Aakash Nihalani, Sum Times, NYC
Aakash Nihalani, Sum Times, New York City
Bumblebee e Zio Zielger- Culver City, USA
Bumblebeelovesyou – Hollywood CA USA
ROA- NYC-Brooklyn
ROA-2012-NYC- Williamsburg-9thxHavemeyer-by night-picture credit Luna Park_1000
ROA-2012- The Painted Desert Project, Navajo Nation, Arizona.
Wk interact – Grafitti New York Ground Zero painting
Fotos do sítio Unurth
A Biblioteca Parque na favela da Rocinha recebe hoje e amanhã (25 e 26) a Mostra Verão de Cinema que trará 21 filmes nacionais, com a presença de produtores e diretores e com entrada gratuita.
Esta mostra de cinema periférico mostra que a perifa também é lugar de arte, de produção. Um kinemasófico periférico tem uma força muito grande na transformação do olhar dos moradores, bem mais se fosse realizado num centro.Todas as sessões terão discussões sobre o tema abordado.
Além disso será exibido cinemas nacionais e não aqueles filmes de péssimo conteúdo que se trasvestem de novelas. Cinemas como Copa Vidigal, de Luciano Vidigal; o belo curta A Grande Viagem, de Caroline Fioratti, ; Kusirawã, de Dominique Tilkin Gallois e Gianni Puzzo; Entre Vãos, de Luiza Caetano ; Doce de Coco, de Allan Deberton; Barra e Barreiras, Retrato de Kelly Alves, de Ricardo Migliore; Grafiti que Mexe, do Coletivo Grafitti com Pipoca ; Sua Majestade, o Delegado, de Clementino Júnior; Menino do Cinco de Marcelo Matos de Oliveira e Wallace Nogueira; A Galinha que Burlou o Sistema de Quico Meirelles e pra encerrar o filme Rocinha 77, de Sergio Peo.
Segundo o coordenador da amostra o “objetivo é promover aos moradores acesso à educação, ao entendimento sobre os seus direitos e á socialização no ambiente. Vamos expôr temas de LGBT [lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais], igualdade racial e etnia. Como exemplo, o que foi feito durante o Rio+20 na comunidade, quando junto com os moradores propusemos o diálogo a respeito do planeta e ações no ambiente”. Salaam Cinema.
A exposição acontece no Museu brasileiro da escultura (MUBE) em São Paulo a partir da próxima terça, 22 de janeiro.
Quantos sacos di cimento
Há em ti São Paulo?
Quiçá meu coração não fique concreto
Alguma coisa acontece?
A elite vai em massa a Eletra
Substantivo concreto
Quem lê os campos?
Substantivo abstrato
Náufragos dessa onda
Atenção para o toque di 8 segundos
Manifesto Contra a Cultura Lata di Sardinha
Certos estranhos
pedaços de rua
habitam meu olhar.
A solidão sentada
no colo das vovós
novelo de linha,
traçando o tempo
veloz das esquinas.
Radiografia
Recife,
cidade das pontes
e das fontes
de miséria.
Poetas mendigando
passes
pra voltar
pra casa.
E sua poesia
passando despercebida,
aliás
nem passa.
Marginal Recife
Passo horas
Pensando porque tanto penso
Em algo que não é nem tanto.
Ser humano:
Saco de coisas.
Uma pá de sentimentos.
Tijolo por tijolo
Até virar cimento.
…………………………………….
O cheira-cola coçando piolhos
De frente ao aeroporto
Fantasias eróticas Domingo e segunda-feira
-21 hs- não percam!!
Um pedreiro negro sem camisa e chapéu
Dizendo ao patrão branco
O que tá faltando na construção do mundo.
Dois caras encostados na estátua
da calçada do Geraldão
Na inércia de uma Terça nublada
O motorista do ônibus dá um banho
num cara de gravata todo arrumado
é melhor evitar a Mascarenhas de Moraes
(disse o cara pelo celular)
uma sirene da polícia bem alto
avisando ao ladrão que está chegando
um ser humano se arrastando
no alumínio do ônibus
descendo com duas moedas de 10 centavos
De Muribeca ao Centro
O escritor, dramaturgo, comediógrafo, teatrólogo, contista, ensaísta, e outros ‘istas’, o paraibano, Ariano Suassuna, no auge dos seus 85 anos de ativista artístico/cultural/político, subiu o Morro dos Prazeres, de Santa Tereza, e abriu a Festa Literária Internacional das Unidades de Policias Pacificadoras, Flupp. Uma relação gráfica/sonora com a Festa Literária Internacional de Paraty, Flip.
Coisas de Ariano Suassuna, membro da Academia Brasileira de Letras, foi à favela afirmar que a arte, seja ela que for, não tem patrono. Muito menos é propriedade da burguesia-ignara. Ariano contou histórias, fez imitações, citou trechos de sua obra o Auto da Compadecida, uma das mais conhecidas, mexeu com o imaginário estético da plateia confirmando que o que o filósofo Nietzsche dizia de que a criação é de todos os homens.
“Machado de Assis diz que no Brasil existem dois países. O país oficial, dos privilegiados, e o real, que é o do povo. Eu que sou um home da cultura, que amo meu país, amo meu povo, em meu discurso de posse na Academia Brasileira de Letras disse que o Brasil tinha dois símbolos, o país urbano e a favela. É uma alegria enorme para mim em estar aqui, porque começou-se a perceber que a favela não era os bandidos, era a população ordeira, que era perseguida por eles. Eu, como sertanejo que sou, fico muito feliz de encontrar aqui os meus irmãos urbanos”, discursou alegremente artístico, Ariano Suassuna. O ativista popular.
A Flupp reúne 19 escritores brasileiros e 18 estrangeiros. As atividades estão sendo expressadas em debates, saraus literários, palestras lançamentos de livros. Os debates são livres e mediados por intelectuais da área cultural. Hoje, dia 8, pela parte da noite, será lançado um livro composto por 43 contos selecionados em oficinas realizadas durante todo o ano nas comunidades que contou com as participações de moradores e policiais militares.
Por sua vez, Luiz Eduardo Soares, antropólogo, ex-secretário nacional de segurança, autor dos livros Elite da Tropa e Elite da Tropa 2, e um dos coordenadores do Flupp, disse que o Flupp é uma forma da sociedade carioca vencer a violência através de meios democráticos.
“O Flupp sintetiza o processo da sociedade carioca de vencer a violência com meios democráticos, valorizando a juventude. Ainda há um caminho longo a ser percorrido, mas na prática ainda há uma série de dificuldades, até porque a brutalidade policial não desaparece do dia para a noite. A Flupp é um momento nesse processo para buscar qualificar as UPPs, chamando a atenção entre favela e produção cultural”, observou Luiz Eduardo.
Marta Porto, coordenadora de cultura da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso/Brasil), falou sobre as mudanças ocorridas na comunidade a partir do trabalho de pacificação.
“É uma microrrevolução que vai começando no território e tomando conta do país. É o germe do bem, que a arte a cultura vão deixando nas pessoas. Começa com as crianças. A retomada do território é um fundamento que estava faltando nas políticas públicas e que agora chegou com toda a força”, analisou Marta.
Há 11 anos um grupo de artistas, poetas, professores, motoboys, e trabalhadores de todas os cantos de São Paulo se reuniram com o poeta Sérgio Vaz para mostrar que a periferi, mesmo em sua condição imposta pelo capitalismo e suas instituições, é produtora de novos dizeres livres de qualquer forma de imposição, dominação, ressentimento. Por isto mesmo são livres. E assim nasceu o Sarau da Cooperifa que traz através da poesia, rap, embolada, artes, haikai, a arte rouca das ruas.
Os encontros que sempre ocorrem no Bar do Zé Batidão localizado no Jardim Guarujá, zona sul da capital paulista, com o microfone revezado e a criação rolando solta. Segundo Vaz “esse novo artista da periferia é um artista cidadão. Ele não faz a arte só pela arte, ele representa as pessoas que não têm voz, não têm teatro, não têm cinema. É um movimento político apartidário”.
E para continuar produzindo estes e outros 11 anos, a partir amanhã (3) haverá novos encontro com diversas manifestações artísticas para escolas e outros espaços da região. A programação inclui atrações musicais, saraus de poesia, espetáculos de teatro e dança, exposições, a exibição de filmes e a presença do escritor moçambicano Mia Couto.
Sérgio Vaz falou da dificuldade em atrair convidados: “Aqui no Brasil você convida vários caras conhecidos e eles não vêm porque têm medo”, reclama. Para o poeta, os bairros mais pobres ainda são vistos de forma estereotipada, principalmente nos meios de comunicação. “Parece que eles querem ver a gente sempre algemado, com a cabeça baixa e alguém sempre esculachando, como se a periferia fosse aquilo o tempo inteiro.
Então façamos a produção de novos espaços e festejemos a Cooperifa.
O Sarau da Cooperifa é um movimento Cultural que tranformou o bar do Zé Batidão na periferia de São Paulo em centro cultural. No mês de outubro de 2011 completou 10 anos de atividades poéticas e artísticas na comunidade do Bairro de Piraporinha e região.
Depois de comemorar em grande estilo o aniversário de uma década, realizando a 4ª Mostra Cultural, agora realiza um sarau especial com música e poesia em um dos palcos mais importantes da cidade, o Auditório do Ibirapuera.
Um espetáculo simples, mas com a mesma pegada do sarau que acontece todas as quartas-feiras no extremo sul da periferia paulistana. Além de contar com as participações luxuosas dos grupos Záfrica Brasil e Versão Popular.
Imperdível e grátis.
Serviço:
SARAU DA COOPERIFA “ESPECIAL 10 ANOS” NO AUDITÓRIO DO IBIRAPUERA
Sexta-feira 3 de fevereiro 21h (entrada franca)
Com: Záfrica Brasil, Versão Popular e Poetas da Cooperifa
AUDITÓRIO DO IBIRAPUERA
Av. Pedro Álvares Cabral, s/nº Portão 2 – Parque do Ibirapuera
São Paulo – SP
Informação importante:
Ingressos disponíveis ou retirar com 1 hora de antecedência no dia do espetáculo.
Fonte: Negodito
A periferia vai ocupar toda a cidade em arte de qualquer parte. Pinheirinheizar a luta poiética contra a mortandade da polícia e do estado.