Posts Tagged ‘Música Brasileira’

As várias vozes femeas de Jane Mara

Março 24, 2013

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Simpósio e recitais marcam no Rio os 150 anos de nascimento de Ernesto Nazareth

Março 20, 2013

da Agência Brasil

Não importa se eles são de formação erudita ou popular, mas, para muitos músicos brasileiros de hoje, uma das influências mais marcantes é a obra do carioca Ernesto Nazareth (1863-1934), que nasceu há 150 anos, no dia 20 de março. Considerado um dos formadores da identidade musical brasileira, ao lado de Chiquinha Gonzaga e outros compositores surgidos ainda no século 19, Nazareth deixou 211 composições, muito bem elaboradas, segundo os estudiosos de sua obra.

São valsas, polcas, tangos brasileiros – que abriram caminho para o choro – e diversos outros gêneros. Jacob do Bandolim (1918-1969), um dos mestres do choro, considerava Ernesto Nazareth o Chopin brasileiro. Guardião do acervo do compositor de Odeon e Apanhei-te Cavaquinho, o Instituto Moreira Salles (IMS) comemora o aniversário com dois eventos na cidade: um recital do pianista André Mehmari, hoje (19), às 20h, e um simpósio, amanhã (20) e quarta-feira (21), com quatro painéis, às 11h30 e às 15h30.

O Simpósio Ernesto Nazareth – 150 Anos reunirá especialistas brasileiros e estrangeiros na obra do compositor e será aberto ao público, com distribuição de senhas meia hora antes de cada mesa-redonda. Os ingressos para o recital estão à venda na sede do IMS, na Rua Marquês de São Vicente, 476, na Gávea, zona sul do Rio.

Além disso, o site www.ernestonazareh150anos.com.br, criado pelo IMS, que entrou no ar em 20 de março de 2012, dando início à contagem regressiva do sesquicentenário, traz novidades, como um depoimento de Jacob do Bandolim sobre Nazareth e informações sobre todos os eventos relacionados aos 150 anos do compositor.

O pesquisador Alexandre Dias é um dos coordenadores do site, que contém uma linha do tempo elaborada por Luiz Antonio de Almeida, biógrafo de Nazareth e herdeiro honorário do compositor. “Nazareth teve quatro filhos, mas nenhum neto. Diniz era o último filho que ainda estava vivo na década de 1980. Naquela época, Luiz Antonio, com apenas 14 anos, começou a pesquisar a vida do compositor e se tornou amigo de Diniz, que acabou doando a ele o acervo, adquirido anos depois pelo IMS”, conta Alexandre.

O site traz também uma discografia, que procura catalogar as gravações feitas no mundo inteiro das músicas do Nazareth. No momento, são mais de 2.700, das quais cerca de 2.300 estão disponíveis para serem ouvidas online, na íntegra. “Temos também toda a obra dele em partituras, para download na versão original, para solo de piano, e dezenas de músicas adaptadas para a versão em melodia e cifras. Isso facilita a leitura das partituras por grupos de choro”, explica o pesquisador.

Ernesto Nazareth nasceu em uma casa modesta, no bairro do Santo Cristo, na zona portuária do Rio. O pai era um ex-despachante aduaneiro e a mãe, pianista, foi a responsável por sua iniciação musical. Ele começou a compor aos 14 anos de idade e a primeira música, a polca-lundu Você Bem Sabe, foi dedicada ao pai.

“Nazareth começou a se apresentar profissionalmente em 1878. Nessa época, era o piano que mandava na cidade do Rio de Janeiro. A cidade chegou a ser chamada por um escritor de ‘pianópolis’. Para ouvir música, as famílias, mesmo as de poucos recursos tinham em casa um piano”, conta o biógrafo Luiz Antonio de Almeida.

Pianista profissional, Nazareth vivia de música, tocando em bailes, casamentos, batizados e cinemas, tanto nas salas de espera quanto acompanhando filmes mudos. “Quando surgiu o rádio, ele foi logo chamado para tocar em vários programas. Só entrou em declínio quando os pianistas começaram a ser substituídos pelas gravações”, diz Luiz Antonio, autor de uma biografia ainda não publicada, resultado de 37 anos de pesquisas.

As circunstâncias da morte do compositor continuam sendo um mistério. Vitimado pela surdez, que lhe causou perturbação mental, Nazareth acabou sendo internado, primeiramente no Instituto Neuro-Psiquiátrico, na Praia Vermelha, e depois na Colônia Juliano Moreira, em Jacarepaguá. Em fevereiro de 1934, saiu para um passeio pelas alamedas do sanatório e desapareceu. Depois de alguns dias, seu corpo foi encontrado nas águas de uma represa, na mata próxima à colônia. “Nazareth sofria de sífilis, que afetou seu sistema nervoso, causando a surdez”, informa o biógrafo.

No depoimento reproduzido no site, Jacob do Bandolim dizia não ter dúvidas de que foi mesmo suicídio. “Eu estive no local onde o corpo dele foi encontrado e cheguei à conclusão de que ele se suicidou mesmo, em um momento de lucidez da doença mental da qual ele sofria. Isso não foi dito porque na época não era elegante a notícia do suicídio de um membro de família reputada, como era a de Nazareth”, disse Jacob, entrevistado em 1965 pelo apresentador Glaucio Gill, em um programa de televisão.

De temperamento tímido e afetado pela surdez, Ernesto Nazareth não escondia sua amargura por não ser reconhecido como um compositor erudito, a exemplo de seu amigo Heitor Villa-Lobos. Segundo Luiz Antonio de Almeida, esse reconhecimento se dá hoje e cada vez mais internacionalmente. “Há milhares de estudantes de música em todo o mundo pesquisando a obra dele. Quando os chineses descobrirem o Nazareth, vamos ter outro planeta ouvindo e tocando sua música”, prevê.

Para Alexandre Dias, Ernesto Nazareth “fez uma confluência tão bem engendrada das vertentes erudita e popular” que a música dele serve tanto para concertistas de formação clássica quanto para músicos populares, das mais diversas formações. No blog do site, sob o título de Querido por Todos estão listadas as homenagens musicais que Nazareth recebeu. De um lado, Villa-Lobos, Camargo Guarnieri, Francisco Mignone e Marlos Nobre. De outro, instrumentistas como Armandinho e o sanfoneiro Dominguinhos.

Veja aqui a galeria de fotos.

A voz suavemente cearense de Mona Gadelha

Março 17, 2013

 

 

 

 

 

 

25 anos sem produção de Clementina de Jesus do jongo, do samba, da umbanda

Julho 19, 2012

Gilberto engendra em Gil

Junho 29, 2012




Cantoria de viola e seus cantadores

Maio 23, 2012

O disco de cabeceira faz 40 anos

Abril 20, 2012

Foi um ano especial para a história da música brasileira.

* Beth Mendes

Em 1972, sob o governo de Médici e com a ditadura a cada dia mais rígida, Caetano Veloso retorna ao País após três anos de exílio em Londres. Lança o disco Transa, seu predileto, com músicas do calibre de Nine out of ten – primeira canção brasileira a incorporar compassos de reggae. É também nesse ano que o acatado João Gilberto faz uma visita à comunidade hippie dos Novos Baianos e dá seus pitacos. Dessa reunião surge Acabou Chorare, álbum que mistura samba com guitarra elétrica e nasce clássico. Como se já não fosse suficiente, Gal Costa lança o Fa-Tal e Gilberto Gil, o Expresso 2222. 

Os baianos e o seu Tropicalismo efervesciam. Mas não foi só a terra de Dorival Caymmi que viu nascerem as joias de 1972. Em Minas Gerais um grupo de músicos de Belo Horizonte apresenta o Clube da Esquina, primeiro álbum duplo do Brasil e resultado de uma longa amizade entre Milton Nascimento, os irmãos Lô e Márcio Borges, Beto Guedes, Fernando Brant, Ronaldo Bastos, Wagner Tiso, Toninho Horta e tantos outros que de algum modo fizeram parte da empreitada.

Pré-história

O Clube da Esquina só seria lançado em março daquele ano, mas a história começa bem antes. O ponto de partida foi 1963, quando Milton Nascimento chegou ao Edifício Levy. No mesmo prédio – localizado no centro da capital mineira – vivia a família Borges, que logo tratou de conceder a Bituca – apelido de Milton na época – o título de “filho número12”. “Nós fomos apresentados pelo som. Eu estava indo ao mercado para minha mãe e me deparei com aquela voz maviosa vinda da escada do prédio onde a gente morava. Era Bituca cantando e tocando violão”, conta Lô Borges, dez anos mais novo do que Milton.

Por conta da diferença de idade, quem acabou ficando mais amigo de Nascimento foi Márcio Borges, irmão mais velho de Lô. Os dois estavam sempre juntos – ambos encantados com a arte, com a música e com o cinema. Jules et Jim, de Truffaut, foi a primeira fonte de inspiração que compartilharam. No Cine Tupi, assistiram ao filme três vezes no mesmo dia. Ficaram tão encantados que saíram de lá diretamente para um bar, onde – embriagados pela “aura” da obra de arte e por algumas batidas de limão – compuseram Paz do Amor que Vem. Para eles, naquele momento, a narrativa de Jules et Jim era o maior tributo à amizade já realizado.

Paz do Amor que Vem foi a estreia dos dois como compositores e nunca chegou a ser gravada. Nessa época, Milton era baixista do Berimbau Trio, um grupo que fazia versões para músicas de Jazz e Bossa Nova. Ele achava que não seria capaz de se tornar compositor porque acreditava que tocava violão “errado” – sem saber que, na verdade, havia encontrado uma maneira inovadora de lidar com o instrumento.

Márcio Borges diariamente o incentivava a compor. Bituca, por sua vez, incentivava Lô: já percebendo que o amigo caçula tinha talento, “esquecia” o violão no quarto dos meninos Borges, para que ele pudesse “brincar”. Mais tarde, ao lado de Beto Guedes (também mais novo), Lô formaria o The Beavers, banda cover dos Beatles.

Para Lennon e McCartney

Quando Milton Nascimento começou a compor, sua carreira deslanchou. Aos 24 anos, em 1967, foi considerado a grande revelação do II Festival Internacional da Canção. Travessia, sua música com letra de Fernando Brant, acabou ficando em segundo lugar, perdendo apenas para Margarida, de Gutemberg Guarabyra.

A partir de então tudo mudou: Bituca deixou Belo Horizonte e se mudou para o Rio de Janeiro. Ficou conhecido e fechou contrato com a Odeon – principal gravadora da época, a atual EMI. Mas sempre voltava para visitar os amigos, aproveitando para levar para Lô e Beto Guedes os lançamentos dos Beatles.

A essa altura Lô Borges já estava começando a compor suas próprias músicas. Durante uma pequena festa na casa dos Borges, em uma das visitas de Milton à capital mineira, o então garoto de 16 anos mostrou uma composição que havia feito no piano. O amigo famoso fez um acompanhamento para violão; ali mesmo, Márcio Borges e Fernando Brant escreveram a letra e assim surgiu o clássico Para Lennon e McCartney. “Eu pensava que a gente ouvia tanto os Beatles, a gente curtia tanto o som deles e eles nem sabiam da nossa existência. Então fiz uma música para dizer que somos aqui de Minas Gerais e também fazemos uma música legal”, explica Lô Borges, em entrevista a CartaCapital.

A música entrou no disco Milton, lançado em 1970. É também desse álbum a canção Clube da Esquina, com música de Lô e Milton e letra de Márcio Borges. Era uma tradução de todo o sentimento que permeia o Clube da Esquina: a vontade de garantir um lugar em um futuro melhor, mas misturada às raízes mineiras e a uma antecipada nostalgia do presente.

Algumas pedras no caminho 

Quando Milton Nascimento teve a ideia do projeto do Clube da Esquina, enfrentou alguns problemas na Odeon. “O que estava pegando era fazer um disco duplo. Naquela época ainda não tinha álbuns duplos do Brasil. Só depois, naquele mesmo ano, que a Gal Costa lançou o Fa-Tal”, explica Lô Borges.

Entretanto, o principal problema, segundo o músico, foi o fato de que Milton queria dividir a assinatura do disco com alguém que era completamente desconhecido do público. “Eu era um menino, isso foi algo completamente inédito na minha vida porque eu não tinha nem carreira musical, eu era um iniciante, não sabia nem que eu seria um músico profissional.”, comenta.

Mas Milton Nascimento estava determinado: “Quando o Milton fez o convite a gravadora ainda não tinha topado a gravação do disco. Ele tinha um contrato com a Odeon, mas disse que, se eles não topassem fazer,  procuraria outro grupo para oferecer o projeto”, conta Lô Borges.

Foi Adail Lessa quem deu carta branca para que o disco fosse realizado. Na época, ele era produtor executivo da Odeon, ao lado de Milton Miranda. “Acho que eles viram que eu era um dos compositores de Para Lennon e McCartney e pensaram ‘acho que esse menino até que presta!’”, diverte-se, quarenta anos depois.

Mas não foram só essas questões burocráticas que estavam em jogo. “Eu tive que ir para o Rio de Janeiro com 18 anos de idade, embaixo de uma ditadura barra pesada. Minha mãe não queria que eu fosse, eu fui até meio rompido com minha família, mas depois eles perceberam que era algo significativo na minha vida. É aquele terror da ditadura né? Três ou quatro pessoas morando juntas em uma casa já eram consideradas subversivas”, pondera.

Para poder se mudar para o Rio de Janeiro, Lô Borges teve que enfrentar até mesmo o exército. Ele estava na idade de se alistar e pediu licença para poder gravar o disco. Jovem, saudável e forte, estava apto a servir e chegou a ficar entre os recrutas. Como tinha o convite para o Clube, pediu ao capitão de sua Companhia que o liberasse para gravar o disco. “Primeiro ele foi bastante simpático e disse que tudo bem, que eu podia sair. Uma semana depois, quando eu voltei para a apresentação para começar a servir mesmo, ele me pegou grosseiramente pelo braço e falou ‘olha garoto, você não vai servir ao exército, mas não é porque você não quer. É porque o exército não quer gente da sua espécie aqui dentro, seu comunista’”.

O Clube da Esquina 

Com Lô no Rio de Janeiro e com o projeto aprovado pela Odeon, foi dado início o período de composição das músicas do disco. Todas as canções foram feitas especialmente para o Clube da Esquina. “Nós nos mudamos para uma praia de Niterói chamada Piratininga. Na época, ela era quase deserta. A casa era muito interessante porque ficava o Milton em um quarto compondo, eu ficava em outro e o Beto Guedes circulando de quarto em quarto – tipo um enfermeiro -, para ver o que o Bituca estava produzindo e o que eu estava produzindo”, recorda-se.

A escolha de quem ia colocar a letra em determinada música era um pouco aleatória. Lô Borges afirma que naquela época ele não era muito politizado, preferia falar da Nuvem Cigana e do Trem Azul. “Parecia que naquele período era assim: ou você optava por ser engajado ou você optava por ser hippie. Eu escolhi ser hippie”, brinca.

As músicas cujas letras ele acreditava que deveriam ser mais politizadas – como a de Tudo que você podia ser – ele entregava ao irmão mais velho, Márcio Borges. “O Marcinho já tinha feito faculdade, já tinha um engajamento. Então ele ficava responsável por esse parte”, diz. E Márcio complementa: “Eu e meu amigo Paulo Leminski costumávamos dizer que a figura de linguagem vigente era a metáfora. No Clube isso fica claro, aquela história dos ratos em Trem de Doido ou aquilo da bota  e do anel de Zapata em Tudo que você podia ser. Certamente foi o modo que os músicos da nossa geração encontraram para driblar a censura”, relata Márcio.

Os irmãos contam que as gravações na Odeon eram sempre muito divertidas, com o estúdio cheio de amigos. “A gravação do Clube foi um playground, foi muito gostoso de fazer. Era uma farra, tinha muita gente no estúdio, muitos músicos, todos amigos. Um clima de amizade, muito carinho, dedicação, pessoas se doando mesmo por aquele projeto. Parecia uma oficina de criação de obra de arte”, diz Lô.

Para ele, tudo era mesmo uma grande brincadeira. “Eu não queria entrar para o show business. Ficava no Rio de Janeiro morrendo de saudade da minha namorada em Belo Horizonte. Nunca imaginei que 40 anos depois falaria de um disco que fiz quando tinha 18″, afirma. Apesar disso, garante que a participação no Clube da Esquina foi uma das experiências mais importantes de sua vida e até consegue eleger sua música favorita do álbum. “Eu acho que é Trem Azul, por causa das regravações. É uma honra saber que Tom Jobim regravou uma música minha”, deleita-se.

Herança

“A experiência do Clube da Esquina foi tão única que até artistas que produzem uma música que não tem nada a ver com a nossa dizem que usaram o disco como referência”, afirma Márcio Borges. Para ele, músicos da nova geração como Lenine e a banda Cobra Coral são a prova de que o álbum foi transmitido como herança.

“Hoje em dia eu faço um trabalho com o Samuel Rosa, do Skank. A gente já fez 50 shows juntos. Ele faz parte de uma outra geração, mas sempre fala para mim que saiu do livro dos Três Porquinhos diretamente para o Clube da Esquina. É um disco de cabeceira”, orgulha-se Lô.

* Carta Capital

O FREVO-MULHER DE AMELINHA

Janeiro 31, 2012

Composição de Zé Ramalho

 

Toque Esquizomusicais: Música Popular do Brasil- Discos Marcus Pereira

Setembro 28, 2009

A produção da música brasileira sempre dependeu apenas dos encontros entre os povoados, músicos e pessoas dispostas em aumentar sua potência de agir ao compartilhar a vida com música. A música é vida. Para isto sempre foi necessários na criação de música apenas os encontros.
Porém quando a música passa a ser reproduzida por uma indústria, muitas vezes o resultado é um vazio, uma falta de vida, impotência.

Foi vendo esta experiência do esvaziamento músical no Brasil que Marcus Pereira decidiu ir para o fundo da caverna e buscar a música produtora de afetos alegres que existe no Brasil. Surgiu então os Discos Marcus Pereira, uma gravadora, produtora que não era uma qualquer, mas que era uma revolução no jeito da indústria sonora tratar a música brasileira: com amor, paixão e ginga. Como já escrevemos neste blog esquizófico, a gravadora provem da vontade de Marcus compartilhar com o Brasil a música que sempre foi nossa, e que nos foi expropriada; música que não é uma, mas infinitas variações criativas. Por isso Marcus Pereira foi um profano- o que quer levar pra fora- dos morros, pampas, seringais, mangues, rios, palafitas, guetos, trabalho, igapós… as músicas brasileiras.

O Projeto “Música Popular do Brasil”

A idéia de criar uma “arqueologia músical” já havia sido feita pelo escritor e musicólogo Mário de Andrade com as “Missões de Pesquisas Folclóricas”  que foi financiada pelo Departamento de Cultura em 1938, catalogando partituras, registros sonoros, diários, relatos, instrumentos, fotografias, etc. Esta foi a primeira busca de amplificar a música brasileira

Durante a transição da empresa de publicidade que tinha para a companhia de Discos, Marcus Pereira lançava discos-brinde para distribuir aos clientes no fim do ano. Em uma idéia do que gravar (após junto com o Jogral ter lançado a música de Paulo Vanzolini, e outro instrumental) surgiu a idéia da série de discos sobre “Música Popular do Brasil”. A primeira parte do projeto “Música Popular do Nordeste” foi feita a partir de pesquisas músicais e expedições aos vários estados do Nordeste desta música de infinitas váriações e movimentos criativos. O projeto rendeu 4 LPs e quando lançado em 69 ganhou grande repercursão, recebendo o prêmio Estácio de Sá do Museu da Imagem e Som do Rio .

Daí Marcus Pereira reuniu uma equipe de músicos e partiu para o Norte para coletar as produções populares da região. Porém esta música popular nada tem a ver com a música alesada amazonense/Norte, como a MPA por exemplo, que está preocupados em descrições ufanistas das paisagens imoveis e improdutivas (que é uma produção contra a natureza, contra a vida). As músicas e danças do Norte foram coletadas de forma alegre e produtiva, sempre buscando a música como resultado produtivo da comunalidade.

O Projeto de uma música popular foi complementado pelo lançamento do “Música Popular do Centro-Oeste” e “Música Popular do Sul“, tendo cada um dos projetos 4 LPs, totalizando um total de 16 LPs. O resultado foi também copilado nos 2 LPs do “Mapa da Música Popular”. Além dos músicos regionais, cantadores, vaqueiros, lavadeiras, trabalhadores, etc as coleções tiverão regência e produção de nomes importantes de nossa Música Popular como Radamés Gnatalli, Nara Leão, Clementina de Jesus, Dona Ivone Lara, Theo de Barros, Papete, Paulo Vanzolini, Renato Teixeira, Capiba, Quinteto Violado, Banda de Pifanos de Caruaru, Rogério Duprat, Noel Guarani, Elis Regina, entre outros.

Marcus em seus percursos produtores de potências alegres de comunalidade, conta em seu livro “A história do Jogral”, que ainda pretendia lançar o projeto “ Música Popular da América Latina“, projeto que anteviu a criação de outros como o de Ry Cooder e posteriormente de Win Wenders (Buena Vista Social Club), além dos discos da gravadora  Putalamayo. Porém até onde sabemos o projeto não foi lançado . Os links para baixar agradeço ao blog que hoje infelizmente não existe mais, Poeira e Cantos , que disponibilizou os links. Para baixar o a coleção Música Popular do Brasil é só baixar o TORRENT abaixo e escolher na aba Arquivos (ou files) a pasta da Música Popular do Brasil do Brasil com 16 discos. Os outros podem ser ignorados clicando com o botão direito nas faixas e depois colocando não baixar.

AGORA VOCÊ PODE BAIXAR  O MAGNET LINK/TORRENT DA COLEÇÃO COMPLETA DOS DISCOS MARCUS PEREIRA

Musica Popular do Norte 1 – Compositores e Interpretes do Norte / Waldemar Henrique Musica Popular do Norte 2- Bois do Maranhão / Boi do Amazonas/ Boi do Pará / Danças do Maranhão
Musica Popular do Norte 3- Modinhas e Romance do Pará / Festas Religiosas / Carimbos, Retumbão / Lundu e Chula Marajoara Musica Popular do Norte 4 – Polca,Mazurca e Chotis/ Música dos Índios Kamayurá, Marambiré e Desfeiteira / Tribos e danças do Amazonas / Batuque do Pará Pássaros

Musica Popular do Nordeste 1 –  Compositores e Interpretes Populares

Musica Popular do Nordeste 2- Evocações
179-3-Quinteto Violado - Música Popular do Nordeste 3Musica Popular do Nordeste 3- Bois, Folias de Reis, Côco

Musica Popular do Nordeste 4 – Bambelô/ Emboladas/ Marchas

Musica Popular do Centro-Oeste/Sudeste 1- Compositores Folclóricos Musica Popular do Centro-Oeste/Sudeste 2 – Sambas/ Congadas/ Jongo/ Moçambique / Cantos Religiosos
Musica Popular do Centro-Oeste/Sudeste 3- Folias / Calange / Cirandas / Coreto Musica Popular do Centro-Oeste/Sudeste 4- Modas de Viola / Toadas / Fandangos / Dança de Santa Cruz / Dança de São Gonçalo
Musica Popular do Sul 1- Compositores e interpretes gaúchos

Musica Popular do Sul 2- Milongas/ Música Missioneira / Cantos Religiosos/ Música de Inspiração Indigena

Musica Popular do Sul 3-  Cantos de Trabalho / Folclore de Santa Catarina- Ditos, Pajadas e Declamações

Musica Popular do Sul 4- Fandangos / Chamarrita / Chotes / Danças Gaúchas