entre os músicos brasileiros Antônio de Pádua e Alegre Correa, e o produtor acadêmico francês Étienne Clément. O trio encontrou no chorinho os elementos essenciais para fazer a interação dos músicos brasileiros com os europeus. “A relação é afetiva e emocional porque as duas músicas têm muito em comum. O exemplo da valsa vienense ilustra muito bem esses laços culturais entre os dois gêneros”, afirma Étienne, em entrevista à Tribuna do Norte direto de Viena, onde a família Pádua está radicada desde o ano passado.

Por mais que Viena respire música clássica, Étienne ressalta que a relação da cidade com a MPB é antiga. “Cabe lembrar que Alegre Corrêa, Fernando Paiva e Ita Moreno construíram uma cena de música brasileira por aqui já nos anos 1980”, diz. Ou seja, o terreno é receptivo, e já se pode falar até de uma segunda geração de músicos brasileiros por lá, que inclui o baterista Matheus Jardim (filho de Antônio de Pádua, radicado em Viena desde 2013), Marco Antônio da Costa (violonista natalense, em Viena desde 2008), e o pianista baiano Fagner Wesley.

Através do Clube do Choro, fundado em maio de 2019, os brasileiros pretendem retomar a relação de Viena com aquele que é considerado o primeiro gênero musical urbano do Brasil. Uma das principais ações do clube é a organização de rodas de choro mensais, shows (com artistas da cena austríaca) e palestras com músicos brasileiros convidados. O trombonista Raul de Souza e o violonista João Camarero foram os primeiros dessas ações. Foram realizadas 15 rodas de choro no ano passado.

Um dos projetos ambiciosos do clube é a realização do primeiro Viena Choro Festival, que seria realizado em junho deste ano, mas que devido a pandemia do coronavírus foi adiado para 2021. “O atual confinamento levou o clube a propor uma série intensa de bate-papos on-line sobre o choro com alguns dos maiores expoentes do gênero, como Luciana Rabello, Reco do Bandolim e Armandinho Macêdo”, conta Étienne. Além das lives, o grupo está gravando o primeiro CD do Clube, com composições autorais e alguns estandartes do gênero – com destaque para Waldir Azevedo.

O conhecimento de Antônio de Pádua também é repassado através de workshops mensais. O Clube do Choro conta no momento com mais de 30 alunos, de várias idades e nacionalidades, aplicados no aprendizado de pandeiro, violão, trompete e cavaquinho. Étienne ressalta que a complexidade do chorinho atrai o músico europeu. “Esse lado performático é muito buscado pelos europeus. Dentre nossos alunos, alguns vêm do clássico e encontram no choro um desafio grande de se tocar tecnicamente, ao mesmo tempo em que têm a possibilidade de desenvolver a criação”, diz. O choro e o clássico têm muito pontos em comum do ponto de vista técnico da execução.

Antônio de Pádua é diretor artístico e musical do clube, atuando com a esposa Roberta Karin (percussionista) e o filho João Vítor, além do violonista natalense Marco Antônio da Costa. O músico também formou o grupo ‘Wiener Choro Ensemble’, uma bela vitrine do clube, formado por cinco músicos. A conexão de Pádua com a capital potiguar permanece forte apesar da distância, e inclui muitos planos para após a pandemia.

Segundo Pádua, o trabalho do clube busca mostrar ao público europeu a erudição do choro brasileiro, e o quanto essa música é enriquecedora para o desenvolvimento musical de qualquer músico, independente da área de atuação. “Eles já conheciam a nossa música através da bossa nova, e agora estão descobrindo nossa diversidade musical e estão se apaixonando cada vez mais”, diz.

A turnê do primeiro CD do Clube prevê uma passagem pelo Brasil, tendo Natal e João Pessoa como os pontos principais. “Nosso intuito é construir um mercado aqui em Viena para que os artistas natalenses e principalmente nordestinos possam vir tocar na cidade através das turnês. Além do mais, fizemos uma live no Dia do Choro (23 de abril) com o grande compositor natalense João Juvanklin”, explica Étienne, ressaltando que a cena natalense de choro, tal como o Choro do Caçuá de Carlos Zens, é uma grande fonte de inspiração para os chorões de Viena.

DOCUMENTÁRIO SOBRE PRISÃO DE CAETANO VELOSO NA DITADURA É SELECIONADO PARA FESTIVAL DE VENEZA

Julho 29, 2020

“Narciso em Férias”, de Renato Terra e Ricardo Calil, é o único título brasileiro na lista do evento

                                                                                             Foto: Divulgação

“Narciso em Férias”, documentário de Renato Terra e Ricardo Calil, que fala sobre a prisão de Caetano Veloso em 1968, durante a ditadura militar, foi selecionado para a 77ª edição do Festival de Veneza, um dos principais eventos de cinema do mundo e um dos primeiros que devem ocorrer presencialmente desde o início da pandemia de coronavírus.

No longa, Caetano relembra como ele e Gilberto Gil foram retirados de suas casas em São Paulo poucos dias depois de o AI-5 ser decretado, sem receberem explicações, e fala sobre os 54 dias que permaneceu encarcerado.

“Narciso em Férias” é o único título brasileiro na lista do evento. O documentário participa da seção fora de competição do Festival de Veneza e, portanto, não concorre ao Leão de Ouro. A produção do filme é de Paula Lavigne e da VideoFilmes, de Walter Salles e João Moreira Salles.

O Festival de Veneza está marcado para acontecer entre os dias 2 e 12 de setembro, na Itália. Presidido pela atriz Cate Blanchett, o júri é composto pelos cineastas Christian Petzold, Cristi Puiu, Joanna Hogg e Veronika Franz, pela atriz Ludivine Sagnier e pelo escritor Nicola Lagioia.

Com informações da Folha

CARLOS MOTTA: REABERTURA DA SALA CECÍLIA MEIRELLES, NO RIO

Julho 28, 2020

 

Inicialmente sem a presença de público, os concertos serão veiculados no canal no YouTube da instituição, assim como divulgados em todas as suas mídias sociais

                                                                                Duo Santoro

Reabertura da Sala Cecília Meirelles, no Rio, por Carlos Motta

Uma das mais tradicionais salas de concertos de país, reconhecida por sua acústica impecável, a Sala Cecília Meireles, no Rio, retoma sua consagrada agenda de concertos, tão aguardada desde a interrupção das atividades por conta do novo coronavírus, estreando a programação #saladigital.

Inicialmente sem a presença de público, os concertos serão veiculados no canal no YouTube da instituição, assim como divulgados em todas as suas mídias sociais (Facebook, Instagram e Twitter). Para garantir a segurança dos músicos, técnicos e funcionários, a Sala Cecília Meireles seguirá o Protocolo de Segurança Sanitária da Funarj.

Abrindo a Série Concertos Petrobras Para Todas as Famílias / Blim Blem Blom, no sábado, dia 1º de agosto, às 12 horas, o prestigiado Duo Santoro fará a estreia também com transmissão ao vivo pela Rádio MEC FM (93,3) – por meio do programa Blim-Blem-Blom, com apresentação de Tim Rescala e Betina Fonseca. A apresentação poderá ser assistida no site https://radios.ebc.com.br/mecfmrio.

Os irmãos Paulo e Ricardo Santoro subirão ao palco, inicialmente, para executar obras escritas exclusivamente para o duo: “Sandrino no Choro” (Adriano Giffoni), “A bênção Sandrino” (Leandro Braga), e “Cantiga Pedro e Marcela” (Dimitri Cervo). Em seguida, Paulo Santoro e Marcela, sua filha de seis anos, ao violino, apresentam “Andantino”, de S. Suzuki. Pedro, de sete anos, filho de Ricardo Santoro e também violinista, sobe ao palco junto com pai para tocar “Bourrée”, de G. F. Handel.

A reunião familiar se estende em consagração com a participação do patriarca, contrabaixista Sandrino Santoro, que, ao lado dos violoncelistas Paulo e Ricardo, apresenta “Sarabanda da Sexta Suíte para violoncelo”, de Bach.

A percussionista Ana Letícia Barros, mãe de Marcela e esposa de Paulo Santoro, se junta aos gêmeos na última parte do concerto e, reunidos, promovem uma releitura de inesquecíveis obras populares: “Tico-tico no fubá” (Zequinha de Abreu), “O Trenzinho do Caipira” (Heitor Villa-Lobos) e “Brasileirinho” (Waldir Azevedo).

Ao longo de toda a programação #saladigital, serão arrecadadas doações para o Sindicato de Artistas e Técnicos em Espetáculos do Rio de Janeiro, que auxilia profissionais de teatro e música duramente atingidos pela interrupção de concertos, óperas e peças teatrais durante a pandemia.

Duo Santoro

Considerado “um dos maiores sucessos da música erudita brasileira” pelo Jornal O Globo, o Duo Santoro é um dos conjuntos mais elogiados pela crítica especializada. Único duo de violoncelos em atividade permanente no Brasil, o Duo Santoro estreou em 1990 e já se apresentou nas principais salas de concerto de todo o país e também no Carnegie Hall de Nova York, na Argentina e na República Dominicana.

Seus recitais incluem um leque eclético de estilos, que vai do erudito ao popular. Uma das principais metas do Duo Santoro é a divulgação da música brasileira. Para isso, contam com a colaboração de vários compositores, que dedicaram algumas de suas principais obras ao Duo, tais como Edino Krieger, Ronaldo Miranda, João Guilherme Ripper, Ricardo Tacuchian, Dimitri Cervo, Villani-Côrtes, Tim Rescala, André Mehmari, entre outros.

Em 2013, lançaram seu primeiro CD, “Bem Brasileiro”, e em 2017, lançaram o segundo CD, “Paisagens Cariocas”, sendo eleito um dos “10 álbuns imperdíveis de música erudita” pela Revista Bravo! de São Paulo. Em 2018, gravaram o CD “Retratos de Brasil en Córdoba”, como solistas da Orquesta Académica del Teatro del Libertador.

ESCRITORAS NEGRAS DO NORDESTE ALIAM A LITERATURA À DENÚNCIA DAS DESIGUALDADES

Julho 27, 2020
ARTE

Inspiradas na realidade das periferias e sertões nordestinos, elas misturam aspectos da vida pessoal e questões sociais

Lucila Bezerra
Brasil de Fato | Recife (PE) |

 

Luna começou a viver a poesia nas ruas através do projeto Agentes da Palavra – Divulgação

No último dia 25 de Julho foram comemorados o Dia da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha e também o Dia do Escritor. Em todo o Brasil, diversas mulheres negras se utilizam da escrita para contar as suas histórias e para lutar contra as opressões impostas pelo racismo, pelo machismo e pelo patriarcado, a exemplo de Carolina Maria de Jesus, Conceição Evaristo e Maria Firmina dos Reis, com obras reconhecidas nacional e internacionalmente. Elas utilizam o poder da palavra e dos versos como ferramenta de denúncia e transformação social.

“Se a gente for olhar na nossa literatura, por vezes as mulheres negras são citadas e tratadas com estereótipos, mas não há uma valorização das histórias contadas por essas próprias mulheres”, afirmou a baiana Jamile Araújo, que é física, comunicadora popular e escritora.

Jamile é umas das autoras do livro “De Bala em Prosa”, que reúne textos de diversos autores que falam sobre as expressões do racismo no Brasil. O nome do livro faz uma referência a a morte do músico Evaldo Rosa e do catador de materiais recicláveis Luciano Macedo causada por 80 tiros disparados por policiais militares do Rio de Janeiro em abril de 2019.

Jamile exemplifica que algumas trajetórias demoram a ser reconhecidas “A gente tem como exemplo é a própria Carolina Maria de Jesus, que era catadora de material reciclável, e escrevia nos seus diários a partir das angústias que ela sentia, da fome, do peso de ser mãe solteira que precisava sustentar dos seus filhos, de ser mãe solteira e pobre, e a partir disso foi a forma dela falar das suas angústias. O livro foi traduzido, ficou famoso, mas essa forma de escrita ainda não é valorizada.” 

Ouça: Carolina de Jesus: escritora que traduziu em palavras uma realidade incômoda

Apesar de sempre ter utilizado da escrita como uma forma de expressar as suas emoções, Jamile se dedicou à formação superior em Física antes de se tornar escritora, mas depois foi voltando a sentir necessidade de utilizar a palavra como forma de se expressar após se deparar com diversas formas de opressão e preconceitos. “Com o período da formação em Física isso ficou meio adormecido, mas, a partir do momento que eu ingressei nos movimentos sociais, isso meio que voltou à tona, sobretudo quando eu tenho um contato com a leitura de mundo,  entender o que é o racismo, o que é o machismo, o que é o patriarcado, a exploração dos trabalhadores”, disse Jamile. “Isso trouxe a angústia, mas também me fez ter vontade de voltar a escrever e me expressar.”

Para a poetisa recifense Luna Vitrolira isso não foi diferente. Ela começou a viver a poesia nas ruas através de um projeto chamado Agentes da Palavra, onde viajava pelos sertões e pelas periferias para levar seus versos. “O agente de saúde ele vai de de casa em casa para verificar água, para dar uma informação, a gente ia para dizer poesia”, relembra.

 Minha poesia sempre esteve nesse lugar político, sempre foi uma ferramenta de transformação social.

 

Ela aponta que sempre teve na escrita um instrumento de autocuidado através dos diários e, com o passar do tempo descobriu na palavra o papel de dar voz àqueles que são oprimidos. “Quando eu começo na literatura, infelizmente eu não começo com essa consciência desse papel tanto artístico, quanto político, quanto poético-literário. Mas intuitivamente eu sempre tive a poesia como guia. Eu vou pra rua com um posicionamento político, mesmo que esse posicionamento não estivesse no meu discurso, estava na minha prática”, afirmou a poetisa.

A literatura tem o papel de fazer as escritoras encontrarem a própria voz dentro do lugar onde vivem, sendo utilizada como instrumento de denúncia e uma forma de se chamar atenção. “A minha poesia começa no sertão, então quando eu começo a declamar no sertão para pessoas sertanejas, isso tem um lugar de identificação também. Então isso respaldava e fundamentava tudo o que eu comunicava para as pessoas”, disse.

Luna também percebe em sua poesia uma função social “Então, para mim, a minha poesia sempre esteve nesse lugar político, sempre foi uma ferramenta de transformação social, de conscientização, de humanização. Hoje a minha poesia fala da minha voz, da minha vida, do meu lugar de fala, do lugar de onde eu vejo o mundo. Então passa pelo lugar de ser uma mulher negra, uma mulher negra, gorda, nordestina e sertaneja”.

Fonte: BdF Pernambuco

Edição: Rodrigo Chagas e Vanessa Gonzaga

TATA AMARAL: BRASIL AVANÇAVA CONTRA DESIGUALDADE NO AUDIOVISUAL, MAS BOLSONARO ABORTOU INCENTIVOS

Julho 25, 2020

 

As assimetrias do mercado audiovisual, as leis de incentivo à produção, a regulação do setor de plataformas on demand. A cineasta fala disso tudo e muito mais à redação do GGN. Assista

Jornal GGN – Em 2016, a Ancine divulgou dados de uma pesquisa que mostram como o mercado audiovisual no Brasil é marcado pela extrema desigualdade de gênero e raça. Segundo o estudo, as mulheres foram diretoras em apenas 19% dos filmes produzidos, e nenhuma delas era negra. As roteiristas somavam 15%. A maior parte, 39%, trabalhou na área de produção executiva. Na fotografia, apenas 5% conseguiram atuar.

Diante desses dados, a pergunta que se segue é: quem está escrevendo as histórias que entram nas salas de cinemas ou nas plataformas on demand? E quais narrativas estão construindo por aí a respeito das mulheres, negros e negras e indígenas no Brasil?

“Nós mulheres somos maioria [na sociedade brasileira]. Negros e negras também. O mínimo que a gente pode esperar é que a gente ocupe pelo menos a metade das funções narrativas. É importante a gente contar a nossa história do nosso ponto de vista”, defende a cineasta Tata Amaral.

Em entrevista exclusiva às mulheres da redação do GGN, para o programa Cai Na Roda [assista abaixo], Tata falou de sua trajetória no audiovisual, das produções em andamento, do impacto da pandemia sobre a classe artística e da bem-vinda Lei Aldir Blanc.

Também colocou na mesa as demandas do setor quanto à regulação do mercado on demand no Brasil sob a perspectiva da proteção do conteúdo e da propriedade das produções nacionais. Falou ainda da dificuldade em se realizar filmes com reflexões políticas – ela não conseguiu verba para dar continuidade ao documentário sobre José Dirceu – e explicou as nuances das políticas de incentivo financeiro e de correção da desigualdade de gênero e raça no audiovisual.

Segundo ela, sobretudo a partir de 2016, essas políticas públicas tiveram avanços significativos no plano nacional, mas foram esvaziadas ou abortadas pelo atual presidente de extrema-direita, Jair Bolsonaro. “O governo Bolsonaro tem uma vocação de acabar com tudo. É uma missão, um desejo deles, acabar com a cultura e o Cinema”, pontuou.

Tata hoje aguarda ansiosamente a estreia de “As Protagonistas”, uma série em 13 capítulos que retrata o Cinema brasileiro por meio da produção das mulheres. “Eu tinha muito desejo de falar das pioneiras. O canal Cine Brasil TV topou exibir”, comentou. O lançamento foi adiado para 2021 por causa da pandemia do novo coronavírus.

Entre outros projetos, ela também está trabalhando em um documentário chamado “Democracia”, que entrelaçará sua história de estudante secundarista e militante com a fervura da política nacional.

Confira a entrevista abaixo.

 

 

ALBERTINO RIBEIRO: TODA MULHER GOSTA DE ROSAS; AMÁLIA RODRIGUES GOSTAVA DE CRAVOS

Julho 24, 2020

Amália teve vários de seus fados censurados pela ditadura de Antônio Salazar, pois muitos foram obras do compositor Alaim Oulman, preso pelo governo autocrático.

por Albertino Ribeiro

Amália Rodrigues faria 100 anos ontem (23/07). Acusada injustamente de ser uma simpatizante da ditadura de Antônio Salazar, a cantora – ícone da cultura portuguesa – acaba de ganhar sua redenção definitiva numa biografia do jornalista Miguel Carvalho (Amália – Ditadura e Revolução).

Segundo o artigo publicado ontem no Jornal El País, “a fadista não só esteve nos arquivos da polícia política (PIDE) como também, além disso, apoiou financeiramente a resistência comunista ao longo de sua carreira.”

Ademais, Amália teve vários de seus fados censurados pela ditadura de Antônio Salazar, pois muitos foram obras do compositor Alaim Oulman, preso pelo governo autocrático. O fado abandono, por exemplo, é uma das lindas composições de Oulman.

Por sua vez, a música Grândola Morena (Zeca Afonso) foi um dos símbolos da revolução dos cravos que libertou Portugal de 48 anos de opressão. A composição ganhou – na voz da lisboeta – uma forte e sincera expressão da alma portuguesa.

O momento por que passa o Brasil exige mulheres como Amália Rodrigues que, sem desmerecer as rosas, gostem mais de cravos. Cravos que foram colocados nas armas dos comandados pelo capitão Salgueiro Maia – herói da revolução.

No Brasil, um capitão do exército faz o caminho contrário e, a exemplo de Salazar, tenta transformar o Brasil em um triste fado onde o livre pensamento dos brasileiros tende a ser aprisionado.

“Por teu livre pensamento

foram-te longe encerrar

Tão longe que o meu lamento

não te pode alcançar (…)”

Abandono – Alaim Oulman.

SÉRGIO RICARDO, A ARTE PARA CORISCO NÃO SE ENTREGAR

Julho 23, 2020

PRODUÇÃO ESQUIZOFIA.

 

                                       “Se entrega, Corisco

                                         Eu não me entrego, não!

                                         Eu não sou passarinho

                                         Pra viver lá na prisão

                                         Eu só me entrego só na morte

                                         Com parabelo na mão”.

 Sérgio Ricardo é o artista que entendeu clara e distintamente a função da arte: criar continuamente o novo. Seu engajamento estético reflete cristalinamente o dizer poético de Mayakovsky:”A arte não é um espelho para refletir o mundo, mas um martelo para moldá-lo”. Um engajamento-estético que desconstrói a afirmação que existe arte burguesa. Sendo a arte a produção do novo, e sendo o burguês um defensor e alimentador do mundo já posto pela burguesia, o chamado artista burguês, assim como o chamado intelectual-burguês, não passa de conservador-reacionário propagador dos valores de sua classe. Tudo que Sérgio Ricardo não é.

Sérgio Ricardo é um artista de seu tempo, mas com a intempestividade dita pelo filósofo Nietzsche. A intempestividade da filosofia do amanhã. Como o devir-político-estético, seus percursos se movimentam por todos os topos que pedem a criação. Articulista, escritor, poeta, cineasta, pintor, e, principalmente, músico, faz trepidar a imobilidade estabelecida pelas forças contrárias ao devir-humano. Onde houver a paz posta pelos poderosos que eu leve a vida-criativa, o que pode ser extraído de seus percursos-comprometedores. Desde alguns anos tem sido companheiro de Lula na luta pela produção da democracia.

Com ele, nada do “como se”. A fórmula de dissimulação de falsos artistas ditos engajados. Uma encenação “como se fosse real”. Sempre no real, Sérgio Ricardo viveu muito tempo na Favela do Vidigal, onde fez grande amizade com os moradores e criou muito companheiros, como Marcão. “No Vidigal tem uma turminha de bamba que não se esquenta com as ameças do rei, se vem o mal toda favela se levanta, seja lá quem for se espanta, se vem tirar chinfra de lei”. Enunciação-política-comunitária de concreta co-vivência.

Sua bem feita demonstração do conhecimento da alma do povo, Sérgio Ricardo mostra em seu samba Zelão. Um desfile das ideias e dos objetos que compõem a vida cotidiana do pobre na favela, principalmente a solidariedade. Zelão é expressão da metafísica do espirito de alteridade do pobre que comunga os mesmos sentimentos.

Todo morro entendeu quando o Zelão chorou
Ninguém riu, ninguém brincou, e era Carnaval
No fogo de um barracão
Só se cozinha ilusão
Restos que a feira deixou
E ainda é pouco só
Mas assim mesmo o Zelão
Dizia sempre a sorrir
Que um pobre ajuda outro pobre até melhorar

Choveu, choveu
A chuva jogou seu barraco no chão
Nem foi possível salvar violão
Que acompanhou morro abaixo a canção
Das coisas todas que a chuva levou
Pedaços tristes do seu coração.

 

Sua consciência socializada pelos bons afetos e pela razão-ativa, não compunha com a estupidez dos alienados. Na década de 60, no festival de música da Record, estava cantando a canção Beto Bom de Bola, quando afina flor da alienação que se tomava como jovem, começo a vaiá-lo. Não deu outra: ele  quebrou o violão e jogou nos alienados cujo comportamento alimentava a ditadura dominante. Anos depois, em um festival onde o cantor Odair José se apresentava, a velha e triste platéia, os alienados têm o dom de vararem a história e serem iguais em todas às épocas, também vaiou. Caetano, que participava do festival, entrou no palco e bradou, defendendo o José: “Vocês merecem é violão na cara!”, se referindo ao ato democrático de Sérgio Ricardo. E de quebra Caetano cantou junto com José, “Eu vou tirar você desse lugar. Eu vou levar você pra ficar comigo. E não me interessa o que os outros vão pensar”. 

Sérgio Ricardo morre aos 88 anos; músico participou da bossa nova ...

Perseguido de perto pela ditadura militar-civil que se apossou do Brasil e que não se separava dele nem um minuto, como mãe de misse, Sérgio Ricardo teve várias de suas obras censuradas, mas nunca se intimidou. Em 1974, filmou o seu A Noite do Espantalho com as participações dos também engajados artistas, Alceu Valença e Geraldinho Azevedo como músicos e atores. Hoje, na história da cinematografia brasileira é um dos filmes mais importantes. Foi indicado para participar do Oscar, fato que para a estética cinematográfica engajada não tem qualquer importância. 

 

Parte dois do filme A Noite do Espantalho.

Ainda na década de 70, junto com o poeta amazonense Tiago de Melo, veio realizar uma apresentação em Manaus no Teatro Amazonas: poesia e música. Para melhorar e valorizar nossas biografias, nós, o pessoal do Grupo Universitário de Teatro do Amazonas (GRUTA), não perdemos a oportunidade-inusitada, marcamos presença com a performance mais efusiva do ator e encenador Rui Brito, que como comunista não se contentava em distribuir aplausos. O ápice da noite revolucionariamente gloriosa ocorreu no momento em que Sérgio Ricardo cantou, cantou, não, interpretou a embolada Vou Renovar que convida o povo tomar partido na luta pela vida.

 

 

Vou renovar
Sou um cantador da classe média
E trago por satisfação
Cantar para o ser humano
Que me ouve com atenção
Do que eu vejo todo dia
Faço verso e melodia
Pra poder ganhar meu pão

Vou renovar
Canto para a classe A
Canto para a classe B
Cantoria popular
Que não é nem A nem B
Cuja fonte está no povo
Onde eu vou buscar o novo
E aprender meu B-A-BA

Vou renovar
Porque é que eu fui classificar
Já está dando uma embolada
Eu me embolei no A com B
Me embolei no B com A
Mas me diga onde é que está
A classe do B sem A
E a classe do A sem B
Não me diga que ela é C
Porque C é comunista
E vai dar muito na vista
E os homens vão te apanhar

Vou renovar
No rompante da embolada
Deu-se a classificação
Mas vou me livrar do fato
Concluindo a falação
Pra ficar tudo onde está
Eu não me chamo Benedito
E fica o dito por não dito
E o dito por não falar

Vou renovar…

 

Um homem comprometido com a existência, por se saber fator-liberdade implicante na história, como Sérgio Ricardo, quando se angustia enfrenta a angústia-existencial diante da força da repressora com esses versos-musicais desafiadores:

Não tenho mágoas
Não precisa vir me consolar
Mágoas são águas
Vão para o mar
Trago lembranças
E essas eu não posso apagar
São a herança
Do meu caminhar
Se assim não fosse
Eu havia de ser um poço
Estaria que só caroço
Tropeço na ponta do pé
Quem vai pro fundo
Tem é que agitar o braço
Tem é que apertar o passo
Tem é que remar contra a maré.

 

Sérgio Ricardo é hoje, no Brasil onde perambulam em todos os lados nazifascistas, o artista profundamente necessário. O Brasil, onde a pandemia da Covid 19 é tratada com descaso por alguém chamado de Bolsonaro, tem que se encontrar presente.

Sérgio Ricardo é a presença Presente!

BRENO RUIZ E ROBERTO LEÃO LANÇAM ÁLBUM SOBRE A ‘SOFRÊNCIA’

Julho 22, 2020

Como uma homenagem de um português e de um brasileiro a 100 anos de música, com obras de Heitor Villa-Lobos, Tom Jobim, Dori Caymmi e do próprio Breno Ruiz

Jornal GGN – São amores, dores e saudades reunidos em um repertório de lindas canções. Breno Ruiz e Roberto Leão se esmeraram no álbum Alegria, juntando sofrências com sonhos. Como uma homenagem de um português e de um brasileiro a 100 anos de música, com obras de Heitor Villa-Lobos, Tom Jobim, Dori Caymmi e do próprio Breno Ruiz, o disco fala pela poesia de Paulo César Pinheiro, Vinicius de Moraes, Dolores Duran e Nelson Motta. Um trabalho sobre um Brasil que, pela arte, ajuda o mundo a viver.

Para Valter Hugo Mãe, que assina um dos textos de apresentação do disco, “Pensei por muito tempo que a melancolia brasileira era meio sem inverno. Uma melancolia de pura contemplação, como a síndrome de Stendhal aplicada ao sol, à paisagem natural e humana de um país. Seria uma melancolia pela demasia, como se amar exagerasse, a beleza exagerasse. Depois, há a música, com esse filão de pura elegância onde cantar é intensidade em contenção. Na música o Brasil vai ao limite dessa impressão de fazer som a partir do diamante, cintilação de luz que usa sol e água, acende na noite e dentro e corta. Tudo na cultura brasileira matura na sua própria maravilha mas a música tem instantes inacreditáveis, julgo eu que por ser a preferida de Deus…” E finaliza, “Esta música brasileira acontece como acontecem as revelações aos sábios do oriente, profunda meditação, conhecendo afinal o segredo do possível transcendente. Há um inverno na melancolia brasileira, sim, talvez mais seco mas surpreendentemente frio. Não é uma estação à altura de todos. Abre no calendário apenas daqueles que acolhem os abalos mais puros. Tão bela voz, tão belo piano, esses compositores sagrados, é tão evidente que a melancolia brasileira é uma prece.”

E o repertório… Estão no disco, as canções Viola de Bem Querer (Breno Ruiz e Paulo César Pinheiro), Por causa de Você (Dolores Duran e Tom Jobim), Delicadeza (Dori Caymmi e Paulo César Pinheiro), O que tinha de ser (Tom Jobim e Vinicius de Moraes), Roseira (Breno Ruiz e Paulo César Pinheiro), Tati, a Garota (Dori Caymmi e Paulo César Pinheiro), Desprezo (Breno Ruiz e Paulo César Pinheiro), Cristais de Poesia (Breno Ruiz e Paulo César Pinheiro), De onde vens (Dori Caymmi e Nelson Motta) e Valsa da Dor (Heitor Villa-Lobos).

Breno e Roberto conheceram-se através de Renato Braz e Mário Gil, com quem gravaram “Mar Aberto”. Juntos, participaram do disco “Foru 4 Tiradente na Conjugação Baiana”de Dori Caymmi com textos de Mário Lago. Tocaram em Portugal, Espanha e Brasil.

Roberto Leão, nascido em 1985 em Santa Maria da Feira, Distrito de Aveiro, em Portugal, se mudou para São Paulo em 2012, apaixonado pela música brasileira, em busca de espaço na cena artística daqui. Estudou Sociologia na Faculdade de Letras da Universidade do Porto e fez teatro. Participou dos grupos Hepta, Orfeão Universitário do Porto, Vinícius e Outros Vícios, além de ter trabalhado com Caio Márcio dos Santos e Thaís Nicodemo. Foi através de Dori Caymmi que fez sua primeira gravação, com Renato Braz, Mário Gil e Breno Ruiz no disco Mar Aberto (2016). É letrista e parceiro de artistas como Ivan Lins.

Breno Ruiz, nascido na cidade de Sorocaba, interior de SP,  tem parcerias com músicos como Rafael e Rita Alterio, Cristina Saraiva, Sergio Natureza e Paulo Cesar. Suas músicas já foram gravadas por artistas como Tetê Espíndola, Renato Braz, Maogani, Celso Viáfora, MPB4, entre outros. Como pianista e arranjador, gravou com o grupo Garimpo e assinou os arranjos do álbum Terra Brasileira, da compositora Cristina Saraiva. Em agosto de 2016,  logo após o lançamento de Mar Aberto, lançou o disco Cantilenas Brasileiras, resultado da parceria com Paulo Cesar Pinheiro, e em 2019, o álbum “Diferente”, ao lado do compositor e violonista Miguel Rabello.

Para conhecer, acesse: https://www.youtube.com/playlist?list=OLAK5uy_nI8Et-Ny2CvyqhuCZvr0rVHYc-bWZc7Ds

CINEMATECA SE MOBILIZA CONTRA TENTATIVA DE BOLSONARO DE LEVAR ACERVO PARA BRASÍLIA

Julho 21, 2020

Gestão Bolsonaro tenta tirar independência da Cinemateca ao transferi-lá. Antes disso, tática foi de destruição. Instituição está sem verbas desde o fim do ano passado.

São Paulo – O governo Bolsonaro mantém indefinido o imbróglio em relação ao futuro da Cinemateca BrasileiraAbandonada desde o fim do ano passado, a instituição virou um campo de batalha ideológica pelos bolsonaristas. A mais nova investida anunciada pelo governo é a transferência do acervo, o maior do tipo na América Latina de São Paulo para Brasília, de acordo com reportagem darevista Veja. Os trabalhadores e a comunidade denunciam o risco de aparelhamento da instituição.

Os ataques contra a Cinemateca começaram no fim do ano passado, quando o então ministro da Educação, Abraham Weintraub, suspendeu o repasse de verbas, após promover ataques ideológicos, chamando o local de “marxista”, entre outros chavões dos radicais de extrema direita. Na realidade, a Cinemateca abriga 120 anos de história audiovisual brasileira. Estão ali registros cinematográficos de diferentes períodos do país, retratos da memória e da construção da identidade nacional.

abandono promovido por Bolsonaro ameaça a instituição de colapso. Trabalhadores estão sem salários há mais de três meses. Faltam recursos para manter os equipamentos de prevenção a incêndios e segurança. Nem mesmo a conta de eletricidade está sendo paga em dia. Muito do material ali armazenado, especialmente rolos de filmes, são compostas por substâncias que, sem climatização correta, podem queimar.

A prefeitura e a Câmara de São Paulo intervieram e verbas emergenciais foram repassadas, como doação, para a Cinemateca pagar despesas básicas. A ação desagradou o governo federal, que agora anuncia a transferência do acervo. Entretanto, o contrato que rege a ligação entre a Cinemateca e a União sequer permite a mudança.

O contrato, de 1984, também prevê autonomia financeira, administrativa e técnica, o que vai de encontro com a intenção de transformar a instituição em um “bunker” olavista, seguindo a ideologia extremista do “guru” da família Bolsonaro, o auto-declarado filósofo Olavo de Carvalho.

Mobilizações

Questões contratuais sobre a função e a independência da Cinemateca já foram alvos de ação do Ministério Público Federal contra a União. No instrumento, o órgão exige cuidados emergenciais com o acervo e as instalações. Também determina o retorno dos repasses financeiros para a fundação mantenedora (Roquette Pinto), por um ano, para restabelecimento das atividades.

O movimento em defesa da Cinemateca veio após intensa agenda de mobilização dos trabalhadores e da população. Após dias de greve e de atos para sensibilizar a sociedade sobre o cenário delicado, hoje (21) mais uma manifestação foi realizada, agora em frente à sede da prefeitura, na região central da capital paulista.

“Trabalhadores da Cinemateca reivindicam salários, uma definição, a inclusão dos trabalhadores, do corpo técnico. Queremos continuar trabalhando na Cinemateca. Vamos para quatro meses sem salário. Queremos a permanência da Cinemateca em São Paulo, permanência do quadro técnico especializado. O acervo corre risco, toda a instituição e os trabalhadores correm risco”, afirmaram durante o ato.

LEI ALDIR BLANC: FÓRUM INAUGURA ATENDIMENTO PARA TIRAR DÚVIDAS SOBRE AUXÍLIO NA PB

Julho 21, 2020
EMERGÊNCIA CULTURAL

Iniciativa visa ampliar conhecimento e gerar informações sobre a implementação da Lei no estado

Cida Alves
Brasil de Fato | João Pessoa – PB |

 

A Paraíba receberá cerca de R$ 37,7 milhões por meio da Lei Aldir Blanc – Foto: Divulgação / GOVCE

O Fórum dos Fóruns da Paraíba deu início a um serviço de atendimento cultural (SAC) para ajudar  artistas e agentes culturais que tenham dúvidas a respeito do cadastro e trâmites da Lei Aldir Blanc de emergência cultural. Para o atendimento, é necessário entrar no grupo do WhatsApp.

A Paraíba receberá cerca de R$ 37,7 milhões por meio da Lei 14.017 para destinar a 3 eixos que são: auxílio emergencial para trabalhadores da cultura em três parcelas no valor de R$ 600,00,  auxílio para espaços e entes culturais independentes e realização de editais com piso de 20% do valor recebido pelo ente.

:: Ponto a ponto: entenda a nova lei emergencial de apoio a trabalhadores da cultura ::

“Há muitas lacunas a serem respondidas, seja quanto ao cadastramento, formato de editais, os termos das regulamentações federal, estadual e municipais. Por isso mesmo devemos fazer a informação circular para fortalecer a sociedade civil neste momento de tantas novidades e de efervescência das políticas culturais. A Lei Aldir Blanc é uma conquista do movimento cultural articulado em todo o território nacional, que construiu essa caminhada com diálogo e responsabilidade”, informa o Fórum dos Fóruns por meio de nota.

Plantão 

O sistema do SAC funcionará em formato de plantão emergencial. A cada plantão serão convidados agentes culturais da Paraíba e de outras localidades, assim como gestores públicos e privados, inseridos nas diversas linguagens artísticas e elos da cadeia produtiva do setor cultural. 

Para o primeiro atendimento, foram convidados agentes e gestores atuantes na construção nacional e local, que compartilharão seus múltiplos saberes, apresentando questões e informações para que o público possa entender melhor este mecanismo. 

 

 

Fonte: BdF Paraíba

Edição: Heloisa de Sousa e Leandro Melito